Dean estava tendo um sono nada tranquilo quando Sam entrou no quarto, carregando uma sacola cheia de sanduiches e torta. O mais velho se debatia e suava enquanto dormia, emitindo alguns grunhidos indefinidos.

_ Dean... Dean! – Sam o chama balançando o corpo do irmão e ele acorda em um pulo, respirando fundo. – Dormiu bem? – ele pergunta sarcástico.

_ Como nunca! Lindos sonhos... – Dean responde suspirando, mas ao ver o olhar preocupado de Sam ele se levanta e vai em direção a sacola. – Trouxe torta?

_ Eu sempre trago. – Sam responde revirando os olhos. – Dean nós devíamos conversar sobre o que está acontecendo...

_ Não, não devíamos. - Dean diz cortando-o. – Nós devemos procurar algo para fazer... Algum trabalho?

_ Não ouvi nada alarmante, mas... – Sam diz levantando o dedo em sinal de espera e inclina o corpo pegando o notebook. – Eu achei uma coisa interessante olhando as noticias da região.

_ Geralmente, quando você diz isso, é um trabalho. – Dean comenta abrindo a embalagem da torta e dando uma colherada generosa. – O que é?

_ Uma cidade aqui perto... Beacon Hills. – Sam diz lentamente enquanto abria alguns arquivos de noticias. – Ela tem, digamos, um histórico bem interessante. Vários casos estranhos, desaparecimentos, mortes, assassinatos, e fenômenos meteorológicos suspeitos. – Sam vira o notebook para o lado do irmão que franze a testa com a colher na boca.

_ Entregador de cerveja decapitado. – Dean lê. – Frentista de porto encontrado em pedaços... Adolescentes encontrados mortos e amarrados em arvores...

_ E não são só as mortes em si. – Sam afirma. – Algumas delas tem características de sacrifícios. E muitos dos assassinatos foram cometidos em noite de lua cheia.

_ Lua cheia? – Dean repete. – Lobisomens?

_ Acredito que sim, um bando pelo menos. – Sam responde suspirando e puxando o notebook de volta. – A cidade também tem muitas ocorrências de ataques de animais, que nunca foram realmente resolvidos.

_ Beacon Hills... Eu conheço esse nome. – Dean diz lentamente e pensativo enquanto terminado sua torta.

_ Daqui. – Sam diz puxando a velha agenda do pai do casaco e abrindo no meio, retirando um papel de lá. – Aqui diz: “Beacon Hills, Hale, Gerard Argent.”

_ Argent...

_ Prata em Frances. – Sam diz batendo o dedo no papel. – Uma família conhecida por...

_ Caçar lobisomens. – Dean completa se animando. – Bem, acho que temos um trabalho. Como está o estoque de balas de prata?

_ Baixo. – Sam responde rindo. – Mas o estoque de balas de Wolfsbane está no máximo.

_ Ótimo. – Dean diz se levantando e pegando o casaco. – Vamos logo, se dermos sorte chegamos nessa cidade antes de anoitecer.

_ Animado, hm?

_ Só com vontade de chutar uns traseiros de lobo.

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Enquanto os dois iam para Beacon Hills Sam continuou pesquisando sobre os acontecimentos na cidade. Os casos estranhos não eram tão atuais, tinha mortes inexplicadas, desaparecimentos, e...

_ Uma casa inteira pegou fogo com a família dentro? – Dean diz alto sobrepondo o barulho da música. – Será que eram lobisomens?

_ Não dá para saber... – Sam diz levantando as sobrancelhas. – Mas adivinhe qual o nome da família?

_ Argent?

_ Hale. – Sam corrigiu mostrando o bilhete do pai. – Está bem aqui, antes do tal de Gerard.

_ Bom, já temos muito por onde começar.

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_ Parece uma cidade pacata. – Dean comenta assim que saí do carro, arrumando a gravata no pescoço. – Típica cidade cheia de coisas sobrenaturais.

_ Vamos. – Sam diz puxando o irmão para dentro da delegacia de polícia. O lugar não era grande mas parecia bem movimentado. – Bom dia... – ele diz para um dos policiais que estava ali. – Policial... Parrish.

_ Bom dia, do que precisam? – o policial disse simpático, porém Dean percebeu que ele escondeu um livro por baixo dos papéis na mesa.

_ Queriam dar uma palavrinha com seu xerife. – Sam responde rapidamente colocando a mão no paletó para pegar o distintivo de agente do F.B.I. mas antes que pudesse Dean segura sua mão e aponta para a porta da delegacia, de onde entrava um homem alto com um crachá no pescoço. – Nós... Somos... Repórtes.

_ Repórtes? – Parrish diz franzindo a testa. – E porque queriam falar com o xerife?

_ Nós somos reportes investigativos, e adoraríamos tirar umas dúvidas com seu xerife. – Dean afirma sorrindo.

_ Alguns problema Parrish? – o agente pergunta olhando desconfiado para os dois estranhos ali.

_ Não Agente McCall. Esses repórteres querem somente falar com o xerife.

