Pov’s Elsa

Acordo com o meu despertador tocando, só não o quebro porque ele também é meu celular! Levanto lentamente, tomo meu banho, me visto e desço para tomar café da manhã. Chegando lá papai, mamãe e Anna já estão na mesa.

–Caiu da cama Anna? –Perguntei sarcástica, sentando ao lado da Anna. Afinal, Anna sempre acordava depois de mim. (Quando ela não estava ansiosa para alguma coisa).

–Infelizmente... –ela disse com a típica cara de sono às 7:00 da manhã.

–Princesas, lembrem-se: Chegar na escola e ir na diretoria pegar os números de seus armários e a turma em que vocês ficarão! –Falou meu pai sem retirar os olhos do jornal.

–Sim, papai... –respondi lentamente, ainda não estou totalmente acordada.

–Ahh... Tomara que tenha pessoas legais lá, né Elsa? –perguntou Anna.

–Claro... –falo tomando um gole do meu café.

–Nossa! Você está tão desanimada...

–Anna, por favor, são 7:00 da manhã! –reclamei.

–Dormiu tarde né? To sabendo... –ela sorri maliciosamente. –De papo com... –não deixei ela terminar de falar, tapando sua boca com a minha mão.

–De papo com quem querida? –minha mãe perguntou... Ferrou!

–Ãhn... Com o livro mamãe! –ela faz uma cara de quem não caiu nessa. –É que eu não estava conseguindo dormir porque o quarto era quente, daí fui para a varanda e comecei a ler em voz alta, foi aí que a Anna pensou que eu estivesse falando com alguém... Não é maninha querida?! –olho para Anna com uma cara tipo “Responde que sim ou eu viro café em você!”.

–Ãhn... Você estava lendo? Nossa! Ãhn... Pensei que estivesse falando com alguém, tipo o...

–Viu mamãe?! –Corto a fala da Anna antes que ela falasse demais! –Anna se enganou... –eu completo e quando a mamãe e o papai não estão me olhando mais, pisco o olho para Anna, que retribui junto com um sorrisinho “safado”.

–Vamos pegar nossas coisas Elsa! –Anna falou, e antes que eu pudesse responder ela já tinha me puxado e já estávamos subindo correndo as escadas. Chegamos no meu quarto e ela fechou a porta. –Ficou falando com o Jack até tarde né?! Safada! –ela disse sorrindo maliciosamente e jogando em minha cabeça um travesseiro.

–E eu tenho culpa do quarto dele ser um forno?! –falo entre risadas, estamos jogando o travesseiro uma na outra. –Senhorita Kristanna?

–Não muda de assunto Elsa! –ela joga o travesseiro em mim.

–Então terminamos essa conversa por aqui. –quando ela ia se manifestar, eu a interrompo. –Está na hora! –aponto para o meu relógio de parede que marcava 7:10, e enquanto ela olhava o relógio eu guardei o travesseiro. Pegamos nossas coisas e fomos, assim que saímos de casa Punzie, Merida e os garotos também estavam saindo.

–Ok, vão me dizendo que macumba é essa! –Falo Hiccup entre risos.

–Um simples “Bom Dia” bastava né? –Reclamou Punzie.

–Ou melhor, vamos andando se não vamos chegar atrasados porque as senhoritas Arendelle... –Kristoff apontou para mim e para Anna. –Têm de passarem na diretoria porque são novas na escola... –ele completou.

–Tem razão... BORA BANDO DE PREGUIÇOSOS! –Merida falou, lê-se BERROU! E nós saímos rindo. Merida, Punzie, Flynn e Kristoff estavam na nossa frente, exatamente nessa ordem, e aqui atrás eram: Anna, eu, Jack e Hiccup.

Finalmente chegamos, a escola era enorme, entramos e todos olhavam para mim e para Anna... E nós? Quase se escondendo atrás de Jack e Hiccup.

–Podemos levar vocês até a diretoria, não é Hiccup? –Jack perguntou.

–Claro! –Hiccup respondeu. E enquanto andávamos Hiccup começou a falar. –Bom a “planta” da escola é mais ou menos assim: No primeiro andar fica a diretoria, o refeitório, o bar onde vendem chocolates e besteiras deliciosas, o auditório, o salão para os bailes e todos os armários. No segundo andar ficam as salas de Matérias monótonas aquelas que nós só escrevemos, sem pratica alguma. No terceiro andar fica a sala de ciências, para fazermos as experiências; a sala de informática; a sala do vídeo, onde nós assistimos filmes e documentários; e agora que vamos ter aulas “Artísticas” teremos salas para pinturas, desenhos, música (com os instrumentos) e a dança. Memorizaram? –Eu e Anna apenas assentimos. –E tem também o pátio, onde fica a quadra e o “jardim” onde podemos ficar sentados nas mesas e coisa e tal...

