Pov’s Jack

Entrei em casa e Emma ainda estava acordada, no sofá olhando Harry Potter e comendo pipoca.

–Ora, ora. Quem te viu quem te vê hein maninho!

–Do você está falando? –eu falo me sentando ao lado dela e pegando pipoca.

–A nossa vizinha é a primeira garota que tem o privilégio de levar uma cantada sua com educação!

–Você... Estava me espiando?

–Não tenho culpa se estava ao alcance dos meus olhos! –Ela dá um sorriso sapeca.

–Você não tem esse direito! –pego mais pipoca. –Além do mais, você só tem 13 anos! Não poderia nem estar falando disso!

–Tenho 13 anos, não sou uma criança! –ela rebate. –Mas... por quê?

–O quê? –me faço de desentendido.

–Por que com ela você está sendo educado?

–Talvez porque acabei de conhecer ela?

–Não é legal responder as pessoas com perguntas! –eu ia abrir a boca para falar, mas ela me interrompe. –É que com as outras, você “cai matando” e já quer beijar nos cinco primeiros minutos que vocês se conhecem, e como a maioria é galinha elas aceitam... –ela fala e pega mais pipoca. Ok, essa pirralha tá sabendo de mais pro meu gosto!

–E desde quando você cuida da minha vida?

–Desde que eu me importo com quem vai ser minha cunhada! Qual o nome da vizinha?

–Elsa. Espera, o quê? Não estou querendo ficar com a Elsa! Ela é uma garota que acabei de conhecer...

–E o que ela tem de diferente das outras? Por exemplo, você não pensava “acabei de conhecer” já partia pra cima! Por que com ela é diferente? –Ok, que tipo de interrogatório era esse?!

–Ok, já que você já sabe de tudo mesmo... Vamos lá. É que a Elsa é diferente, sei lá, ela é meiga, educada... Algo nela a faz ser especial, eu não sei o quê. Mas ela é uma garota que não merece ser tratada como uma qualquer, não que as outras mereçam, mas... Não vejo o tipo de garota que eu “fico”, na Elsa... É só isso...

–Ok! Que bom que você está mudando, maninho! Agora cala a boca e escuta o filme!

–Hey! –dou um soco de leve nela, que ri.

Pov’s Elsa

Acordo com os passos da Anna correndo na escada. Mas por que ela esta correndo a essa hora?! Eu me arrumo e desço para ver o que ela está fazendo. Vejo caixas e malas no quarto da mamãe e do papai. Desço e encontro Anna tomando café da manhã.

–Minha irmã me ama tanto que nem me chama para tomar café! –falo rindo.

–Desculpa, é que tinha um bolo de chocolate aqui em cima e não resisti! –Aí eu percebo o bolo que tem na mesa.

–A não! Pode me dar um pouquinho! –Pego um pedaço de bolo, realmente estava delicioso! –Onde você arrumou esse bolo? –disse pegando mais um pedaço.

–Mamãe mandou! –Agora estava explicado! Só a mamãe sabe fazer o melhor bolo de chocolate do mundo! Espera, a mamãe?!

–Mas como Anna? Ela não iria mandar um bolo pelo correio!

–Então, você viu aquelas caixas e malas lá em cima? –Assenti. –Então, os compradores da nossa “ex-casa” de Filadélfia queriam a casa hoje, daí a mamãe e o papai mandaram o resto das coisas e eles vão ficar hospedados num hotel até amanhã! Daí a mamãe mandou essa benção maravilhosa vinda do céu, melhor vinda do forno, que se chama bolo de chocolate! –ao falar sobre o bolo ela fez uma careta e quase se jogou em cima do mesmo, não me contive e comecei a rir e ela também!

–Anna, cadê o notebook?

–No sofá por quê? –Não respondo e vou pegar o notebook. Volto para a mesa e ela estava com aquela cara “Vai responder ou não?!”.

–Lembra que a mamãe pediu para nós deixarmos o Skype sempre aberto, que ela iria enviar uma chamada por vídeo? –Ela assentiu. –Então, estou fazendo isso!

