ANGIE: Tudo bem, então. — Ela falou enquanto subia os degraus. German a seguiu e ficou bem ao lado dela.

ANGIE: Sabe, esse lugar me faz tão bem. Me sinto perto da Maria aqui. — Falou, sorrindo ao olhar para as roupas e objetos que eram da irmã.

GERMAN: É, eu sinto a mesma coisa. — Concordou. — Não sei porque eu quis esconder esse lugar da Violetta por tanto tempo. — Respondeu olhando ao redor.

ANGIE: É verdade. Eu entendo que você não queria que a Violetta sofresse, mas acho que foi muito bom pra ela descobrir esse lugar. Fez muito bem a ela.

GERMAN: É, mas ainda me sinto culpado por ter escondido isso dela. Ela merecia saber. — Falou com pesar. Ele sabia que fora muito errado afastar Violetta de tudo o que estava relacionado à Maria, mas ele não queria vê-la tendo que lidar com toda a dor que ele tinha que conviver dia após dia. E afastá-la foi a solução.

ANGIE: Ela já te perdoou, não precisa ficar assim. — Ela se aproximou e colocou suas mãos sobre as dele. Ela não queria que ele se culpasse por algo que não tinha sido totalmente culpa dele. Ela conseguia entender que o luto e a dor foram o que fizeram que ele tomasse algumas decisões ruins.

GERMAN: Sim, mas e você Angie? Você me perdoa por ter levado a Violetta pra longe de você e da Angélica? — Pediu, olhando bem nos olhos dela. Ele estava arrependido e queria que ela soubesse o quanto. Mas acima de tudo ele queria que ela o perdoasse, não queria conviver com mais essa culpa de saber o quanto magoou Angie por afastá-la da sobrinha.

ANGIE: Eu já te perdoei German, a partir do momento que eu compreendi que tudo o que você fazia pela Vilu era por amor e para evitar que ela sofresse. A partir desse momento eu não poderia mais culpá-lo por agir assim. — Falou ao entrelaçar os seus dedos nos dele e dar um aperto de leve. Ela queria que ele soubesse que ela já não tinha mais o que perdoar.

Ela se aproximou mais dele e o abraçou. E ele, por sua vez, passou os braços ao redor dela.

GERMAN: Obrigada, Angie. — Agradeceu, enquanto brincava com os cachos sedosos de Angie.

ANGIE: Obrigada? Mas pelo que você está me agradecendo? — Perguntou se virando para poder olhá-lo melhor.

German olhou para ela e pensou em dizer: "Por você existir", mas acabou desistindo por medo da reação dela. Mas ao invés disso ele disse:

GERMAN: Por me ajudar a ser um bom pai pra Violetta e por ter transformado a vida de cada um nessa casa. — A forma como ele dissera a frase foi tão doce e tão verdadeira, que Angie sentiu os olhos marejarem.

ANGIE: Mas você não precisa da minha ajuda para isso, German. Você é um bom pai. Apesar de não ter tido a ajuda da Maria pra criar a Vilu. E foram vocês que mudaram a minha vida. — Ela sorriu, os olhos brilhando.

Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Angie ao olhar para a decoração, falou:

ANGIE: Você reparou nessa decoração? — Perguntou enquanto observava que tinham corações espalhados por todo lado e também algumas bexigas que tinham o formato de coração. Ela reparou que Violetta tinha até mesmo afastado os móveis para o canto.

GERMAN: Acho que a Violetta exagerou dessa vez. — Disse ao olhar para a decoração.

ANGIE: É mesmo, olha quantos corações têm espalhados por todo lado. — Riu, pensando em quanto a sobrinha era esperta. Ela continuou observando o quarto, até que seu olhar recaiu sobre um vestido que era da irmã. Aproximou-se dele e o pegou.

German se aproximou dela e também olhou para o vestido. Ele tinha um tom de lilás e era cheio de pedrinhas pratas. Germán se lembrava do vestido tão bem quanto Angie.

ANGIE: Eu não acredito que esse vestido ainda está aqui! Quando eu era criança, eu adorava vestí-lo e fingir que eu era uma cantora super famosa. — Ela sorriu com a lembrança, o que fez com que German também sorrisse.

GERMAN: Aposto que com a voz linda que você tem, se você tivesse seguido com a carreira de cantora você seria muito famosa. — Elogiou.

ANGIE: Obrigada, mas é por isso mesmo que quando cresci, eu decidi ser só uma professora de canto.

GERMAN: Como assim?

ANGIE: É que eu percebi que a fama iria me privar de ter uma vida normal, e eu só queria a paz e a tranquilidade da minha própria vida. Mas como a música sempre foi uma parte muito importante da minha vida, eu decidi ser professora de canto.

German estava prestes a responder, mas do nada começou a tocar uma música romântica. Violetta tinha aberto a porta do quarto bem devagar e colocado um radinho pra tocar músicas românticas, ela foi tão discreta que nenhum dos dois havia percebido.

ANGIE: A Violetta pensa em tudo mesmo. — Riu e devolveu o vestido ao lugar que ele estava.

GERMAN: Eu que o diga. Até em colocar música ela pensou. — Falou, rindo. — Já que provavelmente vai demorar para a Violetta tirar a gente daqui, a senhorita me concederia essa dança? — Perguntou, galanteador. Angie poderia apostar que ele estava flertando com ela.

ANGIE: Claro, seria uma honra para mim. — Respondeu, entrando na brincadeira. — Mas espero que não se importe se eu pisar no seu pé. — Riu.

