So Give Me Your Love escrita por Ane25


Capítulo 4
Capítulo 4




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   Sábado – 11:15

   Meu celular tocou, acordei ainda meio zonza e com uma baita dor de cabeça.
 
       - Alô?
 
       - Amy? Te acordei?
 
       Quando reconheci a voz dei um pulo da cama.
 
       - Michel? Não, não me acordou não. Estava acordada já faz um tempo.
 
      Ele riu.
 
      - Bom, te liguei pra saber se você está livre hoje à noite.
 
      - Estou! – Disse com um sorriso gigantesco.
 
      - Quer ir jantar comigo então?
 
      - Ah, claro!
 
      - Sério? Posso passar na sua casa às 20h então?
 
      - Pode!
 
      Passei meu endereço para ele e nos despedimos. 
 
      Deitei de novo na cama e não conseguia tirar o sorriso do rosto, foi quando ouvi a voz da Suh:
 
      - Não vai se apaixonar por ele Amy!
 
      Dei uma suspirada.
 
      - Não, eu não vou Suh!
    
      É claro que eu não ia! Seria apenas um passatempo, certo?

      Eu e Suh nos arrumamos, eu coloquei um short um pouco curto e uma blusa baby look branca. 
            
      Minha mãe bateu na porta.
 
      - Entra. – Eu disse
 
      - Oi filha! – Disse minha mãe me dando um beijo na testa. – Como foi à festa? Ah, bom dia Suh.
 
      - Bom dia! – Disse Suh.
 
      - Oi mãe! Foi boa. – Disse com um sorriso.
 
      - Que bom. Eu estou saindo, vou ao salão. Tem uma pessoa te esperando lá em baixo. – Ela disse com um sorriso e saiu do quarto. Olhei para a Suh com uma cara de: “quem será?”, ela levantou os ombros e saímos do quarto.
 
      Descemos as escadas. Não sei por que, mas por um momento achei que fosse o Michel. Mas quando cheguei à sala vi o Josh. Claro! Até parece que Michel ia vim agora aqui em casa.
 
      - Oi Josh! - Disse um pouco sem graça por causa da nossa conversa de ontem. Eu sabia que eu tinha errado.
 
      Ele estava de costas e se virou pra mim, ele ficou algum segundo me encarando com a boca aberta. Claro, eu estava com um short um tanto curto.
 
      - Josh, dá pra parar de ficar me olhando desse jeito? To ficando constrangida! – Disse sorrindo.
 
      Ouvi a risada da Suh atrás de mim e ela disse algo do tipo “vou lá para cozinha para vocês conversarem melhor”. E saiu da sala.
 
      - Ah, desculpa! – Ele disse dando seu sorrisinho torto. – Vim conversar com você sobre ontem.
 
      - Josh, já te pedi desculpas. 
 
      - Não, não é sobre isso, é sobre a minha atitude. Eu errei também. Eu sei que às vezes pareço um pai pra você, na verdade, às vezes eu tento ser um pai pra você, já que você nunca teve um decente. Eu me preocupo com você Amy. – Ele parou a alguns centímetros de mim me encarando. Podia até sentir o perfume dele. Meu Deus, como ele era cheiroso – Ainda mais com o Michel. Ele é um amigo, mas não é uma boa influência. Ele bebe, aproveita das meninas lindas que encantam com ele...
 
      Eu ri.
 
      - Bom, obrigada pela preocupação e pelo linda. Mas eu vou sair com ele hoje à noite - Dei uma pausa, olhando nos olhos cor mel esverdeados dele - Você não acha que a gente está perto de mais? – Disse rindo. Podia sentir a respiração dele e o cheiro de menta que vinha de sua boca. Isso estava começando a me enlouquecer. Mais um pouco e a gente podia se beijar.
 
      Ele deu um passo para trás.
 
      - Desculpa! – Ele parou um pouco pensativo e continuou: – Você disse que vai sair com ele hoje à noite?
 
      - É, eu vou! Ele me ligou agorinha e me chamou para sair e eu disse sim.
 
      - Amy, você sabe o que você faz. Sei que ele não vai fazer nada que você não queira, ou pelo menos eu acho que não. Mas você não pode escolher de quem gosta. E é como eu disse: ele consegue fazer uma garota gostar dele fácil, fácil. – Ele parou me encarando um pouco, como se esperasse que eu dissesse algo, mas eu não conseguia dizer mais nada. – Qualquer coisa, estou aqui se precisar. – Ele me deu um sorriso e um beijo na testa, disse “tchau” e saiu pela porta me deixando sem palavras.
               
      - Então... - Disse Suh encostada na porta - Quando você vai dar uma chance para ele?
               
      Revirei os olhos e não respondi nada.
               
      - Amy, quando é que você vai perceber que ele gosta de você?
               
      - Ele não gosta. Só tem um carinho de amigo por mim.
               
      - Aham. E todo esse lance que ele está preocupado com você gostar do Michel é ciúmes de amiguinho né?
               
      - Estava ouvindo a conversa? - A olhei perplexa.
              
      - Humm...Isso não vem ao caso agora.
               
      - Ta, mas respondendo sua pergunta: sim, é apenas ciúmes de amigo. – Dei às costas a ela e comecei a subir as escadas.
               
      Ela veio atrás ainda falando nesse assunto.
              
      - Ah claro! E todos os outros caras que você ficou? Por que ele não teve esse “ciúmezinho de amigo”? – Ela disse fazendo aspas no ar e continuou: - E agora surge um cara, que tem uma grande chance de você gostar dele e ai o ciúmes de amigo aparece assim: do nada. Misteriosamente!
 
