Minutos depois, Angie encontrava-se no Zoom e German foii falar com ela.

ANGIE: Germán? E aí, a Priscilla acreditou em você?

GERMÁN: Sim, finalmente ela decidiu confiar em mim.

ANGIE: Que bom. — Disse esboçando um sorriso fraco.

GERMÁN: Você falou com ela, não foi?

ANGIE: Sim, eu contei para ela o que realmente aconteceu.

GERMÁN: Obrigada, Angie. De verdade.

ANGIE: Não foi nada. — Ela sorriu sem mostrar os dentes.

GERMÁN: Bom, eu já vou indo, tenho que ir a uma reunião.

ANGIE: Então, tchau.

GERMÁN: Tchau, Angie.

                         (...)

O dia passou normalmente.

Angie terminou de dar suas aulas e Violetta já tinha feito todas as aulas, então as duas foram até a mansão caminhando. Angie não queria ir, mas com muita insistência de Violetta acabou cedendo.

Chegando lá, elas foram recebidas por German e Priscilla e subiram para o quarto de Violetta.

VILU: Angie, tenho que te confessar uma coisa.

ANGIE: O que, Vilu? — Interessou-se.

VILU: É que hoje na hora que você e Priscilla estavam conversando eu e o papai ouvimos toda a conversa. — Confessou, temendo pela reação da tia.

ANGIE: Mas por que fizeram isso? Não conversamos sobre nada de mais.

VILU: Você sabe, né? Você já namorou com o papai e a Priscilla está com ele agora. Queríamos ter certeza de que estava tudo bem.

ANGIE: Não acredito que fizeram isso. — Disse tentando parecer brava.

VILU: Desculpa, Angie, não queria fazer isso.

ANGIE: Tudo bem, Vilu, eu estava brincando. — Sorriu para sobrinha.

VILU: Posso te fazer uma pergunta?

ANGIE: Claro. — Deu de ombros.

VILU: Você ainda ama o papai ? Tem certeza que quer ser só uma amiga em vez de ser algo mais? — Perguntou, encarando a tia seriamente.

Enquanto isso, German estava parado atrás da porta que encontrava-se entreaberta. Ele ia chamar Angie e Violetta para jantarem, mas quando ouviu sobre o que estavam conversando decidiu escutar a conversa, mesmo que sua consciência dissesse que aquilo era errado.

ANGIE: Não, Vilu, eu ainda amo o seu pai. — Confessou tristemente, como se doesse muito não poder estar com German. E de fato doía.

VILU: Eu ouvi direito Angie?

ANGIE: Não sei, eu só te respondi o que você me perguntou. — Falou com a voz ainda triste.

VILU: Não é isso, é que você não negou o que sente. — Constatou sorrindo. Ela sabia que o pai e a tia ainda se amavam.

ANGIE: Faz muito tempo que não faço isso. — Respondeu suspirando pesadamente.

VILU: É que antes você e papai negavam o que sentiam um pelo outro. — Lembrou.

ANGIE: É. — Disse, incomodada com a conversa.

VILU: Mas eu não entendo uma coisa. — Falou pensativa.

ANGIE: O quê?

VILU: Se você ainda ama o papai por que convenceu a Priscilla de que não terminasse com ele?

ANGIE: Ah, Vilu, é mais complicado do que você imagina. — Disse com a cabeça baixa.

VILU: O amor não é complicado ao não ser que as pessoas queiram. — Respondeu, em contrapartida às palavras da tia.

ANGIE: Acredite em mim, Vilu, o amor nem sempre é um mar de rosas. — Ela levantou a cabeça e olhou para uma foto pendurada na parede do quarto, que fora tirada no Natal em que German e Angie abraçavam Violetta. Qualquer um que a visse diria que eram uma família muito feliz.

VILU: Eu mandei revelar. — Contou, ao perceber para onde Angie olhava tão atentamente.

ANGIE: É, eu lembro muito bem desse dia. — Falou sorrindo como se aquela foto a trouxesse boas lembranças. E traziam.

VILU: Foi o nosso primeiro Natal juntos. — Recordou sorrindo, se lembrando daquele dia.

ANGIE: Foi muito bom ter passado o Natal com vocês. Eu me lembro que fazia tempo que eu não tinha um Natal assim, em família. — Comentou, um sorriso emoldurava seu rosto.

VILU: Viu como estávamos felizes?

ANGIE: Sim, muito felizes.

VILU: Viu, nós três sempre fomos felizes juntos. Você e papai ainda se amam. Vocês precisam ficar juntos.

ANGIE: Não é fácil, Vilu. — Confessou, a voz triste.

