Hospital de Miami 6:05am

Em um quarto de um enorme edifício, estava Hiccup. O moreno que acabara de abrir lentamente seus olhos, visualizava o local com curiosidade em seu olhar, se perguntando, oque acontecera para ele está nesse cômodo desconhecido, sem ninguém que lhe trazia conforto ou até mesmo para lhe informar.

Com bastante cuidado, o mesmo se esforçou para se sentar sobre um colchão de lençol branco, que estava em cima de uma cama apropriada para algo em que o moreno não fazia a menor ideia do que seja.

O quarto onde Hiccup estava era bem organizado, havia em sua frente uma mesinha e em cima dela, havia uma bandeja com medicamentos. Ao seu lado havia vários equipamentos, também desconhecidos pelo moreno. E bem próxima dali, havia uma janela, e dela, Hiccup pode ver que o céu estava nublado e que as nuvens escuras, alertavam a chegada de chuvas.

Hiccup focalizou seu olhar em qualquer parte do quarto, e tentou lembrar de alguma coisa que o ajudasse a desvendar o mistério, do porque, ele estara ali. Foi aí, que o moreno lembrou do desespero, da angústia e do medo que sentira naquela noite. Na qual quase perdeu a vida.

Uma tosse o tirou de seus pensamentos, mas a partir dessa tosse, ele lembrou de inspirar aquela fumaça negra e cinza que pairou naquela casa.

Com um suspiro pesado, uma dor o fez gemer, e essa dor vinha de sua perna, ele tentou mexe-la, mas a dor era muito forte, então com um movimento rápido, ele tirou o cobertor de sua perna. Ao vê-la toda enfaixada e com pequenas manchas de sangue, o serviu de alerta para não torná a mexer novamente.

Sua cabeça doía bastante, e ao tocar em sua testa, notou que estava também enfaixada.

Uma batida na porta o assustou, mas resolveu ficar calado.

– Toc, toc - Fala uma voz bastante conhecida pelo o moreno, e ao ver algumas mexas brancas de cabelo e os olhos azuis gelo, formou um sorriso torto em seus lábios - Cadê meu mano sortudo? - Jack entrou sorrindo de deixar seus dentes incrivelmente brancos à mostra. Ele trajava uma calça jeans e seu moletom azul. O mesmo entrou sem formalidades e segurou uma mochila por uma de suas mãos, enquanto a outra, fechava a porta de madeira - Como você tá?

– Bem, eu acho - Fala Hiccup encarando sua perna.

– Não se preocupe, sua perna só está carne viva e você vai sentir bastante dor por uns dois meses, mas vai sobreviver - Falava Jack, enquanto se sentava em uma poltrona perto da cama com sua mochila sobre seu colo.

– Sua sinceridade é comovente - Fala Hiccup torcendo as sobrancelhas. Um silêncio reinou entre os dois, mas Hiccup, ao ver aquela mochila sobre o colo do amigo, resolveu indagar - Oque tem aí dentro?

– Oque você acha que é? - Jack abriu a mochila e dela, saiu um gato preto, de olhos verdes e com uma pata vermelha por conta de ser uma prótese.

– Banguela! - Exclamou o moreno e o gato pulou sobre o mesmo que sorriu - Ai amigo, fiquei tão preocupado com você, achei que iríamos morrer - Banguela miou em resposta e se aconchegou sobre o colo de Hiccup, que riu e acariciou a cabeça do animal, que só apreciou o carinho que recebia - Como você o trouxe? Não permite entrada de animais no...isso aqui é um hospital né?

– É - Confirma Jack soltando um riso curto - E respondendo sua pergunta. Eu meio que dei uma paquereda na recepcionista, então...sabe como é né?

– Não, não sei como é, e nem faço questão de saber - Fala Hiccup rindo, fazendo Jack também rir.

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Após alguns minutos de conversa extremamente divertidas, ambos jovens, foram interrompidos por uma loira, que estava encostada na porta com um pequeno sorriso em seus lábios. Essa era Astrid. A garota trajava uma calça jeans, blusa regata, jaqueta jeans e tênis brancos. Seu cabelo estava em uma trança invertida e sua franja cobria um pouco seus olhos.

– Oi espinha de peixe - Fala ela aumentando seu sorriso.

Os olhos de Hiccup brilharam ao vê-la, e não pode conter um sorriso de deixar seus dentes à mostra.

– Oi Asrid...Astrid. Oi Astrid - Hiccup sentiu suas bochechas esquentarem loucamente, e se reprovou mentalmente.

Hiccup encarou Jack, que só estava sorrindo para ambos. Com um olhar informativo, Jack sorriu malicioso e se levantou da poltrona onde estava.

– Bem eu vou pegar um café, que a noite foi longa. Com licença - Jack saiu e deu um boa sorte para o moreno pela brecha da porta. Mas mesmo querendo ver, Jack realmente saiu deixando os dois a sós.

Astrid se aproximou de Hiccup e se sentou na beirada da cama sem muito se importar com a opinião de Hiccup. Claro, se ele falasse algo, ela sairia de imediato. Mas como o moreno ficou em silêncio, ela não se preocupou com isso.

– Então, como você está? - Pergunta ela quebrando o silêncio.

– Eu estou ótimo, bem melhor agora que você chegou - Hiccup falou sem encarar a loira, que sorriu de lado ao notar as bochechas levemente coradas do jovem.

