POV ANGIE
        Logo que entramos pela porta da frente, meu olhar se voltou para as pessoas que estavam sentadas na sala. Todos estavam conversando. Pablo, Brenda e Vilu estavam sentados em um sofá e no outro estavam Leon, Ludmila e Federico.

Depois que German fechou a porta, ao ouvirem o barulho da porta ser fechada, todos colocaram o olhar em nós.

Caminhamos até eles.

VILU: Tia, como você está? — Perguntou preocupada.

Violetta, Ludmila, Pablo e Brenda, pelo que German havia me dito, estavam na sala de espera. Mas como eu teria de permanecer por mais algum tempo no hospital, ele mandou que eles fossem para casa. Me senti muito querida ao saber disso. Fiquei feliz em ver todos eles ali.

Os únicos que não estavam ali, eram Olga e Ramalho, que estavam em Lua de Mel. O casamento deles foi semana passada. A cerimônia foi bem simples, mas muito linda, no entanto que me emocionei demais. Já estava sentindo a falta dos dois.

ANGIE: Estou bem. — Afirmei.

VILU: Fiquei muito preocupada, tia. Eu teria ficado no hospital até você receber alta, mas papai nos mandou para casa. — Explicou.

LUDMILA: É, você nos deu um grande susto. — Disse, parando ao lado de Violetta.

ANGIE: Eu sei, meninas. Não queria preocupar ninguém.

Sem que eu esperasse, as meninas me abraçaram, uma de cada lado. Eu amava as duas. Eram como se fossem minhas filhas.

Depois de termos desfeito o abraço, eu e German nos sentamos com os outros e começamos a conversar sobre assuntos aleatórios.

Em algum momento, quando voltamos a tocar no assunto bebê, German e eu nos entreolhamos. Estava na hora de contar a novidade para todos.

Violetta, percebendo nossa troca de olhar, me lançou um olhar interrogativo. Em resposta, apenas sorri, o que deixou Violetta mais confusa do que antes.

GERMAN: Pessoal, eu e Angie queremos contar uma novidade para vocês. — Anunciou, conseguindo a atenção de todos.

VILU: Novidade? — Interrogou.

GERMAN: Sim, filha. É isso mesmo. Temos uma novidade.

VILU: E qual é?

ANGIE: Hoje, enquanto eu ainda estava no hospital, fiz um ultrassom.

VILU: E…? — Me incentivou a continuar.

Senti a mão de German se envolvendo com a minha. Ele também estava me incentivando. Antes de eu voltar a falar, ele me lançou um sorriso encorajador.

ANGIE: E esse ultrassom, identificou que não estou grávida apenas de um bebê. Estou esperando gêmeos. Uma menina e um menino. — Revelei.

Todos na sala ficaram surpresos e felizes.

VILU: Não acredito que vou ter um irmãozinho também. — Disse e me abraçou.

Ficamos abraçadas por mais alguns segundos e depois Violetta correu para os braços do pai e o abraçou também.

FREDE: Aleluia! Vamos ter mais homens na casa. — Comemorou.

LEON: Já estava na hora. — Falou, concordando com Federico.

BRENDA: Parabéns, Angie. Agora vou ter mais um bebê para mimar. — Disse, me puxando para um abraço.

Todos parabenizaram eu e German. Perdi a conta de quantos abraços eu já tinha recebido naquele dia. Adorei compartilhar aquele momento com pessoas que eu amava tanto.

Para comemorar pedimos pizza e jantamos juntos, como uma família grande e feliz.

Depois do jantar fomos para sala e começamos a conversar.

Comecei a me sentir um pouco cansada. Então, me despedi de todos e fui até o meu quarto, acompanhada por German.

Chegando no quarto, sentei na cama e German sentou de frente para mim.

GERMAN: Se sente muito cansada? — Perguntou.

ANGIE: Só um pouco. — Respondi.

GERMAN: Acho que de agora em diante é melhor você aceitar a proposta que o Pablo te fez. 

Há algumas semanas atrás, Pablo havia proposto que eu tirasse mais folgas e saísse mais cedo devido ao cansaço que a gravidez estava causando em mim. German adorou a idéia e Brenda deu total apoio. Mas o que German, Pablo e Brenda não entendiam era que: Eu estava grávida e não doente. Entendia a preocupação deles mas eu estava me sentindo muito melhor ultimamente e disposta a trabalhar.