–É, esse escola é realmente grande! –Jack se manifestou. –Chegamos. Diretoria. –Ele sorriu e parou em frente a uma porta que tinha uma placa “Sala da Diretora Gothel”.

–Obrigado! –Agradeci.

–Querem que a gente espere vocês? –Hiccup perguntou, eu e Anna nos entreolhamos, nós com certeza íamos se perder, mas também não queríamos tomar o tempo deles. –Ok nós esperamos! –Olhei confusa para ele, como sabia? –Conheço esse olhar de vocês desde pequeno! Agora vão! –ele apontou para a porta da diretoria.

–Valeu! –Dessa vez, a Anna agradeceu e entramos, pude ver que eles sentaram nos bancos do lado de fora da diretoria. Pegamos os números de nossos armários e em qual turma íamos ficar, depois saímos da diretoria.

–Rápidas hein! –Falou Jack.

–É só não dar papo para a diretora, Frost! –Falei, sorrindo maliciosamente.

–O que você está insinuando... Senhorita Arendelle? –Falou Jack semicerrando os olhos.

–Nada. –Sorri e ele retribuiu. –Vocês sabem onde fica o armário... –olhei para a folha para confirmar. -215?

–Não creio! –Disse Hiccup. –Vamos ser vizinhos de armário! –ele e Jack foram andando, eu e Anna apenas seguimos eles.

–Faz uns 30 minutos que acordei, então explica isso direito porque o login no cérebro tá lento! –Falei sarcasticamente.

–O armário 214 é do Jack e o 216 é o meu... Compreendeu ou vou ter que desenhar? –Falou Hiccup rindo.

–Ah bom, entendi! –Todos nós rimos. E enquanto nós andávamos, todo mundo, praticamente a escola toda, cumprimentava Jack e Hiccup. E às vezes Jack ficava dando em cima de umas garotas que ficavam se derretendo com os “olhares” que ele dava para elas.

–Aqui, nossos armários. –Falou Hiccup parando na frente dos armários 214, 215 e 216.

–E o 201? –Perguntou Anna.

–Do lado do da Punzie e da Merida, no fim do corredor. –Jack falou apontando para o fim do corredor, onde estavam Punzie, Merida, Kristoff e Flynn conversando.

–Valeu! –Anna falou a saiu correndo em direção às garotas.

–Posso ver qual vai ser sua turma? –Perguntou Hiccup.

–Claro! –Dei o papel para ele e Jack também foi ver.

–Estamos juntos. 2º ano A! –Hiccup fala e me devolve o papel. –A sua turma, a do Jack e a minha são a mesma, assim como a do resto dos nossos vizinhos. –Ele apontou para quem estava no final do corredor, que eram: Punzie, Anna, Merida, Flynn e Kristoff. Depois ele me devolveu o papel.

–Que bom, assim não vou ficar no meio de um bando de estranhos! –Falei e nós começamos a rir.

“Caros alunos, compareçam ao auditório em 10 minutos.” –Ecoou a voz da diretora pelos alto-falantes espalhados pelos corredores.

–Ah cara, não estou afim de escutar todo aquele discurso de boas vindas! –Reclamou Hiccup que, “De Livre e Espontânea Pressão” já estava se dirigindo ao auditório, eu fiquei do seu lado esquerdo e o Jack do seu lado direito.

–Veja pelo lado bom: é só sentarmos no fundão, e dormir... Aquele auditório tem poltronas confortáveis, luzes apagadas, ar condicionado... –Jack respondeu.

–Nossa, como são preguiçosos hein! –Falei.

–Fala sério que você tá afim de ir para lá?! –Perguntou Jack com uma cara de desapontado.

–Verdade verdadeira? –eu perguntei e ele assentiu. –Não! –falei e ele sorriu e eu pude ouvir um “Sabia!” sair de sua boca como um sussurro. –Mas sou nova, então tenho que saber como as coisas funcionam... Infelizmente... –soltei um longo suspiro de preguiça.

