Memories of Tears... escrita por Elaine


Capítulo 1
Capítulo 01: Goodbye... Levy!


Notas iniciais do capítulo

Uma fic curtinha GaLe pra vocês, espero que gostem ^.^

Boa leitura ^.^



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A Great Big World feat. Christina Aguilera - Say Something

Como todas as vezes que ele ia naquele lugar esquecido, o dia estava frio, mas o céu continua azulado, sem sombras de nuvem, a paisagem continuava lindo do mesmo jeitinho de quando ele foi ai pela primeira vez, as folhas das arvores que tomavam a cor mais alaranjada, a brisa fria que passava e levava as folhas que caiam, o clima leve e o campo florescente, estava tudo do jeito que ela sempre gostou.

Ele chegou até a mesma pedra de todo ano, que como sempre tinha o nome dela, ele se aproximou mais um pouco e se agachou, pegou a flor que sempre trazia quando ia visita-la e passou os dedos pelas pétalas, sentindo a textura da flor azulada antes de colocar no mesmo lugar de sempre, em frente da lapide.

Blue Peony

Gajeel sempre achou que aquela flor parecia com ela, era pequena, sempre tão macia, o tom azulado como o céu limpo e linda por ser tão frágil, igualzinho a sua baixinha. Gajeel deixou um suspiro passar pelos lábios, um suspiro de saudade, realmente, ela fazia falta. Ele olhou pra cima e fitou o céu azulado e livre, fechou os olhos e deixou as lembranças inundarem sua cabeça, lembrando do primeiro momento dele e da baixinha, ele riu e se sentou na frente da lapide.

— Levy, sabe o que eu estava lembrando? — perguntou, porem para o vendo, que passou e levou sua pergunta para longe, ele sorriu e disse numa voz calma e baixa como se quisesse dizer apenas pra ela — Estava lembrando de quando me declarei pra você... Você lembra?

[...]

Gajeel tinha acabado de entrar na Guild, ele tinha acordado tarde naquele dia e estava sem Lily. O moreno olhou em volta do lugar procurando uma certa baixinha azulada, mas só pode ver os parceiros dela no balcão discutindo sérios e nervosos com Mirajane.

Ele chegou perto afim de saber onde a baixinha estava, mas parou no meio do caminho quando ouviu Jet gritar.

— Como você deixou ela ir pra uma missão Rank A — Jet estava irritado e mal controlava a voz, Droy estava preocupado e Mira quase chorava.

— Eu sinto muito... Mas, ela disse que queria uma Rank A — Mirajane estava arrependida de ter concordado, não só pelo fato de deixar Levy ir em uma A, mas também porque ela sabia que a garota não era tão forte sem seu grupo

— Quando ela foi? Pra onde? E com quem? — Jet disparou contra à albina, ela se encolheu mais atrás do balcão com o tom desesperado e irritado dele.

— Ela... Ela foi bem de manhã, e foi pra Bosco, e... Ela... Foi só — disse com receio, Droy e Jet arregalaram os olhos e gritaram ao mesmo tempo.

— Mas lá é onde tem trafico de escravos.

Gajeel congelou, ele não precisou de mais nenhuma palavra, foi direto pra fora da Guild, correndo até a estação, naquele momento ele não estava nem lembrando de sua doença, ele apenas tinha uma coisa na cabeça que o estava atormentando, Levy estava em perigo.

Ele subiu no trem e passou duas torturantes hora naquela salinha, cada minuto que passava só o deixava mais sufocado, o enjoo o atingia vez ou outra, mas ele pouco se importou, ele queria, ele precisava sair daquela maquina o quanto antes e aquelas duas horas pareceram dias. Quando o trem parou, Gajeel saltou pela janela e correu por um caminho qualquer, quando não havia mais ninguém nas ruas ele parou e cheirou o ar, sentiu o cheiro e perfume de varias pessoas e coisas, mas não encontrou o que queria, ele já começava se desesperar e tentou novamente senti-la, naquele momento uma brisa suave passou por ele e trouce consigo o que procurava.

Ele trincou os dentes e juntou as sobrancelhas numa expressão irada, havia mais três cheiros misturados ao dela.

Gajeel teve a enorme vontade de gritar, mas se conteve e saiu correndo até a origem do cheiro. Quando chegou ate a entrada de Bosco, o seu sangue fervilhou com que tinha visto.

Levy estava suspensa pelo pescoço por um dos caras, e os outros dois estavam caídos aos pés dela, inconsciente. Se Gajeel não se importasse com a situação dela, ele poderia até rir dos dois desmaiados por terem sido surrados pela baixinha, mas ele se importava, e muito. Levy se debatia desesperada nas mãos daquele cara, o rosto um pouco machucado, o vestido laranja estava um pouco rasgado e espalhado pelos braços e pernas tinham sangue, principalmente nas mãos, elas estavam muito machucados, o cara estava estava um pouco cansado e machucado, mas nada pior do que ela. Gajeel acordou quando ouviu, ou melhor, viu o baixinha ofegar.

