Hunger Games Mockingjay III- Survive (Interativa) escrita por White Rabbit, Maegor, Brenno


Capítulo 18
Capítulo 15- Eu não vou morrer aqui


Notas iniciais do capítulo

Oi sumidos rs

Aproveitem e não deixem de ler as notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/563081/chapter/18

Betsy Sims

“A vida é um jogo de xadrez, e no fim resta apenas a rainha rodeada de corpos de meros peões”

 Iggy Azalea- Beg for It

Seus olhos analisavam os outros tributos de maneira minuciosa, o espaço para treinamento era um imenso ginásio dividido em alas com diversos instrutores que os ensinavam as mais diversas atividades, o treinamento começara naquele dia e enquanto a maioria dos tributos se dispersava desesperadamente para aprimorar ou aprender alguma coisa, ela mantinha-se tranquila, passeando pelo local devagar, olhando tributo por tributo e sinceramente alguns chegavam a lhe dar pena.

Os ditos carreiristas correram para as armas mais afiadas, destroçando hologramas em plataformas, tentando colocar medo uns nos outros, outros preferiram ir olhar a ala de sobrevivência aprendendo sobre como fazer fogueiras, achar água dentre outros. E haviam aqueles que inutilmente tentavam montar armadilhas e afins, com o medo bastante claro em seus olhos. “Idiotas” ela pensava consigo mesmo, havia treinado muito no distrito 1, não haveria porque se exibir ali, preferia ficar observando tudo até que lhe desse vontade de esmurrar alguém.

Mas ela sabia bem do que precisava, de aliados. Havia assistido a todas as edições desde que começara a treinar e sabia que todos os vitoriosos tiveram alguma aliança, era praticamente impossível vencer sozinho. Ela sabia que o mais comum era se juntar aos carreiristas, já que a aliança entre os distritos 1,2 e 4 acontecia quase todos os anos, mas queria estuda-los primeiro, não iria perder seu tempo com um bando de inúteis.

Sentou-se em um banco próximo ao local onde se encontravam os ditos carreiristas, reconheceu um dos garotos do seu distrito. Alto, forte, cabelos e olhos castanhos, lábios grossos e um belo sorriso, parecia ser bastante carismático, tinha certeza de que arrumaria patrocinadores na fase das entrevistas facilmente. “Como é mesmo o nome dele?” pensou consigo “Rey... Roy... Reenie... Reece, isso”. O garoto segurava uma espada com apenas uma das mãos, e em meio a rodopios e golpes precisos destruía hologramas que surgiam próximos a ele. Betsy sorriu ajeitando os cabelos loiros, talvez ele desse um excelente aliado.

Levantou-se e colocou o sorriso mais doce que conseguia em seu rosto, foi até a grade onde ficavam as armas, pegando uma lança de duas pontas, sua arma favorita. Rodopiou ela entre os dedos enquanto entrava na plataforma onde o garoto estava, ele sorriu para ela e ela retribuiu fazendo um sinal de “olá” enquanto se colocava em posição de ataque. Um holograma surgiu ao seu lado, saltando em sua direção, ela desviou-se num giro rápido, e segurando a lança com as duas mãos o perfurou, o holograma explodiu em chuviscos dourados.

Logo outros dois apareceram em sua frente, um deles investiu com uma lâmina na direção do seu pescoço, ela jogou-se para trás rapidamente, a lâmina passando a poucos centímetros dela, apoiou-se com o pé esquerdo e girou segurando a lança com apenas uma das mãos golpeando a cabeça de um deles. Pôs o pé esquerdo no chão e investiu com a lança perfurando o outro, este desapareceu. Ela girou novamente acertando o que holograma com a lâmina o destruindo também.

— Você é bem rápida- o rapaz a elogiou enquanto destruía dois hologramas com um único golpe de sua espada- não esperava menos de alguém do distrito- e deu uma piscadela rápida, ela apenas sorriu.

— Não está nada mal com essa espada também, caso esteja interessado podemos ser aliados. Só se quiser é claro.

— Acho que já somos aliados de qualquer forma- um holograma surgiu atrás de Betsy, e rapidamente o garoto sacou uma faca de sua cinta e a lançou acertando a figura eletrônica em cheio- não vamos quebrar a tradição dos carreiristas.

As luzes da plataforma se desligaram indicando que a simulação havia sido encerrada. Betsy apoiou a lança no chão enquanto o garoto ia guardar a espada. Ela sorriu para ele e dentro de si sabia que havia encontrado o aliado perfeito, mas deveria tomar cuidado, algo dizia que ele escondia algo por detrás daquele carisma, “ Assim como eu” pensou. Olhou para a plataforma ao lado onde estavam alguns tributos do distrito 1 e 2, estava na hora de avaliar o resto de sua possível aliança.

