Avatar: A Lenda de Kay escrita por Sammi


Capítulo 19
A Faísca de Algo Novo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/562871/chapter/19

Um trombone excepcionalmente grave reverberava pela cidade cedo de manhã. Kay, recém desperto, foi até a janela ver o que acontecia. Uma imensa embarcação se aproximava do local, tinha um aspecto monstruoso pelos detalhes de metal que enfeitavam o casco. Um canhão com 200 metros de comprimento e calibre de 20 metros se erguia no convés. Tratava-se de Jiajun, o "Vulcão de Aço", e Kay sabia que ele albergava a comitiva do General Dao Ming que vinha à Capital para comparecer a posse da nova Fire Lady Quenever.

— Bom Dia, Lucky, esse é um grande dia para a Quen - bocejou o avatar para topeira-texugo que se espreguiçava no chão.

Kay sacou uma trouxa de pano de dentro de uma gaveta. Estava cheia de biscoitos que havia pegado da cozinha. Aproximou a trouxa ao nariz de Lucky, que começou a farejar e querer agarrar a comida. O avatar estava treinando o animal para que obedecesse comandos simples.

— Parado! - gritou Kay e o animalzinho congelou instantaneamente - Bom garoto - disse Kay, abriu a trouxa e jogou um biscoito.

Os dois passaram quase toda a manhã jogando o mesmo jogo e Kay estava impressionado com a inteligência de Lucky que aparentemente entendia tudo que o avatar dizia e agora estava se equilibrando na ponta do pé esquerdo enquanto batia palmas com as patas dianteiras.

— Muito Bem, tome... - de repente Kay foi interrompido por um traque na porta, uma mulher gorducha e baixinha visivelmente irritada apareceu pela brecha reclamando.

— Garoto temos que servir milhares de convidados hoje, o quê você ainda está fazendo descansando?! - berrou a mulher jogando um elegante robe uniformizado nas suas mãos - Vista-se e desça agora! O que diabos é isso? - Kay e a muher olharam imediatamente para Lucky.

— Lucky... Parado... - sussurrou Kay cautelosamente - você quer um biscoito não quer? - Kay deu um passo em direção ao animal, mas foi tarde demais, a toupeira-texugo desatou em uma corrida explosiva e escapou por debaixo das pernas da mulher pela brecha da porta. "Maldito Animal"- pensou o avatar - Mrs Patmore, não se preocupe eu já vou descendo, isso foi só minha capivara-esquilo das ilhas ember, se me dá licença tenho que encontrá-la - disse Kay passando pela mulher na porta e ajustando o robe no seu corpo.

Era um pouco mais que meio-dia e o jardim central do palacio reunia uma grande quantidade de militares que conversavam informalmente tomando taças de vinho. Kay não reconhecia nenhum rosto familiar mas podia dizer que aqueles homens tinham alta patente pelos trajes e insignias que usavam. Eles estavam ali com seus pares esperando o começo da cerimônia de posse que seria feita na fachada do Palácio aos olhos dos demais soldados e civis. O avatar seguira os rastros de Lucky até ali, mas o pequeno roedor se perdeu de sua vista entre as pernas dos convidados.

Kay caminhava pelo jardim quase agachado procurando o animal quando repentinamente se chocou contra o torso de um dos militares. O jovem segurava uma taça de vinho que espirrou para todos os lados quando colidiu com a cabeça de Kay.

— Ei, o que você está fazendo? - protestou. Kay o mirou nos olhos e ficou hipnotizado com a visão de um homem excepcionalmente bonito. Tinha um olhar confiante e um queixo proeminente. Fitava o avatar com curiosidade. Kay acordou da hipnose momentânea e retomou a busca do seu mascote.

— Ei, volte aqui, você não vai limpar a sujeira que fez? Você é um servo do palácio não é? - perguntou o homem segurando Kay pelo braço.

— Estou aqui para servir a nova Senhora do Fogo e não qualquer moleque arrogante que apareça na minha frente - contestou Kay enraivecido e começou a correr em direção a um corredor que dava para os fundos do castelo quando viu um breve relance de Lucky.

— Como você se atreve?! Ei, você não pode ir por esse caminho! - gritou o homem correndo logo atrás dele.

