Procura-se Namorado Para Granger escrita por they call me hell


Capítulo 4
Um Jantar Weasley


Notas iniciais do capítulo

Comecei a escrever "Hogwarts, Uma História"! Leiam aqui:
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— 4 —

UM JANTAR WEASLEY

Quando a sexta-feira chegou outra vez, o sorriso no rosto de Molly quase ia de uma orelha a outra. Se havia uma coisa que lhe deprimia nos últimos tempos era o vazio da casa durante a semana. Com o crescimento dos seus meninos, a casa perdera as vozes, as bagunças e, em suma, tudo aquilo que lhe dava vida. Apenas Gina continuava ali como a menina fiel que era, mas logo iria ter o desejo de criar suas asas e, também por esse motivo, é que os Weasley mais velhos convidaram Harry para passar uma temporada consigo.

Após o atraso de Fred e George – que haviam dado duas desculpas diferentes: a lerdeza de George para preparar o estoque no fim do dia e a falta de organização de Fred que lhe impedia de encontrar suas meias –, todos se reuniram pela casa, relembrando os tempos da adolescência. No sofá da sala, Molly e Arthur discutiam sobre quão rebeldes estavam os gnomos em seu jardim, que, a essa altura, já começavam a tampar seus buracos para aproveitar a próxima estação.

Absorto em idéias, Harry mal percebeu quando George se aproximou sorrateiramente e puxou uma cadeira ao seu lado, na mesa da cozinha. Havia um riso malicioso em si e isso deixou o moreno apreensivo.

— Há alguma comida em especial que não devo provar?

George pensou por um minuto.

— Já que perguntou, fuja do caldo de galinha. É o prato especial do Roniquinho, então o temperamos especialmente para ele.

Harry riu.

— Ficarei longe, obrigado.

— Mas vamos aos negócios, Harry – George se endireitou na cadeira, olhando para os lados para certificar-se de que Fred não estava por perto. Só Merlin sabia onde é que ele se enfiara, afinal de contas. – E a minha garota?

Potter quase engasgou ao ouvir aquilo. Falara com Hermione brevemente, mas não conseguira desenrolar o assunto muito bem, visto que a amiga estava tão entretida nos assuntos do casamento ao lado de Gina.

— Tudo certo – ele mentiu. Que Morgana o ajudasse a escapar dessa com sucesso.

— E então...?

— Bem, ela ficou muito... feliz. Sim, muito feliz em saber que você está disposto a sair amigavelmente com ela.

Na verdade, Harry apenas começara a falar sobre uma cafeteria na Alameda das Varinhas e escutara a aprovação de Hermione, que gostava muito do lugar e desejava ir até lá outra vez. Isso já deveria ser algo.

— Amigavelmente? – George fez uma careta. – Ora Harry, achei que ela fosse solteira!

— Ela é – riu. – Porém, não é uma moça que se entregue facilmente. Que Gina não me escute, mas sabemos que as desse tipo são as melhores.

— Concordo – George sorriu satisfeito. A cada descrição dada por Harry, somado a todo o mistério de ainda não saber de quem se tratava, só ficava ainda mais ansioso. – E onde nos encontraremos, afinal de contas?

— Em uma cafeteria na Alameda das Varinhas – ele começou a dizer, mas logo foi interrompido por George.

— A dos Smith? – questionou o ruivo, recebendo um sinal positivo do cunhado. – Uma boa escolha, ainda que eu esperasse algo mais... noturno.

— Vá com calma, George – ele riu outra vez. – Você pode achar que não parece tão bom quanto na verdade é, em um primeiro momento, mas sei que ela pode te surpreender se tiver um pouco de paciência.

George ponderou, vendo que o amigo estava certo.

— A propósito, encontre-a no Ministério às onze horas. Ela estará te esperando.

* * *

Do lado de fora, mais especificamente na entrada da cada dos Weasley, Gina apreciava o ar fresco e o céu recheado de estrelas. Ainda havia algum tempo até a pontual ceia de Molly, então não precisava se apressar. Harry estava conversando com George, como ela percebera ao procurá-lo, e simplesmente não queria atrapalhar o tempo de descontração que poderiam estar tendo juntos. Por mais que Gina tivesse um jeito moleca por ter crescido entre tantos irmãos e fosse uma jogadora profissional de quadribol, além de correspondente do Profeta Diário na sessão de esportes mágicos, havia coisas que os homens apenas se entretinham ao conversar com outros homens, por mais que uma mulher pudesse fazê-lo tão bem quanto.