Pôs a lança em seu devido lugar enquanto ia sentar-se num banco mais próximo de onde eles estavam. Haviam apenas três tributos ali, os outros dois tributos do distrito 1, um casal de gêmeos que ela via vez ou outra pelas ruas do distrito, que destruíam os hologramas em completa sincronia, enquanto ele atirava flechas nos que a atacavam de surpresa, ela destruía todos os outros com um machado, Betsy sorriu ao ver como eles eram bons em luta. Próximo a eles estava a garota do distrito 2 que com o desempenho de um soldado eliminava os hologramas próximos a ela rapidamente com apenas uma faca de caça, parecia ter habilidades físicas muito boas.

Ela levantou-se para ir até eles e só então sentiu a presença do seu colega de distrito, ele estava em pé ao lado dela olhando para os que estavam na plataforma como se os avaliasse, então ele se parecia com ela mais do que imaginava. Teria de tomar cuidado com suas atitudes dali por diante, e ficar de olho nele:

— Então esses são nossos aliados- ele olhou para ela com um sorriso bobo- eu nem me apresentei direito, sou Reece Jones.

— Me chamo Betsy Sims...onde será que estão os outros do distrito 2?

— A outra garota do 2 é só mais uma ratinha assustada, ainda não encontrei os garotos, mas me pareceram ser fortes. Mas a maioria dos tributos desse ano não passam de crianças que mal sabem segurar uma faca.

— Ou talvez apenas finjam ser isso- ela lançou-lhe um olhar enigmático- não se pode confiar nas aparências por aqui.

— Tem toda a razão Betsy- ele disse lhe retribuindo com o mesmo olhar- então, quer conhecer os nossos novos amiguinhos?

— Claro. É para isso que eu estou aqui.

° ° °

Os alvos se moviam rapidamente em sua frente, na sua mão segurava uma dúzia de facas de lançamento enquanto tentava se concentrar. Seus olhos miravam os alvos atentamente procurando o momento certo em que deveria agir, puxou uma das facas e aguardou pacientemente, então no momento certo a lançou na direção dos alvos acertando um deles perto do centro. Praguejou baixinho enquanto pegava outra e repetia o processo, várias e várias vezes, ela precisava ser a melhor se quisesse sobreviver.

— Você tem se esforçado bastante- pode ouvir a voz de Reece atrás de si- não confia em si mesma Betsy?

— Só estou brincando de tiro ao alvo, não é nada demais- lançou a faca outra vez, que cravou no centro de um dos alvos- está vendo só, é como tirar doce de criança.

— Hoje é nosso segundo dia de treinamento, amanhã será a sessão individual, ouvi nosso mentor dizer que estão planejando algo diferente de todos os outros anos- ele silenciou por alguns minutos fazendo Betsy arquear uma das sobrancelhas- tem ideia do que pode ser?

— Não... Mas seja o que for teremos que impressionar ou pode considerar que terá seu rostinho bonito brilhando a noite nos céus da arena.

— Seria uma visão privilegiada para os outros tributos- ele disse risonho- mas não quero dar esse gostinho a nenhum de vocês. Especialmente a você.

— Sou o mais próximo que você tem de uma amiga por aqui.

— Até você enfiar uma faca nas minhas costas.

Ela parou e se virou o encarando por alguns segundos, ele mantinha o ar de palhaço, mas ela entendia a ameaça que ele havia feito por detrás daquele olhar irônico. Ele não era nenhum idiota que ela poderia enganar facilmente, no entanto Betsy gostava daquilo, iria deixar tudo bem mais divertido para ela. Então apenas jogou o cabelo para o lado e falou com o tom mais sarcástico que possuía.

— Se não tomar cuidado é isso que eu vou fazer- e piscou um dos olhos saindo dali- cansei de atirar facas, onde estão nossos aliados?

— Não faço ideia, devem estar lutando feito loucos por aí.

Reece continuou falando algo sobre como seus companheiros eram estranhos, mas ela não prestara muita atenção. Sua cabeça agora só conseguia focar em uma frase “Algo diferente de todos os outros anos”, a sessão individual era o momento onde os tributos tentavam impressionar os patrocinadores com suas habilidades se mostrando fortes, ágeis ou espertos, a cada ano a dificuldade e a expectativa apenas aumentavam e tirar uma nota baixa poderia significar sua morte na arena. E pela primeira vez estava nervosa de verdade, precisava mostrar que era boa, mostrar que poderia dar um belo espetáculo a eles.

— Conseguiu falar com os outros dois rapazes do distrito 2? - Perguntou a Reece.

— Não, eles me parecem ser bastante isolados, não os vi com os outros tributos também, acho que ainda não tem aliança.

— Não ter aliança no ano em que são o dobro de tributos me parece ser bem estúpido não acha- falou fazendo um biquinho- não que eu me importe com a vida deles é claro.

— Você é mais venenosa do que aparenta ser, quem diria que por detrás de um rostinho fofo tem alguém tão perigosa.

