#No Outro Dia

Todos já estavam na sala de jantar para poder tomar café da manhã, menos Angie.

Ela não queria ver German tão cedo ou queria? Na verdade já estava com saudades. Mas não queria descer para tomar café, ela não queria dar explicações do porque saira mais cedo da festa sem ter avisado ninguém. Mas infelizmente não podia ficar o resto do dia no seu quarto. Então, ela então se forçou a descer e tomar café.

Chegando a sala de jantar, Angie deu bom dia para todos, sem mostrar nenhuma indiferença devido o que ocorrera na noite passada. Ela optou por sentar-se ao lado de Violetta.

Todos conversavam sobre a festa. Angie tentava ao máximo não olhar para German, o que era uma tarefa muito difícil sendo que ela adorava ficar olhando para ele.

German ao contrário de Angie, não parava de olhar para ela. De vez em quando seus olhares se encontravam, mas eles desviavam logo em seguida, não era nem um pouco fácil para ambos. Mesmo assim Angie se pegava várias vezes olhando para German, mas logo se lembrava que estavam brigados e se esforçava ao máximo para se distrair e parar de querer encarar German.

Não demorou muito para todos que estavam na mesa percebessem o que devia ter acontecido, já que nenhum dos dois estava falando um com o outro, além de evitarem se olhar.

Todos se retiraram, deixando apenas Angie e German na mesa e para piorar a situação o clima que havia ficado não era nada bom. Os dois estavam calados. O silêncio estava escravizando ambos.

Angie queria acabar logo com aquilo, então se levantou, foi em direção a porta e quando estava prestes a sair German a chamou.

GERMÁN: Angie! — Disse, se levantando.

Angie nem ao menos parou para encarar German, ela saiu e fechou a porta atrás de si.

German foi atrás dela, e quando se aproximou, entrou na frente de Angie, fazendo-a parar.

GERMÁN: Angie, por favor, me escuta. Temos que conversar. — Pediu, olhando profundamente em seus olhos.

ANGIE: Acho melhor conversarmos depois. — Falou, tentando desviar ao máximo o olhar de Germán.

GERMÁN: Mas eu quero conversar agora.

ANGIE: Mas eu não. — Confessou, para logo em seguida voltar a andar.

German entrou na frente dela, parando-a novamente, mas dessa ver ele segurou seus pulsos firme, mas delicadamente, sem machucar para que ela não saísse antes de ele esclarecer as coisas.

GERMÁN: Angie, me escuta, eu quero esclarecer as coisas. — Falou e Angie permaneceu calada, mas mesmo assim ele continuou. — Olha, primeiramente, você não tem porque ter ciúmes da Priscilla, ela simplesmente pediu para que eu tocasse para ela poder cantar, eu não sabia que ela iria me abraçar. Mas me desculpa mesmo assim. Eu não queria ter discutido com você, eu estava errado em ter feito isso sem ter entendido a sua parte da história e como você ficou.

Angie colocou uma de suas mãos no rosto de German, olhou dentro dos olhos dele e sorriu delicadamente.

German amava aquele sorriso. Só com aquele sorriso tudo mudava. O dia dele podia estar horrível mas com apenas um sorriso dela tudo mudava.

ANGIE: Eu estava errada. — Ela disse, acariciando o rosto dele com ternura. — Eu devia ter confiado em você. Na verdade, eu não tinha muitos motivos para ter uma cena de ciúmes. — Confessou, envergonhada.

GERMÁN: Mas se fosse ao contrário eu reagiria do mesmo jeito.

ANGIE: Eu que deduzi mal o que aconteceu. Você tentou esclarecer tudo pra mim. E eu fui uma cabeça dura. — Ela encarou ele, intensamente.

GERMÁN: Mas você me perdoa mesmo assim? — Pediu, ansioso pela resposta da loira.

ANGIE: Perdoô. Mas se bem que eu não tenho nem o que te perdoar. E você me perdoa?

