FINALMENTE O GRANDE BANQUETE DA DAMA DO LAGO HAVIA CHEGADO AO FIM. Todos se levantaram e partiram para um grande pátio aos fundos, onde as portas enormes com detalhes talhados em ouro foram abertas pelas sacerdotisas. Eles seguiram e se depararam com um enorme pátio grandioso, onde não haviam mesas, somente bancos de pedras em forma minguada de uma extremidade a outra. E no centro daquele ambiente, uma fonte, onde a água descia constante e reluzia com o brilho da lua. Tão limpa e brilhosa que Nine lembrou-se do rio o qual repouso a uns dias atrás. Todos se acomodaram nos bancos, Nine, Argalad e Diana ficaram juntos, enquanto Ceridwen continuava em pé na frente da fonte.

— Essa é a fonte da sabedoria - disse a grã-sacerdotisa. - Aqui em algumas luas atrás foi me revelado o futuro que nossas raças aguardam. Sei que em outros tempos, esse majestoso pátio fora usado para grandes comemorações de nosso povo místico. Nossas reuniões e confraternizações com o povo pequeno - fadas-, elfos e anões foram celebradas aqui. E hoje, eu os convoco diante do poço sagrado, a fonte da sabedoria para pedir ajuda - todos permaneciam quietos. Os olhos do senhor dos elfos, Erudhir, estavam compenetrados em Ceridwen. Os elfos e anões estavam preocupados, Ceridwen nunca havia pedido ajuda, aquele assunto era sério demais.

— Conte-nos o que passa minha deusa! - disse Erudhir suavemente.

Diana se perguntou se aquilo teria alguma relação com Sapphire. Argalad pareceu entender e disse em tom baixo para ouvir com atenção, pois aquilo também era de seu interesse.

— Muitos sabem que com a destruição da árvore sagrada a milhares de luas atrás por tolos, ignorantes, o poder, a mana, diminuiu entre nosso povo e ilhas como: O Lago de Balas, enfrenta em solstícios uma densa bruma que engole todo o lugar, sendo difícil encontrar sua localização até mesmo pelos mais experiente dos viajantes. A deusa, o Cosmo, todo o mana que temos encontra-se nesse pequeno espaço de terra em que vivemos. A pequena muda, uma réplica da árvore do mundo nos nutre com mana suficiente para vivermos com nossa magia. Némesis, um deus do povo grego, está ameaçando nossa deusa, não só ela como tudo o que conhecemos e que lutamos para reconstruir desde a queda da Yggdrasil. Foi-me relevado que deseja se apoderar de todo o trono celestial para governar esse mundo como Deus Uno. Proclamando a destruição de todos os deuses. E a deusa mostrou o texto profético com suas palavras: Sacia-se no sangue da vida dos homens predestinados, pinta as casas dos poderes de vermelho com sangue carmesim. Os raios solares tornam-se negros nos verões que se seguem, todos os climas ficam traiçoeiros. Ainda quer saber? Irmãos lutarão e matarão uns aos outros, filhos das irmãs sujarão o parentesco. Isso é duro no mundo, prostituição corrente - uma era de machado, uma era de espada - escudos são despedaçados - uma era de vento, uma era de lobo - antes que o mundo vá precipitadamente. Nenhum homem terá misericórdia para com o outro. As palavras da deusa são certas. Precisamos deter esse deus proclamador da destruição e do sofrimento ou o nosso mundo, Niflheim (a terra do gelos), Nidavellir (reino dos anões) e Alfheim (terra dos elfos) deixarão de existir de uma vez por todas. 

— Pergunto-me, como pretendem matar uma divindade? - disse Nine.

O ar estava começando a ficar quente, ou, era impressão da guerreira? O aroma que invadia aquele lugar era da seiva das árvores e perfumes de flores. O silêncio sepulcral fora quebrado por uma jovem sacerdotisa surpreendentemente pequena; com uma estatura de uma criança de doze anos. Sendo um pouco maior que os anões. Esta trajava um belo vestido branco assim como de Ceridwen. Nine observo-a com admiração, ouviu a voz da jovem torna-se imponente, todos escutavam-na com atenção. Podia ter uma estatura infantil, mas suas formas femininas eram de uma mulher muito bela. Seu cabelo escuro estava trançado cuidadosamente, os braços brancos e o rosto eram perfeitos e suaves, seus olhos negros brilhavam como duas pedras do mais puro ônix, possuía uma energia de realeza. Ela carregava a linhagem Cósmica, Nimue, seria a próxima Dama do Lago.

— Quando Yggdrasil ainda existia e o dragão, Nidhogg, guardião da fonte comia as raízes da árvore e o pequeno esquilo, Ratatosk semeava a discórdia entre Nidhogg e a águia, Hraesvelg. A cabra, Heidrun, que morava perto do topo da árvore deixava cair algumas folhas e dentro da parte oca da árvore vivia três mulheres, guardiãs do presente, passado e futuro. Com os elementos da garra do dragão, as folhas que Heidrun deixara cair, as penas de Hrasesvelg, um pequeno elfo da casa de Alfheim coletou esses elementos e forjou a espada lendária dos elfos, capaz de destruir o mais poderoso dos deuses. Os deuses souberam da famosa espada e Fjalarr a escondeu. Nossa única esperança é encontrar a espada de Fjalarr para destruir Némesis.

— Nossa esperança está em uma espada lendária desaparecida? - disse Diana. 

— Receio que sim - completou Ceridwen. - Vocês serão levados até os portões do templo sagrado, onde os elfos antigos poderão ajuda-los. Porém a espada só se mostrará para quem for digno de empunha-lá.

— Eu só vim aqui, porque Argalad disse que vocês poderiam me ajudar a resgatar Sapphire.

— E podemos. Sapphire foi raptada por um motivo, ela é a causa de você está aqui. A profecia da espada revelava que uma guerreira a encontraria, uma guerreira redimida. E você deve ser essa guerreira Diana - Argalad finalmente havia se manifestado.

— E como eu encontro essa espada? - inquiriu Diana.