Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur


Capítulo 86
Capítulo 86


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil desculpas pela demora... Não tô num dos meus melhores momentos, mas ao menos os capítulos estão vindo longos... ^^

Boa Leitura!!



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Por Herval:


–Oi, meu amor... – Respondi, ainda acariciando seu rosto. Ficava feliz por agora ela poder sentir o meu toque e de certa forma, reagir a ele. Seus olhos se fecharam por um curto instante, que foi o tempo em que fiquei a fazer-lhe carícias. – Como é que você está se sentindo...? – Ela novamente abriu os olhos, mesmo que com dificuldade, já que estava fraca e seu corpo implorava por dormir.

–Confusa... – E me fitava com uma pequenina ruga de preocupação no meio da testa. O quê que a-aconteceu...? – Ela me perguntou, num sussurro, com dificuldade. Me parecia tão frágil, tão vulnerável... Eu queria pegá-la, abraça-la, envolve-la e protege-la de tudo e de todos. Seus lábios estavam cândidos, mas voltaria a ter a vivaz coloração rosada que sempre teve. Ela não podia se esforçar ou ter fortes emoções, então eu decidi poupá-la e contar só o que era essencial.

–Você teve que fazer uma cirurgia, Pam, e acabou ficando um tempo em coma...

–Cirurgia...? Mas... Por que? – E aquela ruguinha de preocupação se fez maior.

–Depois eu te explico... Agora você só precisa descansar... e... saber que eu estou muito feliz por você ter acordado e me chamado.

–No... E-eu quero saber... Por que uma cirurgia, Herval? – Ela estava forçando a garganta, sua voz estava rouca, as palavras mal eram pronunciadas, mas ela insistia. - Eu estou confusa... A última coisa que eu me lembro é que... – Ela parecia forçar a memória também. Temi que se lembrasse do Jonas e que aquilo provocasse algum problema. – Que eu estava voltando da Marra, no carro, quando meu cel... - Mentalmente desesperado, a interrompi.

–Ei, ei, ei...! não vamos falar disso agora né?! Você ainda tá fraca, acabou de acordar... Não se esforça desse jeito...!

–Mas...

–Nem mas, nem meio mas, você vai ficar quietinha... – Falei passando a mão em seus cabelos e ela sorriu, cedendo.

–Parece que eu não te vejo há séculos...! Eu passei tanto tempo assim em coma?

–Uma eternidade! Mas pouco mais de duas semanas... Pam, você não tem noção da saudade que eu tava de você... – Falei segurando sua mão e era tão confortante sentir ela apertar a minha de leve e sentir que ela não estava mais gélida como outrora.

–Me too, hubby...! – Sorri, mas percebi um certo estranhamento da parte dela, como se se perguntasse “como posso dizer que estava com saudades, se estava inconsciente?” Mas olhei para o lado e logo vi a flor que o Quim levara para ela.

–Ah, Pam! Olha só o que o Quim te trouxe... – Delicadamente peguei a flor e vi seus olhos brilharem ao vê-la.

–Joaquim esteve aqui...? – Perguntou, tentando erguer a mão para pegar a flor.

–Ele está ainda, tá esperando lá fora com a Dorothy! – E seus olhos reluziram ainda mais!

–Eu... quero ver my baby... E madrinha!

–Eu tenho que perguntar ao doutor se você pode ver ele já... Você acabou de acordar, Pam...

–Mas eu preciso vê-lo, Herval... Please...!

–Eu... Eu vou ver se tem como... Você espera um pouquinho? Eu já venho. – Falei cheio de receio de sair e deixa-la ali, novamente vulnerável.


Por Pamela:

Eu estava me sentindo estranha, diferente... Sentia um pouquinho de dor de cabeça, mas aquilo não era nada comparado ao mar de confusão que eu estava mergulhada. Não entendia o que havia me acontecido, Herval não queria me contar... Agora eu estava ali, num hospital, acabara de sair de um coma e completamente alheia a tudo. Enquanto Herval não chegava, eu me distraía olhando aquela small flower blue que my baby havia levado para mim...

Sentia que precisava lembrar de alguma coisa, mas quando tentava forçar um pouco a memória, sentia a cabeça dar uma volta, talvez Herval tivesse razão, eu estava fraca, precisava melhorar para saber de tudo, mas confesso que temi as respostas para as minhas perguntas. Herval estava demorando... Vi a flor começar a ficar embaçada à minha frente, minhas pálpebras começaram a me pesar, o sono começava a me vencer, mas eu queria ver my baby! Lutei contra o sono o máximo que eu pude, enfrentei-o, mas não consegui vencê-lo, eu precisava dormir, até para estar bem para ver Joaquim.


