Alguns minutos depois já estávamos em casa. Quando entrei imediatamente senti um cheiro maravilhoso vindo da cozinha. Sem dúvida a Olga era a melhor cozinheira do mundo inteiro. Eu queria ir direto para cozinha, mas resolvi que era melhor eu me trocar primeiro.

ANGIE: Amor, eu vou me trocar.

GERMAN: Claro. Mas você vai voltar para jantar, não é? 

ANGIE: Claro, eu nunca deixaria de comer a comida da Olga. — Disse sorrindo e fazendo com que ele também sorrisse. 

GERMAN: Então tá. Até daqui a pouco. — Disse e me deu um selinho.

Após isso eu subi as escadas e fui para o quarto. Troquei minha roupa por outra bem mais confortável, tomei um remédio para dor de cabeça e desci. 

O jantar foi muito agradável. Minha dor de cabeça melhorou bastante.

Depois de eu ter ajudado a Olga a levar a louça para a cozinha, fui para o jardim relaxar. A noite estava realmente linda e uma leve brisa soprava suavemente. E além do mais, o céu estava todo estrelado e lindo. Sem dúvida, o clima estava perfeito para quem queria relaxar. 

Então eu comecei a me distrair em meio aos meus pensamentos. Comecei a pensar em como nesses últimos meses a minha vida mudara. German e eu juntos e felizes. Tínhamos uma família incrível. Agora eu tinha certeza de que o German não entrara na minha vida por acaso. Ele era a pessoa menos provável com quem eu me casaria algum dia. Então olhem só como o mundo dá voltas. Eu imaginei que eu seria feliz ao seu lado, mas não tanto quanto eu realmente sou. Valeu a pena esperar cada segundo que precisei esperar. Tem vezes que eu nem consigo acreditar que tudo isso é real mesmo.

Eu estava muito distraída quando German se sentou ao meu lado, me cobriu com uma manta e me abraçou.

GERMAN: Oi, meu anjo. O que está fazendo aqui? — Perguntou colocando um cacho do meu cabelo que insistia em cair sobre meu rosto atrás da minha orelha.

ANGIE: Nada de específico. Só estou relaxando e colocando meus pensamentos em ordem.

GERMAN: Está se sentindo melhor? — Perguntou com a mesma preocupação de antes.

ANGIE: Claro. Minha dor de cabeça já está passando. Não precisa se preocupar, German. — Disse olhando atentamente pra ele. Não gostava de deixá-lo preocupado comigo, ainda mais quando o que eu tinha era apenas uma dor de cabeça.

GERMAN: Claro que precisa, Angie. Você já tomou algum remédio? — Perguntou olhando atentamente para mim.

ANGIE: Já sim. Eu encontrei uma cartela de remédio para dor de cabeça na minha bolsa.

GERMAN: E foi muito difícil encontrar? — Perguntou com uma expressão divertida.

ANGIE: Mas por que você diz isso? — Perguntei confusa.

GERMAN: Porque dentro da sua bolsa tem de tudo. É uma bagunça só. — Disse rindo. 

ANGIE: Engraçadinho você, hein? E em minha defesa minha bolsa é lotada de coisas porque eu nunca sei quando eu vou precisar de algo que está dentro dela. 

GERMAN: Não sei como você consegue carregá-la de tão pesada e cheia de coisas que ela é. 

ANGIE: É melhor sempre estar prevenida. Nunca ouviu falar que uma pessoa prevenida vale por duas? — Falei argumentando.

GERMAN: Já ouvi sim. Mas mudando de assunto. Como foi seu dia hoje? — Perguntou enquanto eu enlaçava minha mão na dele. Nós sempre fazíamos essa pergunta um ao outro praticamente todo dia. É algo que eu nunca me cansaria de fazer. 

ANGIE: Normal. Como sempre. Só foi um pouco mais cansativo. E o seu dia como foi? — Perguntei enquanto encostava a cabeça em seu ombro e ele me abraçava mais firme, me deixando com uma sensação de proteção. 

GERMAN: Normal também. Muitas reuniões e contratos para assinar como sempre.
 
          ANGIE: Pelo jeito seu dia foi mais cansativo que o meu. 

GERMAN: Acho que nem tanto. Mas você precisa relaxar mais. Essa pode ser a causa da sua dor de cabeça. 

ANGIE: É que eu não consigo fazer isso. Eu não gosto muito de ficar parada.

GERMAN: Eu sei disso. Mas todo mundo fica esgotado vez ou outra e precisa descansar. Eu nunca quase te vejo parada. 

ANGIE: Eu sei. — Eu disse apoiando a cabeça em seu peito. 

Ficamos quietos por um tempo, mas em um silêncio agradável. German mexia em meus cabelos fazendo eu relaxar. Ele sempre sabia o que fazer para eu me sentir melhor e conseguir relaxar. 

Então eu comecei a repassar cada momento que tivemos juntos, cada beijo, cada carinho, cada sorriso, cada abraço. Agora eu penso, se eu tivesse escolhido ficar na França minha vida com certeza não seria assim, maravilhosa como é. Eu não seria uma mulher realizada como eu sou hoje. Não teria nem metade da felicidade que eu tenho. Eu julguei tanto a possibilidade de eu e German um dia ficarmos juntos impossível, que agora parece inacreditável estarmos juntos, felizes e casados. 