Absorta com a visão tão bonita acima de si, Gina apenas desviou o olhar para outra coisa quando Fred parou ao seu lado, apoiando o corpo esguio no batente da porta.

— Onde está a sua sombra? – ele provocou, referindo-se a Harry.

Gina não se deixou abalar, entretanto.

— Está conversando com a sua na cozinha – revidou ela.

Fred teve que lidar com o fato de que sua irmãzinha estava ficando boa naquilo.

— George não é minha sombra, é apenas um reflexo menos bonito e menos inteligente de mim – ele debochou.

— Certo, certo – Gina riu. Olhando para Fred ela se lembrou do recado que mandara a ele, sem resposta. – Recebeu minha coruja?

— Recebi e não a respondi justamente por saber que nos veríamos aqui hoje – resumiu. – O que eu devo fazer, a propósito?

O olhar de Gina brilhou como as estrelas lá no alto ao ver que seu irmão realmente faria qualquer favor que pedisse, referente ao casamento. Que isso fosse um plano dela para aproximar Fred e Hermione era apenas um detalhe que nenhum dos dois precisava saber. O plano era fazê-los passar um bom tempo juntos e retirar disso as impressões que eles tinham um do outro. Se começassem a se evitar ou enjoassem de se ver ocasionalmente, então não serviriam para formar um casal, porém, Gina apostava todas as suas fichas na hipótese de se conhecerem melhor e passarem a se apreciar mutuamente.

— Amanhã terei um treino importante, portanto não poderei acompanhar Hermione ao Buffet. Agora que acertamos o local e a data, preciso que a acompanhe ao restaurante para provar o menu que o restaurante criou especialmente para o casamento e que diga a ela o que achou.

Fred pensou a respeito antes de se pronunciar outra vez.

— Apenas isso?

— Apenas isso.

Ele gargalhou, começando a gostar dessa coisa de ajudar com casamentos.

— Se tudo o que tenho que fazer é comer e dizer a Hermione se gostei, considere-me de acordo – ele disse. – A que horas devo encontrá-la no Abóbora de Ouro?

— Às onze horas. Na casa dela.

Fred mudou sua expressão repentinamente, franzindo o cenho.

— Mas o restaurante não é perto da loja?

Gina revirou os olhos. Pelo visto, homens românticos, cuidadosos e preocupados como seu Harry estavam em extinção no planeta.

— Sim, é a apenas uma quadra da loja. Porém, você passará na frente e andará mais um pouco até chegar na casa de Hermione para buscá-la como a dama que ela é – Gina o advertiu como Molly provavelmente também o teria feito. – Se você for um menino inteligente, poderá até mesmo aparatar para economizar os passos, veja só que ótimo!

— Hermione não liga para essas coisas, Gina. Ela não vai se importar com a minha roupa ou com a forma como nós nos encontraremos para provar esse bendito menu do seu casamento.

Isso era um ponto positivo, ela notou. Hermione realmente já estava tão acostumada com a presença de Fred que não se importaria com detalhes fúteis, mas é claro que uma boa apresentação poderia fazer toda e qualquer diferença. Principalmente na atual situação.

— Hermione pode não se preocupar em ser tratada como uma dama, mas eu me preocupo com isso. Você me deve um favor Fred e não será nenhum sacrifício tratá-la um pouco melhor do que já a trata.

O ruivo rolou os olhos pelas órbitas.

— Tudo bem, Gina. Farei isso.

Ela expressou sua sensação de vitória no rosto sardento.

Com o encontro secreto combinado, uma vez que Gina já avisara Hermione sobre o lugar e o horário, não havia mais com o que se preocupar por hora. Até porque Fred não era casado como Draco Malfoy.

— Mamãe diz que eles se gostam, você também acha?

Ouvindo a frase do irmão, Gina seguiu o olhar dele até a grande árvore do outro lado do quintal, onde Hermione e Ron estavam sentados nos dois balanços de madeira. Gina podia se lembrar do dia em que seu pai resolvera instalá-los do jeito trouxa, com pregos e martelo, o que resultou em um polegar roxamente inchado e uma Molly esbravejando sobre o descuido enquanto terminava o serviço com sua varinha.

