GERMÁN: E você sente...?

ANGIE: Se eu ainda sinto algo por você? — Ele assentiu com um aceno de cabeça e ela continuou. — Sim, German, eu ainda te amo e isso é inevitável. Eu nunca poderei esquecer de você e mesmo que eu una todas as minhas forças para isso eu seria incapaz de fazê-lo. Mas mesmo assim eu prometo que vou tentar te esquecer. Eu quero que você seja feliz mesmo que me doa por eu não ser quem estará do seu lado. E também sei perfeitamente que você está com a Priscilla e não quero atrapalhar mais a sua vida.

GERMÁN: Mas você não atrapalha a minha vida. Você trás felicidade para minha minha vida, Angie, com um simples sorriso você faz eu me sentir bem e por onde você passa você leva alegria. — Disse, sem conseguir evitar sorrir.

ANGIE: Admita, German, eu só tenho atrapalhado e complicado as coisas.

GERMÁN: Não, Angie, eu que estou atrapalhando a sua vida. — Falou desviando rapidamente o olhar dela.

ANGIE: Não diga isso, German. Você não me atrapalha em nada, muito pelo contrário. Eu tenho que te agradecer, você me ensinou o que realmente era amar. Quando eu precisei você esteve do meu lado me apoiando. Quando eu me sentia insegura você me tirava do meio dessas inseguranças. — Falou fazendo com que German olhasse para ela imediatamente.

GERMÁN: Você quer se afastar de mim? — Perguntou sem conseguir esconder a tristeza em sua voz.

ANGIE: Não, German, mas talvez isso seja o certo a se fazer. — Respondeu triste.

GERMÁN: Mas e se não for o certo?

ANGIE: Eu não sei, mas isso tudo tem me machucado e talvez tentar esquecer e esperar que o tempo cure seja a melhor coisa a se fazer nesse momento. — Disse com certa dificuldade na voz.

GERMÁN: Você quer esquecer o que tivemos?

ANGIE: Não, como eu disse, mesmo que eu quisesse não poderia esquecer de tudo o que aconteceu entre nós, mas eu preciso tentar.

GERMÁN: E de todos os momentos que passamos juntos?

ANGIE: Eu não quero me esquecer dos nossos momentos, eles são inesquecíveis e sempre vão andar comigo não importa onde eu estiver ou o que eu esteja fazendo.

GERMÁN: Angie, eu preciso te dizer que eu ainda sinto coisas muito fortes por... — Ela o interrompeu.

ANGIE: German, eu sei que você sente coisas muito fortes pela Priscilla.

GERMÁN: Mas eu ia dizer que… — Ela o interrompeu de novo.

ANGIE: Você não precisa me dar explicações, German. Está tudo bem.

GERMÁN: Você quer mesmo isso? — Disse suspirando pesadamente.

ANGIE: Se eu tenho certeza de que me afastar de você é o correto a se fazer ou se será um erro?

GERMÁN: Sim. — Concordou.

ANGIE: Eu sei que vai me machucar muito tentar te esquecer e me afastar de você.Com certeza serão as duas coisas mais difíceis que eu terei que fazer, mas eu quero que você siga em frente e para isso eu preciso sair do seu caminho. — Disse pesadamente.

GERMÁN: Eu não quero que você se afaste de mim, Angie. — Falou com um olhar sincero.

ANGIE: German, por favor, não torne as coisas mais difíceis do que elas já são. — Falou com certa dificuldade.

GERMÁN: Te machuca ficar perto de mim? 

ANGIE: German, por favor... — Ele a interrompeu.

GERMÁN: Por favor, Angie, me responda, eu preciso saber. — Falou cuidadosamente, precisando saber a resposta.

ANGIE: Sim. — Falou com a cabeça baixa e com a voz fraca.

German então levantou o queixo de Angie, fazendo com que ela olhasse para ele e começou a acariciar o seu rosto delicadamente ao que Angie fechou os olhos, aproveitando as sensações que a proximidade entre eles provocava.

         Ele então deu um beijo carinhoso na testa dela, fazendo com que ela abrisse os olhos.

ANGIE: Eu... Eu acho que é melhor a gente voltar pra mansão. — Falou desconcertada por causa da proximidade de German.

GERMÁN: Você tem razão.

Durante o caminho nenhum deles disse nada. Angie ficou o caminho todo encostada na janela do carro observando a paisagem do lado de fora, enquanto German apenas prestava atenção na estrada.

Estavam confusos, várias coisas se passavam na cabeça deles. Será que essa era uma situação complicada ou eram eles que a complicavam?

