Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur


Capítulo 179
Capítulo 179




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Por Pamela:

 

Esse é um dos piores clichês que pode existir na face da terra! E por isso mesmo é sempre mal interpretado. Talvez quando: “não é nada disso que você está pensando” foi usado pela primeira vez, realmente não deveria ser o que a pessoa pensava e deve ter funcionado para justificar a possível cena, mas daí foi passado para outra pessoa, que usou para camuflar o que na verdade era o que a pessoa pensava e passou isso adiante até a frase ficar manchada como uma mentira deslavada.

Então não importando se o “usuário da frase” é inocente ou culpado, o receptor da frase sempre vai julga-lo culpado, exceto em ocasiões como aquela, em que eu havia escutado tudo e realmente não era aquilo que eu supostamente estaria pensando se não tivesse ouvido tudo. Okay, mas isso é só para introduzir um tapa. Um belo tapa que eu dei na cara daquela little bitch ao vê-la na minha frente, só enrolada num lençol, ao lado do meu marido e tendo dito toda aquela baboseira para ele.

— Hey! Vou te meter um processo por agressão!

Are you kidding me? Não vai meter processo nenhum, não, sabe por quê? Porque senão sua mãe vai ficar sabendo dessa palhaçada aqui!

— Escuta, Pamela, não é...

Shut up, que o meu negócio aqui é com ela. – Fui mais rude do que devia, na verdade eu estava furiosa com a garota, só não deu para dosar o tom da voz para falar com Herval. Ele me olhou meio surpreso e deu um passo para trás. Segurei a garota pelo braço e saí arrastando ela até o quarto de hospedes. Herval foi atrás. – Você realmente quer que sua mãe descubra a grande whore que você é? Se isso acontecer, você vai morar na rua! Because I’m really sure que sua mãe não vai aceitar uma filha que se oferece para o marido alheio. So, vista uma roupa e arrume suas coisas. Por hoje você fica num hotel. Eu dou uma desculpa qualquer à Kate. Eu estava mesmo planejando arrumar um flat para sua mãe. – Ia saindo do quarto. – Você só fez eu adiantar as coisas...

— P-por que você tá fazendo isso? – Ela perguntou encolhida. Eu sorri e inclinei a cabeça.

— Por você que não é. Só que Kate fez muito por mim! She’s my friend! E eu não quero ser a pessoa que vai dizer a ela que a filha que ela tanto ama não presta. Eu estou te dando a chance de mudar. Por ela. – Dessa vez saí do quarto e fui para a sala, pegando o celular e procurando o número de uma companhia de táxi. Nosso motorista tinha saído com Kate, não dava para contar com ele para tirar a oferecida de casa.

— Pamela! Pamela! – Herval vinha atrás. – Deixa eu... – Coloquei a mão sobre sua boca e falei ao telefone pedindo um táxi para tirar Anne o mais rápido possível da mansão.

Okay, estou aguardando, thank you. — Em seguida procurei na lista, o número do Murphy.

— Pamela, você precisa me escutar, eu não...

Hello? Murphy? It’s me! I know it’s not your job, but... — Saí andando pela casa sem dar atenção à Herval. – Eu preciso que você entre em contato com algum corretor de imóveis urgentemente. I need a flat. Alugar ou comprar. Whatever! Apenas consiga um até amanhã, okay? Thanks. — Voltei para a sala e Herval estava lá em pé, aflito.

— Pamela, agora a gente precisa... – Um choro vindo do quarto de Branca o interrompeu.

— Agora não, Herval! Okay? Agora não! – E corri para pegar a menina, que ao se ver envolta nos meus braços, calou-se.

Eu tenho que admitir... era divertido deixar Herval achando que eu estava pensando que ele me traiu. Embora tudo o que ele falou para a Anne fizesse eu me sentir a mulher mais amada do mundo! E a mais linda também... e eu quisesse mesmo me jogar em seus braços desde o primeiro segundo que o vi na minha frente, eu não conseguiria fazer aquilo enquanto Anne estivesse sob o mesmo tempo que nós. Então eu tinha que me segurar, e também me divertir com seu desespero. Quando eu voltei para a sala, encontrei Kate diante de Anne, sem entender porque ela estava com as malas nas mãos. Eu não contava que ela voltasse antes que a menina saísse...

— O que está acontecendo aqui? – A garota olhou para mim e para Herval completamente amedrontada e eu respondi.

— Eu arrumei um flat pra vocês.

What?

— Um flat! Um lugar pra vocês morarem. Só de vocês.

