Acordei devagar para não despertar Jason. Vesti uma calça jeans, uma blusa branca e um casaco preto básico e meu tênis. Peguei minha mochila e sai.

05h30min todos já estavam ali na frente menos Caio.

– Ele não vem? – perguntei.

– Ele disse que três meios sangues já cheiram demais, e mais um sátiro íamos ser uma bandeira vermelha escrita “Monstro veiam nos pegar”. Falou que iria ficar no acampamento e quando todos descem falta de nós ele tentaria amenizar as coisas.

– Ele também estava morrendo de medo. – disse Mel.

– Imaginei. Então vamos.

Fomos nos escondendo dos campistas que estavam acordados. Corremos, caminhamos até chegar a uma cidade que eu não fazia ideia de qual era.

Dylan disse que seria uma boa nos comermos alguma coisa. Paramos em uma loja de café. Eu pedi um café expresso e um sanduiche. Todos sentaram em uma mesa e comeram em silêncio.

Já era mais ou menos uma hora da tarde. Dylan disse que se pegarmos um táxi agora chegaríamos lá umas seis da tarde. Depois de comer tudo pegamos um táxi, falei a localização da minha casa. Ele falou que teríamos que dar paradas, para abastecer.

Eu sentei no meio. Não havia passado nem vinte minutos a Mel já tinha dormido com a cabeça encostada no vidro do carro. Dylan olhava pela janela, mas seus pensamentos pareciam distantes.

– Está pensando longe? – perguntei.

Ele pareceu acordar de um transe, depois olhou para min.

– Não, estava só pensando na minha mãe.

– Nós podemos ver ela, se você quiser.

– É tudo o que eu menos quero encontrar minha mãe novamente seria remoer uma mágoa que já está enterrada.

– Tudo bem. Só não fica pensando nisso.

Eu estava começando a sentir sono. Dylan percebeu.

– Quer dormir?

– É acho que sim.

Ele pediu para min encostar a cabeça em seu ombro. Depois passou o braço por trás das minhas costas e pousou a mão em meu ombro. Estava tudo tão bom que eu dormi.

...

Sonhei com minha cidade antiga. Eu era criança e estava me sujando na poça de lama que tinha atrás da minha casa. Uma mulher muito parecida com a minha mãe ou até podia ser ela bem mais nova. Ela estava me brigando comigo, dizendo que eu parecia um porquinho, mas ria. O sonho mudou. Agora eu estava sentada no sofá da sala a mulher que estava brigando comigo antes agora estava chorando, ela me abraçava dizendo coisas que eu não entendia direito me deu um beijo ainda chorando e depois saiu pela porta. Aquela lembrança me parecia vaga. Mas eu não se lembrava de nada.

...

– Alice e Dylan acordem. – disse Mel.

Eu levantei a cabeça, Dylan estava apoiado nela. Os dois levantaram em um pulo.

– O que foi? – perguntou Dylan.

– Paramos pra abastecer, ele perguntou se vocês querem comer alguma coisa. – ela saiu do carro.

Olhei para Dylan, ele estava meio sonolento. Depois os dois perceberam que estavam agarrados um no outro.

– Ah, desculpa. – eu disse me afastando.

– Não, quer dizer, me desculpe você.

– Eu vou buscar alguma coisa para comer. – eu disse saindo do carro.

– Ok.

– Quer alguma coisa?

– Não, obrigado.

Eu entrei na loja. Só havia a caixa e a Mel remexendo nas bebidas. Eu cumprimentei a caixa, que me devolveu um olhar malvado. Aproximei-me e Mel.

– Então. Já pegou a sua bebida? Eu não gostei nada do olhar daquela moça.

Pegamos três sanduiches e refrigerantes. A mulher tinha a aparência de uns 47 anos. Passou as coisas com desprezo.

– R$18, 50.

Peguei o dinheiro na mochila. Quando estiquei o braço para colocar o dinheiro em cima do caixa ela segurou minha mão.

– Ou vai querer pagar com a vida, filha de Zeus. – a mulher pulou em cima da mesa, uma de suas pernas era peluda e a outra era feita de bronze.

Abri a porta do lugar e sai correndo. A mulher pegou Mel pela cintura e me seguiu.

– DYLAN! – gritei.

Ele estava encostado no carro. Cheguei perto dele com o coração quase saltando pela boca.

– DYLAN O QUE É AQUILO?

– Empousa. – ele sibilou.

– O QUE?

– Elas têm uma aparência parecida com Vampiros. São super perigosas, lutei com uma delas em uma missão.

– TÁ! E AGORA?

– Filha de Zeus, vocês deve ter um gosto muito bom. – a mulher disse segurando a Mel pela cintura, ela não conseguiria pegar nem a adaga daquele jeito.

Dylan puxou a espada. Puxei a adaga e na hora ela se transformou em uma espada reluzente de ouro celestial.

– HOU! – eu disse surpresa.