James respirou fundo e afundou as mãos no cabelo, por que tudo isso? Por que toda essa confusão? Parecia tão irreal, em menos de duas semanas toda uma tonelada de sentimentos, e qual era o objetivo desde o início? Aquele objetivo ainda tinha sentido? Tinha! Algo dentro dele o dizia que seria feliz ao lado de Dominique. E como Rose ficava? Ah, a doce Rose, pequena Rose...

Por que era tão difícil esquecer seus lábios? Podia muito bem esquecer os seus olhos, mas era quase impossível, e aquele frio na barriga insistia em ficar ali, ou aquela vontade louca que vinha de um lugar desconhecido dentro dele, aquela vontade louca de voltar lá e dizer que estava tudo bem, que tudo daria certo, e como fazer isso? Como fazer algo que poderia não ser verdade, o que havia demais em Rose? E essa era a pergunta errada, o que havia demais em Dominique? Por que razão contra emoção? Mas de que lado a emoção estava? Ele não sabia responder e mesmo assim o coração não queria deixar de bater descompassado.

— James – Fred chamou baixinho

— o que? – ele respondeu em um sussurro

— o que aconteceu? Você tá muito na lua, cara – Fred falou como se fosse óbvio

— não aconteceu nada, tudo bem? Pelo menos eu quero acreditar que não – James murmurou confuso, o professor deu por encerrada a aula e os dois saíram caminhando lado a lado até o salão comunal

— o que tá rolando? – Fred perguntou se lançado no sofá em frente à lareira

—olha, não vale contar pra ninguém, certo? – James se sentou ao seu lado respirando fundo, eles não notaram a aproximação de certa loira que ficou por trás do sofá sem fazer sequer um barulho.

— certo – Fred respondeu ansioso

— certo... Eu beijei a Rose – ele falou de uma vez e Fred demorou alguns minutos para digerir as palavras, a loira levou as mãos, a boca abafando um grito surpreso

— você o que? – Fred perguntou eufórico e surpreso

— isso que você ouviu – James bufou e revirou os olhos

— mas e aí... Foi bom? – Fred perguntou curioso

— como? Er... Não sei... – James murmurou perplexo

— como assim não sabe? Você encostou a boca na dela, ou será que eu tenho que desenhar? – Fred falou fazendo gestos com as mãos

— eu não sei, não sei, to confuso – James falou suspirando

— ah! Agora eu entendi – Fred falou sorrindo – você gostava de alguém, então surgiu Rose e BUM, não sabe mais de nada – Fred falou divertido

— como você sabe? – James perguntou surpreso

— meu caro amigo, eu lhe conheço há muito tempo, e te conheço melhor que sua mãe – Fred falou sorrindo convencido

— não sei mais o que fazer... – James baixou o olhar preocupado

— é simples, escolha, na real, não sou bom pra falar isso – Fred falou lançando as mãos pro alto – mas cara, você deve escolher a pessoa por quem o seu coração bate mais forte – Fred falou como um sábio e fez uma careta logo depois – isso foi gay...

— isso foi gay, e me ajudou muito – James sorriu agradecido

— é pra isso que servem os amigos – Fred falou se levantando, a loira se abaixou por trás do sofá e prendeu a respiração – agora tira o traseiro daí, está na hora do jantar – ele falou rindo e os dois se levantaram, colocaram os braços sobre o ombro um do outro e saíram rindo da comunal.

Dominique soltou a respiração como alívio e se levantou, então Rose havia beijado o seu James? Se ela pensava que ia ficar por isso estava enganada.

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— Rose? – Lily perguntou baixinho abrindo a porta do quarto, ao ver a prima deitada na cama com lágrimas no rosto seu coração apertou

— Lily. – Rose murmurou em um fio de voz, seu rosto vermelho e os olhos inchados denunciavam seu choro, lágrimas descendo cada vez mais por sua bochecha

— oh Rose! O que aconteceu? – Lily falou preocupada sentando ao seu lado e a abraçando

—eu... Cometi um... Erro – ela falou entre soluços

— Rose, o que aconteceu? O que você fez? – Lily suspirou e encarou a prima com preocupação

— eu e... O James... Nos beijamos – ela falou com dificuldade ofegante, Lily arregalou os olhos e ficou boquiaberta

—Rose! Isso não é um erro – Lily falou com carinho, Rose a encarou e respirou fundo

— é sim, eu trai minha melhor amiga – ela falou enxugando o rosto

— o que? Oi? Você não me traiu – Lily falou confusa

— não estou falando de você, estou falando de Dominique – Rose murmurou

— Rose! Aquela coisa não é sua amiga, se eu fosse você não considerava ela nem da família – Lily exclamou bufando

— mas eu não devia... Ela gosta do James, e... E o James gosta dela – ela falou como se seu coração estivesse sendo despedaçado em suas próprias mãos

— o que? O James gosta daquela coisinha? – Lily exclamou revoltada

— Estou confiando em você para guardar isso – Rose pediu suspirando

— tudo bem – Lily suspirou indignada – o que ele fez depois do beijo?

