As Controvérsias de um Amor Verdadeiro escrita por Larissajau


Capítulo 1
As Controvérsias de um Amor Verdadeiro - Final


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da fic. Boa leitura ;)



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Era uma sexta-feira como qualquer outra. Enquanto Carly assistia mais uma das entediantes aulas da Srta. Briggs, lembrou-se de que precisava falar com Freddie a respeito do próximo iCarly que apresentariam. Logo, a morena chamou o garoto que se sentava na carteira ao lado:

– Freddie, você tá lembrado que hoje é o dia do iCarly especial na casa da Sam, né?

– Claro – Ele disse rispidamente, tentando continuar a prestar atenção na aula.

– Sua mãe deixou você almoçar com a gente?

– Vamos se dizer que com um pouco de insistência ela acabou cedendo.

– Um pouco de insistência, sei... – Ela disse deixando escapar algumas risadas – Depois tenho que ver com o Gibby se ele també...

– CARLY SHAY E FREDDIE BENSON! – Srta. Briggs berrou chamando a atenção de toda a classe – Parem de conversar agora ou deixarei os dois de detenção por quatro horas!

Instantaneamente, Carly e Freddie se calaram e viraram para frente sem qualquer contestação.

– E você Puckett, trate de assistir a porcaria da aula porque escola não é dormitório! – Briggs gritou, acordando Sam que estava a dormir debruçada na carteira.

– É uma porcaria mesmo – Sam disse ainda com a voz sonolenta.

– O que você falou? – Briggs perguntou irritada, voltando a encarar a garota.

– Ela não falou nada não – Freddie respondeu com um sorriso sem graça, impedindo que Sam continuasse a falar.

Srta. Briggs ficou a encarar Sam e Freddie de uma forma assustadora por alguns segundos. Quando ela finalmente resolveu continuar a explicar a matéria que passava, o sinal tocou anunciando a todos o término da última aula do dia. No mesmo instante, todos os alunos saíram correndo se seus acentos, o que a deixou extremamente brava.

– Malditos alunos! Vocês parecem uns animais correndo em manada! – Ela berrou enquanto se dirigia a saída da classe.

– Mas segundo as poucas aulas que prestei a atenção, se nós somos animais você também é um – Sam respondeu ironicamente, enquanto acompanhava Carly, Freddie e Gibby até a porta principal.

Depois que os quatro saíram da sala de aula, começaram a rir descontroladamente ao ver Srta. Briggs fuzilando de raiva e ao mesmo tempo sem nenhuma reação.

– Aquilo foi hilário. Só você mesma pra falar essas coisas – Carly disse a Sam enquanto ria.

– Você deu sorte que a Srta. Briggs não resolveu te colocar na detenção – Freddie comentou a loira.

– Mas a mamãe aqui sabe o que faz – Sam respondeu.

– Não tenho tanta certeza – Carly comentou a amiga.

Depois de guardarem todos os materiais escolares em seus devidos armários, os quatro amigos caminharam por aproximadamente cinco quadras até chegarem à casa de Sam. Logo que entraram, Gibby perguntou:

– O que a gente vai almoçar?

– Não sei, tenho que ver o que minha mãe deixou na geladeira – Sam respondeu.

Dirigindo-se até lá, Sam pode ver que a mesma se encontrava totalmente vazia.

– Então, só pra variar, minha mãe não foi fazer compras esse mês – Sam avisou enquanto praguejava mentalmente o ocorrido – Vou passar no mercado comprar alguma coisa pra gente comer e já volto – Ela falou enquanto pegava alguns dólares que achara na carteira de sua mãe.

– Pode deixar que eu vou – Gibby disse pegando para si o dinheiro que Sam segurava – Adoro fazer compras!

Sem mais qualquer explicação, Gibby saiu correndo da casa em direção ao mercado.

– Esse Gibby não deve bater muito bem da cabeça – Sam disse entre risadas.

– Verdade – Carly concordou – Mas é melhor você ir atrás dele.

– Por quê?

– Por que da última vez que Gibby foi fazer compras para mim, gastou todo dinheiro com coisas inúteis.

– Sério?