–Sentem na última fileira! Bem no fundo! –Falou Hiccup. E assim que entramos vimos o resto do pessoal, sentados no fundão. “Bando de preguiçosos!” –Pensei para mim mesma e não pude conter um risinho que passou despercebido por todos. Os meninos ficaram na última fileira de poltronas, e nós, meninas, na penúltima (Atrás de Punzie estava Flynn; atrás de Anna estava Hiccup; atrás de mim estava o Jack que não parava de se balançar naquela poltrona; e atrás de Merida estava Kristoff). E sobre o auditório: era muito grande! Sabe aqueles auditórios de teatro e coisas do tipo? Então, era exatamente igual! Então Gothel subiu no palco...

–Caham! –pigarreou ela, chamando a atenção de todos. –Bem vindos à escola de ensino médio, Storm. Aqui temos direitos e deveres. E como podem notar esse ano teremos aulas das 7 artes. –aí nessa parte todo mundo ficou boiando. –Que são nada mais, nada menos que Teatro, Música e por aí vai! –Nossa pensei que eu fosse preguiçosa para falar. –E também, esse ano, todos estudam pela manhã, pois à tarde a escola fica aberta para fazer pesquisas na biblioteca, informática e para usar o nosso auditório afim de ensaiar para a aula das 7 artes. E para os novatos, as antigas regras que são... –Ela continuou com aquele discurso extremamente chato! Mas eu estava ficando brava porque o Jack não estava balançando apenas a poltrona dele, ele estava balançando a minha também!

–Dá para parar com isso?! –Sussurrei virando-me discretamente para trás e lançando um olhar mortal para o albino. –Isso tá me irritando!

–Tá! Tá! Desculpa “Mrs. All American” chatinha. –Sussurrou ele, fazendo caretas.

–Ah claro, senhor que fica usando títulos de música para incomodar alguém! E aliás, eu posso ter nascido em New York, mas sou descendente do povo da antiga Noruega! –Eu sussurro e dou um sorriso de tipo “Há toma essa!” e me viro para frente novamente, não estava nem um pouco afim de ter a atenção chamada pela diretora, no meu primeiro dia de aula, na frente da escola inteira!

Enquanto a diretora estava dando o seu discurso, algumas vezes ela pedia para nós, novatos, anotarem alguma coisa ou outra. Minha caneta favorita caiu para debaixo da poltrona. “Por que tudo acontece comigo?! “ –Pensei, e decidi que depois que tudo isso acabasse e algumas das luzes voltassem, eu iria pegar minha caneta. O discurso acabou. As meninas e os meninos, inclusive minha irmã, já estavam saindo do auditório.

–Vamos Elsa, depois você compra outra! –Falou Anna claramente ansiosa.

–Vão indo vocês! Depois nos encontramos. –Falei sorrindo amigavelmente para minha irmã.

–Não vai se perder? –Perguntou ela preocupada.

–Estou com o celular, qualquer coisa ligo!

–Ok, até depois! –Ela fala e sai saltitando, literalmente!

–Ok... É só pegar minha caneta e... –Um ronco me interrompe. –Mas o que... –Olho para a poltrona de trás e vejo o Jack todo torto, dormindo... Como consegue?! –Era só o que me faltava! –Olhei ao redor, e só estava eu e o Jack dormindo no auditório. –Dane-se! Vou pegar minha caneta. –Finalmente peguei minha caneta, e sim, o Jack ainda roncava. Eu já estava saindo do auditório quando... –Não, tenho que acordar ele. Não vou deixar que ele se ferre. –Fui até a poltrona do lado e comecei a cutucar ele. –Hey! Jack! Acorda! –Falei com a voz baixa, para não assustar ele, porque uma vez fui acordar a Anna aos berros e a garota quase se matou, ela levantou correndo e deu com a cara na parede! Mas com ele não adiantava de nada os sussurros, ele dormia feito pedra! –ACORDA FROST! –Perdi a paciência e dei um berro. O Jack deu um pulo e caiu no chão. Não consegui conter uma gargalhada.

–POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?! –ele gritou.

–Ai... Ai... –Falei contendo minhas gargalhadas, mas aí olhei para ele de novo com aquela cara de quem viu fantasma. –HAHAHAHA!

–Hey! Isso não teve graça! –reclamou ele.

–Desculpa. –respirei fundo, parei de rir e finalmente consegui falar como uma pessoa normal. –Você não acordava de jeito nenhum!

–Espera! –ele olhou em volta. –Eu dormi no auditório da escola?! –ele me perguntou com aqueles olhos azuis gelo, arregalados.

–Parece que... sim! –respondi.

–Droga! –ele bateu com a mão na própria testa.

