Diana's The Adventures escrita por LivWoods


Capítulo 14
Capítulo 13 - Desaparecidos.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!

Estou postando mais um capítulo para vocês novas lendas e personagens novos surgirão!



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NAQUELA MANHÃ, nas muralhas de Corinto, a chuva era constante e o castelo do Rei Polônio parecia afundar nessa torrente de chuvas. Será que acabaria virando um mito como a cidade perdida de Atlântida? Dizem que era uma base naval construída com propósitos militares de invadir e destruir a cidade de Atena. Porém, em um único dia e noite fora afundada por Poseidon, deus dos mares. A autoestrada de Corinto estava enlameada e gerando grande dificuldade de locomoção para os transeuntes. Os atalhos estavam inundados pelos rios que transbordaram e desciam carregando cascalhos, galhos e o que estivesse em sua frente. Íris estava fitando o céu cinza com tamanha angustia em seu olhar. O quê poderia ter acontecido com Sapphire? ela se perguntava. Culpava-se por não ter prestado atenção na irmã, Sapphire estava fora de Corinto a quase um ano, não poderia imaginar que seria raptada novamente. Perguntava-se se não poderia ter sido os homens do Darius que souberam de seu regresso e aproveitaram o momento de sua distração para leva-la e pedir cinquenta mil dinares pelo resgate. Porém, já haviam se passado algumas luas e nenhum de seus homens entraram em contato através de um mensageiro. Pátraco, seu noivo, enlaçou sua cintura com suas suaves mãos. Tentou conforta-la dizendo que Sapphire estaria bem, afinal viajou durante muitas luas com a guerreira Diana e aprendido a se defender como um verdadeiro guerreiro. Por mais que fosse verdade, Íris não podia evitar a angustia que sentia por não saber onde sua irmã estava. Uma vez, quando eram meninas e ela havia entrado sem permissão na área das armas mais perigosas do castelo, onde eram proibidas de entrarem. Íris deixou-se levar num estado de pura curiosidade e abriu o baú das relíquias sagradas. Onde todas as armas mais valiosas que o pai encontrara em suas conquistas de guerras eram colocadas. Podia lembrar da expressão de fúria de seu pai, o rosto do Rei havia ficado rubro como uma pimenta. Estava com medo de ser repreendida e Sapphire apareceu dizendo que ela não tinha culpa. Era uma criança e estavam brincando de esconde-esconde e fora parar lá acidentalmente. O rosto rubro do pai se aliviou e tudo que disse foi para brincarem em outra parte do castelo. Desde aquele dia Sapphire a protegia e a livrava de qualquer situação repreensiva com seu pai. Porém, ela não era mais nenhuma garotinha ingênua que seria sempre protegida pela irmã mais velha, queria socorrer a irmã, buscar por toda a Grécia o seu rastro.

 

Pátraco olhava para ela com aquele jeito desconfiado, conhecia bem a noiva e ela era ativa demais para ficar parada por dez minutos em um único lugar. Íris era ativa para outras coisas, enquanto Sapphire lia e relia os pergaminhos e escalava árvores, Íris visitava e re-visitava todas as barracas de vestidos do reino, procurando os lindos xales e túnicas, podia não ser adepta de aventuras, mas não perdia um vestido da nova estação, corria rápido para pegar primeiro o que desejava. Qualquer oportunidade de fazer compras para o castelo ela era a primeira a se manifestar para ir em sua liteira particular forrada por muitas almofadas e tapetes com peles macias. Mas dessa vez ela estava quieta e impassível, tão diferente da menina que era. Podia estar noiva, mas ainda era uma menina nova e ingênua de dezesseis anos, o rapto de sua irmã não deveria afligi-lá tanto, pensou o rapaz. Cogitou a ideia de falar sobre o casamento e seus preparativos, eram assuntos que mulheres adoravam e alguém como Íris iria se alegar em discutir sobre. Ela virou-se para ele.

 

— Posso me retirar meu senhor? - perguntou a Pátraco - não estou me sentindo muito bem.

 

Ela o pediu numa voz quase sufocada.

 

— Oh, por favor minha senhora. Seu bem-estar está acima de todas as coisas - disse ele.

 

Ela agradeceu e fez uma reverência impecável saindo daquele lugar seguindo para seu quarto. Íris jogou-se na cama, de olhos fechados. Estava tão preocupada com sua irmã, não conseguia repousar um instante sequer. Uma das aias da princesa bateu na porta. Era uma mulher beirando a meia-idade de pele escura e cabelos começando a ficarem grisalhos, quando a sua mãe morreu, Cléola, foi sua ama de leite. Não era tão bonita quanto costumava ser quando era jovem, mas os traços da beleza ainda repousavam no rosto moreno. Os olhos escuros, eram bondosos e gentis. Possuía sempre o mesmo sorriso acolhedor e a fala branda maternal que acolhia Íris.

 

— Sente-se mal minha filha? - perguntou Cléola, espantada pela palidez da criança. - O senhor Pátraco me mandou ver como você estava.

