A culpa é da calcinha escrita por Bella Rose


Capítulo 1
Odete, a polonesa


Notas iniciais do capítulo

Tive em um dia - ontem - a "brilhante" ideia de fazer uma história de comédia... Meio fora da realidade... Bem estranha e sem-noção. Depois de pensar bastante, surgiu A Culpa é da Calcinha... Tcharãm. Tambores, por favor.



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Tudo começou quando Odete, minha empregada gorda de origem polonesa, gritou meu nome. Como odiava quando ela fazia isso, não respondi. Continuei, olhando para a tela da televisão, afinal, estava jogando um game de luta (o chefão sempre é vencido quando se dá vários golpes na barriga dele). Sempre fui contra vídeo-games na minha adolescência, contudo quando entrei para o universo adulto, percebi o quanto era bom ter contato com os objetos que desprezei quando era mais jovem.

— Senhor Cullen, será que serei obrigada a atender os seus telefonemas pessoais? – Odete berrou quando entrou na minha sala de jogos.

Dei uma pausa no jogo na hora que o meu adversário me acertava com um golpe especial. Virei-me para a velha rechonchuda e sorri.

— Claro, minha querida Odete, é para isso que pago o seu salário – respondi de forma irônica. – Por falar em pagamento, tenho o pressentimento que quando assinou o contrato não leu que uma das regras da casa é não gritar quando estou presente.

— Desculpe senhor, não vai se repetir.

Odete falou em um tom suave e logo, pareceu se perder no mundo. Pensei que talvez estivesse imaginando brigadeiros, rosquinhas, tortas de chocolate com calda de morangou ou coisas parecidas. Por esse motivo, não a chamei por cinco minutos. Ficamos ali, nos encarando. Ou melhor, eu encarando, porque, a mesma não estava no Planeta Terra, e sim no Planeta dos Quitutes.

— Odete! – Gritei e tirei a mulher do seu transe. Foi uma ótima vingança, deu um pulo e quase caiu no chão. – Quem era no telefone? – Perguntei calmo e abafando o riso.

Antes que pudesse responder, começou a ruborizar. Lá vem bomba, inferi lembrando que sempre quando tinha que me dar uma notícia ruim suas bochechas (diga-se de passagem: grandes) ficavam da cor de um pimentão.

— A moça da calcinha fio-dental – respondeu com um murmúrio. Era quase deprimente ver minha empregada com vergonha.

— Tudo bem, Odete – levantei do sofá e fui em sua direção para pegar o telefone. – O que a moça da calcinha fio-dental queria?

O.K. A cor da gordinha estava bem estranha. Quando puxei o telefone de seus dedos, deu dois passos para trás para se afastar de mim. Sempre tive absoluta certeza que, Odete me idealizava como um pervertido, atoa e arrogante. Não estava errada em pensar isso. Sempre me considerei um atoa e arrogante, menos pervertido... O.K., novamente… Quase um pervertido. Todavia, ficar com medo de mim era um exagero.

— Não vai falar? – Interroguei-a discando o número da garota.

— Era sobre a calcinha, senhor – deu mais dois passos para trás.

Suspirei profundamente, porque, já era a quinta vez que a garota da calcinha fio-dental ligava para minha casa pedindo sua calcinha. Eu tinha explicado, nas quatro vezes anteriores, que a porcaria da calcinha não estava no meu doce lar, mas ela insistia – quase do mesmo tanto que Odete – que sua “peça íntima” ficara no banheiro. Quem esquece a calcinha no banheiro de uma pessoa estranha?

— Pode cuidar dos seus afazeres, querida Odete – pronunciei com sarcasmo. – Cuidarei disso pessoalmente.

Odete deu cinco passos para trás e bateu com as costas na parede. Quando soltei um riso ensoado, ela pediu desculpas, ajeitou as roupas e correu para as escadas. Coloquei o telefone no ouvido e escutei os bipes da chamada. Depois de alguns segundos, uma alma infeliz atendeu.

— Alô – a voz soou impaciente e na mesma hora percebi que era a tal estudante estrangeira que tinha perdido a calcinha na minha casa.

— Alô, com quem falo? – foi uma pergunta meio besta, porque sabia exatamente com quem falava.

— Olha seu descarado! Quero minha roupa íntima de volta! – Brandou com seu sotaque italiano. – Terei que chamar meu advogado? Se não devolver minha calcinha em vinte e quatro horas ele irá te processar!

Bocejei. Ela tinha falado tanta coisa em tão pouco tempo. Mulheres e suas “picuinhas”. Como uma criança, imitei suas últimas frases mentalmente e fiz uma careta para o objeto que tinha nas mãos. Superei-me produzindo um barulho de peido com a boca bem no rumo do “microfone” do telefone. Mulheres odeiam quando os homens fazem isso, principalmente se for com outra parte do corpo e de verdade.

— Com quem falo? – Interroguei, confesso que fui um pouco na cara-de-pau.

Do outro lado da linha, escutei algum insulto em italiano.

— Isabella – sua voz não estava tímida, ao contrário tinha um leve tom de amargura e raiva. – Isabella Swan.


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Notas finais do capítulo

Os capítulos serão pequenos...



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