Liguei o notebook e entrei no Skype. 10 minutos depois o notebook começou a apitar, fui ver e apareceu “Aceitar chamada de vídeo com Idun Arendelle.” Aceitei, carregou e apareceu ela e o papai.

–Oi queridas! Como estão? –Perguntou mamãe.

–Estamos ótimas! A casa é linda e confortável! Amamos o bolo! –Disse Anna com a boca cheia de chocolate, como sempre respondendo tudo antes da pessoa perguntar! E eu? Apenas assentia e ria.

–Que bom que gostaram! Acredito que também tenham gostado da ideia da sua prima Rapunzel ser nossa vizinha, certo? –Perguntou papai.

–Ah claro que sim! Eu e a Elsa amamos. Principalmente a Elsa que gostou do vizi... –Eu tapei a boca da Anna, já estava falando demais!

–Desculpe! Anna não acha que deve ir beber um pouco de água?

–Mas se eu acabei de tomar... –Ela começou e lhe lancei um olhar mortal. –Ok! Estou indo!

–E aí, conheceram um pouco do bairro, ou só ficaram em casa? –Perguntou mamãe.

–Bom, a Punzie tem o namorado dela, o Flynn, e eles nos levaram para conhecer seus amigos, que farão parte da nossa turma na Storm. –Respondi.

–Que bom que estão fazendo amizades, querida! –Mamãe falou. –Não esqueçam de comprar os materiais! –Nossa eu tinha me esquecido! –Nos vemos amanhã à noite então? –Assenti. –Tchau! –Dei tchau e encerrei a chamada. Fui até a cozinha, e vi Anna mexendo no celular.

–O que está fazendo? –Perguntei.

–Usando o wi-fi ótimo que tem aqui!

–Como descobriu a senha?

–Três sílabas e oito letras: RA-PUN-ZEL.

–Passa a senha. –Falei e ela me passou a senha.

–Anna, hoje à tarde nós iremos comprar os materiais.

–Ok... –Ela respondeu sem tirar os olhos do celular.

–Punzie tá onn?

–Não sei... Por que não vê aí no seu?!

–Preguiça...

–Depois sou eu né sua chata! –Ela me dá um tapa de leve e eu apenas rio. –Ela tá onn sim, quer que eu pergunte o quê?

–Se ela já comprou os materiais dela.

–Ok! –Anna digita no seu celular por um tempo. –Não, ela disse que hoje ela, o namorado e os amigos vão se encontrar na praça do final da rua e depois vão ao shopping almoçar e daí vão na livraria que tem lá. Ela disse para nós irmos. Vamos? –Ela me olhou com cara de cachorro sem dono...

–Tá bom... –Pude ouvir ela falar um “YES!”. –Vamos se arrumar então, já são 11:15! –E fomos nos arrumar, eram 12:00 e nós fomos para a praça, chegando lá vimos que todos estavam presentes, isto é: Jack, Hiccup, Merida, Punzie, Flynn e Kristoff.

–Até que enfim vocês chegaram! –Falou Punzie, nos cumprimentando.

–O tio e a tia já chegaram? Ontem à noite? –Anna pergunta.

–Sim, mas eles não voltaram para casa, estão hospedados num hotel perto do centro para comprar umas roupas para a tal festa lá. –Respondeu Punzie.

–Ah claro... A bendita festa... –Falo eu, com aquela “animação”.

–Festa? –Pergunta Hiccup.

–De família. –Punzie fala apontando para si mesma, eu e Anna.

–Nossa! Boa sorte! –Hiccup fala rindo, e nós três lançamos um olhar reprovador para ele. -Vamos então? –Nós assentimos e fomos.

Chegando ao shopping almoçamos, e fomos para as livrarias. Resultado #1: Merida e Hiccup queriam o mesmo caderno. Quem ficou com o caderno? Um garoto lá que aproveitou a distração de Hiccup e Merida, pegou o caderno, pagou e foi embora. Resultado #2: Punzie e Anna viram uma mochila estilo “fofa” e começaram a brigar por causa da mochila. Resultado? A vendedora teve que ir numa livraria que era filial e pegar a mesma mochila. Anna ficou com a rosa e Punzie com a Lilás, ambas iguais, porém cores diferentes. Todos já tinham comprado tudo, exceto eu e o Jack que não tínhamos achado uma mochila.

