Conto De Fadas Moderno escrita por Letícia Matias


Capítulo 5
Capítulo 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561908/chapter/5

Abri meus olhos e bocejei. Olhei para o relógio digital que maracá 14:30 da tarde. Nossa, eu realmente tinha dormido muito. Espreguicei-me e virei-me para o outro lado. O Noah não estava no quarto.

Meu estômago roncou e eu me levantei sentindo o corpo pesado. Não achei meus chinelos, então coloquei uma meia no pé e fui até a porta do quarto abrindo-a para ir para a sala.

Noah estava sentado no sofá bebendo uma garrafa de cerveja e assistindo um jogo de futebol americano. Ele estava sem camisa, com uma calça jeans e meias.

– Que horas você acordou¿ - perguntei.

Ele virou a cabeça para olhar para mim e disse:

– Faz uma hora mais ou menos.

Assenti bocejando.

– Não acredito que você ainda está com sono.

Não respondi indo até a geladeira pegando a caixa de leite. Fui até o armário e peguei a caixa de cereal colocando uma grande quantidade numa tigela com leite.

Peguei a tigela e fui até o sofá sentando-me ao lado de Noah.

Levei a colher até a boca enquanto olhava para a televisão tentando entender o jogo. Vi que Noah estava me olhando. Olhei para ele.

– O que foi¿ - perguntei.

Ele deu uma risadinha e encostou a cabeça no encosto do sofá. Olhou para mim e levou o polegar até o meu queixo.

Franzi o cenho.

– Estava sujo de leite, Gen. – ele disse.

Dei outra colherada no cereal ainda olhando para ele.

– Porque você está séria¿

– Não estou séria.

– Está sim. É por causa do telefonema que Austin me deu hoje.

Olhei para ele e fiz cara feia.

– Se você sabe, porque fica perguntando¿

Ele virou-se de lado e chegou mais perto de mim. Apoiou seu queixo em meu ombro esquerdo e me olhou. Olhei para ele.

– Eu não vou à festa, Gen. Eu vou ir comemorar com você.

Ele começou a mexer no meu cabelo, enfiando os dedos por entre os fios, massageando meu couro cabeludo.

Olhei para ele e suspirei:

– Para com isso, Noah.

– Com o que¿

– Eu vou acabar dormindo aqui de novo. Ainda estou com sono.

Ele sorriu, enrolou meu cabelo na mão dele e deu uma puxada leve, porém firme no meu cabelo fazendo minha cabeça apoiar-se no encosto do sofá. Ele beijou meu pescoço e depois foi até debaixo da orelha, subiu para minha bochecha e me deu um selinho no canto da boca.

– Noah. – eu disse baixinho reprimindo um sorriso. – Para.

Ele riu baixinho e soltou meu cabelo. Olhei para ele e lhe dei um empurrão com o pé reprimindo um sorriso.

– Você nunca fica brava comigo por muito tempo. – ele disse.

Ri.

– Ah Noah, não acredita muito nisso não. Minha paciência com você já está quase no limite.

Ele suspirou e revirou os olhos.

Terminei de comer e coloquei a tigela ao lado do sofá. Olhei para ele e ele sorriu para mim.

– Gen, você sabe que eu te amo, não sabe¿.

Deitei no sofá e joguei minhas pernas encima das dele sem responder.

– Falou com seus pais¿

– Com a minha mãe, meu pai estava no trabalho.

– Ah, e com quem mais você falou¿

– Com Jack.

Ele assentiu.

– Porque¿

– Nada. – ele disse e deitou encima de mim apoiando seu queixo na minha barriga. – Que horas a gente vai sair hoje¿

– Vamos nos encontrar com os meninos no karaokê ás 18 horas.

Ele assentiu e deitou a cabeça na minha barriga continuando a assistir o jogo. Suspirei e comecei a mexer em seu cabelo.

Noah acabou dormindo antes de o jogo terminar, então me levantei e deixei-o dormindo no sofá. Fui até a cozinha e lavei cuidadosamente a tigela que eu havia usado para comer o cereal. Sem fazer muito barulho, peguei o pano para secar a tigela. Escorei-me na pia e fiquei olhando Noah dormir enquanto eu secava a louça.