– Isso é bom - Fala ela brincando com os dedos do moreno. Mas então do nada, ela torce levemente os dedos do mesmo que gemeu.

– Isso foi por me dá um susto - Banguela e Hiccup a encararam perplexos, mas então...ela o puxa pela camisa e o surpreende com um selinho - E isso por não ter morrido - Hiccup ficou pasmo e nem se mexeu, encarando um ponto qualquer com o olhar longe - Eu sei que não devia ter feito isso, mas acho que...- Foi a vez de Hiccup a surpreender, mas não com um selinho e sim com um beijo bem profundo.

A loira ficou hesitante ao corresponder, afinal, ela nunca foi atraída pelo moreno, só fizera aquilo, pois soubera que o moreno gostava dela. E se sentiria bem ao saber que o deixou feliz com um toque de seus lábios.

Mesmo não está tão segura com isso, Astrid correspondeu o beijo do mesmo jeito que começou, bem profundo. No entanto, ambos foram interrompidos por um pigarreio.

Ao se virarem viram uma ruiva os observando com um olhar brincalhão e com um toque de incomodo ao ver ambos tão próximos. Assim, Astrid se levantou rapidamente com as bochechas levemente coradas e com os lábios inchados, sem saber oque falar.

– Estou atrapalhando alguma coisa? - Pergunta ela sorrindo falsamente, pois não gostou muito de assistir aquela cena.

– Não, não. Eu já tenho que ir mesmo, tenho compromissos - Fala Astrid sorrindo, ela se vira para Hiccup e lhe dá um beijo na bochecha - Melhoras gato - Hiccup assentiu e recuperou um pouco de fôlego.

Astrid caminhou até Merida ainda sorrindo, e lhe deu um aceno antes de sair do quarto.

Hiccup ainda não acreditava no que acabou de acontecer, ele realmente beijou a garota que sempre gostou desde sua chegada a UM. Merida por outro lado se aproximou segurando com suas mãos um viking de pelúcia segurando uma placa bordado "melhoras".

– Olha o nerd - Fala Merida com um tom de malícia e Banguela pula na ruiva se aconchegando sobre seu colo - Oi Banguela - Merida acaricia o gato que ronronava sobre suas pernas - Toma - Ela entrega o boneco para Hiccup que o pegou confuso e ao notar de que se tratava o boneco, não conteve um riso curto.

– Você me realmente me conhece - Hiccup riu e Merida sorriu.

– Quando bati o olho nesse boneco, na hora lembrei de você - Hiccup encarou Merida em silêncio, com apenas um sorriso em seus lábios. E ao notar oque acabara de dizer, Merida corou violentamente e mordeu seu lábios inferior - Então...Frost me falou que sua perna tá bem ferida, né?

– É oque ele me disse, mas acho que é verdade, porque qualquer coisinha dói - Fala Hiccup vendo a perna - Mas acho que foi da canela pra baixo, não sinto dor na cocha - Merida sorriu e encarou Banguela.

– Deve ter sido traumatizante isso, né? Ver sua vida passar por um flash sem saber oque fazer...erg...não consigo imaginar.

– Realmente é pior do que você pensa - Hiccup levou isso na brincadeira e Merida riu acompanhado o amigo.

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A chuva começara há poucos minutos, e Jack a observava da janela da salinha de espera, queria dar privacidade ao amigo.

Ele enfiou sua mão ao bolso do moletom e tirou de lá o cordão que havia pegado no acidente. Ele visualizou e viu que não era de Hiccup, pois o moreno adorava dragões e esse não havia nenhum dragão ou algo do tipo que se relacionava ao amigo. Na verdade, ele era dourado, a corrente era até longa e no final havia um metal esculpido com as iniciais F e R, mas quem será que tem essas iniciais?

O albino o guardou novamente e franziu as sobrancelhas pensando em vários nomes, mas uma gritaria o tirou da sua "pesquisa". Ele se virou e observou um casal gritando com a recepcionista. O homem era grande, ruivo pra castanho, e com roupas de pele de bichos. E a mulher era de estatura normal, cabelos castanhos e lembrava Jack muito...Hiccup? Esses são os pais de Hiccup?

– Eu preciso ver meu filho - Fala a mulher e possivelmente mãe do amigo em um estado desesperador.

– Eu não posso deixa-la entrar, seu filho está com muitas visitas - Fala a recepcionista tentando acalma-la.

– MAS EU SOU A MÃE DELE! - Exclamou ela, então Jack caminhou até a mesma com um mero sorriso.

– Com licença, seu filho é o Hiccup, né? - Pergunta o albino e a mãe o encara tentando entender.

– Sim, esse é o apelido dele, não é? - Fala ela.

– Sim é ele mesmo, o Hiccup - Fala o homem, que Jack deduziu ser o pai.

– Eu posso levar-los até ele - Fala Jack.

– Mas ele não pode..

– Que isso, eles são pais dele - Jack se aproxima da recepcionista com um olhar sedutor - Não seja a vilã da história...meu bem.

– Tudo bem, mas sem bagunça - Jack deu uma piscada charmosa e guiou os pais de Hiccup até o quarto do filho, que estava conversando alegremente com Merida.

Assim foi o dia do garoto que quase perdeu a vida, só por ter estado na hora errada e local errado.