 

— É que... eu estou angustiada Baba - respondeu a moça chamando-a pelo nome que lhe dera quando era bebê, com um gesto negativo com a cabeça. - Tenho medo de que algo terrível possa está acontecendo com Sapphire.

 

— Minha filha, espante esses maus pensamentos que atraem energias negativas para dentro de casa... - começou Cléola que era muito supersticiosa. - Transmita para Sapphire toda sua energia positiva que os deuses a escutarão e guardarão minha menina de todo o mal. Sua irmã é forte, eu lembro quando você ainda era um bebê e ela tinha seus três para quatro anos e ela mesma queria criar você como se fosse filha dela - o sorriso dela foi um esgar triste.- Você era muito nova quando a Rainha morreu e não se lembra dela. Mas Sapphire foi forte o bastante repetindo os mesmos cuidados que a mãe teve com ela para você. Vocês são meninas especiais e os deuses cuidarão dela com todo o amor e zelo de uma mãe com seu filho.

 

Íris envolveu os ombros da aia com um forte abraço e lágrimas rolaram pelos seus olhos. Cléola retribuiu o abraço da garota acalentando os fios loiros de seus cabelos. Como estava se transformado em uma bela mulher, pensou a aia. O pânico que estava instalado em seu ventre se dissipou por um tempo, enquanto estava sendo consolada por Cléola. Ela era apenas uma princesa, talvez não fosse capaz de fazer alguma coisa para ajudar Sapphire, não possuía a mesma coragem que a outra naquela noite que saiu para seguir Diana em suas aventuras pitorescas, deixando a vida de uma princesa para trás. Íris era uma princesa como qualquer outra que gostava de roupas, vestidos e jóias. Não gostava de tear, mas se mostrava um instrumento muito útil no inverno ou em dias chuvosos, quando não se podia fazer nada. Íris sentia raiva de si mesma por não possuir o espírito aventureiro da irmã, podia agora mesmo pegar a sua égua amarela e sair cavalgando atrás de Sapphire. Sua aia havia ido embora, precisava continuar com seus afazeres e quanto a Pátraco deveria estar com seu pai, organizando uma nova estratégia para descobrir quem poderia ter levado Sapphire. Os reinos vizinhos estavam fora de cogitação, não seriam loucos de iniciar uma guerra contra Corinto, quando era o maior dos produtores e estava economicamente estável. Sem dúvida deveria ser os homens de Darius. A jovem murmurou uma prece para os deuses e deixou-se cair novamente na cama.

 

Poucos dias depois. Polônio mandou Cléola acordar Íris naquela manhã de sol, as chuvas haviam finalmente dado uma trégua. Desde que Sapphire havia sido sequestrada, ela tinha se mostrado abatida e sem animo para fazer nada. O rei iria manda-la para passar um tempo com sua tia, Mirian. Achava que distante dali poderia se distrair e animar-se um pouco em outro ambiente. Talvez Mirian ajudasse a bordar um lindo enxoval de noiva. Cléola voltou afobada do quarto da princesa e quase não conseguia falar para o rei. Disse cortando algumas palavras que ele teve que esperar paciente a mulher recuperar o fôlego.

 

— Meu rei! Íris não está em seu quarto.

 

— Como não está? O que aconteceu com minha filha? 

 

— Não sei senhor. Receio que ela fugiu, pois os cocheiros informaram que sua égua amarela não estava no estábulo.

 

— E agora mais essa - Polônio disse levando a mão até seu coração.- Minhas duas filhas desaparecidas. Ah, é demais para um pai!

 

Pátraco o segurou, ajudando-o a sentar.

 

— Calma meu senhor, partirei agora mesmo com alguns de meus homens atrás da princesa. Ela não deve estar longe - comentou o jovem.

 

 

No dia seguinte, a luz da clara manhã brilhava por toda a floresta. Téleu teve que se despedir de Diana comunicando que o imperador o convocava urgentemente. Ele se desculpou por não poder ajudar Diana naquele momento. Ela disse que estava tudo bem, ele deveria voltar para seu imperador. A guerreira seguiu com o druida e a arqueira para as terras celtas do seu povo, onde deveriam entrar em contato com Ceridwen, para darem o próximo passo no resgate de Sapphire. Caminharam por muitas léguas e o cenário a sua frente mudou completamente, montanhas e árvores enormes foram preenchendo o lugar. Ao leste, fizeram uma curva encontrando uma pedra com uma pequena saliência na ponta que a guerreira achou estranho. Mais à frente aproximadamente uma milha, talvez, avistaram um lago. Onde Diana colocou os dois cavalos para tomarem água, enquanto Nine descia para a borda do lago e colocava seus pés descalços na água mais límpida que já vira em toda sua vida. Sentiu a água, seu toque era frio e ao mesmo tempo agradável, conforme Nine afundava mais suas pernas na água, mais relaxada sentia ao toque cristalino do líquido. Por um momento, eles se sentaram ali naquela clareia e continuaram a conversar e refletir como poderia salvar Sapphire. Lentamente, a bola alaranjada ia se despedindo no horizonte, dando lugar a um pálido personagem minguado como uma foice no céu. O vento começava a soprar frio naqueles lados. Diana precisou pegar mais toras de madeira para alimentar o fogo. Argalad e Nine dormiam tranquilamente, enquanto a guerreira fitava algumas folhas caírem das árvores. Não conseguia dormir, não enquanto Sapphire estivesse nas mãos de Valquíria. Levantou-se e acariciou o focinho de Erbos que sacudia a cabeça retribuindo o carinho.