VILU: Claro que é. — Falou contrariada.

ANGIE: Olha, Vilu, entenda, acho que eu e seu pai não temos mais chances. — Falou, mesmo que doesse muito verbalizar aquelas palavras.

VILU: Tudo bem, Angie, mas quero que você me responda: Por que não deixou que o papai e a Priscilla terminassem? — Perguntou, aquela perguntava martelava em sua cabeça.

ANGIE: Porque eu não quero atrapalhar as coisas entre eles.

VILU: O papai só está com a Priscilla para tentar te esquecer.

ANGIE: E pelo jeito ele conseguiu. — Falou, lembrando do beijo de German e Priscilla que ela havia presenciado.

VILU: Não conseguiu, não.

ANGIE: Conseguiu sim.

VILU: Você não percebe a maneira com que ele te olha?

ANGIE: Violetta, isso deve ser coisa da sua imaginação.

VILU: Não é coisa da minha imaginação. Eu conheço meu pai melhor do que ninguém e sei que ele ainda é apaixonado por você. — Falou, tentando fazer a tia abrir os olhos.

ANGIE: Eu ainda amo muito seu pai, Violetta, mas ele resolveu seguir em frente. — Disse pesadamente.

VILU: Mas você prefere o papai ao lado da Priscilla ao invés do seu?

ANGIE: Não. Mas se estar ao lado da Priscilla o faz bem, não posso atrapalhar essa felicidade.

VILU: Você prefere que o papai esteja feliz com a Priscilla mesmo que isso custe a sua felicidade?

ANGIE: Não, eu queria estar ao lado do seu pai, mas a Priscilla já ocupou esse lugar.

VILU: Mas quem disse que ele é muito feliz com a Priscilla?

ANGIE: Entenda, Violetta, não se pode estar com uma pessoa só para tentar esquecer outra. Você tem que estar com uma pessoa que ame. Se seu pai está com a Priscilla é porque deve amá-la.

VILU: Vocês ainda se amam e devem se dar outra chance. — Falou firmemente.

ANGIE: Violetta, acho que é melhor mudarmos de assunto. — Pediu.

VILU: Tá bom, então. — Respondeu um tanto contrariada, mas acatou o pedido da tia.

ANGIE: Agora me fala, e você e o Léon?

VILU: Estamos melhor que nunca! — Falou feliz ao se lembrar de Léon.

Elas continuaram conversando até que German abriu a porta e entrou no quarto.

GERMÁN: Estou atrapalhando alguma coisa?

ANGIE: Não. — Respondeu, desviando do olhar de German.

VILU: Pai, já se esqueceu que tem que bater antes de entrar?

GERMÁN: Me desculpa, filha, é que a porta já estava aberta e... — Violetta o interrompeu.

VILU: Estou brincando, pai. — Falou com um sorriso contagiante.

GERMAN: Bom, eu vim chamar vocês para jantar.

VILU: Já era hora, estou morrendo de fome. — Todos riram do comentário.

Violetta foi a primeira a sair do quarto e foi direto para sala de jantar, sem nem esperar sua tia e seu pai. Angie saiu e depois German.

Os dois então pegaram sem querer na maçaneta da porta, suas mãos se tocando.

Os dois ficaram por um tempo observando suas mãos unidas, mas depois elevaram o olhar e ficaram olhando profundamente um nos olhos do outro

         Eles estavam bem próximos, era possível sentirem suas respirações. Seus corações já estavam acerelados. German estava totalmente perdido nos olhos verdes de Angie, era impossível desviar o olhar. As pernas de Angie a uma hora dessas já estavam bambas.

Estavam a ponto de se beijar, mas ambos se lembraram de Priscilla e logo soltaram as mãos.

GERMAN: Er... Vamos jantar? — Falou, tentando se recuperar do que quase aconteceu.

ANGIE: Claro. — Respondeu da mesma maneira.

                        (...)

Todos eles jantaram e depos Angie, Priscilla e Ludmila foram embora.

Angie chegou em sua casa, trocou de roupa e deitou-se.

                   POV ANGIE

Eu não sei o que acontece comigo cada vez que German me toca. É como se correntes elétricas percorressem meu corpo. É uma sensação diferente mas boa ao mesmo tempo, não sei descrever muito bem.

Eu amo muito German, gostaria de estar ao lado dele, mas uma coisa ainda me incomoda e muito. Por que ele mandou aquela mensagem dizendo coisas que me fizeram e ainda fazem sofrer muito? Sempre me questiono isso mas nunca consigo achar uma resposta que me convença…

                           (…)

No dia seguinte, todos já estavam acordados e na mesa tomando café da manhã, quando a campainha tocou e German foi atender.