Aos fundos do Castelo do Senhor do Fogo havia uma floresta formada basicamente por bambueiros, por ela se dissecavam passagens que paravam em distintas clareiras. Atrás dela havia uma montanha que fazia parte dos bordes da grande cratera vulcânica que cercava toda a cidade, essa montanha era o pico mais alto da cadeia de dobramentos terrestres que formavam a boca do vulcão que engolia a Capital. A Floresta de Bambueiros e a Montanha eram privados ao Senhor do Fogo e sua família, estava terminantemente proibido a entrada de qualquer estranho não convidado no lugar.

Kay se deteve logo à entrada da floresta, havia uma pedra com caracteres chineses talhados que dizia: "O Fogo é a substância do Espírito".

— Tudo bem Lucky, vamos ver onde você está... - o avatar deu uma forte pisada no chão e fechou os olhos. Ele podia sentir as fortes ondas sonoras emanando de seus pés e propagando-se pela terra. Entre a vasta população de bambus inertes, ele conseguiu detectar o animal em uma clareira cercado por uma dezena de humanos.

— Você tem medo de se queimar é? - dizia um militar que segurava Lucky com uma mão e o ameaçava com uma chama na outra mão. Os homens ao seu redor riam.

— Que sorte de criatura é essa? Esse lugar é realmente estranho...

— Solte ele! - gritou Kay, que apareceu subitamente de uma cortina de bambus.

— O que você está fazendo aqui? - perguntou o homem ignorando sua ordem - Peguem-no!

Dois soldados avançaram em direção a Kay. Como o avatar estava impedido de usar dominação de terra na frente de tanta gente decidiu usar a técnica marcial do Jing Neutro. Fechou os olhos, deixou o primeiro soldado chegar a centímetros de distância para ter segurança suficiente de pular a fim de agarrar-lhe e se esquivou rapidamente para o lado quando o homem o fez, fazendo-o cair de cara no chão. O segundo homem também se projetou para agarrar Kay e ele se encurvou, tomou o homem pelas costas, agarrou o seu braço e o jogou com toda sua força numa moita de bambus.

Logo, dois homens com espada entraram em combate, Kay continuava com os olhos fechados e desviava das suas lâminas com as mãos cruzadas nas costas. Na oportunidade exata deu um tremendo chute na cara de um dos homens e esse foi arremessado diretamente contra o militar que estava com o Lucky. A colisão fez com que a toupeira-texugo escapasse da sua mão. Ele correu sem desvios aos braços de Kay.

— Bom Garoto. É por isso que você nunca deve sair do seu quarto.

— Basta de brincadeiras! Queimem-no!

Quatro dominadores de fogo lançaram jatos contínuos de seus punhos que convergiram e foram na direção de Kay. O garoto deu um grande salto para o lado e rolou vários metros de distância abraçado a Lucky. Outra vez os homens fundiram seus jatos de fogo, mas o garoto estava no chão e não tinha o mesmo tempo para se esquivar. Quando já estava se preparando para erguer uma parede de terra, um vulto se jogou contra o fogo com um mortal. O chute desviou as chamas para o lado e dissipou boa parte do seu impacto. O vulto pertencia ao belo jovem do exército em que Kay se esbarrou no palácio.

— Você não deveria estar aqui, Tenente Ping, este é um local sagrado.

— Os dias dos Lordes do Fogo estão contados, Arthur, você mais do que ninguém deveria saber. Nem mesmo a Lady Dragão poderá reverter isso - disse o homem que sequestrou Lucky.

Arthur deu uma série de piruetas e passou por cima do Tenente chutando uma bola do fogo nas suas costas que arrojou o homem no sentido de Kay. O Avatar o deteve em pleno ar com um forte escorão, deixando-o atordoado no chão. Athur seguia agora enfrentando os 4 dominadores de fogo, dançando entre as chamas, fazendo piruetas, de repente ele aterrissou no chão em um rodopio, abriu bem os braços e o fogo atirado contra ele tomou a forma de um imenso orbe que girava ao compasso de seus braços estendidos. Ele fez uma profunda inspiração e apontou com dois dedos unidos a quatro direções, a esfera de fogo expeliu 4 jatos obedecendo seus comandos. Os 4 dobradores foram atingidos e finalizados. O Tenente e o resto dos homens fugiram.

— Você também não deveria estar aqui - disse Arthur enquanto relaxava seus braços e dava uma grande expiração.