–Olha, nós vamos comer sorvete e vocês vão procurar suas mochilas, ok? –Falou Punzie e antes que eu ou Jack pudéssemos responder, eles já tinham desparecido. Ficou um silêncio constrangedor entre nós, até que ele resolve quebrar o gelo.

–Então, de onde você e sua irmã vieram?

–Filadélfia.

–Sempre gostei de lá, já morei lá quando era pequeno, tipo quando tinha uns 5 anos. Sempre tive lembranças boas de lá.

–É, mas atualmente New York está bem melhor que lá! –Sorri e ele retribuiu.

Pov’s Jack

–Que tal irmos naquela livraria? –Ela apontou para uma à nossa frente.

–Vamos! –Infelizmente, nada de uma mochila legal, nem ela gostou de alguma ali. Voltamos a andar pelo enorme shopping.

–Posso fazer uma pergunta? –ela me pergunta e assinto. –Como você e os outros não conhecem os pais de seus amigos?

–Bom, é uma loucura, mas é que eles estão sempre viajando e não param em casa. Pelo menos, os meus pais, falam que quando eles voltarem para New York, as viagens irão diminuir, assim espero.

–Entendo. –ela começou. –Meus pais também trabalham com isso. Desde que eu e Anna nascemos, é raro ficarmos com eles, mas sempre que estão por perto nos dão atenção, são pais maravilhosos. –Ela sorri com o que diz.

–Alguém ficava cuidando de vocês? –Eu pergunto.

–Não, pela manhã ficávamos na escola ou creche e à tarde e noite fazíamos cursos, tipo dança, de instrumentos e para ser bilíngue. E você?

–Bom, quando era só eu, minha avó ficava comigo. Aí minha irmã nasceu, eu fazia alguns cursos e minha avó ficava com minha irmã, sabe, aquelas coisas de irmãos de ficar brigando toda hora, cansava minha avó.

–Você tem uma irmã? –Assenti. –Qual o nome dela?

–Emma. 13 anos. –respondi.

–E você fazia cursos de quê?

–Bom, desde pequeno tive um talento, cantar. Daí meus pais me colocaram em um curso para aperfeiçoar minha voz, fiquei lá até os 10 anos. E dos 10 aos 15 anos fiquei numa escolinha de esportes, lá era bem legal, foi lá que aprendi a dominar o skate e o basquete.

–Ainda vou ver você cantando e jogando basquete! –Ela sorriu.

–Claro que vai! Afinal agora somos amigos, certo?

–Certo! –Ela falou e fizemos um “toca aí”.

Ficamos conversando sobre as nossas vidas, sobre os micos que pagamos e coisas do tipo e finalmente achamos as nossas mochilas, encontramos os outros e fomos para casa, já eram 20:00. Convidei todos eles para jantarem na minha casa, afinal a vovó estava fazendo aquela lasanha, e meus amigos... Aquele bando de esfomiados, é claro que aceitaram!

–E agora, o momento esperado da noite! –Falou Hiccup chamando atenção de todos. –Elsa VS Jack, no jogo de luta! –Sim eu e a Elsa íamos finalmente competir. O jogo iniciou, as garotas torciam para Elsa e os garotos torciam para mim. Resultado? Empate!

–Ainda vou ganhar, Frost! –Disse Elsa, com aquela expressão desafiadora.

–Vai sonhando senhorita Arendelle. –Eu disse desafiando ela. Então imagine, aquelas cenas que tem dois xerifes, com aquelas botas, chapéus, a estrelinha na camisa com o palito de dente na boca, se encarando, naquelas cidades que eu esqueci o nome, e não tem ninguém lá além dos dois, e passa aquela palha rolando pelo chão, com aquela música de fundo... Imaginou? Então esses eram eu e Elsa nesse exato momento. Aí minha avó dá um grito lá da cozinha “Tá pronto moçada! Vem jantar!” E todo mundo saiu correndo, inclusive eu, como se fosse a última lasanha do mundo.