Ele abriu a porta e deu de cara com Angie.

ANGIE: Olá. — Falou sorrindo.

GERMAN: Oi, Angie. — Ele retribuiu o sorriso.

ANGIE: A Violetta está?

GERMAN: Sim, ela está tomando café.

ANGIE: Eu volto mais tarde então.

GERMAN: Que isso, Angie, toma café com a gente.

ANGIE: Eu não vou trazer incômodos? Principalmente para Priscilla?

GERMAN: Claro que não e a Priscilla nem está aqui.

ANGIE: Ah, não?

GERMAN: Ela foi viajar e só vai voltar no dia da festa. — Esclareceu. — Mas e então, vai querer entrar ou não? — Brincou sorrindo e abrindo caminho para ela entrar.

ANGIE: Já que você insiste, vou sim. — Falou sorrindo e brincando.

Angie entrou e ela e German tomaram café com os outros.

VILU: Pai, sabe no Studio vai ter uma viajem para os alunos e eu quero ir. — Tocou no assunto.

ANGIE: Pensei que já tivesse falado com seu pai sobre isso.

FEDERICO: É Vilu, a viagem já é amanhã.

GERMAN: Quanto tempo vocês vão ficar lá? — Quis saber.

VILU: Vamos amanhã e voltamos no dia da festa, logo pela manhã.

GERMAN: Não sei não, filha.

VILU: Ah pai, por favor, deixa. — Pediu sorrindo, esperando que o pai concordasse com a viagem.

GERMAN: Você não acha que devia ter me dito isso antes?

VILU: Acho, mas por favor deixa eu ir. Até os pais da Fran e do Federico que estão lá na Itália deixaram eles irem.

ANGIE: German, pode deixar ela ir, tudo vai ser bem organizado. Não precisa se preocupar.

GERMAN: Tudo bem, filha, você pode ir. — Acabou deixando.

VILU: Obrigada, pai! — Ela falou, abraçando o pai.

GERMAN: De nada, filha. — Disse feliz ao ver a filha tão animada.

ANGIE: Acho melhor vocês irem fazer as malas. — Sugeriu, pois já estava ficando em cima da hora para faze-lo.

VILU: É verdade, vamos lá Federico. — Disse, puxando Federico.

Os dois subiram e foram arrumar as malas.

ANGIE: Foi tão difícil assim? — Ela sorriu para German, feliz por ele ter deixado Vilu ir para a viagem. Pelo jeito, ele estava tentando ser mais liberal com Violetta.

GERMAN: Acho que não. — Retribuiu o sorriso.

ANGIE: Foi bom que você deixou ela ir. Viu como ela ficou feliz?

GERMAN: Vi, adoro vê-la assim.

ANGIE: É, eu também.

GERMAN: Mas e você? Não vai ir?

ANGIE: Eu não. Eu vou ficar aqui para poder arrumar minha casa para chegada da minha mãe. — Explicou. Ela até queria ir para a tal viagem, mas o conforto de sua mãe era mais importante para ela. Afinal, sua mãe merecia o melhor.

GERMAN: Quando ela vem?

ANGIE: Provavelmente amanhã. Estou tão feliz que ela vai morar comigo.

GERMAN: Imagino.

ANGIE: Bom, eu tenho que ir agora. Tchau. — Falou e deu um beijo na bochecha de German.

GERMÁN: Tchau, Angie.

                        (...)

#No Outro Dia

Angie e German estavam no carro dele voltando do aeroporto, pois tinham acompanhado Violetta e Federico.

GERMÁN: Angie, que tal você ir almoçar lá em casa? — Sugeriu.

ANGIE: Não precisa, German.

GERMÁN: Eu insisto. — Disse com aquele sorriso capaz de fazer Angie aceitar qualquer coisa que ele lhe pedisse.

ANGIE: Tudo bem, eu aceito. — Sorriu de volta.

                           (…)

German e Angie almoçaram juntos e estavam conversando na sala animadamente até que Angie recebeu uma ligação e foi atender.

Ela atendeu a ligação e voltou para sala com uma aparência horrível.

German, vendo que Angie não estava bem, foi ao encontro dela.

GERMÁN: O que aconteceu, Angie? — Perguntou preocupado.

Ela tentou falar, mas não conseguiu. Estava chocada com o que ouvira.

Até que Angie quase desabou no chão, mas German a segurou antes que isso acontecesse e a ajudou-a a se sentar no sofá.

GERMÁN: Angie, o que foi que aconteceu? — Perguntou, mais preocupado do que antes.

ANGIE: ...

                      (...)