Contos das Sombras escrita por AKAdragon


Capítulo 5
Muadhnait Breen


Notas iniciais do capítulo

Muadhnait Breen = Marzia(apelido)



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Dizem que Toulouse se jogou de um penhasco após a filha de Marzia nascer, mas eu sei a verdade. Ele não se matou, Toulouse esperou por três longos anos até que Marzia conseguisse fugir do castelo. E juntos foram para o outro lado do oceano, para a terra de ninguém. A terra livre. Longe de humanos e espíritos.

Após quatro anos eles tiveram outro filho juntos. Quando o garoto tinha 16 anos o mandaram para sua terra natal. Aalis, a filha de Marzia já era a rainha dos espíritos. Assim que soube onde estava sua mãe, mandou várias unidades para o outro lado do oceano, mas o meio-irmão dela a entregou uma carta, escrita pela própria Marzia, para ela não fazer nada e deixá-la viver do jeito que sempre quis. Aalis chorou a noite inteira naquele dia. E no dia seguinte, quando encontrou o irmão, lhe fez um pedido.

– Querido irmão, sei que não tenho nenhum direito de pedir algo a você por não ter lhe escutado antes, mas adoraria ver nossa mãe. Pelo menos uma vez na vida.

Ele apenas sorriu e lhe entregou o medalhão de Marzia. Quando Aalis o tocou, a pedra azul celeste do medalhão começou a brilhar e uma voz começou a sair do colar, então o reflexo da imagem de Marzia surgiu, ela dançava e cantava ao lado de Aalis quando ainda era pequena. Aalis nunca chorou tanto de felicidade e nunca mais largou o medalhão.

Enquanto Marzia... Como era um espírito nunca morreu, continuou imortal. Ele teve que assistir Toulouse e seu filho partirem. Enquanto ela nunca envelhecia, nenhum cabelo branco em sua cabeça.

Marzia estava encarando o escuro do quarto. Podia sentir sua enorme cabeleira cercando-a e preenchendo todo o quarto, ela parecia uma Rapunzel de cabelos negros. Ela murmurava uma música muito antiga que apenas algumas pessoas conheciam. Até que alguém abriu a porta. Ela se encolheu com a luz e praticamente rosnou.

– Mãe. – Aalis soava triste e desapontada. – Por favor, eu sei que você quer sair daqui. Deixe-me lhe ajudar.

– Aalis... – Marzia encarou a filha.

Ela era alta, magra, pele pálida e olhos azuis (como todo espírito) mas tinha algo de diferente nela. Marzia lutou contra sua mente para se lembrar... Era o cabelo! O cabelo da filha era originalmente branco, como todos os espíritos, mas estava pintado de castanho claro.

– Como você fez isso?

– O que foi? – Aalis se encolheu quando Marzia se aproximou dela e tocou seu cabelo.

– Por que fez isso com seu cabelo? Era tão lindo...

– Mãe. As pessoas achavam que eu tinha alguma doença, eu precisava Disfarçar.

– Humanos estúpidos. Mortais. Mortais. – Ela praticamente cuspia a palavra “Mortais”. – Em que ano estamos? Quantos anos se passou desde que o seu irmão morreu?

– Estamos em 2015, quase 2016.

– Praticamente mil anos... Mil anos que conheci meu Toulouse... – Ela caiu de joelhos no chão de pedras. – Por que você está aqui, Aalis?

– Eu vim lhe salvar, mamãe. Eu consegui criar algo que vai lhe ajudar muito.

– O que você fez? Uma poção para trazer pessoas de volta á vida?

– Eu vou levar você para onde Toulouse e meu irmão estão.

– Jura?

– Sim.

–Então me leve!

– Mas devo lhe avisar, você não poderá voltar.

– Não se preocupe, Aalis. Eu também te amo, e quando ficar cansada disso tudo, vou lhe aceitar com braços abertos.

– Obrigada mãe. Mas isso vai demorar um pouco.

– Eu tenho orgulho de você, Aalis. Foi uma rainha melhor do que eu.

Elas sorriram e foram até a nova invenção de Aalis. Marzia cortou seu cabelo do jeito que ele era originalmente e se deitou na maca de metal. Aalis ligou a máquina, eu começou a dar choques por todo o corpo de Marzia. Ela eguentou por um tempo até finalmente ceder e desmaiar.

Marzia olhou em volta, tudo estava coberto por uma névoa branca. Ela começou a andar em direções aleatórias até encontrar uma cidade. Caminhou pela cidade até escutar uma melodia conhecida. Correu na direção da música e encontrou Toulouse e seu filho tocando e cantando, com uma pequena platéia, entre a platéia estava a família de Marzia. Ela se aproximou do palco e sorriu para Toulouse que ficou branco quando a viu. Ele parou de tocar e foi até ela. Eles se abraçaram.

– Marzia! Marzia! – Ele chorava, assim como ela.

– Toulouse! Meu amor! – Marzia o abraçou.

– Marzia, bem vinda ás sombras!

– Obrigada, Aalis, por entender o que eu sentia. Obrigada...


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Notas finais do capítulo

Este é literalmente o final (provisório) com algumas alterações de uma história minha que eu amo muito e não sei se quero postar aqui. O título é "Spirits of Destiny" (Espíritos do Destino em português) espero que tenham gostado e se quiserem que eu poste essa história completa, me avisem eu adoraria compartilhar a história que estou escrevendo faz quase três anos! XD
— cALICaquE



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