– Sim. Só pra você ter ideia, ao invés dele comprar pão, que foi o que eu pedi, comprou um saleiro e um cabo de vassoura. E ainda me explicou que fez isso porque achou os dois objetos fofos – A morena disse revirando os olhos.

– E desde quando um saleiro e um cabo de vassoura são fofos? – Freddie perguntou indignado.

– Vai saber – Sam disse entre risadas – Mas do Gibby eu espero de tudo.

– Quanto dinheiro você tinha pegado da carteira? – Carly perguntou a Sam.

– Cem dólares.

– Cem?! Corre atrás do Gibby antes que ele gaste tudo com besteiras!

– Já vou indo.

Naquele instante, Sam saiu correndo em direção à porta principal, deixando Carly e Freddie sozinhos. Ambos ainda puderam ouvir um único berro vindo da loira:

– Gibby! Volte aqui com o meu dinheiro!

Logo depois de Sam sair atrás de Gibby, Carly e Freddie ficaram rindo do ocorrido por alguns minutos. Enquanto riam, o garoto ficou a observar o quão arrumada a casa estava. Logo, ele resolveu perguntar a Carly:

– Desde quando a casa da Sam é tão arrumada?

– Ela falou pra mim que resolveu dar uma ordem em tudo para parecer mais normal, já que a mãe dela não se preocupa nem um pouquinho com a limpeza da casa.

– Como assim “parecer mais normal”?

– Sei lá, de uns tempos pra cá ela vem agindo diferente. Apenas diz para mim que precisa ser mais responsável e tal.

Ouvindo o que Carly disse, Freddie ficou a pensar sobre Sam tentar parecer mais normal. Naquele momento, a primeira coisa que veio em sua mente foi à conversa que tivera com ela no dia em que terminaram o namoro:

“Mas talvez se um dia você ficar um pouco mais normal ou eu mais anormal, quem sabe não voltamos a ficar juntos...”.

Aquelas palavras martelaram em sua cabeça. Ele nunca pensou que Sam fosse capaz de mudar seu comportamento por sua causa. Desde que terminaram, Freddie sentia-se triste ao pensar na época em que namoravam. Evitava olhar em seus olhos ou ficar muito próximo a ela. Tentava ignorar a falta que seus beijos faziam e as sensações que sua presença trazia. Perguntava-se quase diariamente porque haviam terminado tão precocemente... E sempre se arrependia das palavras que dissera aquela noite.

– Você tá me ouvindo? – Carly perguntou tirando Freddie de seus pensamentos.

– Ah, tô sim – Ele mentiu.

– Então vamos subir lá no quarto da Sam.

– Por quê? – Freddie perguntou confuso.

– Para vermos aonde vamos gravar o iCarly de hoje, ora! – Carly respondeu indignada por ter que explicar a mesma coisa duas vezes ao garoto.

– Claro, então vamos lá.

Naquele momento, Carly e Freddie subiram as escadas que davam acesso ao segundo andar da casa e entraram no quarto de Sam. Mais uma vez, Freddie ficou surpreso ao se deparar com um cômodo extremamente limpo e organizado.

– Nossa, como o quarto da Sam mudou! Me lembro que da última vez que vim aqui era tudo a maior bagunça – O garoto comentou a Carly.

– Pois é, às vezes a Sam também me surpreende.

Após algum tempo analisando o quarto, Freddie resolveu sugerir a Carly:

– E se a gente gravasse o iCarly naquele canto mais vazio? – Ele disse apontando para uma parte do quarto que continha apenas um guarda-roupas e uma mesinha com um computador – Por que aqui vocês vão ter pouco espaço para apresentar.

– Verdade, acho que a cama vai atrapalhar bastante. Pelo menos do outro lado a parede tá livre. E você também vai ter mais espaço pra arrumar seus equipamentos de filmagem.