GERMAN: Tudo bem. Prometo que não vou me importar se você pisar no meu pé. — Sorriu.

ANGIE: Obrigada, seria muito gentil da sua parte. — Piscou.

Então eles se posicionaram. German contornou a cintura de Angie e com a outra mão segurou uma das mãos dela. Ela, por sua vez, colocou a mão que lhe restara no ombro dele. E começaram a dançar em um ritmo lento.

ANGIE: Nossa German, eu não sabia que você dançava?! — Surpreendeu-se. Ela não imaginava que ele dançava e muito menos que era tão bom.

GERMAN: Eu aprendi com a Maria. A começo eu nem queria aprender, mas você sabe como a sua irmã era. Ela era bem teimosa quando colocava algo na cabeça.

ANGIE: É, além de cantar a Maria também dançava muito bem. — Concordou.

GERMAN: Acho que na parte da teimosia você puxou bastante ela. — Brincou.

ANGIE: Não acredito que você está me chamando de teimosa. — Falou brincando também. — E o que mais você acha que eu puxei da Maria? — Perguntou, curiosa.

GERMAN: Além de você ser tão linda tanto quanto ela, você é muito carinhosa e tem uma voz linda. E muito mais ainda.

ANGIE: Como por exemplo... — Falou incentivando-o a continuar.

GERMAN: Acho o seu sorriso lindo. O modo como você age diante das situações. A sua doçura. O como você sempre sabe o que dizer. O quanto você é meiga. Você acredita que até a sua teimosia me impressiona?

ANGIE: Acho melhor você mudar de assunto. Minhas bochechas já devem estar vermelhas. — Falou, envergonhada e escondendo o rosto no ombro de German.

GERMAN: Tudo bem. Vamos mudar de assunto então. — Sorriu ao ver a reação dela. — Você aprendeu onde a dançar tão bem?

ANGIE: Eu aprendi com o meu pai, ele que ensinou eu e a Maria a dançar. Eu me lembro que eu ainda era pequena quando ele me ensinou. Toda toda vez que ele ia dançar comigo eu subia em cima dos pés dele pela minha falta de equilíbrio e por eu ser um tanto desajeitada. Nós sempre nos divertíamos muito juntos. — Recordou, com a voz um pouco triste.

GERMAN: Se você preferir nós podemos mudar de assunto. Me perdoe por eu ter tocado num tema como esse de novo. — Sentiu-se culpado ao vê-la triste.

ANGIE: Tudo bem, não precisa se desculpar. Às vezes é bom lembrar de momentos felizes do passado.

GERMAN: Acho melhor nós mudarmos de assunto, não gosto de te ver triste — Angie deu um sorriso acanhado — Quer um abraço? — Ela assentiu com um meneio de cabeça.

German abraçou-a e ela apoiou a cabeça no peito dele enquanto a mão dele que permanecia nas costas dela subia e descia suavemente fazendo um carinho sutil e delicado. Em meio ao longo abraço, ela deixou algumas lágrimas cairem e eles continuaram dançando só que abraçados.

                  POV ANGIE

Me sinto tão bem quando German me abraça. É a melhor sensação que pode existir. Ele realmente sabe quando eu preciso de um abraço.

                 POV GERMAN

É tão bom ficar abraçado com a Angie. Não posso vê-la triste que tenho vontade de abraçá-la. A cada dia me apaixono mais por ela e pelo sorriso tão encantador que só ela tem.  

                           (...)

GERMAN: Você está melhor? — Enxugou carinhosamente as lágrimas que haviam rolado pelo rosto dela.

ANGIE: Estou sim. Graças ao seu abraço estou me sentindo melhor. — Sorriu.

#ENQUANTO ISSO NA SALA

VIOLETTA: Meninos, vocês acham que o plano está dando certo? — Perguntou preocupada pensando se algo teria dado errado.

LEÓN: Acho que sim. Fique tranquila, meu amor. Eles devem estar se dando bem, porque se estivessem discutindo com certeza nós teríamos ouvido. — Tentou acalmar a namorada.

FEDERICO: Eu também acho. Não se preocupe Vilu, seu plano deve estar dando certo.

Instantes depois, Olga adentrou o cômodo.

OLGA: Oi Vilu, oi meninos. — Cumprimentou.

OS TRÊS: Oi, Olga. — Responderam em uníssono.

OLGA: Com licença. Se precisarem de mim eu estarei lá em cima limpando o quartinho da dona Maria. — Ela falou subindo as escadas e colocando fones de ouvido.

LEÓN: Ah sim, obrigada Olga. — Respondeu, educado.

Nenhum deles tinha realmente percebido o que Olga havia dito, até que Frederico percebeu e disse:

FEDERICO: Vocês ouviram o que ela disse? Ela está indo pro quartinho.

VIOLETTA: Nossa, temos que impedí-la. Olgaaaa!!! Espera!!! Por favor!!!

#ENQUANTO ISSO NO QUARTINHO

GERMAN: É tão bom te ver sorrir. — Confessou acariciando o rosto dela.

ANGIE: Eu também adoro o seu sorriso. — Falou, com um sorriso tímido no rosto.

GERMAN: Posso te fazer uma pergunta? — Perguntou um pouco receoso por não saber como ela iria reagir a sua pergunta.

ANGIE: Claro, pode sim. — Concordou.

GERMAN: O que você sente por mim? — Perguntou, olhando no fundo dos olhos dela.

ANGIE: German, eu...

                           (…)