Conto De Fadas Moderno escrita por Letícia Matias


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!
Leitores queridos,estou querendo saber o que vocês estão achando da história.
E aí, vocês são Team GenNate ou GenNoah? Ou até mesmo Team GenJames?? ;) Quero saber!!! Me digam!
Boa leitura, espero que gostem.



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Quando abri a porta do banheiro silenciosamente, Nate não notou e ele estava de costas olhando pelas frestas da persiana. Senti meu coração bater forte naquele momento e fiquei feliz de não estar com nenhum oxímetro no dedo naquela hora que pudesse entregar minha pulsação ao ver ele, parado ali.

– Está chovendo muito¿ - perguntei indo em direção á cama.

Ele se virou e sorriu.

– Sim. Parece que vai chover a noite inteira.

Assenti e sentei-me na cama cobrindo minhas pernas com um dos cobertores que a enfermeira Abby tinha nos dado.

– Acho melhor chamarmos a enfermeira Abby para me conectar aos tubos e fios novamente. – eu disse exasperada.

Ele sorriu com as mãos nos bolsos da calça e disse:

– Eu vou chamá-la.

– Tudo bem. – eu disse.

Ele andou até a porta do quarto e a abriu, depois se retirou e deixou uma brecha aberta. Depois de alguns segundos, a enfermeira baixinha Abby e Nate entrou no quarto, ela na frente e ele seguindo-a.

Ela sorriu para mim e conectou-me no soro novamente e colocou o oxímetro no meu dedo.

– Está se sentindo melhor¿

– Sim, muito melhor. Obrigada.

Ela sorriu mostrando seus dentes pequenos e brancos. Pareciam recém-alinhados.

– Deseja tomar alguma coisa antes de dormir, Srta. Genevieve¿

– Não, obrigada. – eu disse sorrindo e sentindo grande admiração por aquela enfermeira boazinha que parecia estar fazendo seu trabalho com muito amor – Estou bem.

– E quanto ao Sr¿ Gostaria de alguma coisa para comer¿

– Não, obrigado. Eu estou bem. – Nate sorriu para ela e novamente ela baixou a cabeça rapidamente olhando para seus pés.

Ela se virou para mim novamente e disse:

– Tenha uma boa noite, Srta. Jay.

– Igualmente enfermeira Abby.

Ela riu e se retirou.

– O senhor pode dormir na poltrona ou no sofá se quiser e se quiser, pode ir até o refeitório no andar de baixo e pedir um café com leite ou algo para comer. – ela disse entregando a Nate um papelzinho. – Este papel serve para isso. Eu vou lhe dar dois caso sinta muita fome mais tarde.

– Obrigado. – ele disse e depois ela se retirou rapidamente do quarto fechando a porta.

Nate sentou-se na poltrona ao lado da minha cama. Ele parecia tão cansado quanto eu.

– Nate, é sério, não quer ir para casa¿ Os médicos cuidarão de mim aqui. Não precisa se preocupar. Você está tão cansado...

– Eu estou bem. – ele disse. – Não se preocupe Gen.

– Nate.

– Gen.

Revirei os olhos.

– Vá para casa.

– Não, eu estou bem. Passarei a noite aqui.

Suspirei.

– Você é tão teimoso.

– Obrigado.

Estreitei os olhos para ele e ele reprimiu um sorriso.

– Que horas são¿ - perguntei.

Ele olhou em seu relógio de pulso e disse:

– Nove e quarenta e cinco.

Assenti e depois puxei o cobertor mais para cima.

– Está com frio¿ - ele perguntou.

– Não, só estou ajeitando o cobertor.

Ele assentiu e encostou a cabeça no encosto da poltrona.

Ficamos em silêncio por bons minutos e depois, já sonolenta, sussurrei:

– Obrigada por estar aqui, Nate. Significa muito pra mim.

Ele me observou com seus olhos cansados e disse:

– Tudo bem, Gen. Gosto de estar aqui com você. Significa muito pra mim também.

Ele era tão... Inacreditável. Dava-me tanta atenção. Ele era tão diferente de Noah...

Estendi o braço em sua direção e ele chegou mais perto.

– Chegue à poltrona mais perto. – eu disse.

Ele arrastou a poltrona e ela ficou bem grudada à maca. Ele olhou para mim, com o rosto a centímetros do meu e eu passei a mão desajeitada por seu cabelo.

Ele ficou me olhando profundamente nos olhos e eu não desviei.

