Russo de Neve escrita por Sirukyps
Obedecendo, no mesmo instante, o japonês percorreu todo o reino atrás do caçador. Não o encontrou. O que este faria ás dez da manhã? Tristonho, retornava pesaroso para o quarto do rei, quando ouvi a procurada voz vindo do quarto canadense.
Timidamente, ousou bater, chamando-o baixinho:
— Senhor Francis, o senhor Alfred...
— Francis... Mais devagar, por favor... – Demandou o mais jovem norte-americano, calando-se bruscamente ao ouvir as tímidas batidas na porta.
— Entre, Kiku. – O francês convidou entre risos. Enrubescido, o japonês recusava a duvidosa chamada. – Estamos preparando uma nova receita de panqueca. O Alfred irá adorar. Venha degustar deste esplêndido sabor.
— Obrigado, senhor Francis. – Continuou temeroso. – Só aviso que o Rei Alfred solicita sua presença. Urgentemente...!
O bonito francês saiu do cômodo. O evidente mau humor, rapidamente, foi disfarçado por aquele garboso ar elegante intrínseco a sua pessoa. Terminando de abotoar a camisa social, arrumou os rebeldes fios que ousavam escapar do rabo de cavalo improvisado, prendendo aqueles loiros cabelos quase na altura dos ombros. Logo, seguiu o mais baixo até a sala onde o superior aguardava.
Alfred, depressivo, continuava comendo compulsivamente. Tentava afogar as mágoas e acelerar o raciocínio. O tímido japonês entrou na frente para anunciar a presença do convidado que fazia caras e bocas de insatisfação por ser submetido a satisfazer as mimadas exigências daquele suposto rei.
— O que foi agora, Alfred?
— O espelho disse que meu título como potência mundial está ameaçado. – Explicou em desespero, permitindo algumas lágrimas escaparem pelos cantos dos olhos paranoicos. O mais velho permaneceu casualmente boquiaberto por alguns minutos. Não pela notícia em si, e sim, pela exagerada reação.
— Eu não acredito...
Limpando o rosto com o dorso da mão, o americano maleou a atormentada cabeça em positivo, enquanto o caçador prosseguiu incrédulo:
— Você está falando com espelhos, Alfred? Vejo que a doença da sua mãe é hereditária.
— Que doença? – Intrigou-se.
— A mania que o Arthur tem de falar com o nada.
— Ei! Arthur não é minha mãe! Ele é... – Iria continuar, mas... Fitando o hambúrguer, optou pelo silêncio, pois não compreendia aquela situação em específico. Quer dizer... O Arthur era uma pessoa complicada e orgulhosa... – Não importa... Não tenho a doença dele. No entanto, este não é o assunto. – Franzindo o cenho seriamente, continuou quase maleficamente, causando calafrios nos presentes ali. – Eu quero que você mate o russo de neve. Quero seu coração como a carne do meu hambúrguer desta noite.
— Alfred! – Tentou interpor. Interrompido.
— E se você não fizer isto... Apenas a comida do Iggy abastecerá o castelo por dois anos.
— NÃO! – Desesperou-se apenas em cogitar a terrível sina, uma vez que o francês detinha um paladar extremamente refinado, o qual certamente padeceria se submetido a esta sentença. - Tudo menos isto, Alfred!
— Logo, espero que tenha sua colaboração. – Ameaçou, finalizando com uma perniciosa gargalhada de vitória, visando intimidar ainda mais o súdito, o qual se afastava vagamente enquanto realizava uma respeitosa reverência.
— Claro que a terá, Majestade. As suas magníficas ordens são completamente absolutas.
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