GERMÁN: Perdoo. Mas se fosse comigo eu também ficaria com ciúmes.

Angie sem pensar duas vezes abraçou German. Tudo o que ela mais queria naquele momento era poder estar entre os braços de German. Ao lado dele ela se sentia segura. Com ele, ela deixava seus medos de lado. Não tinha para que temer se estava envolvida entre os braços de Germán. Não existiam palavras para descrever momentos como aqueles.

Eles se desfizeram do abraço, mas continuaram bem próximos, a distância era mínima e coube a eles encurtarem essa distância, ou melhor fazer com que ela não existisse. E se entregaram a um beijo. Um beijo de que ambos precisavam, nada mais importava ao não ser um ao outro. A discussão que tiveram já nem importava mais.

Como poderia amar tanto German? Como ele conseguia provocar tantos sentimentos bons em Angie? Como podia faze-la tão feliz? Era o que ela sempre pensava.

Como Angie conseguia trazer tanta alegria para a vida de German? Como o simples fato de estar com Angie fazia com seus problemas desaparecessem? Como ela conseguiu mudá-lo? Era o que ele frequentemente se perguntava.

ANGIE: Eu te amo. — Confessou, olhando-o apaixonadamente.

GERMÁN: Eu também te amo, meu amor. — Disse, tão apaixonado quanto Angie.

                          (…)

         #Dois Meses Depois

Durante esses dois meses as coisas estavam indo bem entre os dois, eles sempre visitavam o orfanato e Angie sempre comparecia as reuniões sobre o projeto com German.

Nesse meio tempo, German foi contratado pelo Studio para poder cuidar da parte financeira, o que era ótimo pois assim podia ficar mais perto de Angie.

Mas o problema era que Priscilla começou a aparecer mais no Studio. No começo, ela só aparecia de vez em quando, mas depois ela se voluntariou a ajudar o Studio em tudo o que precisassem. Na verdade não era preciso a ajuda dela, mas ela insistiu tanto que todos acabaram cedendo. Angie não gostou muito da ideia, aquilo a deixava enciumada, mas ela confiava em German.

Esse não era o único problema. Havia entrado um novo professor no Studio chamado Milton que mostrava muito interesse em Angie, o que com certeza fazia German ficar morrendo de ciúmes.
Ambos tentavam aguentar o máximo que podiam, mas tinham vezes que não conseguiam se controlar e acabavam brigando por motivos bobos, mas por sorte sempre se resolviam. German confiava em Angie, mas não confiava em Milton. Angie também confiava em German, mas não em Priscilla.

Eles geralmente quase nunca descutiam, mas depois que Priscilla e Milton haviam entrado no Studio os problemas começaram a surgir e as brigas também. Mas sempre apesar de tudo o que estava acontecendo eles se amavam a cada dia mais e mais.

                          (...)

Angie estava em sua sala, analisando como ficara a música que tinha acabado de compor, quando Milton adentrou a sala e German que estava passando pelo corredor naquele momento ficou observando.

MILTON: Oi, Angie.

ANGIE: Oi, Milton.

MILTON: Você estava compondo? — Perguntou, lançando-lhe um sorriso.

ANGIE: É, eu acabei de terminar de compor.

MILTON: Você poderia me mostrar?

ANGIE: Er ... Posso — Disse, um pouco desconfortável, porque sempre que ela terminava de compor uma música o primeiro a ver sempre era German.

Ela mostrou a música para ele e German ficou enciumado.

MILTON: Nossa, Angie. A letra é muito boa. — Elogiou.

ANGIE: Obrigada.

German entrou na sala.

GERMÁN: Oi, Angie. Oi, Milton. — Cumprimentou, tentando mascarar ao máximo o ciúmes que sentia ao ver Milton tão próximo de Angie.

ANGIE: Oi, meu amor. — Ela sorriu, feliz em ver o namorado.

MILTON: Oi, German.

ANGIE: Está precisando de alguma coisa?

GERMÁN: É que eu precisava falar com você.

