Um artista que pintou estrelas - Livro I escrita por Rose Walker


Capítulo 1
Prólogo: Minha infância e as estrelas de verdade.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Essa história é uma Fantasia ou seja, nada existe, é tudo invenção da minha cabeça! Comentem e façam um autor feliz!Boa Leitura ♥



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Prólogo: Minha infância e as estrelas de verdade.

Estava sentado nos fundos de casa com papai, enquanto ele contava suas aventuras inacabáveis que já tinha vivido, e que iria viver, estava me contando da vez em que estava em Florianópolis, quando era mais novo, e estava surfando, e quando acabou de surfar, foi a umas rochas próximas ao mar, e pisou em um ouriço, e me falou como foi corajoso em não chorar, mesmo que tenha sentido muita dor. Papai me falou, que certa vez leu em um livro, que cada lágrima que um humano derrubava, era mais uma estrela que morria. Era o livro preferido dele, ele sempre o citava em algum momento, o nome era: Vale dos sonhos – O homem da cartola de papelão.

Papai continuou a me contar das aventuras que vivia nos fundos de casa, enquanto tomávamos chimarrão, o céu já estava escurecendo, e as estrelas já estavam surgindo, até que o papai me pediu de repente:

–Henry, olhe para o céu e me diga o que você vê. – Olhei para o céu por instantes ainda não entendendo o motivo desse pedido.

–Eu vejo as estrelas papai. – Olhei para papai, que agora estava olhando para o chão triste e decepcionado, e sussurrou baixinho:

–Henry, essas não são as estrelas, não mais...

Quando escureceu por completo, apenas a luz do velho lampião nos iluminava, mas eu ainda não conseguia entender o que o papai havia falado. Afinal eu tinha apenas cinco anos nessa época.

Papai apagou a luz do velho lampião, me colocou em seus ombros como fazia, e eu me segurava em sua cabeça. Subiu as escadas e me levou para meu quarto me desejando boa noite, e me contando uma última aventura antes de dormir, ele me deu um beijo de boa noite e eu dormi.

Mas naquela noite, eu não sonhei que era um astronauta, trazendo pedaços da Lua de queijo para a Terra, não sonhei que eu era um super-herói que estava salvando o planeta de um monstro cibernético, seja lá o que isso signifique. Mas eu não frequentei o Reino do Sonhar essa noite, eu apenas dormi.

No dia seguinte, acordei sozinho, mas isso não acontecia nunca, era sempre papai que me acordava. Então eu percebi que havia alguma coisa errada. O que aconteceu com o papai? Desci as escadas correndo em direção a sala de estar, e encontrei mamãe, totalmente entregue as lágrimas rezando ajoelhada sobre a pequena capela com Jesus Cristo dentro, que mamãe comprou assim que eu nasci, para que Jesus me abençoasse e me desse amor para o resto da vida. Sim, minha família é católica, mas eu não. Eu ainda não sei como posso definir o que acredito.

Corri e abracei a mamãe, que secou as lágrimas rapidamente e fez o sinal da cruz. Eu estava muito preocupado com o papai, então perguntei:

–Mamãe, cadê o papai? Ele não me acordou hoje...

–Henry, o papai está em uma viagem. Ele viajou em uma nave para o espaço para conseguir o raro queijo da Lua, para a gente experimentar, ele vai voltar em breve, não se preocupe.

Mamãe me abraçou, e eu acreditei nela, e fiquei esperando pelo papai.

Eu passei a acreditar nessa história até os nove anos, e as palavras do papai sobre aquelas não serem estrelas de verdade foi ocupando cada vez mais a minha curiosidade, e eu passei a observá-las todas as noites com a mamãe, e perguntava algumas coisas para ela.

Quando fiz dez anos, me ensinaram que a Lua não era feita de queijo e que morte existia. Tomei coragem, e perguntei para mamãe:

–Mamãe, onde o papai está de verdade?

Mamãe olhou para mim com seus olhos verdes escuros, assim como os meus, e me deu um abraço.

–Henry, o papai virou uma estrelinha que brilha lá no céu, e nos protege de todo o mal do mundo, que vai nos amar e nos observar lá de cima... – Mamãe já estava chorando, eu a abracei e falei:

–Mamãe não chore, o papai me falou que leu em um livro que cada lágrima de escorre dos olhos de um ser humano, mata uma estrela. Você quer matar as estrelas mamãe? – Mamãe secou suas lágrimas rapidamente e esperou eu continuar a falar.

–Mamãe, o papai não virou uma estrela, ele me falou que as estrelas que estão no céu não são mais as mesmas de antes, isso é verdade mamãe?

Ela me abraçou tão forte, que seus cabelos castanhos que estavam prendidos em um coque se desmontaram, deixando seus lindos cabelos ondulados soltos nos ombros. Seus cabelos eram iguais aos meus. Ela respondeu:

–Henry... – Ela fez cafuné na minha cabeça. – Eu também não sei...

E naquele dia, eu matei uma única estrela, a primeira em minha vida, e a última, jurei que nunca mais derrubaria alguma.

Quando fiz doze anos, descobri o velho computador de meu pai, no escritório onde ele pintava seus quadros, mas nunca mostrava para ninguém, a não ser para mim e para a mamãe. Levei o velho aparelho ao meu quarto e comecei a utilizá-lo. Pesquisei coisas sobre o meu pai, mas haviam apenas fontes mentirosas na internet.

Comecei a me afastar de todos os meus amigos, e a me isolar de todos, comecei a pesquisar sobre as estrelas, para entender o que o meu pai estava querendo dizer quando disse que as estrelas não eram mais as estrelas. Pesquisei muito, e descobri que o nome da faculdade que estuda as estrelas é astronomia, decidi que eu iria dedicar a minha vida inteira a isso.

Quando fiz 17 anos o meu dia se resumia em estudar para gabaritar nas provas, pesquisar sobre as estrelas e cuidar da minha mãe. Os que antes eram meus amigos me chamavam de nerd e ficavam zoando com a minha cara. Gabaritei em todas as provas, e tirei notas tão altas ao longo do ano que nem precisava fazer a prova final, mas fiz, para poder entrar em uma boa faculdade para descobrir o que meu pai falou para mim e entender, o que essas estrelas então, eram de verdade.

Entrei na faculdade com 17 anos, agora tenho 22, ainda moro com a minha mãe e cuido dela, não quero decepcioná-la assim como fiz com meu pai. Tenho um emprego fixo agora, em um observatório, que na verdade, é a minha casa. E tenho apenas dois objetivos de vida: Achar meu pai e descobrir o onde estão as verdadeiras estrelas e por que essas são "falsas"


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo: Capítulo 1: O que eu faço até então...
Tudo muda na vida de Henry por esse simples pedaço de papel... Ele não saberá mais no que acreditar...