Shadow Screamings - Grito da Morte escrita por Cherry Bomb


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu jurava que tinha postado esse capítulo -q Sorry pela demora, sério, o Nyah! deu a louca e resolveu não postar. E eu esperando os comentários -q
Como não foi planejado eu postar assim, do nada, não vou escrever muito aqui porque tô com pressa.
Bem, att



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Capítulo 6

Paramos em um beco. Os ofegos constantes e a respiração rala denunciaram a nossa corrida. Jade fez uma careta. Sua (na verdade, minha) camisa preta estava com uma grande mancha vermelha no ombro.

– Você está bem? – pergunto.

Ela assente, ainda com uma careta, e apoiada numa parede, desliza para o chão.

– Você não parece bem. – ajoelho-me em frente à ela – Consegue se levantar?

Ela assente.

– Ótimo, vamos!

Meus pés agem mais rápido do que minha mente. Deparo-me correndo sem rumo pelas calçadas da cidade, com uma Jade desesperada atrás de mim.

– Aonde você vai?! – ela grita.

– Eu não sei! – grito de volta, rindo – Talvez para a síde!

– Espere aí!

Paro por instantes, tempo suficiente para ela me alcançar. Jade olha para mim, arfando. Ela retira uma mecha loira do rosto e me encara com seus olhos azuis brilhantes.

– Não podemos ir para a síde.

Isso me choca. Levo alguns minutos para absorver as palavras.

–... O quê?

–Não podemos ir para a síde. Não é seguro.

Isso me choca ainda mais. A síde era o único local que eu imaginava ter segurança.

– Como não?

Ela suspira. Com o corpo dobrado e as mãos apoiadas nos joelhos, ela olha para o horizonte.

– Olhe, Nick...

– Nichole. – a corrijo.

– Nichole, você ainda é bem nova...

– Temos a mesma idade! – bato o pé.

– ... por isso têm certas coisas sobre a síde e o mundo das fadas que você ainda não consegue entender. É melhor ficar assim. Vamos achar um local seguro para...

– Ei! – chamo – A síde é um local seguro, sim! E pode parar com essa ladainha, pois eu sei que você fugiu de Morgana e agora não quer voltar!

Ela ainda não olhou para mim, mas sei muito bem que o que eu disse é verdade.

– Olha, vamos fazer um trato: Você me leva até a síde, onde vamos só pegar alguns suprimentos necessários, então eu vou com você para a Irlanda vencer os Thuatá... – faço uma careta.

– Filhos de Mil Espáine. – ela corrige, e então finalmente olhando para mim, acrescenta: - Nós somos Tuatha dé Danann.

E dito isso, ela levanta e caminha com toda a graça possível para a situação.

– Espere! – grito – Aonde você vai?

Sem olhar para mim, ela responde:

– Para a síde, óbvio!

Sem opções, a sigo.

***

Entramos na rua de sombras. A escuridão tomou conta do local. Embora eu não estivesse enxergando nada, Jade parecia se sair muito bem. Agarrei seu braço com a intenção de não me perder, mas tudo o que ganhei foi uma risadinha.

– Está com medo, Nichole?

– Sem chance. – soltei seu braço.

O cemitério, porém, era o que mais assustava. Estava exatamente igual: A grama negra, as rosas vermelhas enroscadas nas árvores, as lápides cinzentas e o rio cristalino. Mas havia algo diferente, algo faltando no lugar.

– Está silencioso demais. – Jade disse.

De fato, eu podia escutar a grama se quebrando e a água do rio encharcando a terra.

– Vamos. – chamei, desesperada para sair dali.

Jade puxou o alçapão, deixando cair mais terra ainda no montinho, lá embaixo. Então ela me puxou para si.

E pulou.

Caímos no montinho. Cuspi a terra que entrou em minha boca (eca!) e limpei meu rosto. Jade estava com o cabelo todo sujo, mas deixei quieto, afinal, eu não devia estar melhor.

Corremos até a porta da sala. Girei a maçaneta com pressa, mas nada aconteceu. Girei e puxei a porta mais vezes, a balançando. Jade colocou a mão em meu ombro.

– Deixe comigo. – ela disse.

E com um só chute, a porta foi ao chão.

– Não acha que isso vai chamar muito a atenção? – perguntei.