Enquanto aproximava-se do local aonde iriam filmar, Freddie acidentalmente tropeçou em uma pequena lata de lixo localizada ao lado da mesa do computador. Abaixando-se para recolher toda a sujeira que havia espalhado pelo chão, ele pôde notar que entre embalagens vazias, restos de comida e outras porcarias que estava a recolher, havia um papel com alguns escritos. Curioso, o garoto resolveu desamassá-lo para ver do que se tratava, pois sabia que Sam não era de fazer deveres de casa e muito menos redações. Freddie se espantou ao ver que aquilo se tratava de um texto intitulado como “Amor Verdadeiro”. Logo, ele resolveu ler o que estava escrito:

A verdade é muito clara. Não há mais esperanças. Perdi você de uma vez por todas. A ternura de antigamente já não bate mais em minha porta, a distância não possui mais medidas, o silêncio da noite me amedronta, sinto medo do presente. Quero novamente ter você ao meu lado, me seguindo em cada passo que dou. Por outro lado, isso já se tornou impossível de existir e até mesmo ridículo em pensar.

O brilho daquele sol de antigamente já não existe mais diante dos meus olhos. Embora eu procure me animar, não consigo. Tudo parece impossível de ser obtido. A razão das coisas mistura-se com a irracionalidade dos sentimentos, que cada vez mais se tornam marcantes dentro de mim. E em relação aos sentimentos? Não os compreendo e creio que nunca os compreenderei.

Lembro-me de ti com uma infinita saudade. Meus dias tornaram-se cinzas e minha tristeza acumula-se cada vez mais. Nunca entenderei como nosso amor pôde morrer tão precocemente ao despertar de uma noite maravilhosa. Jamais me perdoarei por tudo que nos levou a separação.

Não consigo ao menos imaginar outros braços te envolvendo, outras mãos juntando-se as suas ou outros lábios se unindo aos seus. Se pudesse, eu daria metade da minha vida para voltar a viver ao seu lado, assim como em épocas passadas. Infelizmente, restou-me somente a lembrança de um tempo que já não mais existe e que não pode ser esquecido. A realidade é difícil de ser aceita e não consigo mais suportá-la. Apenas queria seu amor novamente. Apenas queria dizer-te que não posso chamar de meu amigo aquele que um dia já chamei de meu amor.

Fizeste-me derramar lágrimas e por isso deveria te odiar. Mas isso acabou por se tornar algo impossível de se concretizar. Me desculpe. Ou pelo menos me entenda.

Com ódio, Sam.

Aqueles escritos fizeram com que sua sanidade simplesmente desaparecesse. Naquele momento, a única coisa que conseguia fazer era encarar o pedaço de papel, abobado. Seu coração batia acelerado. O meio em que se localizava já não era como há alguns minutos atrás. Sentia-se em outra realidade, em outro universo. E nada daquilo podia ser explicado... Pelo menos não por ele.

– O que você tá fazendo? – Carly perguntou tirando parcialmente Freddie de seus delírios.

– Nada – Ele respondeu esboçando um sorriso sem graça.

– Como nada? Então o que é isso aí na sua mão? – Ela perguntou se referindo ao papel que o moreno segurava.

– É só lixo – Freddie falou enquanto tentou guardar o texto disfarçadamente no bolso de sua calça.

– E desde quando pessoas normais guardam lixo no bolso? – Carly perguntou sarcasticamente.

– Nossa, como tá ventando lá fora, não é? – Ele disse tentando, sem sucesso, mudar de assunto.

– Pare com esse papinho bobo de vento e me explique logo o motivo de você estar revirando o lixo da casa dos outros.

– Mas eu não estava revirando o lixo de ninguém, só tropecei sem querer nessa lixeira e espalhei esse monte de sujeira no chão.

– Então me deixe ver a sujeira que você guardou no bolso – Carly retrucou, arqueando as sobrancelhas.

Se rendendo, Freddie entregou a Carly o pedaço de papel que encontrara no lixo. No mesmo instante, ela desdobrou-o e leu-o atentamente. Logo após o término da leitura, a garota ficou a encarar Freddie boquiaberta.

– Cara, essa é a primeira vez na minha vida que eu vejo a Sam sendo sentimental. E você tem noção de quanto tempo faz que eu conheço ela? Deveria se sentir privilegiado – Ela disse surpresa, devolvendo-o aquele papel.

– Mas quem falou que esse texto era para mim? – Ele disse tentando se passar por desentendido.

– Isso é uma coisa mais do que óbvia – Carly falou revirando os olhos.

– E porque é tão óbvio assim?