– Dorme. – sussurrei.

Ele piscou e inclinou a cabeça um pouco mais pra frente. Eu fechei os olhos e senti seus lábios tocarem os meus levemente, quentes e macios como sempre.

Continuei a acariciar seus cabelos até que eu vi que ele caiu no sono, ali na poltrona mesmo, do lado da minha cama.

Uma parte de mim queria acordá-lo e o mandar ir dormir no sofá para que ele ficasse mais confortável e a outra parte, a que venceu, me convenceu que ele estava cansado demais e que eu devia deixá-lo dormir.

Eu dormi logo depois disso, com a mão ainda em seus cabelos enquanto ouvia o som da batida do meu coração a cada novo bipe que o monitor registrava.

***

Por volta das quatro da manhã, eu acordei com fome e com o estômago roncando. Olhei para o lado, Nate não estava mais na poltrona e fiquei feliz e aliviada por ele ter ido dormir no sofá. Parecia muito mais confortável.

Levantei-me cuidadosamente da maca para não fazer barulho e coloquei meus pés no chão. Fui arrastando o suporte do soro até a janela para olhar pela janela. Puxei um pouco a persiana e vi lá fora a rua deserta, iluminada por postes de luz e no cruzamento um semáforo fechado. Ainda estava chovendo, porém mais fraco. Coloquei a mão no vidro quando uma gota de água escorreu lentamente por ele e suspirei, eu estava preocupada com Noah. Queria saber como ele estava. Encostei a testa no vidro gelado e fiquei observando a rua por mais algum tempo até que ouvi um barulho vindo do sofá. Virei a cabeça e vi Nate sentando-se.

– Gen, você está bem¿

Respirei fundo e sorri.

– Sim, eu só estou com fome.

Ele assentiu.

– Quer ir comer alguma coisa¿ - ele disse se levantando e vindo até mim.

A cara dele era de exaustão. Era óbvio que ele estava exausto, mas, ele ainda sim sorriu e eu não pude deixar de sorrir.

– Você desconectou o oxímetro¿ - ele perguntou olhando para minha mão.

Mordi o lábio.

– É, eu... Tive que desconectar para levantar da cama.

Ele fechou os olhos e balançou a cabeça.

– Por que não volta a se deitar¿ Eu estou bem, só vou ir tomar alguma coisa.

– Eu vou com você. – ele disse.

Olhei para a janela novamente e vi um carro parando em frente ao hospital. Dele desceu um cara as pressas, parecia ter a idade de Nate. Ele abriu a porta do carona e ajudou uma mulher grávida a sair. Ela estava de pijama e estava com a mão na barriga respirando fundo. O rapaz tirou do carro uma bolsa e depois bateu a porta do carro e trancou a porta. A moça olhou para a cara dele e gritou alguma coisa e ele olhou para ela alarmado, ela deu um empurrão nele e saiu correndo desengonçada para o hospital.

Ri.

– Coitado!

Nate riu baixinho.

– Deve ser um momento muito tenso. Mas isso foi engraçado.

Sorri.

–É, deve ser.

Meu estômago roncou.

– Vamos logo tomar alguma coisa.

Ele pegou minha mão e eu peguei no suporte do soro e comecei a arrastá-lo. Abrimos a porta do quarto e vi um corredor claro com luzes fluorescentes com muito movimento, mas, muito silencioso ao mesmo tempo.

A enfermeira Abby nos viu e levantou da sua cadeira.

– Srta. Jay, está tudo bem¿

– Sim. – eu disse sorrindo para ela. – Eu só estou com fome. Gostaria de ir tomar algum café ou leite se possível.

Ela assentiu.

– Tudo bem. Só peço para que a senhorita tome cuidado para não desconectar o soro do seu braço.

Assenti.

– Tudo bem.

Nate e eu andamos em direção ao elevador e logo as portas se abriram. Entramos e Nate apertou uma seta para baixo. As portas se fecharam e logo em seguida se abriram novamente revelando o andar debaixo.

Era como um refeitório. Estava silencioso, as pessoas sussurravam entre si. Tinha várias mesinhas e duas máquinas de guloseimas e refrigerante.

– Que tal se sentar numa mesa e eu pego as bebidas¿ Você quer café ou chocolate quente¿

– Chocolate quente. – eu disse me sentando.

Ele foi até o balcão e entregou os dois papeizinhos que Abby tinha lhe entregado algumas horas atrás.