— Então somos dois meu caro, não pense que esse seu jeitinho de palhaço me engana- e se encararam por alguns segundos, em silêncio, pela primeira vez Betsy sentiu que Reece estava um pouco desconcertado- vamos atrás dos nossos aliados, precisamos treinar se quisermos durar mais que uma semana.

° ° °

Uma câmara branca era tudo que ela tinha ao seu redor. Ser a primeira a fazer a sessão individual era um pouco assustador, ainda mais quando eles falaram algo como aquilo. “Preparamos um teste individual para cada um de vocês, esperem no corredor enquanto são chamados, hoje vocês terão todo o tempo que quiserem para realizar o desafio, no entanto quanto mais demorarem pior será para vocês”. Ela sentia seu coração acelerar, a deixaram escolher duas armas antes de entrar ali, pegou uma lança e uma faca de caça, e ficou ali dentro aguardando.

— Betsy Sims, Distrito 1- uma voz eletrônica falou de repente e então as paredes começaram a emitir luzes e fumaças estranhas, deixando Betsy meio zonza- a simulação iniciou.

Num piscar de olhos Betsy se viu em uma espécie de tanque de vidro, uma mangueira colocada por cima o enchia de água, o nível subia rapidamente. Ela procurava desesperada por uma saída, o tanque era completamente fechado, a única abertura era pequena, por onde passava a mangueira. A água já estava no meio de suas canelas. Segurou a lança com as duas mãos e investiu contra o vidro, sem sucesso, tentou de novo com mais força, ele apenas vibrou e nem mesmo uma rachadura se formou. Sentiu seu peito inchar, suas pernas tremiam, ela estava com medo de falhar, medo de perder aquele desafio.

— A grande predadora então agora virou uma presa assustada? – Uma voz veio detrás dela, ela virou-se assustada apenas para dar de cara com ela mesma, sim, era ela que estava ali, rindo ironicamente- pobre e iludida Betsy, achando que iria conquistar todos com sorrisinhos e piscadinhas, quando na verdade todos perceberam de cara a cobra que você é.

— V-você... – ela tentava articular uma palavra, mas estava travada.

— Você é inútil Betsy, é totalmente insignificante, fica aí desejando que o mundo gire em torno de você, mas você sabe bem qual vai ser o seu fim, você vai morrer, e ninguém vai ligar, seu nome não será lembrado por nada, você nunca vai conseguir ser o centro das atenções.

— Cale-se, agora- ela gritou, seu corpo inteiro tremia e a água agora já estava na altura de suas coxas- eles me amam, todos eles caem aos meus pés, e fazem o que eu mando. Eu não vou morrer aqui, não vou.

— Vai sim ratinha assustada- a sua outra “eu” riu- e você sabe muito bem disso, já consegue sentir o gosto amargo do sangue em sua boca, a vida deixando esse seu corpinho de criança, você não passa de mais uma carne para o abate- e dizendo isso desapareceu numa fumaça branca.

“Eu não vou morrer aqui” era a única coisa em que ela pensava, a mangueira começou a jorrar mais e mais água, o tanque enchia rapidamente. Ela segurou a lança com mais força do que nunca, e golpeava o vidro loucamente, pancada atrás de pancada, numa velocidade que ela nem sabia que conseguiria, ela gritava alto e seus braços doíam muito, mas ela se recusava a parar. E continuava a golpear o vidro que vibrava cada vez mais. “Eu não vou morrer, eu não vou morrer, eu não vou morrer”. E o vidro ganhava algumas rachaduras que com a intensidade dos golpes cresciam rapidamente, a água já passava do seu quadril e ela não parava, ela não ia desistir, ela não ia se entregar.

— Eu não vou morrer aqui- gritou alto dando o último golpe, o vidro estourou num estrondo e tudo ficou escuro.

Ela acordou deitada no chão da câmara branca, sentia seus braços doerem e seu corpo inteiro parecia estar dormente. Ela levantou-se com dificuldade, olhando para os lados confusa. Até que a porta da câmara se abriu e uma enfermeira com uma cadeira de rodas entrou fazendo sinal para que ela sentasse. Ela obedeceu deixando as armas ali mesmo enquanto era levada até uma ala especial.

— Você conseguiu Betsy... você conseguiu. Eu definitivamente, não vou morrer aqui.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hyyyye, pois é meus queridos tributos, passamos por um loooooongo período de hiatus- quase um ano de hiatus na verdade- e sei que nenhum de vocês imaginava que ainda fossemos tentar tocar a fanfic para frente, mas resolvemos não desistir dela, sei que pode ser difícil, que muitos leitores provavelmente não estarão mais conosco, mas nós começamos e pretendemos terminar.
A partir teremos diferentes pontos de vista de outros tributos que ainda não deram as caras, teremos tributos já apresentados sendo trabalhados e claro teremos nossos jogos cheios de sangue. Então se você está lendo isso, não nos abandone ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hunger Games Mockingjay III- Survive (Interativa)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.