–Vamos, os outros estão nos esperando! –falei puxando ele até a saída.

–Valeu por me acordar e... –ele falou e passou a mão nos cabelos, os bagunçando ainda mais. –Desculpa os gritos...

–De nada e desculpa ter feito você dar de cara no chão... –Falei e nós rimos.

–Não estamos atrasados para a aula? –ele perguntou.

–Não, a diretora deixou que nós ficássemos livre porque faltam uns... –olhei para o meu relógio de pulso- ...15 minutos para o intervalo. Me leva até a cantina? Estou morrendo de fome! –falei.

–Claro! Também estou com fome. Vamos lá! –ele falou e foi indo na frente, eu apenas o seguia.

–Eai Frost! –um garoto ruivo cumprimentou o Jack. –Primeiro dia de aula e já tá chegando com uma ficante? –o ruivo completou, olhando para mim, quem ele pensa que é?!

–Ficante?! Ficou maluco garoto? –Eu falei quase voando para cima daquele ruivinho metido à besta. –Não se pode mais andar com os amigos nos corredores da escola, que já tá rolando clima?!

–Calma Elsa, tá tudo bem, Hans adora provocar. –Jack se pronunciou, semicerrando os olhos para o ruiv...Hans! –E não Hans, nós não estamos ficando, ela é minha amiga, falou? Agora me dá licença! –Jack falou e continuou andando e me puxando.

–Me passa seu celular, gatinha! Estou disponível 24 horas por dia! –Falou o tal de Hans, gritando lá de trás, e deixando um Jack Frost mais nervoso.

–Na boa, qual é a desse garoto?! –falei, agora estávamos andando devagar.

–Um colega de classe meu. –respondeu Jack.

–E você odeia ele. Não é? –perguntei e Jack assentiu com a cabeça. –Deixe-me pensar... –falei dando uma pausa e colocando o dedo indicador sobre meu queixo. –Você e ele competem garotas. Quem pega mais galinh... garotas! –falei me corrigindo e pude ouvir Jack rindo. –Estou certa?

–Sim, mas não se preocupe! Você é apenas minha amiga, e não vou deixar aquele babaca dar em cima de você. Se você deixar eu ser seu “Guardião”, é claro! –Jack respondeu.

–Claro que eu deixo! –sorri. –Quero distância desse tal de Hans, e você é meu amigo! –falei e Jack olhou para mim e sorriu, eu retribui. -Na verdade, você é meu vizinho de casa, vizinho de varanda, vizinho de armário, colega de classe, dupla nas aulas de Literatura e futuro colega de trabalho... Nossa! O destino quer mesmo que nós sejamos amigos!

–Vendo por esse lado... É verdade! -ele fala sorrindo e eu retribuo.

Chegamos em frente a porta da cantina e esperamos os 15 minutos para ela abrir (abria só na hora do intervalo) e depois comemos. As aulas foram só aquelas apresentações básicas. E o dia foi completamente parado. Porque todos nós ficamos em casa, porque estávamos terminando de arrumar as mudanças de nossos pais.

Já era de noite, eu estava deitada, pronta para dormir, e um assunto me veio na cabeça: Não sei por que, nunca confiei em um garoto, nunca fui de ter amigos garotos. Mas com o Jack, Hiccup, Kristoff e Flynn, eu sei que posso confiar neles, assim como confio na minha família. Com Jack é diferente, ele passa uma tranquilidade, como se eu já lhe conhecesse a milhares de anos! Sinto que posso contar meus segredos para ele, confiar nele, assim como eu confio na Anna. É estranho, confiar tanto em alguém que acabou de conhecer, mas como disse, Jack não é uma pessoa má ou rude, ele é um garoto que tenta te proteger, mas sem deixar a diversão de lado, isso é uma coisa que você percebe nele nos primeiros segundos que você fala com ele, dá para ver isso naquele par de olhos azuis gelo. E agora me resta: continuar essa amizade e confiar nele porque é isso que meus instintos dizem ou então me afastar dele porque ele é o maior pegador da escola. Minha escolha? Meus instintos falam mais alto! Vou confiar nele, hoje de manhã ele mostrou isso: Confiança. Educação e proteção. Se ele quisesse algum “mimi” comigo, já teria tentado me beijar ou então ter sido safado, como Hans fez, mas Jack não, ele se mostrou ser um amigo, amigo verdadeiro, àquele que podemos dar total confiança. Nunca pensei que poderia confiar tanto em alguém que conheço à apenas três dias! O mundo dá voltas!