Ele foi rápido.

Deu um de seus socos metálicos no homem, que ao sentir a dor, soltou a pequena e caiu no mar, Gajeel nem mesmo esperou o cara emergir, pegou a azulada no colo e fugiu, pulou na casa mais perto e correu muito, correu até quando já não tinha mais casas, nem ruas ou pessoas, apenas um campo.

Quando parou, colocou Levy no chão, que até então não entendia nada, sentada e se sentou também suspirando aliviado.

Levy levantou o olhar meio tímida e confusa, afinal, o que Gajeel fazia ali, ainda mais, a salvando?!

Ela tomou um pouco de coragem e perguntou.

— O que faz aqui?

Gajeel, que não a tinha olhado ainda, desviou o olhar pra ela e no mesmo instante uma raiva e preocupação surgiu nele.

— Você é louca? — gritou assustando ela, Levy se sentiu meio triste e teve vontade de chorar por um segundo, mas isso se tornou ira no outro.

— Se me acha louca, por que não vai embora? — perguntou debochado e irônica, Gajeel juntou as sobrancelhas inconformado.

— Eu te salvo e é assim que me agradece? — perguntou indignado — Sua ingrata.

— Eu nunca te pedi nada — Levy soltou baixo e deu de ombros e se virou, Gajeel pegou os pulsos finos dela, firme, porem não colocou força, apenas o suficiente para vira-la para ele, quando Levy olhou ele afim de xinga-lo, se arrependeu, ela viu a face dele arrependido e parecia magoado.

— Queria morrer? — perguntou baixo — Queria que eu te deixasse morrer? Queria me deixar? — Levy se assustou com a ultima frase dele, logo ele, Gajeel, pensava daquela maneira.

Ele soltou os braços dela e num ato repentino a abraçou, afundando o rosto no ombro dela, Levy não retribuiu o abraço, mas também não afastou.

— Gajeel? — chamou, mas ele não olhou, apenas apertou mais o abraço, Levy suspirou e todo o ressentimento que tinha se foi naquele momento — Gajeel, eu to bem.

— Você... Não vai morrer, não é? — Levy riu, o jeito dele perguntou parecia uma criança com medo de perder a mãe, ela passou a mão nos cabelos negros dele.

— Não, eu não vou morrer — riu de novo — Eu prometo que não irei.

Ela pensou que dizer aquilo era o mesmo que nada, mal ela sabia que aquelas palavras tinham tirado grande peso das costa dele. Eles passaram mais um tempo abraçados, agora com ela retribuindo, até que Gajeel quebrasse o silencio.

— Levy — chamou e a baixinha imediatamente o olhou, um pouco surpresa por ele chama-la pelo nome — Se... Se eu disse que gosto de você, o que diria? — perguntou, sua voz continha algo de diferente que ela não pode identificar.

Levy se assustou e o empurrou do abraço encarando o rosto dele que estava com um sorrisinho.

— Isso é uma declaração? — perguntou surpresa e perplexa.

— Bem... Acho que sim — disse com um sorriso torto — Levy, eu te amo.

Os olhos dela brilharam e ela se jogou em cima dele, derrubando os dois no chão e começou a rir alegre e feliz.

— Eu também te amo.

[...]

Era tão bom pra ele lembrar dos sorrisos que ela sempre lhe oferecia, das suas feições alegres, da pele macia, do cabelo sedoso, quando ele fechava os olhos ainda podia lembrar da sensação dos lábios doces dela.

Gajeel sorriu e comentou à ela, mesmo que ela não pudesse ouvi-lo.

— Realmente, era muito bom ouvir aquelas palavras vindas de você — disse e cruzou as pernas — Você era tão estranha, toda vez que me via sentado assim, sempre sentava no meio das minhas pernas — soltou um suspiro saudoso — Mas confesso que eu adorava sentir seu calor.

Gajeel passou a mão na testa arrastando pra traz junto com o cabelo negro e fechou os olhos.

— Eu ainda lembro da ultima vez que você sentou assim comigo — ficou um segundo lembrando e um sorriso involutório surgiu nos seus lábios — Você estava lendo um livro de magia ancestral e disse que tinha aprendido uma muito poderosa.

Naquele dia, Levy tinha aprendido uma magia que podia destruir o que tocasse, que morreria como pedra e sumiria só como bater do vento, porem essa magia levava junto a pessoa que a usava, consumindo a alma e destruindo o corpo. Na hora, ela achava ridícula a magia, quem em sã consciência, usaria aquela magia, era loucura.

Mas, mesmo sendo loucura, ela usou.

[...]