Ele tinha aparado a barba e as costeletas e seu cabelo estava sempre igual: com um grande topete bagunçado. Sorri e lembrei-me de uma vez que fomos para a casa dos seus pais, logo no começo do nosso namoro, fomos na época do Dia De Ação De Graças e foi muito legal porque seu pai gostava muito de música country e nós ficamos cantando e tocando violão na sala de estar em frente à lareira antes de dormir e contando algumas histórias de família. A família de Noah era incrível. Todos muito simpáticos e amorosos. Sua mãe me disse que não sabia de onde ele tinha puxado o jeito mal humorado, mas que seu marido – pai de Noah – bebia muito assim como Noah, mas ainda sim, Noah conseguia ser pior. Eu me lembro de ter ficado um pouco incomodada com isso, mas nunca contei isso para ele.

Voltei para o presente e percebi que tinha parado de secar a tigela e tinha entrado em transe. Tornei a secá-la rapidamente e guardar tudo no armário. Fui para o quarto e abri meu guarda-roupa, pegando uma caixa de papelão. Sentei-me na cama, encostei-me no travesseiro e abri a caixa. Ela estava cheia de fotos.

Peguei uma que tinha tirado com Noah na noite em que fomos ao show do Kings Of Leon porque Noah é muito fã deles. Foi muito legal, eu nunca tinha visto o Noah se divertir tanto de um jeito diferente que ele se divertia nas festas estúpidas do Austin. Ele estava com uma das mãos na minha cintura e atrás de nós, havia muitas luzes distantes que na foto criou um efeito bokeh. Ele estava com uma cerveja na mão, com uma jaqueta de couro rindo e eu, um pouco menor do que ele rindo também olhando para o outro lado. Estávamos rindo de uma piada que Jack tinha contado. Nessa época, Jack ainda gostava de Noah e nós até saíamos juntos. Ele que tinha tirado a foto inclusive.

Sorri colocando a foto de volta na caixa. Levantei-me e fui até o guarda-roupa para escolher a roupa que eu ia usar. Depois de algum tempo olhando as roupas, decidir usar uma calça Jens preta cintura alta, um cropped preto de manga cumprida e um scarpin preto.

Fui para o banheiro e tomei um banho rápido. Depois de me trocar, decidi que ia deixar meu cabelo solto mesmo. Meu cabelo sempre fora castanho escuro um pouco ondulados e meus olhos sempre foram castanhos também. Eu não tinha mudado muito depois da adolescência.

Quando abri a porta do banheiro vi Noah em pé fumando um cigarro olhando para a rua. Ele se virou no momento em que eu abri a porta e depois sorriu.

Dei um sorriso tímido. Eu odiava e amava quando ele me olhava daquele jeito.

– Nossa Gen, você está linda.

Ri baixinho.

– Não estou não.

– Vem cá. – ele disse.

Respirei fundo e fui até ele. Ele virou a cabeça soprando a fumaça para o outro lado e apagou o cigarro no cinzeiro perto da janela.

Ele pegou minha mão e me rodou para que ele pudesse me ver.

Ri.

– Ai Noah, para com isso.

Ele sorriu e me puxou para perto dele. Ele colocou uma das mãos na minhas costas e a outra, continuou a segurar a minha mão. Ele cheirou meu cabelo e depois meu pescoço.

Sorri e senti minhas bochechas arderem um pouco. Ele olhou para mim e me deu um beijo suave depois disse:

– Está linda.

Balancei a cabeça rindo sem jeito.

– Obrigada. Agora vá se arrumar se não vamos nos atrasar.

Ele assentiu e soltou minha mão. Peguei o cinzeiro e coloquei encima do criado onde deveria estar. Quando olhei para cima ele estava parado me olhando.

– Noah, vai tomar banho!

Ele sorriu e passou a mão pelo cabelo entrando no banheiro e fechando a porta.

Balancei a cabeça rindo.

Eu estava com sede então fui até a geladeira e peguei a garrafa de vinho que estava pela metade. Peguei uma taça e coloquei menos da metade para mim.

Encostei-me no balcão ao lado da geladeira e dei um gole no vinho seco gelado.

Meu estômago estava se revirando e eu estava me sentindo bem porque quando eu estava bem com Noah, era maravilhoso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conto De Fadas Moderno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.