Revolução escrita por Breathe


Capítulo 7
Problemas e mais problemas...


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem!



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Lola

Não estranhei quando vi um carro, modelo do ano, de vidro fumê parado na frente da escola. Entrei rapidamente para não chamar atenção, quando sentei no banco do carro vi Charles, me dirigindo um sorriso alegre mas não animou com a situação.

Passei do banco de trás para o do lado para ele.

–Isso é arriscado, menininha. –ele riu.

–Nada é muito arriscado para nós Charles. –disse brincando.

–Salvamos a cidade todos os dias, trocar de banco com o carro em movimento so causaria um mero acidente. –ele brincou em tom de sarcasmos.

–Como adoro você. –o abracei.

–Estou dirigindo, tome cuidado,menininha.

Charles, um homem adorável, tinha os cabelos em uma mistura de grisalhos e pretos, um sorriso engraçado e uma cicatriz de corte no rosto de seus longos anos do exercito. Foi motorista da família por anos, lembro perfeitamente quando papai e mamãe brigavam ele saia comigo para passear me livrando de toda a situação, logo após a separação se tornou motorista particular de meu pai. Cuidou de mim por anos e ainda cuidava.

–Estou muito encrencada. –perguntei por fim.

–Fervendo.

Fervendo, significava muito, foi um código que inventamos com o chegar da minha adolescência quando eu comecei a aprontar muitas, era maneira que ele tinha de avisar o grau da situação quando meus pais estavam ao meu lado.

–Pode me adiantar? –fiz cara de quem não sabia.

–Ele apenas me mandou buscar gritando.

x ~ x

Quando finalmente passei pela portaria, sem qualquer problema, do prédio antigo tive a plena certeza de que estava bem encrencada, normalmente tinha toda uma burocracia para entrar na sala do senhor presidente da educação. Cheguei a sua sala, que por sinal estava cada vez mais com aquele ar de graciosidade e antiguidade.

–Saudades de quando esta sala era algo simples, com moveis planejados e rodeados de foto da família e da banda. –não deixei perder a oportunidade de comentar. –Hoje em dia, mas parece que entrei em um escritório de algum imperador antigo e chato. Pergunto-me se ainda existe meu pai por debaixo de toda essa influencia da sociedade?!

Ele me encarou severamente, mas em nenhum segundo falhei o olhar, o olhando com mesma intensidade.

–Cada dia mais parecida com sua mãe!

–Quando eu definir se isto foi um elogio ou uma critica lhe respondo.

–Isso deve lhe responder. –ele virou a tela do computador, novamente com o mesmo vídeo do diretor.

Dedo duro, aquele diretor estava se movendo cada vez mais para o primeiro lugar da minha lista negra.

–Parece que você é fã do mesmo grupo musical que o professor. –rir. –Mas ainda não entendi o que tem haver com o comentário indefinido.

Ele sorriu de forma sarcástica.

–Sei muito bem que esta envolvida nis–

–Desculpe, mas não virei produtora de banda.

–Cale-se. –ele gritou. –Por mais que você não me veja como pai, uma vez na vida lhe farei me ver como um.

Levantei da cadeira, indo em direção da porta. Ignorando tudo. Em uma troca de olhares os guardas fecharam a porta.Ele me virou rápido sem me machucar.

–Não permitirei que volte a cantar, não quero lhe ver ligado com isso.

Lagrimas começaram a cair. Eu o empurrei.

–Agora você se importa comigo, não lembro de se importar comigo quando deixou eu e minha mãe, de quando sumiu por meses, quando passou tanto tempo sem ao menos conseguir falar comigo. Quando quase se tornou alcoólatra, você se lembrou que havia uma filha? Lembrou de ter uma filha quando se envolveu com outras mulheres enquanto minha apenas o espera, sem ao menos ser a errada da historia.

Ele ficou em silencio e ignorou tudo o que falei.

–Não quero retornar a ver vídeos como estes,não quero lhe ver cantar novamente, essa coisa de banda acabou com minha vida não quero ver acabar com a sua. –ele fez uma breve pausa. –Você esta de castigo, sem autorização para sair da escola, se continuar com isto tiro a guarda parcial de sua mãe e lhe levo para o exterior.

–Isso so prova como você sabe ser meu pai. –disse em tom sarcasmos. –E eu não canto merda nenhuma, nunca cantei, não sou eu ali.

Olhei para um vazo pensei em joga-lo, mas so pioraria a situação.

–Me desculpe minha filha, eu so quero lhe ajudar.

–Filha? Nunca pareceu isso, por que não tenta fazer uma filha com uma dessas vagabundas que se envolve?

Sai do local sem olhar para trás. Entrei no carro em silencio, retirei todo o disfarce que usei para que ninguém me conhecesse e chorei com uma menina. Chorei, gritei e me debati. Charles apenas parou o carro e me consolou, ele disse que tinha vontade de me deixar com minha mãe, mas não podia.

Quando cheguei na escola, eu não via nada, minha mente estava tão embriagada, senti vontade extrema de consumir álcool mas lembrava que seria tão podre quanto ele. Me escondi em um lugar qualquer, me encolhi ao maximo enquanto chorava de ódio, ele pensava em separar minha mãe de mim, me perguntava onde estava aquele homem carinhoso e amável que sempre chegava em casa com abraços apertados que me dava presentes sem avisos, que se preocupava comigo e com minha mãe mais que qualquer coisa, nós éramos sua prioridade e hoje nada.

Senti braços me envolvendo, um abraço apertado, aconchegante como o lar.Não me importei quem era contanto que eu me sentisse envolvida por carinho,não me importei que alguém me visse por completo, por além das barreiras, que alguém visse minha fraqueza. A medida que o tempo passava, eu silenciava, o soluço ia embora, a respiração acalmava e eu apenas ficava quietinha.

–Esta melhor? –era voz de Pietro.

Notei apenas agora que estava em um corredor antigo do Elite, inabitado por anos que chegava a ter teia de aranha, estávamos sentados próximo a uma porta.

–Estou. –enxuguei o rosto e enterrei a cabeça em seu corpo tentando inutilmente me esconder.

Ele me contou que me viu correndo pela escola e apenas me seguiu com medo que eu fizesse uma besteira e contei sem medo o que aconteceu. O silencio nos tomou e ele começou a cantarolar baixinho.Olhei para ele, de repente seu lábios se tornaram tão convidativos que eu os tomei para mim, o beijei com cuidado e sem pressa, me deixando ser tomada e envolvida. As línguas logo tomaram seu lugar, ele passou seus braços pela minha cintura, me puxando para perto de si. Logo o beijo passou a se tornar caricia e selinhos suaves.

Levantei antes que isso se tornasse mais intenso.

–O que foi isso? –ele me perguntou atordoado.

Retomei minhas barreiras pessoais, um pouco da minha sanidade e por um momento, por mais breve que fosse , tentei ser racional. Éramos primos, fomos criados assim, esse tipo de relação jamais daria certo. Eu vi a vida toda como um parente, eu não queria misturar as coisas, não agora, não queria me machucar mais do que estava.

–Sem compromisso. –não olhei para trás quando me retirei dali.


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