Algum tempo depois dela ter aprendido a magia, um fato ocorreu, Acnologuia apareceu em Magnólia, atacando a sede da Guild. No momento que Levy viu os cidadãos desesperados, crianças chorando, a cidade destruída, seus amigos caídos e principalmente Gajeel ferido e exausto, ela não teve duvidas, simplesmente correu até Acnologuia recitando a magia e tocou no enorme dragão, uma luz os dourada cobriu e duas cobras brancas meio transparentes apareceram envolvendo tanto o dragão quanto Levy e os suspendeu. Quando a luz se dissipou, a cobra jogou Levy para um lado e Acnologuia para outro, Gajeel, que havia visto tudo, correu e antes da menina tocar o chão, ele a pegou e foi arrastado pra traz, tamanha a força que ela fora arremessada, quando param, os dois observaram Acnologuia virar pedra aos poucos e rugir, ele parecia furioso e depois, aos poucos virando pó, que o vento tratou de levar e limpar a cidade.

Gajeel ficou feliz, mesmo que não demonstrasse, no mesmo instante e quando olhou sus baixinha teve a imensa vontade de chorar.

Levy estava mais pálida e seu corpo como suas roupas tomavam uma cor dourada novamente, e como se fosse uma uma luz, estava apagando, a luz de Gajeel estava sumindo, desaparecendo, naquele momento Gajeel implorava, gritava, se desesperava e até mesmo chorou, mas nada fazia o corpo dela, nada fazia a sua pequena ficar ali, com ele, numa ultima tentativa desesperada de mante-la foi abraça-la, Levy levantou a mão que quase desaparecia e tocou o rosto dele, o desespero que sentia apenas aumentou, ele mal conseguia sentir o mesmo calor que ela sempre emanava.

— Des...culpa — fechou os olhos e deixou a mão cair — eu sou... Uma mentirosa... — disse num ultimo folego e sorriu, a azulada sumiu depois disso, Gajeel tentou segura-la, mas era inútil, ele havia perdido ela pra sempre, a pequena e azulada luz que tinha havia apagado, tinha escapado entre seus dedos. Aquele foi o primeiro e único dia que ele se permitiu chorar até que seus olhos ardessem.

[...]

Gajeel abriu os olhos e encarou a lapide.

— Sabe, baixinha, pode soar meio egoísta, mas... — ele pausou — ...Mas, se eu soubesse o que você faria, eu teria impedido, mesmo que você me odiasse depois, eu teria te impedido — ele aproximou a mão da lapide e tocou o nome.

Levy McGarden, aquela que trocou a vida pela dos amigos e família.

Era o que estava escrito.

Ali, naquele tumulo, não havia corpo, Levy desapareceu junto de Acnologuia, aquela lapide era apenas a homenagem que a Fairy Tail e Fiore fizeram à pequena heroína.

A lapide ficava aonde a baixinha mais gostava, no campo onde Gajeel se declarou à ela, la havia varias arvores que a baixinha sempre adorou, ele fazia questão de cuidar de todas elas e do bem mais precioso para os dois.

Seu filho.

Ele e Levy tiveram um filho, Lenyu, o pequeno era parecido um pouco mais com a mãe do que o pai, tinha cabelos azuis escurecidos e os olhos castanhos mais escuros do que os da mãe, ele tinha um ano apenas quando Levy morreu e já se faziam cinco anos que a baixinha morreu.

Gajeel se levantou e suspirou para o vento.

— Já faz cinco anos... — disse num fio de voz quase imperceptível — ...que você nos deixou.

O moreno acordou das lembranças quando uma voz fina gritou por ele. Ele se virou e encarou o pequeno Lenyu o esperando, ele caminhou até ele e o pegou no colo sorrindo.

— Veio falar com a mãe de novo? — perguntou com a voz inocente e infantil.

— Vim... — disse simples e o menino sorriu.

— E como ela esta?

— Bem...eu acho — disse e afagou o cabelo azulado — Quem tal voltarmos agora.

O garoto assentiu e acenou pra traz do pai, talvez pra lapide

— Tchau, mãe — gritou animado e inocente, Gajeel sorriu.

— Tchau Le... — quando se virou seus olhos se arregalaram, seu corpo paralisou e sua voz não saia.

Quando Levy morreu, Gajeel as vezes tinha a sensação de que via ela no berço do filho, cuidando dele, ou quando o moreno era atacado, protegendo-o, mas sempre achou que fosse loucura, que era sua mente lhe pregando uma peça, mas

Ela estava ali.

As mãos estavam pra traz do corpo, o vestido branco e os cabelos azuis balançavam com a brisa fina, os lábios curvados, sorrindo. Ela estava entre as arvores que também balançavam levemente com a brisa que se transformou em vento e a levou mais uma vez embora junto das folhas.

Gajeel teve a vontade de gritar pra ela ficar, que ele sentia a falta dela, gritar para o vento não leva-la, mas quando ele sentiu o vento passar pelo seu rosto, sentiu como se fosse ela o acariciando em uma ultima despedida.

— Até logo... Levy — disse sorrindo.

Antes do vento levar a azulada, Gajeel pode ver ela movimentar os lábios e ele conseguiu entender.

[— Eu amo vocês.]


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, porque eu gostei!!!

Comentem ta ^.^



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