Pov. Pietro.

Ainda não sei como entrei na onda da minha mãe e aceitei pegar as aulas do professor de educação física que precisou tirar licença para fazer uma cirurgia, mas mesmo não sendo exatamente um professor eu tenho formação e preciso de distração e o que melhor do que um bando de adolescentes chatos para me distrair.

Cheguei na escola meia hora antes do sinal bater, minha mãe me empurrou para uma sala cheia de professores a maioria mulheres e velhas, nem pra ter uma professora gata por aqui, fiquei no meu canto enquanto eles conversavam sobre matérias e alunos, papos nem um pouco interessante.

Logo nas primeiras aulas peguei duas salas do 7 e uma do 8 ano, quando digo que adolescentes podem ser irritantes não imaginava que fossem tanto assim, felizmente eu posso pular o almoço com os professores de verdade e ficar observando nostalgicamente os alunos durante o intervalo, essa escola era bem típica, cheia de grupinhos isso é tão clichê, os nerds ficavam em um canto, perto dos "normais", depois tinha um grupo de góticos e outro de hipps, depois os atletas e as populares lideres de torcida e os esquisitos, serio passe o tempo que for escola será sempre escola.

– você è o novo professor de educação física? - um rapaz que deveria ser do time de futebol pergunta.

– sim, temporariamente.

– eu sou David capitão do time. - diz estendendo a mão.

– Pietro.

– oh merda. - murmura quando vê uma garota morena, provavelmente popular, discutindo com uma de óculos fundo se garrafa, potencialmente uma nerd.

Só o que faltava esse era o pior tipo das escolas, as garotas que se acham superior Angel sempre se metia em brigas com esse tipo de garota, merda por que sempre tenho que relacionar tudo a Angel, felizmente o sinal bateu e me dispersou de meus pensamentos, segui de volta pra quadra agora seria aula com último ano, espero que eles sejam mais fácil de lidar.

– oi. - uma garota com cara de tarada diz entrando na quadra. - até que enfim me ouviram e trouxeram um professor gato. - não sei se fico lisonjeado ou com medo.

– cala a boca Pâmela pare de ser ridícula. - outra garota a repreende e agradeço mentalmente.

– bem então, eu sou o Pietro e até segunda ordem professor de educação física de vocês. - aviso reunindo todos. - agora se aqueçam montem dois times vamos jogar vôlei. - declaro.

– é professor. - uma aluna me chama timidamente apontando para o portão da quadra.

– vou abrir para os atrazadinhos. - sigo até o portão onde o tal David e garota que destratava outra no intervalo estavam, mereço. - que bom que decidiram participar da aula. - sorrio sarcasticamente.

– foi mal eu e a Emma estávamos conversando. - David diz sugestivamente.


– tá agora vão formar os times para jogar vôlei. - mando.

– de jeito nenhum vai quebrar minhas unhas e me recuso a jogar com essas estranhas. - a tal de Emma diz fazendo cara de nojo.

– então pode sair. - digo serio, não gostei da garota desde o primeiro instante não seria obrigado a aturar. - se além de chegar atrasada não vai participar e vai destratar suas colegas pode sair. - abro o portão e a garota apenas revira os olhos indo com os outros.

Sò o que me falta ter que aturar adolescentes e suas crises, depois de formar dois times, um formado pelos "populares" e outro com os "excluídos", típico, como faltou um jogador no time dos "excluídos" tive que me juntar ao time deles

– David pra esse time, e você pro outro. - mando apontando para a garota nerd que a tal de Emma não gosta.

Se eu teria que ficar com os nerds o capitão do time de futebol também ficaria e também queria fazer a garota mimada ter de trabalhar em equipe com a nerd, preciso parar de rotular os alunos isso não é legal.

Montamos os times mesmo com protestos dos dois lados, bom pelo menos os "nerds" eram melhores que os "populares" e estávamos ganhando.

– cuidado. - a garota nerd grita empurrando Emma pra longe.

– sua louca por que fez isso? - Emma grita tentando levantar, mas não conseguindo por o pé no chão. - o que aconteceu com o meu pé? - grita pra mim.

– deixe eu ver. - peço me abaixando ao lado dela. - quebrar não quebrou, você deve ter torcido, David leva ela pra enfermaria, vou dispensar o pessoal e já vou pra lá. - peço.

– você fez de proposito, você sabia o que meu pé me custaria hoje, você me paga por isso. - Emma grita ainda chorando.

– eu não fiz por mal, eu só não enxergo sem meus óculos. - a nerd retruca.

– sua cretina vaga...

– okay, vamos esclarecer uma coisa. - grito interrompendo a discussão delas. - acidentes acontecem, isso não è motivo para você destratar sua colega, não importa se machucar o pé te custe ir ao shopping ou encontro com o namorado, não vou aceitar que desconte suas frustrações nos outros. - advirto-a - agora vão.

Serio isso vai ser pior do que eu imaginava, ser professor é uma coisa agora baba de crianças mimadas é outra e não faz parte do acordo, dispensei o pessoal, guardei a bola e segui para enfermaria, por que, segundo minha mãe eu sou a responsável pelos alunos no horário de aula, ótimo.

– eu sinto muito que vá perder a apresentação hoje. - ouço David dizendo quando me a próximo.

– eu também, você sabe o quanto ensaiei, mas tudo bem pelo menos vou poder ver as garotas se apresentarem. - okay agora acho que peguei pesado com o lance de "não me importo se machucar seu pé lhe custe".

– então o que aconteceu? - pergunto entrando na enfermaria.

– nada que lhe importe. - Emma diz revirando os olhos. - babaca.

– eu sei que peguei pesado com o lance "do não me importo se machucar seu pé vá te custar", mas ainda sou seu professor e me deve respeito. - advirto.

– é só uma luxação, nada grave felizmente. - David avisa.

– que bom, já ligaram para os seus pais?

– meu pai ta viajando em negócios e sinceramente prefiro ficar na escola ao ter que pedir para minha madrasta vir me buscar. - responde contrariada.

– sem problemas. - faço sinal de rendição. - bom melhoras com o pé e tchau pra vocês. - aceno.

– tchau babaca.

– eu ouvi isso. - digo voltando um pouco.

– se eu não quisesse que ouvisse sussurrava. - diz arqueando a sobrancelha.

Finalmente eu poderia ir embora, pelo visto esse lance de dar aulas daria mais trabalho do que eu esperava, e com certeza seria mais cansativo também, esses adolescentes tem mais energia do que eu esperava.