Tirando esse fato cômico e apegando-se ao presente, era impossível entender de fato o que se passava entre Ron e Hermione. Gina sabia que nos tempos de escola eles haviam se beijado uma vez e que, segundo Harry, ela sentira ciúmes dele com Lilá tanto quanto ele sentira ciúmes dela com Viktor Krum. Porém, qualquer coisa além disso era um grande mistério.

— São apenas bons amigos – Gina disse, não querendo confessar a Fred que eles já haviam se beijado, pois ele não sabia. Poderia ser passado, mas ter o conhecimento disso atrapalharia todos os planos futuros. – Hermione gosta de Ron da mesma forma que eu gosto dele: como um irmão.

Fred balançou a cabeça positivamente.

— Também acho. Hermione convive com o Ron há tempo... e ela reclama dos defeitos dele do mesmo jeito que nós fazemos. São amigos demais, isso não pode ser amor.

— Isso é uma pena, de certa forma, pois Hermione, tal como você e George, também precisa de amor.

Antes que Fred pudesse dizer qualquer coisa, por mais que nem ele soubesse de fato o que diria, Molly gritou para todos tomarem seus lugares a mesa. Gina entrou na casa imediatamente, mas o ruivo continuou parado em seu lugar por mais alguns instantes, vendo Ron e Hermione rirem de seus balanços ao se levantarem. Gina estava certa, por mais que Fred não gostasse de pensar, tampouco assumir, esse tipo de coisa. Ele realmente precisava de amor.

* * *

Quando Ron disse a Hermione que gostaria de conversar, ela pôde perceber nitidamente o nervosismo que havia nele. Já conhecia Ron suficientemente bem, depois de todos esses anos de convivência e amizade. Como amigos, eles haviam sido transparentes um com o outro em todos os momentos e isso tornava tudo ainda mais claro e sincero. Assim, a escolha dos balanços garantia alguma privacidade para o que quer que fosse.

— Eu precisava conversar sobre isso, Mione – ele começou, encarando os próprios pés. – É uma situação um pouco desconfortável para mim, na verdade, mas sei que você vai me entender.

Um arrepio percorreu a espinha da grifa por um momento. Milhões de hipóteses percorreram a sua mente.

— Não sei por qual razão quer conversar sobre o que aconteceu entre nós, Ron, mas eu estou aqui para te ouvir.

Ele deu um sorriso divertido para ela.

— Bem, não era exatamente sobre isso... mas creio que também já tenha passado da hora de falarmos sobre esse assunto.

O silêncio tomou conta de ambos momentaneamente. Hermione continuava se questionando sobre o por que daquilo, além de saber então que havia outro assunto povoando a mente de Ron. E ele, tampouco sabendo como começar aquele novo tema, ainda mais difícil do que o primeiro.

— Sabe Hermione, houve um tempo em que eu era totalmente apaixonado por você e fazia questão de irritá-la por isso. Gostava de ter a sua atenção. Infelizmente, eu cresci tendo meus irmãos como exemplo e essa é a nossa forma de mostrar nossos sentimentos quando gostamos muito de alguém.

Hermione retribuiu o sorriso dele, emocionada pela confissão.

— Eu também fui apaixonada por você, Ron. Acho que desde a nossa infância, mas apenas fui perceber isso quando te vi com outra pessoa. Foi como se tivesse dado conta de que nunca seria. Eu e você.

— Foi mesmo?

Ela concordou com um gesto.

— Aquele beijo... não foi o lugar nem o momento mais propício, mas respondeu todas as dúvidas que eu tinha na minha cabeça até acontecer. Mas eu tinha outras tantas dúvidas, sobre outras tantas coisas, e isso estragou tudo.

— Eu entendo. Sinto o mesmo – Ron suspirou. – Eu estava com tanto medo de perder minha família e a minha própria vida que não conseguiria ter administrado isso, por mais que pudesse me dar o conforto e a força que eu tanto precisava.

Hermione então tocou os pés no chão com um pouco mais de força e começou a se balançar lentamente. Um mundo de opções, de diferentes finais, se passava diante dos seus olhos.

— CRIANÇAS, O JANTAR ESTÁ NA MESA! – a voz de Molly ecoou, chegando de forma audível até mesmo onde Ron e Hermione estavam.

Eles olharam um para o outro – desconfortáveis, mas ao mesmo tempo aliviados –, e riram. O outro assunto, e o resto deste, teriam que esperar.


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Notas finais do capítulo

Ih, será que o Ron também vai entrar na jogada? aiai.



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