Suspirei e apoiei minha cabeça na minha mão direita e me perguntei se era normal eu estar me sentindo tão cansada.

Logo, Nate chegou com duas xícaras de chocolate quente. Estavam bem cheirosas. Ele se sentou de frente para mim.

– Que cheiro bom. – comentei.

– É mesmo, eu também estou com um pouco de fome.

Sorri murchamente e levei a caneca até a boca. O leite estava bem quente, quente o suficiente para esquentar-me por dentro com um só gole.

Olhei para ele e ele já estava me olhando.

– Você parece cansado. – eu disse.

– Estou um pouco.

Assenti e tomei outro gole do chocolate quente.

– E então, como está se sentindo sobre o Noah¿

Levantei meus olhos para olhá-lo de novo. Ele estava atento a cada reação minha.

Dei de ombros.

– Espero que ele esteja bem. Quero ver ele, conversar com ele mais tarde.

Ele assentiu e tomou um gole do seu chocolate.

– Você ainda gosta dele¿

Suspirei.

– Acho que não. – balancei a cabeça.

Ele assentiu novamente e pegou minha mão que estava pousada na mesa. A mão dele era tão quentinha e a minha sempre estava tão gelada, ou como ele disse, desoxigenadas.

– E quanto à gente, Gen¿

– Como assim¿

– E a gente¿ Você quer namorar comigo¿ Quer ficar comigo do mesmo jeito que quero ficar com você.

Olhei bem para ele. Ele parecia ansioso por uma resposta, olhava bem fundo nos meus olhos.

Sorri amarelamente e sussurrei:

– Sim.

Senti sua pulsação acelerar enquanto eu segurava sua mão.

Ele sorriu rapidamente e disse:

– Acho que essa é a melhor coisa que ouço há uma semana.

Ri e balancei a cabeça.

***

Estávamos no elevador, eu estava com a cabeça encostada em seu braço e ele estava segurando minha mão. A porta do elevador se abriu e fomos em direção ao quarto onde eu estava instalada.

Abby nos desejou boa noite-novamente- e disse para mim que de manhã, algum enfermeiro iria me visitar. Agradeci a ela e entrei no quarto seguido de Nate.

Tranquei a porta e Nate sussurrou.

– O que está fazendo¿ Por que está trancando a porta¿

Virei-me para olhá-lo e fiquei na ponta dos pés para lhe dar um beijo. Ele retribui suavemente, lento e gentil.

Peguei sua mão e andei até a maca. Sentei-me e olhei para ele, parado ali na minha frente. Peguei o oxímetro e coloquei de volta no meu dedo. Olhei para ele novamente, que não tirava os olhos de mim nem por um segundo e coloquei as duas mãos no seu rosto. Ele fechou os olhos e se inclinou para me beijar novamente. Foi um beijo intenso e eu comecei ficar aquecida por dentro. Levei meus dedos até os botões de sua camisa e comecei a desabotoá-la lentamente enquanto ainda nos beijávamos. O oxímetro atrapalhava um pouco a tarefa de abrir os botões.

Ele parou de me beijar e me olhou.

– O que está fazendo¿

Sorri e tornei a beijá-lo. Tirei sua camisa e joguei-a no chão.

O quarto estava escuro, iluminado apenas com a luz que vinha da rua, do poste de luz.

– Gen¿ - ele sussurrou.

– Eu só estou com frio. – sussurrei de volta de olhos fechados. – Quero que deite aqui comigo, só isso.

Abri meus olhos para olhar para ele e vi a sombra de um sorriso e um brilho em seus olhos.

Deitei-me na maca e ele deitou-se comigo. Obviamente tivemos que ficar colado um no outro para caber os dois, mas eu queria sentir o calor do corpo dele.

O meu coração estava batendo acelerado. Ele me puxou para perto de seu peito, com o rosto a poucos centímetros do meu e sussurrou.

– Dorme Gen.

Suspirei e fechei os olhos.

De fato eu estava me sentindo mais aquecida com o calor dele. Acredite, eu não sabia de onde eu havia tirado coragem para fazer ele deitar comigo na maca. Aquilo era errado e era por isso que eu havia trancado a porta. Eu só não queria dormir sozinha. Eu estava com frio, e ele estava sendo minha lareira aquela noite.


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Notas finais do capítulo

Ah, fala sério, vocês também queriam um Nate para aquecer vocês, não é? Hahahahaha,
Beijinhos e até o próximo capítulo



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