ANGIE: Milton, você poderia deixar a gente a sós?

MILTON: Claro, com licença. — Disse e saiu da sala.

ANGIE: E então, o que você tinha para me dizer?

GERMÁN: Er... Eu queria saber se… Se... você viu a Violetta. — Improvisou.

ANGIE: German, fala a verdade, eu sei que você sabe que todo dia nesse horário ela tem aula com o Beto. Você estava me espiando outra vez? — Começou a ficar irritada, já que não era a primeira vez que ele fazia isso.

GERMÁN: Er... Tudo bem, eu confesso, eu estava te espiando. — Disse, sem opção.

ANGIE: Você precisa confiar em mim, German.

GERMÁN: Mas eu confio em você, só não confio naquele tal de Milton.

ANGIE: Mas tem horas que parece que você não confia em mim. Eu não gosto nem um pouco que você fique me espiando. — Relatou.

GERMÁN: Por quê? O que você estava fazendo que eu não podia ver?

ANGIE: Você me faz essa pergunta e depois diz que confia em mim? — Questionou, desaprovando totalmente as palavras dele.

Eles continuaram discutindo, até que Angie cansou de discutir com German e saiu do Studio, deixando German sozinho na sala de canto.

Aquela foi uma das piores discussões que eles haviam tido. Ambos estavam mal e tudo por ciúmes.

               POV PRISCILLA

Acabei de saber que o German e a Angie brigaram. Agora é uma boa hora para eu colocar o meu plano para separá-los em ação.

Nesse momento ela estava no Studio e chamou Ludmila.

PRISCILLA: Oi, filha.

LUDMILA: Oi, mãe.

PRISCILLA: Preciso da sua ajuda.

LUDMILA: Pra quê? — A garota estranhou o pedido da mãe.

PRISCILLA: Preciso que você me ajude com meu plano para separar o German da Angie.

LUDMILA: Mãe, eu mudei. Eu não vou te ajudar a separá-los. Além do mais, eu adoro a Angie e o Germán é bem bacana. — Explicou, contrariando a mãe, que a olhou enviesado.

PRISCILLA: Ou você me ajuda ou amanhã mesmo eu te coloco num avião e te mando para África com o seu pai.

LUDMILA: Por favor, mãe, não me faça fazer isso. — Implorou, aflita.

PRISCILLA: Você quem sabe. Ou você me ajuda ou vai para África.

          LUDMILA: Tudo bem, eu te ajudo. — Falou triste, sem opção.

PRISCILLA: O plano é esse: Você vai atrás da Angie e pede para ela te emprestar o celular para você fazer uma ligação, quando ela te emprestar o celular você baixa aquele aplicativo que muda a voz das pessoas e liga para o German e diz isso que está escrito nesse papel. — Explicou, entregando um papel para Ludmila.

LUDMILA: Mas como eu vou saber onde a Angie está?

PRISCILLA: Não sei, Ludmila, se vira. Talvez ela esteja na casa dela ou em algum lugar aqui perto do Studio. Agora vá e faça tudo direito.

Ludmila então, sem opção, foi procurar Angie.

                POV LUDMILA

Eu não quero prejudicar a Angie, ela é uma boa pessoa e não merece isso. Mas infelizmente eu vou ter que fazer isso, se não eu vou ter que ir para África com o meu pai. A África é legal, mas eu já tenho minha vida formada aqui, meus amigos, meu namorado e se eu fosse para lá eu teria que deixar tudo para trás.

                         (…)

Nesse mesmo instante, Priscilla foi até onde German estava e disse:

PRISCILLA: Oi, German.

GERMÁN: Ah, Oi Priscilla. Você está precisando de alguma coisa?

PRISCILLA: É, você poderia emprestar o seu celular para mim ligar para Ludmila? É que o meu quebrou.

GERMÁN: Empresto, sim. — Disse e emprestou o celular para ela.

Priscilla baixou o aplicativo, se afastou um pouco de German para ele não escutar a conversa e ligou para Angie.

                        (…)