– Acho, mas até Morgana sair de sua sessão espiritual, nós já estaremos no cemitério.

O que não foi bem verdade.

Depois de pegarmos roupas, comida e seja mais o que for, partimos para o corredor que ligava a síde ao cemitério. Atrás de nós, um barulho foi ouvido. Uma faca disparou em minha direção e por pouco, quase cortou meu rosto.

– Voltem aqui! – Morgana gritava.

Bem, se aquela criatura pudesse ser considerada Morgana. Ela estava igual em quase tudo: As roupas, o cabelo, as mãos. Mas o rosto, chupado para dentro e branco como papel, e os olhos completamente negros. E quando digo completamente, quero dizer completamente mesmo! Chegava ao ponto de assustar.

– Ah, droga! – gritou Jade – Essa é a pior parte, Nick, se segure!

Jade se jogou sobre mim no exato momento em que uma faca passou voando, e as duas foram lançadas no chão. Ela puxou a escada e me levou para cima, ainda sofrendo a ira de Morgana. Lá no alto, fechamos a tampa do alçapão, que sofria com os socos e as facas encravadas de Morgana.

– Vem! – Jade me puxou para entre as árvores. Corremos floresta adentro, a escuridão tomando conta do local. Foi quando paramos numa clareira. De início, não entendi o porquê, foi quando vi a mulher.

Alta, vestia uma blusinha largada azul-turquesa com uma calça jeans azul e saltos roxos. O cabelo loiro e ondulado solto pelas costas, causando MUITA inveja em mim.

– Argh, o que você quer agora?! – Jade gritou.

Foi tudo mais rápido do que pude processar. Uma faca de Morgana voou das mãos de Jade em direção à mulher, que felizmente, virou-se e a agarrou um pouco antes de sua possível morte.

– Jade, o que diabos você está fazendo?! – Jane gritou.

– Jane? – ela encarou a irmã, confusa.

– E quem mais você achou que fosse?! – Jane continuou a gritaria.

– Hã... eu...

Outra faca passou zunindo. Mas dessa vez não era de Jade.

– Ah, merda! Temos que ir, vamos! – Jade gritou.

Corremos pela floresta, os espinhos arranhando nossos rostos. Próximas da saída, demos tudo de nós para chegarmos até a rua de sombras com sucesso.

Já no mundo dos humanos, nos vimos sem sinal de Morgana. Jade caiu no chão, cansada demais pelo tiro e pela corrida.

– Por que vocês acordaram Morgana? – Jane perguntou, incrédula.

– Não foi de propósito... – tentei explicar, mas Jade gemia muito de dor ao meu lado. Aproximei-me dela, examinando seu ombro.

O ferimento, manchado de vermelho e roxo, era realmente horrível. Não sei como tive coragem de examiná-lo, e também não sei como Jade aguentou aquele trampo. Se fosse eu, não conseguiria mover um músculo sequer.

– Ai, Jade! Venha, vamos achar um lugar para eu te examinar.

Novamente, num beco. Desabei no chão ao lado de Jade, esta ainda com uma careta no rosto. Encarei Jane, que embora ofegante, continuava de pé.

– Aguente aí, eu vou buscar o carro de Morgana! – Jane declarou.

– Morgana tem um carro? – perguntei, surpresa.

– É claro que sim! Que tipo de adulto não tem carro?

E disto isto, ela correu pelas ruas.

***

Entrei no banco de passageiro do carro. Jane, após revelar-se perita em primeiros socorros, limpou cuidadosamente o ombro de Jade, embora não tenha tirado a bala, com o equipamento de Morgana. Então ela sentou no banco do motorista, colocou o cinto e num só giro, ligou o carro.

– Desde quando você dirige? – perguntei.

– Desde os onze. – ela sorriu.

– E se algum policial nos parar? – perguntei, hesitante.

– Então eu o mostro isso: - Jane estendeu uma carteira de motorista perfeita, com sua foto, identidade e tudo. A única falha era sua idade: 21 anos.

– É...

– Completamente falsa, - admitiu – mas engana qualquer um.

– Aonde conseguiu isso?

Ela sorriu, cheia de malícia.

– Você tem seus segredos, e eu tenho os meus.

Então ela pisou fundo no acelerador, e partimos pelas ruas da cidade.


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