– Pare de se fazer de bobo. Quantos garotos Sam namorou além de você? E além do mais, a única coisa que falta é escreverem em suas testas que vocês dois ainda se gostam.

– De onde você tirou isso?

– Da cara que te vi fazendo enquanto lia o texto. Só faltou você sair correndo e desmaiar de felicidade.

– Eu? – Freddie falou tentando mostrar indignação.

– Vamos, admita logo que você gosta dela – Carly falou cruzando os braços.

– Bem... Vamos se dizer que... Hum...

– Você ainda é caidinho por ela e não quer admitir? – Ela disse interrompendo-o.

– Talvez – Freddie respondeu desviando seu olhar de Carly.

– Traduzindo: com certeza – A garota afirmou sarcástica.

Freddie encarou nervoso a amiga. Tentou se explicar, mas sua garganta simplesmente não emitiu qualquer som. E, em meio de toda aquela enrolação, ambos puderam ouvir uma voz feminina vinda do andar de baixo, que resmungava algo do tipo:

– Gibby, é claro que eu não ia te deixar comprar aquele par de chinelos do Bob Esponja! Pra começar, você acha que um chinelo tamanho 21 iria te servir?

Percebendo que aquela era a voz de Sam, Freddie logo tratou de recolher todo o lixo ainda espalhado no chão. Após terminar a limpeza, ele e Carly desceram até o primeiro andar da casa a fim de se encontrarem com Gibby e Sam.

– Onde vocês estavam? – A loira perguntou enquanto via Carly e Freddie descendo as escadas.

– Lá no seu quarto, planejando onde a gente vai apresentar o iCarly de hoje – Carly respondeu a amiga.

– Ah sim – Sam assentiu – Mas se eu falasse pra você que o Gibby queria comprar um par de chinelos infantil e ainda com o meu dinheiro, você acreditaria? – Ela perguntou enquanto ria.

– Mas eram do Bob Esponja, meu desenho favorito! – Gibby se justificou indignado.

– E daí? Eram tamanho 21. O que é que você iria fazer com chinelos tão pequenos?

– Guardar para sempre – Ele respondeu sorrindo.

– Por favor, me poupe de suas tontices – Sam disse enquanto colocava as sacolas de compras em cima da mesa da cozinha.

– Mas então, o que você trouxe de bom pra gente comer? – Freddie perguntou a Sam.

– Alguns enlatados e comida pronta feita lá no mercado. Também trouxe Coca-Cola e algumas outras coisas para abastecer a geladeira e os armários vazios. Só não comprei algum doce, porque o Gibby começou a dar o maior show no meio de todo mundo por causa dos malditos chinelos.

– Também, você não me deixa comprar nada! – Gibby disse com um tom de indignação, instantaneamente recebendo um olhar mortal de Sam.

– Então, mas nós vamos comer ou não? – Carly perguntou rumando para uma das cadeiras.

– Claro que sim. Com a fome que eu tô, comeria qualquer coisa – Sam comentou, se sentando de frente para a amiga.

Alguns segundos mais tarde, Gibby se sentou na ponta da mesa e Freddie ao lado direito de Sam. Desembrulhando as comidas que comprara, a loira serviu a todos com alguns bifes de frango, arroz cozido e refrigerante, para que pudessem iniciar o almoço.

– Gente, o que vocês acham de nós começarmos o iCarly de hoje com aqueles vídeos que fizemos do Lewbert na semana passada? – Carly falou puxando assunto.

– Mas a gente já não apresentou o Zoando com o Lewbert no iCarly passado? – Freddie interrogou-a.

– Não. Só conseguimos fazer os vídeos do Lewbert no sábado, por isso deixamos pra apresentar eles hoje – Sam explicou.

– Depois que passarmos os vídeos, a gente pode fazer aquele quadro que o Gibby entra...

– OLHA SÓ O QUE VOCÊ FEZ SEU NERD IDIOTA! – Interrompendo a todos, Sam gritou para Freddie logo após o mesmo bater acidentalmente o braço em seu copo de refrigerante, derrubando todo o seu conteúdo em cima da mesma.