Quando eles chegaram na mansão Angie disse:

ANGIE: Acho melhor eu voltar apra minha casa hoje.

Na verdade, estar com German estava fazendo muito bem para ela, mas ela precisava colocar seus sentimentos em ordem. Precisava ficar sozinha. Nunca conseguiria ficar perto de German sem deixar que os seus sentimentos transparecessem. Não poderia evitar que seu coração batesse tão forte com ele por perto.

GERMÁN: Mas por quê? Não está gostando de ficar aqui?

ANGIE: Claro que eu estou gostando de ficar aqui, German. Mas é que como a minha mãe vai receber alta daqui uns dias eu preciso dar uma arrumada na minha casa. — Disse evitando ao máximo ter que olhar bem nos olhos de German. Não queria ficar perdida naqueles olhos castanhos que ela tanto admirava.

GERMÁN: Tudo bem, então. Se você quiser eu posso te levar para sua casa. — Falou um pouco triste. Ele queria muito que ela ficasse na mansão, mas sabia que ela estava tão confusa quanto ele em relação a tudo o que vinha acontecendo.

ANGIE: Claro, se não for te incomodar.

GERMÁN: Está tudo bem, não vai me incomodar em nada.

ANGIE: Então eu vou ir arrumar minha mala e te chamo quando eu terminar.

GERMÁN: Tudo bem, pode ser.

Ela arrumou sua mala e foi para sala, onde German a esperava.

GERMÁN: Vamos?

ANGIE: Claro, vamos.

                      (...) 

Quando German estacionou em frente a casa de Angie, ele abriu a porta do carro para ela.

ANGIE: Obrigada, German. — Agradeceu, dando um sorriso tímido.

GERMÁN: De nada. — Falou retribuindo o sorriso da mesma forma.

German abriu o porta-malas do carro e pegou a mala de Angie.

GERMÁN: É, acho que eu já vou indo. — Disse, mesmo que sua vontade fosse ficar ali com ela.

ANGIE: Obrigada por ter me trazido em casa e também por tudo que fez por mim nesses últimos dias. — Disse sorrindo, mas sem olhar diretamente nos olhos de German.

GERMÁN: Não foi nada. Nem precisa me agradecer. — Falou também sorrindo.

ANGIE: Então tchau. — Disse e deu um beijo no rosto dele, ao que ele fechou os olhos. Quem dera eles conseguissem expressar tudo o que sentiam com apenas aquele gesto.

GERMÁN: Tchau, Angie. — Despediu-se.

Ele entrou no carro e foi para mansão e Angie entrou em sua casa.

Os dois passaram a tarde inteira pensando um no outro.

Angie passara a tarde inteira tentando achar algo que a fizesse parar de pensar em German, mas tudo o que tentava a fazia lembrar dele.

Ela tentou cantar. Tentou se concentrar várias vezes na música, mas não conseguia. Quando cantava se lembrava de Germán e esquecia a letra da música.

Tentou compor, mas as letras que vinham em sua mente eram de amor. Outra coisa que não a faria se esquecer de German.

Até que ela foi para o seu quarto arrumar a sua mala e enquanto tirava suas roupas de dentro da mala, acabou encontrando o colar que German a havia dado de presente quando eles jantaram juntos em Paris.

Aquele colar significava muito para ela. Era como se aquela jóia a fizesse sentir-se mais perto de German. Era o seu colar preferido, mesmo depois de eles terminarem o namoro ela gostava de usa-lo.

Era a única lembrança que tinha de German. Ela não deixou de pensar em como estavam tão felizes juntos, o quanto German a fazia bem e como só com um abraço ele poderia fazer os medos dela sumirem.

"Bons tempos", pensou ela.

Com German não fora diferente. Também não conseguira se concentrar em nada. A cada segundo Angie estava em seus pensamentos. Ele já estava cansado de olhar para os papéis em sua mesa sem conseguir nem ao menos ler direito o que estava escrito neles. Trabalhar naquele momento era impossível.

Ele então foi para cozinha beber um copo d'água e tentar afastar Angie dos seus pensamentos, mas não foi isso o que ele conseguiu. Foi ao contrário.

Naquele momento, ele se lembrou do dia em que ele é Angie haviam se beijado pela primeira vez, bem na verdade não foi bem a primeira vez que tinham se beijado, mas foi como se fosse a primeira vez de tão especial que havia sido.
Eles estavam exatamente naquele mesmo lugar onde German se encontrava. Ele sabia que aquele foi um dos melhores momentos que tiveram juntos. Nunca se esqueceria daquele momento. Nunca.