ANGIE: German, eu estou grávida. Não doente. Eu posso trabalhar normalmente.

GERMAN: Angie, eu entendo que você adora o seu trabalho, mas você tem que parar de ser teimosa e aceitar o que o Pablo disse.

ANGIE: Eu estou bem, German. Por enquanto, eu não acho que isso seja preciso.

GERMAN: Sair mais cedo do Studio e tirar mais folgas durante a semana, não seria nada ruim. Não estou pedindo para você parar de trabalhar, só que descanse.

ANGIE: Eu sei, mas eu gosto de passar meu tempo no Studio.

German soltou um suspiro cansado.

GERMAN: Se você quisesse, você não precisava nem mais trabalhar durante a gravidez. Você sabe disso.

ANGIE: Também sei disso, mas você sabe que eu gosto de trabalhar. Eu me sentiria muito entediada se ficasse todos os dias em casa, sem fazer nada. E eu duvido que a Olga me deixaria ajudar ela, para mim ter algo o que fazer. — Expliquei.

Não era a primeira vez que German sugerira que eu parasse de trabalhar. Eu sabia que isso não seria problema para ele. Mas eu adorava trabalhar no Studio e gostava de poder ser útil em algo. Nunca conseguiria me ver não fazendo nada o dia inteiro. Ficaria muito entediada.

GERMAN: Tudo bem, não quero te forçar a nada. Mas me prometa que pelo menos vai pensar sobre isso.

ANGIE: Tá bom. Eu prometo que vou pensar nisso. 

GERMAN: Promete mesmo? — Perguntou, confirmando.

ANGIE: Prometo. — Repeti.

Ao ouvir isso, German sorriu para mim, como se eu tivesse aceitado a proposta.

ANGIE: Ter prometido pensar, não quer dizer que vou aceitar.

GERMAN: Entendo, mas já é um bom começo você ter dito que vai pensar. — Falou, ainda sorrindo.

Sorri também. German sabia ser muito insistente quando queria.

Antes que pudesse dizer alguma outra coisa, alguém bateu na porta.

German se levantou, deu um beijo em minha testa e foi atender a porta.

Quando German abriu a porta pude ver quem estava batendo. Pablo e Brenda estavam ali, parados em frente a porta. Sorri ao ver que suas mãos estavam unidas.

PABLO: Desculpe interromper, mas gostaríamos de conversar com vocês.

GERMAN: Tudo bem. Entrem. — German falou, abrindo espaço para que Brenda e Pablo passassem.

Os dois entraram e ficaram de pé um ao lado do outro, ainda de mãos dadas.

German fechou a porta e se sentou na poltrona do quarto.

ANGIE: Sentem-se. — Pedi.

Os dois se sentaram na cama.

ANGIE: E então, sobre o que querem conversar? — Perguntei, começando a ficar curiosa.

BRENDA: Temos que contar uma coisa que descobrimos alguns dias atrás.

ANGIE: E o que é? — Quis saber, ansiosa.

BRENDA: Estou grávida. — Falou, com os olhos verdes brilhando de alegria.

Fiquei muito feliz em saber que Brenda estava grávida. Ela e Pablo mereciam. Já tinham uns oito meses de casados e eram muito felizes. Poderia afirmar que o casamento deles foi o mais lindo que eu havia presenciado, tirando o meu casamento, claro. Devo ter sido a madrinha mais chorona da história dos casamentos.

Meus olhos se encheram de lágrimas com a notícia. Meus melhores amigos seriam pais. Pais maravilhosos, eu tinha certeza.

Levantei da cama, juntamente com Brenda, e nos abraçamos.

ANGIE: Parabéns, Brenda. — Falei durante o abraço.

Começamos a chorar juntas. Era muito emocionante saber que sua melhor amiga também seria mãe. Fiquei tão feliz por ela. Ela e Pablo tinham reencontrado o amor. Um no outro. E agora seguiriam para uma nova etapa de suas vidas. Igual a mim e German.

Quando nosso abraço se desfez, olhei para German, que estava parabenizando Pablo.

Fui até Pablo e o abracei, parabenizando-o. German fez o mesmo com Brenda.

ANGIE: Estou tão feliz por saber que a minha melhor amiga vai ser mãe também. — Falei emocionada, olhando na direção de Brenda.

BRENDA: Eu também não consigo acreditar. — Concordou, emocionada igual a mim.