— eu não sei, eu sai correndo – Rose falou tampando a boca com as mãos

— quem beijou primeiro? – Lily perguntou em euforia

— er... Ele – ela respondeu baixando o olhar

— e então... – Lily sorriu com carinho

—mas foi só no momento – Rose respondeu com as lágrimas voltando a seu rosto

— Rose, Vamos me conte o que exatamente aconteceu – Lily pediu curiosa, Rose contou lhe tudo que havia acontecido, detalhe por detalhe, desde o começo da aposta até o beijo, Lily ficava surpresa a cada nova palavra, a ruiva ao terminar baixou o olhar e seu semblante se tornou triste

— estou confusa – Rose falou suspirando

— Rose, acorda! Ele te chamou de perfeita! E não a vadia da Dominique! – Lily exclamou

— eu não sei mais de nada, Lil’s – Rose respondeu com a voz entrecortada

— você quer saber, se tem uma coisa que eu aprendi, foi que devemos seguir o coração, eu segui o meu e agora está na hora de você seguir o seu, está na hora de correr atrás, para algo que você consegue alcançar, permita que seu coração seja feliz – Lily falou segurando em suas mãos, Rose sorriu e deixou que uma última lágrima descesse por sua bochecha, as duas se abraçaram

— obrigada, Lil’s – Rose agradeceu sorrindo e Lily retribuiu com um sorriso radiante.

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Dominique respirou fundo em seu posto, tudo em seu devido lugar, só mais alguns minutos, a loira olhou ao redor e sorriu, sabia o que queria e conseguiria aquilo, e ninguém a impediria, nem Merlin ousaria mexer em seu plano, e por que tudo isso? Ambição? Ou por que ela realmente estava gostando de James? Era uma dúvida cruel.

Seus olhos focaram no Potter que acabara de entrar no corredor sozinho, um corredor vazio, Dominique sorriu radiante e esperou, ótimo em menos de minutos a outra ruiva passaria pelo corredor, precisava agir e logo.

— James! – Dominique chamou quando o menino passou a sua frente, o moreno ergueu seu olhar surpreso para ela

— ah, oi, Dominique! – ele respondeu um tanto atordoado

— por que fica andando por aí sozinho? – ela perguntou se aproximando do garoto

— não sei se percebeu, mas eu estava indo para a comunal – ele respondeu com um tom que jamais imaginaria usar com alguém, Dominique ergueu uma sobrancelha

— Está irritado? O que aconteceu? – e ela se aproximava cada vez mais do moreno, ele olhava atentamente para o rosto dela

— não, eu só estou com sono – ele murmurou com a voz mais baixa que o normal

— você vai me trocar pela sua cama, Jay? – a loira fez beicinho

— que... O que? – ele perguntou confuso, a loira sorriu marota e finalmente o alcançou, enlaçou seus braços em seu pescoço, enquanto o moreno continuava paralisado tentando respirar

— não se faça de bobo, James, você sabe... – ela sussurrou

Bem na hora, olhou para um ponto alto na parede do corredor, Rose passava exatamente há essa hora no corredor para ir até o grande salão... A loira ansiosamente beijou o moreno, não sabia se isso era uma vingança ou se ela queria aquilo, era tão estranho estar ali, pelo menos uma vez na vida, beijando os lábios com que ela sonhara na infância, James sentiu aquele mesmo frio na barriga voltar, e passos ecoaram pelo corredor, James quebrou o beijo e olhou para o final do corredor onde uma ruiva andava vagamente com a cabeça baixa, algo o dizia que ela havia visto aquilo, Dominique bufou e se atreveu a roubar outro beijo do moreno, um beijo voraz.

O coração despedaçado de Rose insistia em demonstrar força, insistia em ser forte, em andar ali como se nada tivesse acontecido, James empurrou a loira de leve e Dominique assumiu uma expressão indignada

— mas o que!? – Dominique exclamou irritada rapidamente 

O olhar de Rose se ergueu para os dois, ela parou, a ruiva travou os passos, paralisou no mesmo lugar

— desculpa, Nick – James falou preocupado, ele tinha um semblante confuso

— vamos, diga logo, James! – Dominique falou em revolta, seu cabelo loiro sendo bagunçado pelo vento que vinha do jardim, enquanto Rose no meio do corredor a poucos metros dos dois observava atentamente

— dizer o que? – o moreno perguntou confuso, embora no fundo soubesse qual era a pergunta

— Eu ou a Rose?- Dominique falou ficando incrivelmente séria

Rose como se tivesse sido libertada caminhou até os dois, e ficou ao lado de Dominique, com o olhar baixo, as bochechas rosadas e os olhos inchados, isso denunciava que ela estava chorando, o coração do moreno apertou.