– Me desculpe Sam – Ele falou gentilmente, logo em seguida indo buscar um pano de cozinha que se situava por cima do escorredor de pratos – Use isso aqui para se limpar.

– Seu burro, olha esse monte de Coca-Cola que você derrubou na minha roupa! Olha aqui, olha! Seu imprestável! – Sam continuou a berrar histérica, arrancando violentamente o pano das mãos do garoto.

– Mas que droga, eu não tive culpa! – Freddie disse começando a berrar junto com a loira.

– Lógico que a culpa foi sua, se não fosse por esse seu bracinho de menininha, a droga do copo não tinha caído!

– E eu tenho culpa que você deixou seu copo perto do meu braço?

– Mas quem disse que eu o deixei perto de você? A culpa é sua e desse seu braço esquerdo que faz tudo na contramão.

– Agora você vai me falar que eu também tenho culpa de ser canhoto? – Ele disse ironicamente.

– Sim! Você tem culpa de ser canhoto e desse monte de cacos de vidro no chão!

– Por favor, chega de falar coisas sem nexo, Sam.

– O que eu falei tem nexo sim! E sendo o culpado de toda essa sujeira, você vai limpar tudo! – Ela berrou se levantando de sua cadeira e jogando o pano de cozinha que tinha em mãos no rosto do garoto.

– Eu não vou limpar nada! – Freddie gritou ainda mais alto do que Sam, jogando violentamente o pano no chão.

– Dá pro casalzinho parar com a briguinha? – Gibby berrou para Sam e Freddie, sendo ignorado pelos mesmos.

– Se você não limpar essa bagunça eu acabo com a sua cara! – Sam gritou ameaçando o moreno com seus punhos fechados.

– Venha, eu não me importo. Você não é capaz de me bater. E eu sei muito bem o porquê – Ele disse provocando-a.

Enfurecida, Sam empurrou violentamente Freddie contra a parede e levantou-o pela gola de sua camisa. Com seu braço direito ainda livre, cerrou seu punho e apontou-o para o rosto do garoto. Por outro lado, os segundos se passavam e seu corpo continuava estático. Todo ódio que estava a sentir ia se fragmentando aos poucos. Seu coração se acelerava cada vez mais. Aquela distância mínima que separava seus lábios dos dele a enlouquecia. Tornava-a fraca e frágil. Denunciava aquele seu lado que ninguém conhecia. Aquilo que ela sempre escondia. Suas controvérsias já não podiam ser encobertas de maneira convincente. Todas suas omissões já não eram mais indiferentes. E por fim, tudo que a loira conseguira fazer em seguida, fora soltar o moreno e murmurar a ele em um tom de voz pouco audível:

– Não vou perder meu tempo com um idiota como você.

No momento em que Sam começou a se distanciar de Freddie, ele segurou-a pelo braço puxando-a novamente para perto se si. Entregando-a o texto que achou no lixo, sussurrou a ela:

– Eu sabia que não ia conseguir. Você já não consegue mais me odiar.

Nervosa, Sam desdobrou o pedaço de papel que o garoto lhe entregara e pôde ver que se tratava de alguns escritos que redigira há dois ou três dias atrás. Escritos que nunca seriam mandados para o devido destinatário. Percebendo que sua face se tornava cada vez mais corada, a loira abaixou sua cabeça ficando a encarar unicamente o chão.

– Então, você não vai me explicar o que quis dizer com isso? – Freddie perguntou-a apontando para o papel que segurava.

Sem dizer sequer uma palavra, Sam voltou a empurrar Freddie contra a parede de maneira agressiva. Agarrando-o pela camisa que vestia, prensou-o entre a parede e si, imobilizando-o. Durante os segundos seguintes, Sam ficou a apreciar as sensações que obtivera com aquela colisão entre os corpos, não podendo deixar de notar que o coração de Freddie, assim como o seu, pulsava freneticamente. Não muito tempo mais tarde à loira atacou bruscamente os lábios do garoto, assim como um predador ataca sua presa. Ele, por sua vez, manteve-se estático durante todo o ocorrido. Em hipótese alguma esperava por algo parecido com aquilo algum dia. Seu choque era incontestável.

– Isso te explica o que quis dizer? – Ela perguntou praticamente sem fôlego algum, ainda segurando-o contra si.

