Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur


Capítulo 142
Capítulo 142


Notas iniciais do capítulo

E o inferno começou...



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Por Herval:

 

Eu recebi uma ligação da Pam e pelo tom de sua voz, eu sabia perfeitamente o que ela queria. Bom, isso me deixou cheio de esperanças e eu saí correndo da Plugar para ir à Parker TV atrás dela. Dirigi todo o trajeto com um sorriso na cara e planejando mil coisas para quando estivéssemos frente a frente.

Até cheguei lá e fiz questão de que ninguém me anunciasse. Simplesmente fui até a sala da Pam na surdina para lhe fazer uma surpresa. Queria abrir a porta sem permissão e lhe dar um susto quando... na verdade, quem levou o susto fui eu! Eles se desvencilharam no mesmo instante em que ouviram a minha voz e com a mesma pressa e brutalidade, eu senti meu coração se partir ao meio.

— Her-Herval?! N-não é nad...

— Por favor... sem falsos clichês... – Lhe interrompi, sentindo um nó na garganta.

— Mas Herval, a Pamela não... – Ernesto tentou falar, mas eu já me vi pela tampa de ódio! Segurei-o pela gola da camisa.

— Se eu fosse você, não tentava explicar o que estava acontecendo aqui.

— Me deixa explicar, honey! – Pamela fala.

— Explicar o que?! – Larguei o idiota e gesticulei hostilmente, fazendo- dar um passo para trás, com medo. Eu... eu meti medo na mulher que tanto amei... e o pior, não me importei com isso.— Você realmente acha que eu sou idiota a esse ponto, Pamela?! – Balbuciou algo, mas eu não a deixei prosseguir. – Uma imagem fala mais que mil palavras... – O nó na garganta aumentou e ela pôs a mão na cabeça, virando-se de costas e se apoiando na mesa, sabe-se Deus porquê!

— Herval, fui eu que... – Ernesto tentou falar.

— CALA ESSA BOCA! – Empurro-o em cima do sofá. – Eu só não entendo porquê, Pamela... não dá para entender o porquê disso! Será que eu estive casado esse tempo todo com uma mulher maquiavélica...? Que esteve esse tempo todo tendo encontros com esse idiota e agora... pra rir da minha cara que perdoei seu sumiço quando planejei uma surpresa, me chamou aqui pra ver o quão idiota eu sou...? – Ela vira-se para mim e me olha chorando.

— Herval, você está me ofendendo...

— E o que você fez aqui?! Não foi uma ofensa a mim?! COMO VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU ME SENTINDO?! Eu dediquei a minha vida a você, Pamela! Estava me sentindo a criatura mais horrível do mundo por sentir ciúmes de uma mulher que supostamente me amava, quando na verdade...

— MAS EU TE AMO!! – Disse, vindo em minha direção e tentou segurar meu rosto. Segurei seus pulsos antes disso e a repeli.

— Não... não chega perto de mim... você pensa que sabe o que é o amor, mas não sabe não... – Minha visão começou a ficar turva pelas lágrimas e eu me aproximei da porta. – Se soubesse, não faria o meu de gato e sapato.

— Herval... – Deu um passo à frente e eu abri a porta.

— O que mais me dói... é não ter a certeza se eu perdi o seu amor, ou se eu nunca o tive... – E saí da sala.

— Herval! Herval! Espera! – Ela veio correndo atrás de mim, mas eu me apressei. Mesmo que esbarrando em um monte de gente, eu tinha que me afastar, tinha que sair de seu alcance para que ela não mais me machucasse.

Toda aquela minha crise de ciúmes não era paranoia afinal... eu vi com os meus próprios olhos! E a anta achando que ela estava preparando uma surpresinha pra mim. Na verdade, estava, mas uma surpresa que eu preferia nunca ter visto.

— Herval!! Me deixa explicar! Não é o que você está pensando! Herval! – Ela insistia e toda essa mentirada só me fazia sofrer mais. Saber que era o fim de um casamento tão bonito era como se fosse a minha morte. A tragédia da beleza extrema...

Entrei no carro sem lhe dá ouvidos e dei a partida. Não queria mais ouvir a sua voz, ela sempre foi a melhor coisa do mundo pra mim e de repente me soava falso, frio, parecia que tudo o que dizia era mentira. Ela não desistiu. Eu podia ver pelo retrovisor, seu carro seguindo o meu. Isso só me torturava, me fazia sofrer ainda mais por ter que deixá-la. Eu a amava tanto... tanto... não dava, simplesmente não dava para aceitar uma barbaridade daquela!