      - Suh, chega ta legal? – Disse me virando para ela e aumentando um pouco a voz. – Nós somos apenas amigos! Quantas vezes vou ter que repetir isso pra você? Que droga. Estou cansada desse papo!

      - Nossa Amy! Calma! Não precisa morder também. Credo!

      - Ah fala sério Suh... Já faz um tempo que estou pedindo pra você parar com essa historia.

      - Tá, ta... Já entend! Mas... Então posso só te fazer uma ultima pergunta sobre esse assunto?

      “Lá vem” – Pensei
 
      - Tá, pergunta.

      - E o que você sente por ele?

      Amizade? Essa era uma pergunta que eu nunca tinha parado para pensar na resposta. Afinal, o que sinto por ele? O que foi aquilo que falei para aquela garota lá na festa quando vi os dois juntos?

      *Flash Back on*

      – Sua namorada? – A vaca loira perguntou. Mas não esperei ele responder e disse chegando um pouco mais perto dela:

      – Você acha que se ele fosse meu namorado eu o deixaria ficar andando sozinho em uma festa onde só tem... – A olhei de cima a baixo e continuei: - piranha?
 
         *Flash Back off*

   Seria ciúmes? De amigo ou algo mais?

   Ele sempre me tratava tão bem, era sempre tão carinhoso, sempre cuidava de mim. Às vezes parecia um irmão mais velho e às vezes parecia meu pai. Ele meio que assumia esse papel.

   Minha mãe me teve aos 18 anos. Quando meu “pai” (se é que posso chamá-lo assim) descobriu, ele sumiu do mapa (minha mãe nunca escondeu isso de mim). Ela teve que me criar sozinha. Bem, sozinha não, mas com a ajuda da minha avó. Mas quando eu tinha 9 anos minha avó morreu e então eu e minha mãe mudamos de cidade (para a cidade atual). Foi ai que conheci Josh, que era nosso vizinho na época. Um garotinho de 13 anos, educado, fofo, com aquele sorrisinho de lado que me mata até hoje. Minha mãe e a mãe dele viraram amigas. Minha mãe contou sobre o meu problema de não ter pai, então a família dele nos ajudaram muito nos primeiros anos, ate minha mãe ter um emprego bom e fixo.

   Quando fiz 12 anos queria conhecer meu pai. Não sei porque, mas sentia uma vontade enorme de ter um amor de pai, por mais que meu pai tenha abandonado minha mãe e seja um filho de uma... Foi ai que o Josh entrou mais ainda para minha vida.

   *Flash Back on*

   Eu estava chorando em baixo de uma árvore com os joelhos dobrados e a testa nos mesmos.

   - Amy? O que houve? – Ele disse me abraçando e depois levantando meu queixo e limpando minhas lagrimas.

   - Todas as minhas amigas têm um pai. Por que eu não tenho pai, Josh? Por que ele fez isso com a minha mãe? Eu só queria poder ter um pai. – Disse entre soluços.

   - Ei – Ele disse com um sorrisinho torto e segurando meu queixo para poder encará-lo. – Que tal se eu cuidar de você? Não vou poder te dar o mesmo amor que um pai dá a uma filha, mas posso tentar. O que você me diz?

   - Sério? – Perguntei enxugando minha lágrimas.

   - Serio! – Disse me ajudando a levantar e me abraçando. – Pode sempre contar comigo. – Suas palavras entraram em meus ouvidos como uma canção de ninar que um pai canta a uma filha antes de dormir.

   *Flash Back off*

   Bom, é ai que não sei explicar exatamente o que sinto por ele. Não sei se é apenas encanto, ou...se eu gosto dele de uma forma especial. NÃO!! Isso não pode acontecer. Ele não gosta de mim. E a ultima coisa que quero é estragar a amizade.

   - Então Amy... O que me diz sobre essa pergunta?

   - Eu...Eu não sei!

   - Olha, é normal você gostar dele. Vocês se conhecem há tanto tempo, e ele é sempre um amor com você. É impossível não gostar. Mas tudo bem, não vou forçar o assunto. Então...quer fazer o que?

   Pelo menos ela era compreensiva nesse ponto.

   Ficamos conversando algum tempo e depois o pai dela foi buscá-la.

   Fiquei sozinha até minha mãe chegar para almoçarmos.
 
   - Oi filha!

   - Oi mãe!

   Mal esperei ela colocar a bolsa no sofá e fui logo falando:

   - Olha... Ontem na festa conheci um cara, amigo do Josh. A gente ficou e hoje de manha ele me ligou me chamando para sair. Posso ir? Posso, posso? – Disse parecendo uma criança quando pede uma boneca dos sonhos a mãe.

   - Bom Amy, você sabe que eu sou super de boa quando você vai a alguma festa e fica com alguma carinha que você achou legal... Mas sabe o que acho de sair com ele sozinha no dia seguinte.

   - É...eu sei!

   - Mas vou abrir uma exceção.

   - JURA?

   - Juro! Mas só porque ele é amigo do Josh. E não esquece Amy, - Ela disse seria e eu sabia exatamente o que ela iria dizer. – Tome consciência de seus atos. Pelo menos você tem alguém que conversa sobre isso com você. Na minha época minha mãe não falava isso comigo e acabei engravidando praticamente na idade que você está.

   - É, eu sei mãe. Eu tenho consciência. – Disse lhe dando um beijo. – Obrigada!

   Almoçamos e minha mãe voltou para o trabalho.

   O resto do dia passou voando e quando percebi já eram 18h30min, então fui começar a me arrumar para sair com o Michel.


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Notas finais do capítulo

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