GERMAN: No que está pensando? — Perguntou acariciando minhas mãos.

ANGIE: Em como a minha vida seria se anos atrás eu tivesse escolhido ficar na França.

GERMAN: E como você acha que seria?

ANGIE: Com certeza eu não seria feliz como eu sou e não teria você ao meu lado. Seria como viver, mas apenas viver. Eu sempre iria sentir que faltava algo. Entende?

GERMAN: Entendo, porque eu sei como é isso. Minha vida era assim antes de eu te conhecer. Eu sentia que faltava algo para mim ser realmente feliz. — Disse olhando no fundo dos meus olhos. 

ANGIE: A minha vida também era assim e continuaria sendo desse mesmo jeito se você não tivesse aparecido na minha vida. Eu nunca seria feliz sem você. Nunca mesmo. 

GERMAN: Nem eu sem você. Você sempre foi o que faltava na minha vida. O que faltava para eu ser feliz.

ANGIE: Sinceramente, eu nunca imaginei que um dia nós fôssemos ficar juntos. Eu julguei isso tantas vezes impossível mesmo eu sabendo que eu te amaria para sempre independentemente do que acontecesse.

GERMAN: Eu também tinha a certeza de que sempre te amaria. Mas eu era muito covarde para admitir isso.

ANGIE: Bem, como a Vilu diria antigamente, "Vocês são muito cabeça duras" e nisso ela tinha razão mesmo. Nunca tinha conhecido duas pessoas tão cabeças duras como nós éramos. — Eu disse sem conseguir conter o riso fazendo com que ele também sorrisse.

GERMAN: Você está certa sobre isso. Nós estaríamos casados a muito tempo se nós não fôssemos tão cabeça duras para assumir o que sentíamos. 

ANGIE: Disso eu não tenho nenhuma dúvida. — Comentei rindo.

GERMAN: Eu devia ter pedido você em casamento meses depois de você ter entrado na mansão.

ANGIE: Você já tinha tanta certeza assim de que me amava? — Perguntei curiosa em querer saber a resposta que ele me daria.

GERMAN: Tinha sim. Você parecia tão linda, tão angelical e meiga que eu teria sido um idiota se não tivesse me apaixonado tão rápido por você. — Confessou e eu corei com os elogios.

ANGIE: Nem preciso dizer que com esses elogios todos você me deixa corada, não é? Mas não foi só você que se apaixonou tão rápido assim.

GERMAN: Sabia que tem uma coisa que eu nunca te contei?

ANGIE: O que? — Perguntei com a curiosidade falando mais alto.

GERMAN: Lembra no dia do meu casamento com a Jade? 

ANGIE: Lembro sim.

GERMAN: Sabe na hora de dizer o sim, eu comecei a imaginar você vestida de noiva bem ali na minha frente e sorrindo docemente. Você foi o motivo de eu não ter me casado com a Jade. Eu nunca me perdoaria se tivesse feito isso.

ANGIE: Nesse dia eu não conseguia parar de pensar em você. Eu fiquei com tanto medo de te perder para Jade.

GERMAN: Mesmo que eu tivesse sido um idiota e me casado com a Jade, você nunca me perderia porque eu nunca deixaria de te amar.

ANGIE: Adoro quando você diz que me ama. — Disse sorrindo e apoiando minha cabeça em seu ombro novamente.

GERMAN: E eu adoro te dizer que te amo. — Disse me abraçando.

ANGIE: Eu também te amo. — Disse começando a ficar sonolenta e bocejei.

GERMAN: Acho que é melhor eu te levar para cama, você deve estar cansada e morrendo de sono. — Disse se levantando.

ANGIE: Você tem razão. — Concordei.

Entramos de mãos dadas na mansão. 

ANGIE: Espera só um pouquinho que eu vou beber água. — Falei, eu estava morrendo de sede.

GERMAN: Tudo bem, enquanto isso eu vou colocar meu celular para carregar no escritório. — Disse e foi em direção ao seu escritório enquanto eu fui para cozinha.

Chegando na cozinha, eu bebi um copo de água e coloquei-o na pia.

Quando eu estava indo para sala esperar German, eu senti uma tontura e então me apoiei na bancada da cozinha e fechei os olhos.

Fiquei com os olhos fechados enquanto a tontura passava.

GERMAN: Você está bem, Angie? — Perguntou se aproximando de mim com a expressão de preocupação no rosto.

ANGIE: Eu estou bem. Foi só uma tontura. — Disse assegurando-o de que eu estava bem.

GERMAN: Você tem certeza mesmo? — Perguntou sem desviar os olhos de mim.

ANGIE: Tenho sim, meu amor.

GERMAN: Então vem. Vamos para cama. Você precisa tirar uma soneca agora. — Disse mesmo sem estar convencido de que eu estava mesmo bem e me estendendo uma mão.

ANGIE: Okay. Vamos. — Falei aceitando a mão que ele havia me estendido.

                            (...)