— P-por que você fez isso?

Because you deserve! Sua filha está aqui agora, precisam de um lugar só pra vocês! E-e-eu não me aguentei e contei para a Anne sobre o flat. E-então ela decidiu ir logo para lá.

Why?

— E-e-eu não me sinto muito confortável na casa dos outros, mother. E-e também queria ir ver logo como é pra saber se você vai gostar. Quero deixar à sua cara...

— E como você ainda tem coisas a resolver comigo, não vai ainda, Kate. Just Anne. — Ela fez uma cara de: “isso é inacreditável, mas o que eu posso fazer...?” e concordou. Então ouvimos alguém buzinar. – É o táxi que eu pedi. Come on Anne! Despeça-se da sua mãe e venha comigo. Eu vou explicar onde fica o flat pra você informar ao taxista. – Entreguei Branca a Herval, que estava sem entender nada tanto quanto Kate e tirei a carteira dele do seu bolso. A garota se despediu da mãe e nós duas saímos. – Aqui está o suficiente para você pagar a pernoite no hotel que preferir e amanhã entraremos em contato para informar onde fica o flat de verdade. – Tirei o dinheiro da carteira de Herval e a entreguei enquanto o taxista colocava suas malas no porta-malas. Ela ia entrando no carro quando eu disse: – E lembre-se: respeite quem deve respeitar. Quando você chegar à minha idade, desejará nunca ter me chamado de velha. Porque quando se faz isso e a pessoa não tem autoestima, pode-se causar um dano maior... sua sorte é que eu tenho autoestima! E um marido que me ajuda a mantê-la bem alta, você pôde conferir... – Ela arregalou os olhos como quem diz: “meu Deus, ela ouviu!” e abaixou a cabeça em seguida envergonhada.

I-I-I’m sorry... eu realmente estava errada sobre você...

I know. Eu sou bem mais do que os seus olhos podem ver. Bem mais do que essas linhas no meu rosto dizem. Mas se você não tem como saber, just respeite. – Sorri fraco e voltei a entrar em casa, deixando-a ir embora.

Like I said before: melhor que brigar é sorrir e ignorar. Mas se tiver justificativa para um tapa, como eu tive, pode dar.

Quando entrei, Kate pedia para o motorista, que fora às compras com ela, para ajudá-la a levar as compras para dentro e Herval ainda estava com Branca nos braços. Devolvi sua carteira ao seu bolso sem dizer uma só palavra e fui para o quarto. Quando entrei lá, a cama estava levemente bagunçada, obra de Anne. Então eu puxei todos os lençóis, foi tudo ao chão, inclusive travesseiros. Depois fui buscar outros e os substituí deixando a cama impecável again.

Me sentindo tão leve que parecia que podia voar, tirei as roupas e fui tomar um banho. Você há de concordar comigo que eu fui de uma grandeza de espírito impressionante. Actually, nem eu esperava fazer o que fiz e com a praticidade que fiz. Quando Herval disse que não demos certo porque não nos conhecíamos de verdade, ele estava certo. Na verdade, eu não só não conhecia ele, como não conhecia a mim mesma! Agora eu tinha poder sobre mim. E eu sabia quem eu era. Sabia que Herval me amava porque ele rejeitou da melhor maneira possível a little bitch. Se isso não fosse capaz de me fazer sentir mais leve que o próprio ar, eu não sabia o que o faria...

Ao sair do banheiro enrolada numa toalha e com outra enxugando o cabelo, olhei diretamente para o relógio do criado mudo. 17h47min. era o que ele contava.

— Será que a gente pode conversar agora? – Mirei a porta e lá estava Herval todo na defensiva. Tive que me segurar para não rir. Eu o estava ignorando completamente até então, mas era só para poder tirar logo Anne de casa. Na verdade, eu estava inclusive me segurando para não enchê-lo de beijos por tudo o que ele disse a ela... quando ele entrou no quarto eu estava quase no meu limite.

— Cadê a Branca?

— Com o Brian. A Dorothy trouxe ele aqui pra ver ela. E eles também já pegaram o Quim na aula.

Good. — Joguei a toalha que enxugava o cabelo sobre a cama ao mesmo tempo que me sentei nela.

— Escuta Pamela... aquilo que você viu aqui não era... esses lençóis no chão não... eu não...  – Ele não conseguia se explicar. Estava claramente com medo de falar qualquer coisa porque em outros tempos nada do que ele dissesse me faria acreditar. Em outros tempos.

