A Maldição Ouija escrita por Rich Kevin


Capítulo 6
Seis




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No banho, Helen limpava seus olhos pesadamente enquanto as suas lágrimas se misturavam com a água e passavam a molhar seu corpo bronzeado. Se encostando ao vidro, agachando-se na água, ela se pôs a chorar enquanto caía sobre si.

– Danny... Por que, amiga?

Do lado de fora do banheiro, Wallace escutava todas as lamentações da namorada, e aquilo o cortava o coração. Durante algum tempo pensou em bater na porta e perguntar se estava tudo bem, mas achou melhor deixar Helen ter o seu momento, então voltou para a copa e se sentou numa poltrona.

– Isso é um pesadelo... Eu preciso dormir.

Fechando os olhos, ele inclinou sua cabeça para cima e... “Trim, Trim, Trim”. Ao tocar do telefone, ele se levantou assustado. Olhou em volta, percebeu que era o celular de Helen sobre uma mesa próxima e correu para atendê-lo.

– Alô?

– Helen? – A voz perguntou.

– Desculpe, ela está no banho. É seu namorado, Wallace.

– Oi, Wallace, sou eu, Alice. Sabe se a Helen vai demorar a sair do banho?

– Não. Por quê? Aconteceu alguma coisa?

– Mais ou menos. Faça o seguinte, quando ela terminar, quero que me encontrem no bar da esquina da casa de vocês. Precisamos conversar sobre algo muito sério.

– Tudo bem.

***

Todas as luzes estavam apagadas. Fitado em frente a um computador, Rian observava atentamente a cada linha das explicações a respeito do Ouija que conseguia na internet. Em casa, ele ainda estava sozinho. E sua preocupação não era consigo, mas tinha medo pelos outros.

– Nada de interessante ainda. – Murmurou, parando para olhar as horas. – 24 horas.

Era meia-noite. Não se faziam mais de três horas do trágico e estranho acontecimento. O rapaz não conseguia dormir, não estava com sono. Só pensava que podia ter algo perseguindo todos que jogaram...

“Morte estranha após sessão Ouija”. Pesquisou, porém não obteve nada que já não conhecesse. De repente, algo veio em sua mente: “Espírito de nome Ouija. Quem é?”. Carregando um pouco, abriram-se várias páginas, onde Rian clicou no primeiro resultado e prosseguiu lendo um pequeno noticiário:

“Porque as pessoas nunca devem jogar Ouija. 5 dicas: A primeira, mais importante: Quando conversar com algum espírito, certifique-se que seu nome não seja Ouija. Por quê? Ouija, a nomeação do tabuleiro, também é nome de um demônio, antes homem que viveu entre os séculos XIII E XX. Após dar sua alma para o diabo em troca de riquezas, ele foi enganado e aprisionado em uma tábua de madeira, a qual anos após recebeu o seu nome. E, nomeando-se o Demônio do fogo, ele busca oportunidades de enganar jogadores de Ouija e matar todos, para que consiga se livrar da sua eterna prisão. Suas vítimas, após mortas, ficam com cicatrizes de fogo na pele. (...)”

– Então é isso. – Rian concluiu.

“Praft”. De uma vez só, a tela do computador pifou e faíscas foram lançadas para todos os lados. O pálido teve um grande susto, se levantou ligeiramente e acendeu a luz mais próxima.

– Ele matou a Daniela, isso explica as marcas de queimado em sua pele. Agora está vindo atrás de nós, pretende nos matar para se livrar do tabuleiro. Não posso deixar isso acontecer, foi minha culpa o que houve. Preciso pesquisar como faz esse demônio voltar a dormir!

***

Sentada em volta de uma mesa, limpando o nariz com um lenço, Alice aguardava juntamente de Helen, Wallace e Tony pela chegada dos demais. Assim que Gibson apareceu na porta, ele tratou de ir até a mesa onde os amigos estavam e se sentou lá também.

– Só falta o Rian. – Tony avisou.

– Não consigo contato com ele. – Alice advertiu. – Então só nós bastamos. Mandei todos vocês virem aqui porque aconteceram muitas coisas estranhas, agora a pouco, comigo.

– Como assim? – Helen questionou.

– Quando eu cheguei em casa, percebi uma presença ruim... algo incompreensível, algo maligno...

– Espere um pouco... – Wallace interrompeu-a. – Está achando que é o espírito do jogo? Ah, gente, nós estamos ficando malucos.

– Cala a boca, Wallace. – A loira prosseguiu. – Foi muito estranho, vasos se quebraram, as luzes apagaram sozinhas... A janela foi aberta repentinamente e se fechou sem ninguém tocá-la. Acredito que alguma coisa está acontecendo.

– Não quero desconfiar de você, mas não acha que pode ser apenas alucinações? – Tony comentou levemente.

– Mas o vaso que a Danny me deu quebrou. – Alice gritou. – Você acha que alucinação pode derrubar um vaso de uma mesa?

– Calma, Alice, não precisa gritar. – Gibson a conteve. – Olha, como você mesma disse, a janela estava aberta, né? Então, não seria algo impossível que o ar derrubasse esse vaso... Poderia ser isso que aconteceu. Depois, o mesmo ar, fechou a janela de novo.

– E quanto a luz?

– Apagões acontecem toda a hora.

– Concordo com o Gibson, gente. – Wallace disse. – Nada de estranho está acontecendo, é só a nossa cabeça mesmo. Precisamos dormir, assim poderemos esquecer pelo menos um pouco o que houve hoje.

– Não dá, eu não consigo dormir. – Helen explicou, tendo algumas lágrimas nos olhos que já ardiam. – Toda vez que eu fecho os olhos, me deparo com o corpo da Daniela todo cortado na minha frente. É simplesmente horrível a sensação.

– Pelo menos podíamos passar a noite juntos. O que acham? – Gibson deu a ideia. – Todos nós, no mesmo lugar, conversando e descontraindo.

– Estou de acordo. – Tony assentiu.

– Vamos para a nossa casa. – Wallace pronunciou olhando para a namorada. – É a mais próxima daqui.

– Vamos.

Todo o grupo se retirou do bar. Minutos depois, todos já estavam assentados em volta da pequena mesa de madeira da cozinha de Helen. Ela e seu namorado estavam abraçados. Alice repousava sua cabeça na mesa, enquanto Tony os olhava. E Gibson mantinha-se quieto, brincando de rodar uma faca.

– Não aguento esperar. – Alice quebrou o clima, se levantando da mesa, e deu um leve susto nos demais. – Vou ligar para a polícia, preciso descobrir se eles já sabem quem é o autor do assassinato.

– Eu acho que vou atrás do Rian. – Tony mencionou, saindo da mesa também. – Ele não é tanto o nosso amigo, mas acho que deve precisar de apoio também. Afinal, assim como nós, ele viu a Dan... o que houve.

– Tudo bem. Volte logo, cara. – Wallace se despediu.

– Vou voltar assim que encontrá-lo. – O moreno abriu a porta da casa e se retirou. – Até mais pra vocês.


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