                       (...)

Já era de noite, quando Angie e German finalmente pegaram no sono. Foi só deitarem em suas camas que adormeceram.

Angie sonhou que estava em um lugar lindo ao ar livre e que estava vestindo um vestido branco e na sua frente tinha um longo tapete vermelho e no final dele estava Germqn com um lindo sorriso no rosto olhando para ela. Estava nervosa mas quando viu German sorrir retribuiu o sorriso.

Quando ela começou a andar em direção ao altar Violetta e León começaram a cantar Nuestro Camino. 

Em todo tempo seu olhar não tinha se desviado do de German. Ficaram sorrindo um para o outro o tempo inteiro.
E quando ela chegou ao altar German deu um beijo em sua testa e disse que ela estava linda.

German teve o mesmo sonho. Estava no altar esperando por Angie e quando ela chegou ele sorriu para ela.

León e Vilu cantavam Nuestro Camino. A cada passo que Angie dava o coração dele batia cada vez mais forte. Ficava pensando em como ela estava linda e em como estava feliz em se casar com Angie.

Quando ela chegou no altar ele beijou sua testa e disse a ela que estava linda. Essa era a última parte do sonho, pois depois dela eles acordaram.
 
          Não entendiam como até em sonhos um não saia do pensamento do outro. Aquele sonho era um sonho que eles desejavam muito que um dia se tornasse realidade. Tudo parecia tão real, mas infelizmente era apenas um sonho.

Quem dera pudessem se resolver e poder viver aquele sonho um dia. Quem dera tudo pudesse ser tão simples assim.

Não podiam negar, se amavam e estavam sofrendo de amor. Era difícil estarem separados mesmo se amando e precisando um do outro.

Eles não conseguiram dormir, passaram horas e horas da noite pensando naquele sonho e um no outro.

Quando conseguiram dormir já era tarde.

                          (…)

#Dia da Festa

German acordou dez horas e buscou Violetta e Federico no aeroporto. Já Angie acordou perto do meio-dia.

                        (...)

Já eram cinco horas da tarde.

    Os dois passaram o dia inteiro pensando naquele sonho e se havia possibilidade de um dia ele se tornar real.

Eles queriam entender seus sentimentos. Colocar os pensamentos em ordem.

Eles decidiram ir para aquela praça onde comeram maçãs carameladas juntos pela primeira vez.

Sabiam que aquele lugar faria bem para eles e lá conseguiriam pensar melhor em tudo o que estava acontecendo.

Angie levou com ela seu violão, ela sabia que tocar aquele instrumento iria ajudá-la a relaxar. "Como eu não tinha ainda pensado nisso?" , pensou ela.

Ela chegou na praça e sentou-se em um banco em frente a um lago. Sem dúvida um lugar perfeito para relaxar.

Ela começou a tocar e cantar a música Nuestro Camino, que desde que tivera o sonho, não saia da sua cabeça. Aquela música ficou o dia inteiro martelando na cabeça dela.

ANGIE: Tanto tiempo
                        Caminando junto a tí
                        Aún recuerdo
                        El día em que te conocí
                        El amor en mi nació
                        Tu sonrisa me enseño
                        Tras las nubes
                        Siempre va a estar el sol

  Nesse momento German chegou, sentou-se ao lado dela e começou a cantar:

GERMÁN: Te confieso que sin ti no se seguir
                              Luz en el camino tu eres para mi 
                              Desde que mi alma te vió
                              Tu dolsura me envolvió
                              Si estoy contigo
                              Se detiene el reloj
                              Los sentimos los dos

ANGIE: El corazon nos habló

GERMANGIE: Y al oido suave
                                   Nos susurró...

                         Quiero mirarte
                                   Quiero soñarte
                                   Vivir contigo cada instante
                                   Quiero abrazarte
                                   Quiero besarte
                                   Quiero tenerte junto a mí
                                   Pues amor es lo que siento
                                   Eres todo para mí

                         Quiero mirarte
                                   Quiero soñarte
                                   Vivir contigo cada instante
                                   Quiero abrazarte
                                   Quiero besarte
                                   Quiero tenerte junto a mí
                                   Tu eres lo que necesito
                                   Pues lo que siento es...
                                   Amor

GERMÁN: En tus ojos veo el mundo de color 

ANGIE: En tus brazos descubri yo el amor

GERMÁN: Verá en mí ella lo mismo?

ANGIE: Querra el estar conmigo?

GERMANGIE: Dime que tu lates por mí también...

GERMÁN: Los sentimos los dos

ANGIE: El corazon nos habló

GERMANGIE: Y al oido suave
                                   Nos susurró...