Por Herval:

Eu fui falar com o médico, mas ele disse que ainda era cedo para a Pam ver o Quim, como ela queria muito, eu ainda insisti, mas ele foi firme, disse que ela não estava bem o suficiente para vê-lo... Tive que me conformar. Joaquim, ao pé da Dorothy, implorava para falar com ela, até chorou, fiquei com o coração na mão, mas não podia fazer nada, era pelo bem da Pam.

Quando voltei a entrar no quarto, ela dormia. A flor permanecia em sua mão, mas o sono era profundo, com certeza não acordaria tão cedo, mas só os poucos minutos que eu pude vê-la acordada e falar com ela, já foram ótimos! Agora eu tinha que falar para a Megan que a Pamela tinha acordado. Pedi para Dorothy levar o Quim para casa e não arredei o pé daquele hospital. Liguei e disse que tinha uma ótima notícia para lhe dar, mas queria que ela visse com seus próprios olhos, então não contei até ela poder ir ao hospital, à tarde.

Quando o médico a proibiu de entrar, vi ali naquela nova Megan, vestígios daquela bad girl. Ela ficou indignada.

–Como você diz que eu não posso like, ver minha mom?!

–Porque ela está fraca, Srta. Megan. Está tomando alguns medicamentos que a fazem ficar sonolenta, além de que a presença de um filho agora lhe provocaria uma emoção que ela ainda não está preparada para receber...

–Mas... Mas isso é um absurdo! Então mom sai do coma e eu, Megan Lily Parker-Marra, filha dela, não posso vê-la?!

–Megan, Megan...! – Eu tentei lhe chamar a atenção. – Fica calma, já, já você vai poder vê-la... Não quer ir pra casa, descansar...?

–No, eu vou ficar aqui, vai que eu consigo convencer esse médico cabeça dura! Vá você, o Quim deve estar precisando do daddy dele agora. – Ela tinha razão... Mas eu não queria deixar a Pam! Só que o Joaquim não podia esperar a mãe ficar boa para ter um pai, né?! tive que voltar para casa e enfrenta-lo louco para falar com a Pamela. Ele nunca custou tanto a dormir como naquele dia! Tive que lhe contar o resto da história que havia lhe prometido e iniciar outra para que seus olhinhos curiosos se fechassem e quando finalmente me vi no meu quarto, me joguei na cama exausto. Fechava os olhos e tudo o que aparecia na minha frente era o rosto da Pam, era a questão de como eu contaria tudo o que lhe aconteceu. À muito custo levantei para tomar um banho e quando olhei para a cama, não sentia mais aquele vazio de antes... Não demoraria muito para aquele espaço na cama ser preenchido novamente. E eu nunca dormi tão rápido na minha vida!

No dia seguinte, de pé bem cedo, tomei café voando, me despedi do Quim e fui para o hospital, tinha que ficar no lugar da Megan que ainda passaria em casa pra se reestruturar para ir para a Parker. Ao chegar no hospital, tive uma surpresa, não era a Megan que lá estava.

–Ernesto? – Ele tinha sumido, como e por quê aparecera agora?

–Oi, como vai, Herval?

–Vou indo, mas... Estou surpreso, você sumiu...

–Eu tive que fazer uma viagem... Eu... comecei a trabalhar na Marra justamente no dia o acidente da Pamela, e tive que passar duas semanas na Califórnia... Fiquei aflito o tempo todo, só sabia o que o Davi me falava, que não era muita coisa... A Pamela tava em coma?!

–Tava... Na verdade ela tava com um coágulo cerebral e teve que fazer uma cirurgia delicada...

–Ah... Entendi... Mas e agora ela tá bem, não tá? - Parecia bem preocupado.

–Acordou, ainda tá fraquinha, mas acordou. Você não entrou? – Era estranho estarmos falando tão “amigavelmente”, mas a vida é assim, uma surpresa a cada dia!

–Não, na verdade eu acabei de chegar também...

–Sr. Herval, ela já acordou. – O doutor falou.

–Bom, eu vou lá, falo com ela, e aviso que você está aqui e quer vê-la.

–Obrigado.

(...)


~Dois dias depois...

Pamela já estava começando a se recuperar, ainda não deixaram a Megan e o Quim entrar, mas não faltava muito. Eu fiquei naquele hospital 24h por dia! Sempre ao seu lado, conversando, fazendo-a sorrir, lhe dando a comida que ela insistia em recusar... Estava tudo correndo bem, se sua evolução continuasse boa, ela não precisaria ficar muito tempo no hospital.

Era noite. Joaquim em casa, Megan também, pois havia trabalhado muito e lá estava eu, no hospital, no quarto com a Pamela, conversando sobre diversas coisas, distraído, quando sem mais nem menos ela me vem com a pergunta:

–E agora Herval, será que eu posso saber o que aconteceu comigo?