Todos jantaram, ajudaram a lavar a louça e foram para casa. Aí minha avó veio falar comigo.

–Seus amigos são tão educados, né querido? –Falou a vovó, “Sabe de nada inocente...” Pensei comigo. –Que bom que você anda com eles! São um exemplo! –Continuou ela, fala sério! Ela não viu como eles realmente são!

–É vó... eles aprenderam comigo, sabe?! –Dou um sorriso para ela.

–Danadinho! –Ela bagunça ainda mais meus cabelos... PRA QUÊ?! –E aquelas duas meninas? A branquinha e a ruiva?

–A Elsa e a Anna? –Ela assentiu. –São novas, moram nessa casa aqui do lado.

–Nossas vizinhas?- Eu assenti. –Que maravilha! Amei aquela branquinha, tão quietinha!

–É Elsa, vó! E não, ela não é tão quietinha!

–Ah danado! –Fala ela sorrindo. –Tá com ciúmes é?

–Eu? Eu sei que sou seu neto preferido! –Falo e abraço minha vó.

–Não é não! –Grita Emma lá da sala que está vendo televisão, e de repente o telefone do filme toca.

–Vocês não vão atender?! –Minha vó fala para mim e para Emma.

–Vó é na televisão! –Fala a Emma lá da sala.

–Nossa parece ser aqui em casa! Vou dormir, boa noite preciosos! –Fala minha vó me dando um beijo na testa (eu me abaixo para ela poder fazer isso) e ela vai até a sala e dá outro beijo na Emma e vai dormir.

–Emma bora dormir também!

–Mas mano, amanhã é domingo! –Reclama Emma.

–Mas nada! Vamos! –Ela me obedece e vai para o seu quarto e eu vou para o meu, antes de dormir vou para a minha varanda e indo para lá vejo que Elsa está na rede da varanda dela, lendo um livro.

Pov’s Elsa

Cheguei em casa e fui tomar banho e dormir, Anna fez o mesmo. Mas não conseguia pegar no sono, já era tarde. No meu quarto estava quente, então peguei um livro e fui para a minha rede que tem na varanda do meu quarto e fiquei lendo até dar sono.

–Hey! –Ouço alguém me chamar, e vejo Jack na varanda dele. Sorte que eu não botei meu pijama, eu estava apenas com um short de tecido, floreado e uma regata azul claro. –O que faz aí essa hora?

–Te pergunto o mesmo! –Falo sorrindo, descendo da rede e me escorando no para-peito da varanda.

–Vim pegar um ar, quarto muito quente! –ele aponta para o quarto e faz uma careta. E eu começo a rir.

–Que foi?

–Nada! Sua careta foi muito engraçada... Desculpe! –Falo me recuperando dos risos.

–Tudo bem... Gosta de ler? –ele aponta para o meu livro.

–Muito! Para mim ler é como se eu estivesse em outro universo... É como se vivesse outras histórias...

–Você deve ser boa em aula de literatura, acertei?

–Acertou! –Sorrio e ele retribui. –Sempre fui a que tira as maiores notas em literatura.

–Eu não sou muito bom com isso...

–É só pegar o jeito, não é um monstro de sete cabeças! –Faço uma careta e ele sorri. –Posso te ajudar... Se quiser é claro!

–Vou aceitar sua ajuda! –Ele dá um sorriso de lado. E começa a fitar a Lua, e eu também...

–É linda, né? –falei ainda fitando a Lua.

–Muito. –ele falou enquanto continuava fitando a Lua. –Às vezes tenho a impressão de que ela quer falar comigo, e penso comigo mesmo que é...

–...é só acreditar... –eu completo sua frase e ele para de fitar a Lua e olha para mim, eu faço o mesmo.

–Como? –ele pergunta incrédulo no que acabou de acontecer, mas isso não o impede de sorrir.

–Também penso assim, na verdade, sempre pensei assim! –Eu falo e nós sorrimos.

–Temos pensamentos bem parecidos... –ele fala.

–É... Bom, vamos dormir?

–Claro! Boa noite Elsa! –ele fala.

–Boa noite! –eu falo, entro e vou dormir, ele faz o mesmo.