                         Quiero mirarte
                                   Quiero soñarte
                                   Vivir contigo cada instante
                                   Quiero abrazarte
                                   Quiero besarte
                                   Quiero tenerte junto a mí
                                   Pues amor es lo que siento
                                   Eres todo para mí
                                   Quiero mirarte
                                   Quiero soñarte
                                   Vivir contigo cada instante
                                   Quiero abrazarte
                                   Quiero besarte
                                   Quiero ternerte junto a mí
                                   Tu eres lo que necessito
                                   Pues lo que siento es...
                                   Amor

Eles cantaram a música inteira olhando um nos olhos do outro. Era inevitável não ficarem presos um no olhar do outro. A conexão que eles tinham era muito forte para ser cortada.

GERMÁN: Sabe Angie, eu queria entender onde foi que erramos.

ANGIE: Eu também queria saber.

GERMÁN: As coisas deveriam ser menos complicadas.

ANGIE: Você tem razão. E a gente deveria sofrer menos.

GERMÁN: Ainda te machuca tudo o que aconteceu?

Ela suspirou e disse:

ANGIE: Sim, ainda sofro por isso. — Admitiu. Ela já perdera as contas de quantas vezes já havia chorado por tudo o que acontecera. Toda vez que lembrava de German, era inevitável deixar algumas lágrimas rolarem. Ela sempre tentava ser mais forte do que seus sentimentos, mas não conseguia. Ela tinha um coração machucado e só uma pessoa poderia curá-lo. German.

Ela deixou uma lágrima rolar.

GERMÁN: Não chora. Por favor. — Pediu, enxugando a lágrima que insistiu em cair. — Essa situação também me machuca.
 
        Eles então foram cada vez mais se aproximando. Eles queriam e muito aquele beijo. Precisavam um do outro. Queriam aquele beijo nem que fosse o último. Eles estavam a ponto de selarem seus lábios, mas então Angie se afasta.

GERMÁN: O que foi, Angie? — Perguntou, um tanto desnorteado pelo quase beijo.

ANGIE: German, você sabe como me sinto em relação a isso.

GERMAN: Isso o que? Ficar perto de mim?

ANGIE: O que você acha? Que quando estou perto de você tudo tem sentido e meus medos desaparecem? Que meu coração dispara perto de você? Que é você que dá a luz a minha vida? Que eu nunca vou amar alguém como eu te amo? Que eu não consigo parar de pensar em você e que eu preciso de você? Que quando me beija é quando eu me sinto realmente completa? Que eu sinto coisas por você que nem eu mesma sei explicar? 

GERMÁN: É assim que se sente realmente? — Pergumtou totalmente envolvido pelo momento.

ANGIE: Er... Isso não importa agora. Eu preciso ir. — Disse e levantou-se, indo em direção a sua casa e deixando German ali pensativo.

                          (...)

Quando Angie chegou em sua casa foi direto para o banheiro. Seu rosto já estava inchado e seus olhos vermelhos de tanto que havia chorado. Os últimos dias e os acontecimentos deles abalaram completamente o emocional de Angie. Ela sabia que um banho a faria bem.

Enquanto deixava a água escorrer pelo seu corpo, tentava entender tudo aquilo que estava acontecendo.

Queria que a água pudesse levar com ela toda aquela dor. Quem dera tudo aquilo fosse um pesadelo que quando ela acordasse tudo ficaria bem e toda aquela dor desapareceria. Amava German Castillo e não podia evitar. Sabia que o amor doía mas ao mesmo tempo poderia fazer bem, curar.

Depois de sair do banho ela sentia-se bem melhor. Pelo menos seu rosto não estava mais inchado e nem seus olhos vermelhos.

Ela vestiu seu roupão e foi para o seu quarto se trocar e se arrumar para ir para a festa mais tarde.

Ela abriu seu guarda-roupa e olhou para os seus vestidos. Não fazia ideia do que ia usar, com os acontecimentos dos últimos dias ela até esquecera-se de arranjar uma roupa adequada para a tal festa.

Ela estava procurando um vestido ideal, mas depois de espalhar vários por sua cama e vesti-los, não encontrara nenhum. Mas então ela se lembrou de um vestido que era tão especial para ela que não estava pendurado no cabide. Era sem dúvida um dos melhores presentes que havia ganhado. Ele estava dentro de uma caixa branca amarrada com um laço que estava dentro da gaveta do guarda-roupa.

Angie abriu a caixa e o vestiu, ele era seu vestido preferido...

                    (...)