–Você tem certeza que se sente bem pra saber?

–Of couse! Sou uma nova mulher! Tell me! Não me deixe mais nesse mistério, baby... Você não acha que eu já fiquei tempo demais nessa confusão?

–Tá bom... cê tá certa...

–Yeah, então? Eu lembro que estava no carro, voltando da Marra, quando meu celular tocou, - Fechou os olhos, forçando a memória, mas não teve sucesso. - daí não lembro mais de nada...

–É porque foi um choque grande, era o... o...

–O...?

–Era o Jonas no telefone, Pam.

–Jonas?! Oh Lord!

–Sim, o que me parece é que... Você acabou ficando apavorada e acabou capotando com o carro... Você não lembra de nada disso?

–I do not know... no... Nada mesmo... Continue.

–Bom, o Ernesto que te encontrou, ligou para a ambulância e te trouxeram para o hospital. Você tava desacordada, mas depois de um tempo acordou, nem desse período você recorda?

–Não... Talvez depois lembre, mas agora não lembro de absolutamente nada! Mas e então?

–Então, você acordou só que... Só que como tinha batido a cabeça, não podia ter dormido, mas...

–Por isso a faixa na minha cabeça...

–Isso. Você teve um coágulo cerebral, meu amor... Teve que ser submetida a uma cirurgia extremamente delicada... Depois sofreu uma parada...

–E daí veio o coma... – Sussurrou.

–Exatamente.

–Oh my God! Quanta coisa...! Eu... Eu estou vive por um milagre então?!

–Sim... Por um milagre... Eu... Eu quase enlouqueci, Pamela! Te ver deitada naquela cama cheia de aparelhos e eu sem poder fazer nada?!

–Mas você estava aqui todos os dias! Já era o bastante!

–Como você sabe...?

–Não sei! Eu deduzi... Você não ficou? Eu sei que meu hubby me ama... Assim como I love you so much! – Disse com um sorriso no rosto que já se tornara mais frequente nos últimos dias.

–Com licença... Hora de tomar o remédio para dormir, Sra. Domingues... – Disse a enfermeira, que acabava de entrar. Pamela tomou o remédio obedientemente, queria ficar bem o mais depressa possível para ver o Quim e a Megan. Eu levantei da cadeira onde estava sentado e fiquei ao seu lado na cama, enquanto a enfermeira se retirava.

–Tenha uma ótima noite de sono, tá meu amor...? Qualquer coisa eu vou estar ali, naquela poltrona... – Ela acenou positivamente e se deitou.


Por Pamela:

Agora sim eu sabia de tudo... tive que me controlar para não demonstrar, mas fiquei muito preocupada em saber que Jonas havia dado as caras... Na verdade sentia uma sensação estranha, como se eu já o tivesse visto à curto prazo e que a experiência não havia sido boa... Eu estava tendo aquelas sensações frequentemente, era tão estranho...

Herval me olhava fixamente e tudo o que nós dois queríamos era dormir. Só que ele esperava que eu dormisse para ele finalmente fazê-lo, e eu estava com milhões que questões na cabeça e mal via a hora de ver meus filhos, que só depois de muitos minutos, se esvaíram, dando lugar a um pesado sono.

Certo dia eu estava indo buscar Joaquim na escola. Eu estava voltando da Parker mais cedo, completamente animada para ter uma tarde divertida com my baby boy, num parque, tomando um sorvete e arquitetando um plano para irmos visitar Herval na Plugar, de surpresa. Mas na verdade, eu que tive uma surpresa! Uma imensa surpresa! Ao chegar na escolinha do Quim, ela estava pegando fogo! As chamas a consumiam por completo e eu via crianças e professores correrem de um lado para o outro, desesperados, com o corpo em chamas! Daí senti aquela dor insuportável no peito, aquela sensação horrível e mortífera! Senti não lágrimas, mas sangue escorrerem dos meus olhos, ao avistar saindo de lá de dentro, Jonas, como um verdadeiro demônio, com my baby nos braços, morto. Sim, me senti esmagada, atordoada, tão morta quando meu filho. Jonas tinha um olhar vitorioso e dizia com uma voz repugnante: “Fui eu que provoquei tudo isso aqui! Isso é pra você ver do que eu sou capaz, Pamela Parker!” E eu apenas chorava, minha mão ficava sobre o coração que não parava de latejar em dor, e ele me mostrava Joaquim cheio de queimaduras graves espalhadas pelo corpo, e disse: “Agora você é minha, Pamela! Minha!!” E aquilo ficou ecoando inúmeras vezes na minha cabeça.

–No!!! – Gritei, abrindo os olhos, despertando daquele maldito pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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