 

— Também sente falta dela não é? - Erbos relinchou como resposta.- Eu também sinto.

 

Assim os dias passaram para chegarem até o paraíso da Dama do Lago. O clima ali era tão diferente que parecia estarem no início do outono. Porém, Diana sabia que não era o outono. Eles notaram as montanhas gélidas, onde os picos eram esbranquiçados e uma bruma começava a cobrir todo o resto. Passaram pelos campos rodeados de juncos altos na serração. Diana e Nine nunca haviam visto um lugar tão belo como aquele. Quando começaram a se aproximar das Pedras Sagradas do Cosmo, o sol já se punha. Chegaram aos imensos bosques de macieiras onde o conjunto de troncos de árvores eram tão grossos e altos que não se podia adivinhar a sua altura. Foram recebidos pelas mesmas sacerdotisas que receberam Argalad da última vez, ainda trajavam túnicas e xales azulados. Elas os saudaram e Diana e Nine fizeram o mesmo de volta. Argalad comunicou que deveriam ver Ceridwen com urgência e uma delas informou que a Dama do Lago já sabia da presença da guerreira. Eles subiram as escadarias seguindo as sacerdotisas para encontrarem-se com a grã-sacerdotisa. Argalad estava de novo naquele salão onde jantara em luas atrás. O salão da casa de Ceridwen  estava cheio de pessoas diferentes para Diana e Nine. Uma boa parte eram elfos. Não sabia que eles realmente existiam, pensou Diana. Um dos elfos tinha uma aparência importante, estava bem vestido de forma suntuosa, era alto e ereto; o cabelo comprido era dourado e brilhante como o sol, seu  rosto era uma mistura de idade, não aparentava ser jovem e tão pouco velho, mas seus olhos brilhantes e cinzentos, mostravam uma longa experiência e sabedoria. Sobre sua cabeça tinha-se um diadema de ouro; a voz era calma e aveludada; Era o senhor de todos os elfos, suas orelhas pontiagudas eram notórias para a guerreira e sua parceira. A mesa era redonda, continha os mais deliciosos pratos de toda a terra, está noite as sacerdotisas serviam o mais puro vinho e carnes de todos os tipos, frutas e pães à vontade para todos os convidados. Na outra extremidade da enorme mesa, estavam alguns anãos, também vestidos luxuosamente. Suas barbas compridas estavam bem penteadas, alguns possuíam barbas totalmente brancas. A guerreira escutou um comentário vindo dos elfos sobre os anãos, eles conversavam em seu próprio idioma elfo, quando um deles chegou ao seu lado traduzindo. Que os anões não deveriam morar no chão, onde era perigoso e fazer como os elfos e viverem em árvores. Logo tornaria-se um hábito que eles não iriam ligar estar dormindo em árvores ou no chão. Outro comentário fora feito sobre os anões de como faziam qualquer coisa por dinheiro, talvez o senhor dos anões só viera por causa do jantar suntuoso da Dama do lago, disse um deles. Foi assim que Diana avistou aquela que estava sempre sendo mencionada. Era uma criatura tão bela, de uma beleza celestial que nunca imaginária que fosse real. Nine também ficou surpresa ao ver aquela mulher tão bela descendo as escadas que levavam até aos seus aposentos. Seus movimentos eram graciosos, parecia uma fada no meio daqueles homens diferentes. Sua idade não poderia ser imaginada naquele momento que ela parecia tão irreal para as duas mulheres. Os braços brancos estavam descobertos, o rosto claro estava moldado por um belo sorriso suave, parecia carregar uma constelação com seus olhos verdes brilhantes, na altura da fronte, estava com um diadema de prata, com pequenas pedras de um brilho azulado. Vestia uma linda túnica branca com um cinto que repousava em sua cintura. Todos na mesa levantaram com sua presença e logo ela fez um gesto, permitindo que se sentassem. Ela era Ceridwen, a Dama do Lago.

 

O banquete foi repleto de muita comida, animação e agraciado pela bela música de Argalad e sua harpa, com baladas celtas que todos aplaudiam. Os negócios seriam resolvidos no final daquela ceia. Diziam os sábios que à mesa não era lugar de se jogar assuntos tristes e problemas, pois mesmo a melhor ceia tornaria um mero pão duro pisado. Todos aguardaram pacientemente o fim de seus companheiros para dar início ao motivo daquela reunião urgente com o povo místico da floresta.


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Notas finais do capítulo

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