— Eu aceitei o papel. Eu vou fazer uma novela! – Ele me olhou e piscou os olhos várias vezes tentando não se confundir com nada. Passou as mãos no cabelo e respirou fundo enquanto eu me levantava da cama.

— Olha, não é que isso não seja relevante, porque é maravilhoso! Mas... a gente precisa conversar sobre a Anne! Você tem que acreditar que eu não fiz nada com ela, aquela maluca que arrancou as roupas, deitou na nossa cama e... – O ataquei de repente. Minhas mãos agarraram seus cabelos e lhe beijei como se estivéssemos lutando. Como se nossos lábios estivessem lutando! Em seguida eu comecei a puxar sua camisa para cima e ele cortou o beijo, me afastando. – E-e-espera aí... p-p-por que você não tá... – Pousei o dedo indicador sobre sua boca e sorri.

— Primeiro: eu confio em você e amo você. Segundo: eu ouvi tudo e estou orgulhosa. Terceiro: cala a boca! – Tirei sua camisa e voltei a beijá-lo. Dessa vez não mais como uma luta, mas como... como... um tango! Se você já viu alguém dançando tango, tente transformar isso num beijo. A intensidade do olhar dos dançarinos, sua perfeita sincronia, força, atuação, beleza. Foi exatamente assim que eu o beijei.

Antes que Herval pudesse agir, enquanto nos beijávamos eu desafivelei seu cinto e desabotoei sua calça. O joguei na cama, terminei de tirá-la e o deixei apenas de cueca, enquanto ele me olhava meio perdido. Joguei ao chão a toalha que me cobria e em seguida estava em cima dele segurando seus pulsos e olhando em seus olhos intensamente.

— Você é inacreditável...

I know. É por isso que você me ama.

— Eu já disse que... – Lhe roubei um beijo. – Você não sabe o quanto... – e mais uma vez o fiz, dessa vez sentindo sua mão passear pela minha coxa. – Para de me interromper com... – O beijei mais uma vez, mas dessa vez não estendi o beijo e parei para olhá-lo. Para admirá-lo. Quantas vezes na vida a gente tem a chance de achar alguém assim para amar?

 Ele inverteu as posições e ficou por cima de mim. Minhas pernas envolveram sua cintura, meus braços, seu pescoço e ele grudou nossas testas. Eu estava pronta, só esperando para começarmos, quando ele afastou o rosto do meu e ficou de joelhos.

What’s wrong?

— V-você disse que aceitou o papel para a novela?

Really? Você vai falar disso agora?

— Mas é uma coisa importante! Você vai voltar a...

— Herval Domingues, se eu aceitei o papel ou não, não importa agora. Nós temos visita em casa, portanto não temos muito tempo.  So, if you don't take off that underwear, right now, I will kill you!

— Desde quando você ficou mandona assim?

— Desde que eu descobri que é divertido. – Ele levantou da cama e me obedeceu: tirou a última peça de roupa que o cobria, a cueca.

— Pronto. E agora? – Comecei a me levantar e ir até ele.

— Agora você vem aqui... fica grudadinho em mim e deixa o resto por minha conta...! – Sussurrei em seu ouvido, mordisquei o lóbulo da sua orelha e o percebi se arrepiar com o contato das nossas peles. Aos poucos arrastei meus lábios aos seus e quando dei por mim, já estávamos na cama de novo.

...

— Pamela! Pamela, sai desse quarto! O Brian quer falar com você antes de ir embora! – Por volta de 25min depois eu ouvi Dorothy me chamando.

— Tô meio ocupada aqui, madrinha! – Respondi ofegante, afastando os lábios de Herval dos meus.

— Faz tempo que vocês não se veem, Pamela! – Não dando a menor importância ao incômodo, Herval seguiu fazendo uma trilha de beijos pelo meu corpo até a virilha.

— Não seja por isso, amanhã eu vou visita-lo!

— Pamela! Não seja desnaturada, ele é seu irmão! Se o seu pai estivesse aqui... – Ela falava sem parar, uma frase emendada na outra, mas eu parei de entender nesse “se o seu pai estivesse aqui” estava mais preocupada em fazer Herval parar para que eu pudesse falar com Dorothy sem gritar ou grunhir sons estranhos.

— Herval... para com isso... d-deixa e-e-eu f... OH LORD! — O grito saiu involuntário e eu agarrei firme seus cabelos.

— Pam? O que foi? – Dorothy se preocupou.

— Nada, madrinha. E-e-eu só me assustei com uma coisa aqui... – Herval então ficou de joelhos e agarrando minhas coxas, me puxou até nossos corpos se encaixarem novamente.