— Não se preocupe, eu já estou indo - disse Kay já preparado para pegar o caminho mais próximo entre os bambus.

— Espere. O que é isso que você estava tentando proteger? Perguntou o homem apontando para Lucky?

— É o meu companheiro capivara-esquilo das Ilhas Ember - enrolou Kay.

— Eu posso garantir-lhe que esse tipo de animal não existe nas Ilhas Ember - sem saber o que responder, Kay apenas ergueu os ombros. Arthur franziu os olhos e encarava Kay com curiosidade - Você não é daqui não é? - perguntou desconfiado.

— O que você está dizendo? Eu sou um cidadão da Nação do Fogo perfeitamente ajustado - respondeu o avatar nervoso.

— Digo da Capital.

— Ah sim. É verdade. Sou de uma ilha muito distante - inventou Kay sem saber mais o que dizer.

— Eu nunca vi ninguém lutar daquele jeito antes - o homem lhe encarava fascinado, fez-se um breve silêncio - você é estranho - finalizou.

Decerto o Jing Neutro, o fundamento maior da Dominação de Terra, passaria desconhecido para um dobrador de fogo já que até mesmo a maioria dos dobradores de terra desconheciam sua prática. Fogos de artifício então de repente começaram a estourar no céu.

— A cerimônia começou, temos que... - uma voz intensamente grave interrompeu Kay, o som parecia vir do coração da terra - Rhaava...! - Grunhiu a voz.

O avatar se pôs imediatamente alerta. Aquele nome. Já havia escutado ele antes. Nos bosques pantanosos, Rahan o havia mencionado. Kay se pôs automaticamente magnetizado pela voz e correu na direção exatamente oposta a que havia chegado, sumindo pelos bambus. Nem sequer ouviu Arthur protestar enquanto corria. Subiu uma colina no limite da floresta e chegou a um íngreme caminho que se desenhava contra a montanha. Arthur lhe seguia logo atrás assim que não havia forma de usar a dobra de terra para agilizar o percurso. Kay guardou Lucky dentro de seu robe, respirou fundo e começou a escalar o estreito caminho

— O que deu em você?! Eu já falei que nós não devíamos estar nesse lugar!

— Eu escutei uma voz. Um grito...

— Quê?! Volte já aqui garoto - bradou Arthur com um tom arrogante.

— Você não dá ordens a mim, oficial - retrucou Kay impertinente.

Quando viu que Kay não ia ceder, sem dar motivos, Arthur decidiu segui-lo. O caminho na montanha levou os dois garotos a uma altura que já podiam ver claramente os fogos de artificio iluminando a cidade. Umas duas horas se passaram desde que começaram a escalar, o caminho tinha uma largura um pouco maior que os pés dos rapazes, eles agarravam qualquer pedra que encontrassem a medida que davam passos já que a queda àquela altura seria fatal.

Finalmente, os dois garotos chegaram a uma face interna da montanha e o caminho se abriu a uma plataforma mais larga. Logo adiante havia uma caverna talhada como uma greta entre dois pilares da montanha. Eles entraram na caverna e o breu os engoliu completamente. Kay e Arthur conjuraram uma chama em suas mãos simultaneamente.

— Você é um dominador de fogo também? Por que você não usou isso para lutar contra aqueles caras? - perguntou Arthur confuso.

— Err... Eu sou meio que novato nisso... Por aqui, vamos - disse o avatar indicando um corredor.

— Eu espero que haja realmente alguém necessitando nossa ajuda.

Os dois avançaram pelo caminho correndo até o momento em que avistaram uma saída com luz. Passando ela contemplaram uma paisagem magnífica. Um enorme lago subterrâneo se observava abaixo. No centro do lago havia uma ilha central onde se erguia uma cerejeira de tronco curvo e esplêndidas folhas rosadas. Sobre a ilha com a cerejeira incidia um intenso feixe de luz do sol que iluminava toda a caverna, vinha de um buraco no teto, uma abertura na parede da montanha.

— Uff - exprimiu Arthur cansado, ele apoiou a mão em um dos pilares da saída para descansar.

— Cuidado! - gritou Kay e dois segundos depois 3 pedras gigantes começaram a desmoronar logo acima deles. Kay agarrou Arthur pela mão e pulou com ele no lago vários metros abaixo. Depois de um profundo mergulho, os dois subiram a superfície e nadaram até a ilha central.