Eu e Brenda demos outro abraço. E choramos novamente. Eu estava emotiva demais, devido a gravidez. Mesmo que eu não estivesse grávida ainda assim choraria, mas os hormônios da gravidez estavam contribuindo e muito com todas aquelas lágrimas.

GERMAN E PABLO: Vocês estão bem? — Perguntaram em uníssono, soando preocupados.

Se bem, que até eu ficaria preocupada se estivesse no lugar deles. Duas grávidas chorando quase compulsivamente devia ser mesmo preocupante.

Desfizemos o abraço.

BRENDA: Estamos bem. — Confortou os dois.

PABLO: Vocês já estavam me assustando. — Confessou.

GERMAN: É melhor você começar a se acostumar. É normal elas ficarem emotivas durante a gravidez.

ANGIE: É que não é todo dia que você descobre que sua melhor amiga esta grávida também. — Disse, limpando meu rosto manchado pelas lágrimas com a palma das mãos.

BRENDA: Se vocês fossem mulheres, entenderiam porque ficamos assim. — Explicou.

Brenda voltou a se sentar na cama e Pablo sentou-se novamente ao seu lado na cama. Eu me levantei da cama e me sentei ao lado de German na poltrona, que ainda bem, servia nós dois. Ele passou o braço pelos meus ombros, me aninhando mais para perto dele.

PABLO: Nós também queríamos pedir uma coisa a vocês.

GERMAN: Claro, podem falar.

Brenda deu uma olhada rápida para Pablo, igualzinha a que eu havia dado para German uma hora antes, quando revelei que teríamos gêmeos.

BRENDA: Sei que o bebê ainda é muito pequeno e sei que podemos estar soando apressados mas gostaríamos que vocês dois fossem seus padrinhos. — Confessou, sorrindo.

PABLO: Vocês aceitam? — Perguntou apreensivo com nossa resposta.

GERMANGIE: Claro! — Respondemos em uníssono.

Eu já estava começando a me emocionar excessivamente de novo, mas dessa vez tive que me controlar. Saber que Brenda estava grávida já tinha me deixado super feliz e ela e Pablo quererem que eu e German fossemos padrinhos do seu bebê duplicou minha alegria.

BRENDA: Fico muito feliz que tenham aceitado.

ANGIE: E como nos iríamos negar?!

GERMAN: Nos também estávamos pensando nisso.

Eu e German já tínhamos combinado de pedir a Brenda e Pablo para serem os padrinhos dos bebês. E esse era o momento exato para pedir-lhes isso também.

ANGIE: Nós também queremos que vocês sejam os padrinhos dos nossos bebês.

PABLO E BRENDA: Nós aceitamos. — Falaram juntos.

ANGIE: Obrigada por aceitarem. — Agradeci.

BRENDA: Obrigada a vocês também.

Me levantei, abracei Brenda e depois Pablo. German fez o mesmo.

Conversamos mais um pouco sobre as novidades que recebemos hoje.

BRENDA: Acho que está na hora de irmos. — Falou olhando para Pablo.

GERMAN: Fiquem mais um pouco.

PABLO: Gostaríamos de ficar mais um pouco, mas já está ficando tarde. E você precisa descansar, Angie.

ANGIE: Estou bem, não estou exausta.

BRENDA: Precisamos ir mesmo. Temos que passar no Studio e ver se a festa está ocorrendo bem.

GERMAN: Tudo bem, mas venham mais vezes. — Convidou.

PABLO: Pode deixar que viremos sim.

Nos despedimos e Pablo e Brenda foram embora.

Queria muito poder fucar a sós com Brenda para nós conversarmos. Mas eu marcaria um dia dessa semana para gente passar juntas.

German me puxou para o seu colo e eu aceitei de bom grado. Começamos a conversar. Minha cabeça estava encostada no peito de German e enquanto falava com ele, fiquei brincando com os botões da sua camisa. E ele por sua vez, estava massageando minha mão livre. Vez ou outra ele depositava um beijo em minha cabeça.

Meus olhos começaram a pesar. Bocejei.

Senti German passar os braços pelas minhas costas e pernas. Ele se levantou comigo no colo, deu alguns passos e me colocou delicadamente na cama.

German deu a volta e deitou ao meu lado.

German puxou a coberta por cima de nós e me abraçou.

E assim dormimos pelo resto da noite.

                          (...)