— Você e o Herval não estão brigando não, né? – Agora ele se inclinava sobre mim e tentava me beijar. Sem que eu o permitisse, deixou os lábios correrem para meu pescoço enquanto eu tentava controlar os gemidos que cada investida dele fazia brotar da minha garganta.

No... estamos apenas... conversando sobre algo importante.

— Conversa pode esperar, Brian não! Ele tem um filho pra cuidar, sabia? – Suspirei impaciente e Herval também.

— Por que você não fala logo o que a gente tá fazendo? – Ele sussurrou.

— O mundo não precisa saber, Herval! This is between us.

— Não é o mundo, é a Dorothy! E ela sabe de coisa muito pior nossa, deixa eu acabar logo com isso... – Saiu do seu posto e caminhava em direção a porta.

— Herval! Não! Volta aqui! – Corri atrás dele tentando impedi-lo, mas tudo o que consegui foi tropeçar e se não fosse Herval me segurar, teria feito um estrago. Caímos os dois na gargalhada por causa disso e Dorothy voltou a falar.

— O que diabos vocês dois estão fazendo aí dentro...? – Eu respirei fundo, arrumei o cabelo rapidamente com a mão e abri só uma fresta na porta por onde ela pôde ver metade do meu rosto.

— A gente tá discutindo um assunto... que eu vou contar pra vocês já, já. – E para provocar, Herval fez a língua passear pelas minhas costas. – Give me one minute, okay? — O empurrei lhe arrancando uma risada.

— Eu hein... vocês estão muito estranhos... espera aí, vocês estão...

Não! Dorothy, listen to me: é uma notícia que ninguém esperava mais ouvir de mim. – Herval insistiu, me envolveu por trás e sussurrava indecências no meu ouvido. – V-v-volte para a sala e diga para Brian esperar só um minuto. Eu já estou indo. – Ainda desconfiada ela confirmou e foi embora.

Com um suspiro, fechei a porta e ia me virar, quando Herval me prendeu contra ela. Suas mãos correram da minha cintura por todo o tronco até erguer minhas mãos e segurá-las na altura da minha cabeça.

— Onde foi que a gente parou...? – Empurrou seu corpo contra o meu.

— Em lugar nenhum. Dorothy conseguiu me tirar do clima. – Me virei e tentei me desvencilhar.

— Problema não, eu te boto no clima rapidinho... – E tentou me pegar nos braços.

No, it’s over. Eu vou me recompor pra ir lá fora e você deveria fazer o mesmo. – Fui para o banheiro.

Dentro de 7 min nós estávamos saindo do quarto. Na sala, Dorothy, Kate e Brian conversavam, enquanto Joaquim se distraía com a irmã, que estava nos braços de Kate.

— Pamela...! Que saudades, my sister... — Ele veio me abraçar.

Hi Brian! How are you?

— Eu tô ótimo! Mas não melhor que você, aposto. A Branca é adorável... parece muito com você.

Are you kidding? Branca é a cópia de Herval!

— Não... ela é linda. Então parece com você. – Herval retrucou.

How’s Louis?

— Enorme! E inteligente. Qualquer dia eu trago ele aqui pra conhecer a priminha.

— E então, Pamela? O que você tinha de tão inimaginável para dizer? – Dorothy perguntou curiosa. Eu e Herval nos entreolhamos e ele riu.

I’m actress again. Aceitei o papel que me ofereceram. Vou fazer uma novela!

Oh my God! Oh my God! I-i-isso é sério? Você vai mesmo voltar a brilhar?

— Nunca deveria ter deixado, madrinha!

— I-i-isso merece uma comemoração! U-um jantar especial! Não, não! Uma big festa!

Oh no... I don’t want anything. I just… — Fui interrompida pelo celular tocando. – Excuse me... — Me afastei um pouco para atender. – Hello?

“Hi mom!”

— Megan! Como você está, baby?

Um pouco ansiosa pra te contar uma coisa...”

— Contar o que?

“Eu prefiro dizer pessoalmente. É algo importante. Tô indo aí pro Rio amanhã, okay?”

— Você está me assustando, Megan... what’s going on?

“Amanhã você vai saber.”

Quando desliguei, todos esperavam eu falar alguma coisa.

— Megan e Davi vêm pra cá amanhã. Parece que têm algo importante pra falar...

— Tipo o que? – Herval perguntou.

I don’t know... mas Megan me deixou preocupada.


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