Mas eu tinha que me afastar, que sair da sua vida, que tirá-la de dentro de mim! Foi uma escolha sua, não minha... eu a amava com todas as minhas forças! Sempre fui capaz de dar a minha vida pela sua, mas ela preferiu viver a dela me magoando. Minha cabeça estava à mil, os carros ao redor não paravam de buzinar, quando se está desesperado, tudo se torna desespero...

Olhei novamente pelo retrovisor e ela estava cada vez mais perto. Olhei para frente e o sinal avisava que iria fechar. Eu tinha que atrasá-la para não correr o risco de passar por mais uma discussão antes de sair de casa. Ia ser complicado por causa do Quim, mas com o tempo ele iria entender... mesmo que correndo risco, pisei fundo e passei pelo cruzamento enquanto o sinal ficava vermelho. Num movimento súbito desviei de uma moto e segui em frente levando todos os xingamentos possíveis num trânsito. Meu coração quase saltou fora, mas sobrevivi. A multa pouco me importava! Eu só queria sumir.

Por Pamela:

Eu definitivamente vi meu mundo ruir diante de mim. Mesmo lutando para que Ernesto me soltasse, não consegui antes que Herval entrasse na sala. Ele logo tirou suas conclusões e desandou a falar o que não sabia. Eu tentei ficar calma, sentei explicar, mas nada o fazia me ouvir.

O ciúme que sempre o atormentou, agora, diante dele, fazia todo o sentido! Mesmo que não o tivesse, para ele fazia! E não houve palavras que o fizesse enxergar que estava errado. Eu me senti mal, muito mal com tudo aquilo, tentei me explicar, mas ele estava possesso! Eu nunca vi Herval daquela maneira...

Seu olhar era amedrontador, desesperador! Senti uma tontura súbita, mas isso não me importou. O tom com que falou comigo... as suas especulações... tudo me magoou profundamente. Depois de tanto tempo juntos, depois de tudo o que ele fez por mim e vice-versa, ele ainda teve a capacidade de dizer que eu não o amava, que eu tinha armado aquela cena para magoá-lo?! Para rir do seu desespero?!

Era isso que ele pensava de mim? Para Herval eu parecia um monstro...! Completamente desumana, sem coração! Será que a maneira que sempre olhei para ele nunca disse o que eu sentia? As palavras que sempre lhe disse... as lágrimas que lhe dediquei... será que o meu corpo nunca falou para o dele, que eles haviam se tornado um só?! Se foi capaz de pensar tamanhas barbaridades de mim, não merecia que eu estivesse ao seu lado.

Mas o amor não segue lógicas. Quando eu o vi sair da minha sala, foi como se ele estivesse saindo da minha vida! Pra sempre! Com isso eu tive a sensação de ter o coração parado dentro do peito. Deixei Ernesto lá e saí correndo atrás dele. Eu podia tentar entende-lo, poderia contar com um “me perdoa...” ou sabe-se lá o que! Eu só não podia perde-lo!

Isso nunca!

Eu vivi os melhores anos da minha vida com ele! Deixar tudo aquilo para trás por causa das conclusões precipitadas de Herval não estava nos meus planos... mas ele não queria me ouvi, eu gritava, lhe chamava, queria explicar, mas nada acontecia. Herval simplesmente entrou em seu carro e saiu da Parker a todo vapor! Não pestanejei e entrei no meu carro também!

Agora eu via o que eu fazia com ele quando brigávamos... eu sempre fugi e ele estava fazendo o mesmo agora. Só era uma pena que pretendesse não voltar! Eu não o deixaria sair assim! Não era justo comigo, com ele, com a família que construímos... será que nada disso o faria repensar?!

Então eu senti meu coração na garganta quando ele continuou dirigindo com o sinal fechado. Juro que vi Herval passar por cima da moto que passava pelo cruzamento e senti uma falta de ar quase insuportável quando vi que não. Ele continuava intacto, mas apressado demais em se ver livre de mim... isso doeu. Arriscar-se para que eu não chegasse perto; que tipo de criatura ele estava pensando que eu era?!

As lágrimas não me deixavam em paz, mas eu tentei me manter controlada até chegar em casa. A respiração custou, mas normalizou na medida do possível. Continuei dirigindo, cada vez mais desesperada, tentando articular as palavras para usá-las da melhor maneira possível. Não podia dar um deslize! Herval estava cego e eu tinha que lhe fazer enxergar a verdade! O que aconteceria depois... eu realmente não sabia, era claro que nada seria como antes, mas eu não entregaria meu casamento assim de mão beijada!

Mal cheguei em casa e já ouvi um estrondo que parecia porta. Era claro que ele tinha ido para lá, mas o meu desespero foi saber o que ele havia ido fazer! Dorothy tentou me parar para saber o que estava acontecendo, porque Herval estava chorando e porque estava procurando sua mala, mas lhe deixei falando sozinha e fui para o quarto enfrentar a fera.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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