— Essa foi por pouco. Obrigado por me salvar ali... - disse Arthur, Kay ainda segurava sua mão, ele se soltou um pouco constrangido.

— Uma mão lava a outra não é mesmo - disse Kay também meio desconfortável - Obrigado por me salvar daqueles dominadores de fogo também.

Arthur confirmou com a cabeça e se concentrou agora no local e nos arredores.

— Como você sabe que o grito que você escutou veio daqui?

— Eu... Somente sei...

Então um enorme vulto começou a se deslocar debaixo da água ao redor da ilha. Tinha um formato de uma serpente gigante, seu corpo começou a serpentear pela superfície da água cercando completamente os dois. Arthur jogou Kay contra o tronco da cerejeira e invocou um enorme volume de fogo com um sopro. Na mesma posição de mãos estendidas de antes moldou uma esfera de fogo que se expandiu e se assentou sobre a própria água prevenindo que a criatura serpentiforme estrangulassem-los no centro da ilha. De dentro da água emergiu a cabeça de um imenso dragão azul. Seu rosto era cheio de cicatrizes.

— Rhaava... Quanto tempo não dançamos juntos? - perguntou o dragão enfraquecido.

Kay olhou angustiado para Arthur que armava uma postura defensiva contra o dragão. O militar mantinha seu olhar confiante e determinado, imperturbado até mesmo diante da surpreendente aparição. Sua parede de fogo permanecia acesa sobre a água e se interceptava entre o corpo da criatura e a posição deles na ilha.

— Não se preocupe meu pequeno infiltrado do Reino da Terra, estou falando diretamente na sua mente. Seu amigo não está escutando.

— O que você quer de mim? - projetou o avatar mentalmente.

— Você que me diga, Avatar. Eu sou Zayn, o lendário Dragão Vidente.

— Quer dizer que você pode adivinhar o futuro? - perguntou o avatar intrigado - Nesse caso quero saber algo sobre um amigo. Quero perguntar-lhe sobre Matt.

— Eu vejo... - murmurou o dragão pensativamente - há uma sombra de grande incerteza sobre seu amigo, avatar. Esse jovem representa uma grande força no seu destino. Ele sozinho tem o poder de te empurrar para a pior das ruínas ou ser a chave para a maior das tuas vitórias. Você tem o destino de toda a humanidade em mãos, meu jovem, você não precisa de incertezas.

— Matt faz parte do destino que escolhi - disse o avatar determinado.

— Eu vejo... Deveras a linha de vocês está inevitavelmente atrelada, não há nada que eu diga que possa mudar isso.

— Você está bem? Você parece ferido...

De fato, além da cara cheia de cicatrizes o dragão tinha arranhões e queimaduras por todo o corpo. Sua voz na mente de Kay se escutava débil e entrecortada.

— Por certo, meu pequeno amigo, por certo... Meu corpo está danificado e não posso recordar o porquê. Confesso que ainda estou um pouco atordoado. Passei anos inconsciente e esquecido no fundo desse lago. A energia que emana de você me despertou, a energia do espírito de luz, Rhaava.

— Ei, o que você está fazendo? - perguntou Arthur aturdido. Na visão dele, Kay e o dragão estavam em uma espécie de transe olhando um para o outro - você está tentando se comunicar com o dragão?

— Não há necessidade disso, jovem oficial da Nação do Fogo. Já estive por suficiente tempo entre os humanos para dominar sua língua - falou o grande dragão azul agora usando sua voz. Arthur o encarava fascinado.

— Você é o lendário Zayn não é? O dragão mais sábio de todos os tempos.

— De fato, meu caro, o que você quer saber?

— O senhor estava aqui todo esse tempo? Justo embaixo dos nossos narizes na Capital!

— Esse lugar não constitui meu habitat natural e confesso que não me lembro como vim parar aqui, assumo que o tomei como refúgio depois de alguma batalha mortal que não sou capaz de evocar da memória, só isso explicaria meu estado físico atual.

— Eu também queria saber se o senhor poderia me ensinar a Dança dos Dragões. É o único que me falta para tornar-me realmente um mestre do fogo.

