Saí do banheiro, rezando para que ninguém visse. Noah já tinha saído há alguns minutos. Fechei a porta do banheiro e mudei de vagão. Sentei-me ao lado de Noah e olhei pela janela. Logo estaríamos na estação. Olhei para ele, ele já estava olhando para mim com um sorriso malicioso.

– Seu cabelo está bagunçado. – ele disse com um sorriso nos lábios.

Estreitei os olhos e decidi não dizer nada sobre o assunto.

– Estou com sono. – comentei.

– O quê¿ Você está tomando um sonífero ou coisa do tipo¿

Olhei para Noah e fiz cara feia.

– Não, é só você que não me deixa em paz, não me deixa dormir.

Ele reprimiu um sorriso e antes que pudesse dizer alguma coisa, a voz do maquinista soou nos alto-falantes do trem dizendo que já íamos chegar à estação.

– Graças a Deus. – comentei.

Encostei-me no encosto da poltrona e Johnny passou o braço por meus ombros e me deu um beijo na testa. Fechei os olhos e sorri.

– Que horas são¿ - perguntei.

– Deve ser umas três e meia, por quê¿

– Por nada. Que bom que chegamos cedo, assim dá tempo de procurarmos um hotel e de noite podemos sair.

– Está bem. – ele disse.

O trem parou na estação e nós nos levantamos. Noah pegou as malas acima de nós e me deu a minha.

Quando saímos do trem, uma lufada de ar gelado envolveu nossos corpos.

– Ah meu Deus! – exclamei. – Vamos voltar para o trem.

Noah riu e passou o braço por minha cintura.

– Dá a sua mala que eu levo. – ele disse.

Entreguei-lhe a mala e ele segurou junto com a dele no outro braço enquanto seu braço esquerdo estava me prendendo junto ao seu corpo.

***

Ao chegar do lado de fora da estação vimos que a neve tinha começado a cair com mais intensidade e que as ruas, apesar do frio e da nevasca, estavam cheias de vida. As pessoas caminhavam em grupos e havia muitas pessoas. Muitas mesmo.

– Nós podemos ir para um hotel e depois de uma hora podemos voltar para dar uma volta pela cidade, o que você acha¿ - Noah perguntou.

– Boa ideia.

Pegamos um táxi e pedimos para que ele nos levasse para um hotel que fosse próximo dali. Dentro do carro, o aquecedor estava ligado e eu fiquei bem grata por isso.

***

O nosso hotel ficava a uns dez minutos de táxi da estação de trem. Nós reservamos o quarto por três dias e depois pegamos o elevador para subirmos para o quarto.

O quarto era o número 407 e ficava quase no último andar. Era um hotel muito grande, um arranha céu. Abri a porta do quarto e escancarei a boca.

– Olha isso! – sussurrei.

Noah assoviou.

Estávamos de frente para uma cama king size coberta com um edredom branco e cinco travesseiros da mesma cor. Do lado da cama, havia dois abajures em cima de criados mudos. O chão era de carpete cor de creme, os móveis eram da cor mogno e suas fechaduras eram douradas. A nossa direita, uma janela toda de vidro, que ia do chão até o teto nos dava uma vista muito bonita da cidade, dos prédios e até podíamos ver o Love Park. Era muito impressionante.

Coloquei a mala ao lado da cama e abri a porta do banheiro para ver o que tinha ali. Sorri.

O banheiro era bem escuro e tinha apenas uma janela pequena perto do chuveiro. As paredes eram pintadas com a cor creme e o chão era composto de tacos de madeira cor mogno. A pia era de granito branco e havia um grande armário branco com toalhas brancas com o nome do hotel bordado em todas elas com letra dourada. E havia também um pequeno box de vidro com uma ducha e do lado do box, uma banheira de hidromassagem redonda. E na parede próxima a banheira, tinha um espelho grande.

– Que maravilha! Tudo o que eu preciso é de um banho agora.

Levantei-me e vi Noah parado na porta do banheiro me olhando de braços cruzados. Fui até ele e lhe dei um selinho rápido e sentei-me na cama tirando minhas botas.

– Está feliz¿ - Noah perguntou andando em minha direção.

Olhei para ele quando ele sentou-se do meu lado.

Sorri.

– Claro que sim.

Seu rosto se iluminou ao ouvir a resposta. Ele ficou me olhando.

– O que foi¿ - perguntei.

Ele balançou a cabeça.

– Nada. Vou esperar você tomar banho e depois eu vou.

– Tudo bem. – eu disse me levantando e indo para o banheiro.

Fechei a porta do banheiro e me despi. Fiz um coque para não molhar o cabelo. Enquanto a banheira enchia, vi que no armário tinha velas perfumadas. Peguei quatro e acendi-as, colocando-as em volta da banheira. O fundo da banheira era azul claro, a cor era neon.

Quando a banheira terminou de encher, desliguei a torneira e coloquei o pé para ver se a temperatura estava boa. Estava ótima. Depois coloquei o outro pé e sentei-me com cuidado. Senti meu corpo se aquecer rapidamente e meus músculos relaxarem.

Fechei os olhos. Era disso que eu precisava.

Peguei uma bucha branca e o sabonete líquido, coloquei um pouco nela e ergui minha perna esquerda para ensaboá-la. Percebi que a luz da vela deixava minha pele mais brilhante e corada. Depois, ergui minha perna direita e ensaboei-a lentamente, aproveitando ao máximo o prazer de tomar banho numa banheira de hidromassagem, o que eu não fazia há muito tempo.

A porta do banheiro se abriu e Noah mordeu o lábio inferior quando me viu. Ele estava apenas de cueca box preta segurando duas taças e uma garrafa de champanhe.

– Pensei que ia esperar eu tomar banho e depois você viria tomar o seu. – comentei passando a bucha por minha nuca, ombros e pescoço.

Ele fechou a porta e disse:

– Mudei de ideia.

Reprimi um sorriso e ele parou ao lado da banheira. Levantei os olhos para olhá-lo e ele sorriu se agachando ao meu lado.

– Acho que não sairemos desse quarto hoje. – ele sussurrou perto do meu ouvido.

Fechei os olhos e tombei minha cabeça para trás sorrindo. Ele me deu um beijo rápido e depois virou um pouco de champanhe na minha boca.