_ E qual seria o assunto? – o Agente McCall pergunta estreitando os olhos e analisando os dois, especialmente Dean.

_ Tenho certeza que nada muito alarmante. Seremos breves. – Sam responde tranquilamente no momento que a porta do gabinete do xerife se abre.

_ O que está havendo aqui? – ele pergunta correndo os olhos pelos quatro ali. – McCall... Pensei que ia voltar só semana que vem.

_ Consegui voltar mais cedo, como vê. – a agente diz suspirando. – Tenho assuntos para resolver aqui.

_ Desde que não seja tentar roubar meu trabalho de novo. – o xerife diz dando de ombros e olhando para Sam e Dean. – E vocês são..?

_ Jon Holland e Matt Boner. – Sam responde recebendo um olhar do irmão por causa dos nomes horríveis. – Somos reportes e gostaríamos de falar com o senhor.

_ Claro, entrem. – O xerife diz abrindo espaço para eles entrarem.

_ Posso participar da conversa? – o Agente McCall pergunta em um tom que não parecia esperar realmente a resposta. O xerife e os outros entraram e ele se sentou na mesa respirando fundo e encarando os “repórteres”.

_ Muito bem, o que vocês querem saber? – o xerife pergunta direto.

_ Bom... Nós somos de uma revista meio desconhecida, a Supernatural Magazine. – Sam começa e recebe outro olhar “fala sério” de Dean. – E nós saímos pelo país procurando casos estranhos para escrever. Nós ouvimos falar de algumas coisas aqui em Beacon Hills.

_ Ouviram falar de coisas... – o xerife repete lentamente. – Que coisas?

_ O índice de assassinatos estranhos, por exemplo. – Dean diz dando de ombros. – Essa cidade já teve de tudo: Assassinato, suicídio, afogamento, decapitação, eletrização... uma massacre no hospital local de origem muito suspeita.

_ São assassinatos, que acontecem. – o xerife diz esquivo. – Nós investigamos todos esses casos senhor...

_ Jon Holland.

_ Holland. Eu não nego que nossa cidade seja bem... conturbada, para um lugar tão pequeno, mas não há nada estranho.

_ É claro, o que todos dizem. – Sam diz na sua melhor interpretação de repórter. – Mas que tal esse caso... a dois anos atrás. – ele tira alguns papéis do bolso. – Ouviram ataques na cidade, foi considerado ataque de puma mas... As fotos da câmera de segurança não captou bem um puma. – ele levanta a foto que mostrava uma figura escura andando em duas patas e saindo de uma locadora de filmes.

_ Era um puma, nós achamos o animal, e matamos quando ele invadiu a escola. – o xerife diz parecendo estar se controlando. – E, se me derem licença, eu preciso trabalhar em uma coisa. Se quiserem os arquivos de alguns casos fiquem a vontade mas, acreditem, não há nada sobrenatural aqui.

_ Obrigado xerife. – Sam diz se levantando a apertando a mão do xerife e do agente McCall que continuou em silencio.

_ É, muito obrigado Xerife.. Stiliusqui? – Dean diz em dúvida olhando para o nome na mesa.

_ Stilinski. – o xerife corrige sorrindo de volta e os dois irmãos dão a volta para sair da cabine dando de cara com um menino pálido que ia abrir a porta.

_ Opa, desculpa. – ele diz coçando a nuca e olhando para dentro da sala com uma expressão curiosa. – O que está acontecendo?

_ Nada de mais Stiles. – o xerife diz coçando a testa. – Só alguns repórteres.

_ Repórteres? Para que? – o menino pergunta encarando os dois com um olhar critico.

_ Eles procuram por coisas sobrenaturais. – o xerife diz em um tom diferente enquanto o menino assente lentamente, sem tirar os olhos dos dois a sua frente. Sam estava alisando algumas coisas no quadro de investigação que ficava atrás da mesa do gabinete, já Dean se perguntava porque o xerife estava falando tudo para um menino magricela e curioso.

_ Sobrenaturais? Tipo fantasmas, monstros, vampiros... lobisomens? – o menino indaga coçando o queixo. – Nunca vi nada de tipo na cidade.

_ É porque não olhou no lugar certo. – Dean diz dando uma piscadela. – Foi um prazer Agente McCall, Xerife Stilinski, e...

_ Stiles Stilinski. – o menino se apresenta.

_ Você é filho do xerife?- Dean pergunta retóricamente. – E seu nome é mesmo Stiles... Stilinski?

_ Algum problema? - Stiles pergunta ao ver o tom de riso do cara.

_ Nenhum.

_ Ótimo.

_ Ótimo. – Dean e Stiles se encaram com os olhos estreitos até Sam puxar o braço do irmão.

_ Nós já vamos, até mais. – os dois saíram apressados da delegacia dando um aceno para o sargento Parrish e entraram no carro.

_ Então..? – Dean pergunta ligando o carro e indo para o motel.

_ Eles sabem de algo. – Sam diz.

_ Ah, eles com certeza sabem de algo... – Dean concorda. – E que raio de nome é Stiles?