— Você genuinamente tem a vocação de um grande mestre do fogo rapaz - disse Zayn rindo impressionado com sua determinação - É verdade que há raros dragões no mundo capazes de ensinar essa técnica antiga, sendo eu um deles, mas como você pode ver eu estou seriamente debilitado para ser de grande ajuda a alguém.

— Sei... - murmurou Arthur contrariado.

— Contudo, eu posso sentir a presença de mais um dragão nessa cidade, um que domina a antiga técnica com maestria.

— Outro dragão? Aqui na Capital?!

— Sim. Um singular especimen de Dragão conhecido como Lady Quenéver.

Kay e Arthur se entreolharam perplexos. O Dragão começou a rir e dessa vez o riso lhe gerou um acesso de tosse. Os garotos apenados perguntaram se o velho Dragão precisava de alguma ajuda, Zayn respondeu que só necessitava descansar mais um pouco e que se recuperaria. Ele então ergueu os garotos nas suas costas e os conduziu até a abertura no teto da caverna de onde vinha a luz.

— Há algo que eu esqueci de contar-lhes - lembrou Zayn antes de se acolher novamente na caverna - hoje surgiu a faísca de algo formidável. Vocês, espíritos do fogo, estão fadados a grandes feitos juntos. E posso dizer que o futuro próximo dessa nação depende da determinação e coragem de vocês dois. Desejo-lhes perseverança para a jornada! - gritou o dragão antes de mergulhar no buraco.

— O que você acha que ele quis dizer com essa coversa de que hoje surgiu uma faísca?

— Bem, nós mal nos conhecemos e já passamos por uma boa dose de aventura não?

— Suponho que sim. Mas o que ele quis dizer com que o futuro da nação depende de nós? Você é um mero servo - disse Arthur seca e francamente.

— E você é um moleque arrogante. Agora vamos voltar porque senão vamos perder toda a coroação.

Os garotos demoraram cerca de 3 horas para fazer todo o percurso de volta ao palácio. Quando percorreram seus corredores não havia sinal de pessoas ali, servos ou oficiais do exército, fazia-se silêncio absoluto. Para onde havia ido a cerimônia? Kay e Arthur arriscaram que poderiam estar na sala do tronos e que os sarcedotes do fogo coroariam Quen ali, mas quando chegaram lá o salão estava completamente vazio e escuro.

— Eu acho melhor a gente voltar para...

Kay foi subitamente interrompido por uma parede de fogo que entrou em ignição em frente ao Trono no fundo do salão. As chamas deram uma aura laranja à todo o compartimento, os grandes pilares laterais do corredor central projetavam enormes sombras que acompanhavam o movimento do farfalhar das chamas. Quen saiu de uma porta lateral vestindo uma armadura vermelha escura com acabamentos de ouro e uma grande coroa dourada. Logo, sentou-se no trono atrás da parede de chamas. Arthur se ajoelhou imediatamente.

— Você aparentemente chegou atrasado para minha coroação, capitão. Como pode ver, todos já se foram - disse Quen apática - eu espero que você tenha uma explicação satisfatória para explicar a ausência do seu juramento ou então terá que arcar com as consequências - Kay olhou para Quen pasmo.

— Perdão, Milady. Não há desculpas - respondeu Arthur cabisbaixo - mas eu juro aqui, agora e pela minha honra lutar pela nova Senhora do Fogo - concluiu fazendo uma saudação.

— Um homem de coragem. Gostei de você - disse Quen rindo - Você é bem diferente do seu pai, Arthur Ming.

 

Um novo personagem: Arthur Ming

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

PS:. Alguns personagens da FIC foram construídos em sua aparência física a partir de pessoas reais famosas. Kay e Matt são o exemplo disso. Para quem percebeu a capa da FIC é do filme Free Fall. Kay foi desenhado como Max Rielmelt e Matt, Hanno Koffler. O novo personagem, Arthur Ming foi inspirado em Bradley James, o Arthur Pendragon da série Merlin.
Aqui vai uma lista dos correspondentes a outros personagens importantes da história.
Quen: Naomi Campbell
Yani: Edi Gathegi
Malik: Mark Ruffalo
Kouzan: Henry Cavill
Dao Ming: Woody Harrelson
Teera: Zhang Ziyi
Edith: Elodie Yung



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avatar: A Lenda de Kay" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.