Logo depois de ouvir o que Sam perguntara, Freddie acrescentou em sua expressão de espanto um largo sorriso de satisfação. Em seguida, sussurrou em seu ouvido:

– Claro, adorei a explicação. Pode repeti-la mais uma vez?

– Acho que agora é sua vez de se explicar – Ela retrucou lançando-lhe um olhar sugestivo.

Desta vez, empurrando calmamente Sam contra a mesma parede em que se apoiava há alguns segundos, bastaram milésimos para que Freddie começasse percorrer, com seus lábios, todo pescoço e rosto da loira. Ainda com os lábios grudados na garota, Freddie envolveu-a com seus braços e depositou-lhe um longo beijo no canto da boca. Logo depois, beijou-lhe a ponta do nariz e, pouco a pouco, foi descendo calmamente sua boca em direção a dela. Inicialmente, enquanto mordiscava-lhe os lábios, acariciava suavemente os cachos loiros. Poucos segundos mais tarde, ele finalmente depositou um longo e suave beijo naquela boca que tanto cobiçava, sentindo seus lábios sendo invadidos pelo sabor daquela Coca-Cola que por um acaso os unira novamente. Na verdade, talvez não fora apenas a bebida que os uniu, mas sim uma sucessão de fatos. Fatos que se viraram contra seus próprios donos de maneira a se tornarem argumentos sólidos e condizentes. Argumentos que simplesmente desbancaram as controvérsias daquele amor verdadeiro.

– Gibby, acho melhor a gente ir dar uma volta e deixar os dois sozinhos – Carly disse ao garoto, logo após concluir que Sam e Freddie pareciam estar querendo experimentar todas as possibilidades de beijos existentes no universo – O clima tá ficando meio tenso.

– Mas eu quero comer mais arroz! – Gibby reclamou à morena.

– Vamos, deixe os dois pombinhos em paz. Se você se comportar, posso até comprar aqueles chinelos que você tanto quer.

– Yay! – o garoto exclamou abandonando seu assento e saltitando até a porta principal.

– Esse Gibby não tem jeito mesmo – Carly murmurou a si mesma enquanto soltava algumas risadas – Mas só se você se comportar – Ela falou desta vez alto o suficiente para que ele ouvisse.

– Me comportarei feito um anjo – O garoto comentou sorridente a Carly.

– Voltaremos em uma hora – Carly disse para Sam e Freddie, sem obter respostas de ambos.

– Nós vamos ir ou não? – Gibby perguntou impaciente, já esperando do lado de fora da casa.

– Calma, já vou indo – Ela disse se dirigindo até a porta principal e fechando-a logo após sair de dentro da casa.

De fato, Carly não estava errada ao pensar que Sam e Freddie pareciam querer experimentar todas as possibilidades de beijos existentes no universo, já que foi exatamente isso que eles ficaram a fazer durante todos os sessenta minutos a sós.

[...]

Em certo momento, Freddie encontrava-se sentado em uma das cadeiras da mesa, com Sam sobre seu colo. Ambos estavam ofegantes, suados, com os cabelos totalmente bagunçados e zonzos. Sam encostou sua testa contra a dele enquanto tentava recuperar seus sentidos. Ao sentir a respiração do moreno batendo em seu rosto, sussurrou-lhe:

– Amo-te incessantemente.

Naquele momento, não suportando mais o peso dos dois, uma das pernas da cadeira de plástico na qual estavam sentados se quebrou, fazendo com que ambos caíssem no chão. Situando-se agora por baixo de Sam, Freddie respondeu-a:

– Também te amo.

E mais uma vez voltaram a se beijarem. Um dos muitos beijos que ainda trocariam naquela tarde.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Por favor, não deixem de comentar! PS: Se eu ganhasse cinquenta reais por cada pessoa que lê e não comenta nas minhas fics, até que eu estaria bem de vida u.u kkk.

Se quiserem, também podem dar uma olhadinha também na minha outra fic iCarly (não é bem uma fic, mas ok). Acho que vocês Seddies vão gostar.
http://fanfiction.com.br/historia/563245/Seddie_vs_Creddie_A_Analise/