Acordei com o barulho do estrondo da janela a abrir. Rapidamente a luz entrou pelo quarto e mal consegui manter os olhos abertos. Pensei que fosse Austin a fazer tudo isto, mas não. Era ela. Trish.

– Bom dia, meu amor! Como é que você está ? Te trouxe o pequenos almoço ! - falou a latina.

– Bom dia. Estou-me a sentir bem, por acaso. - sorri.- Pensei que vinhas cá almoçar ... - falei.

– Não posso. A mrs. Adams esta a precisar de mim lá ... Temos sentido a tua falta. - falou.

– Oh ... Eu também tenho sentido muita falta de vocês !

– Acredito que sim. - sorriu.- Olha, tenho uma novidade para te contar, mas antes disso tenho que te dizer que o seu loiro pediu-me para te avisar que foi levar a Angie a creche e foi trabalhar. - falou.

– Já imaginava. - soltei uma pequena gargalhada.- Conta!

– EuEstouGrávidaDoDez - Ela falou tudo de uma vez .

– Amiga eu não entendi ... Por favor fala direito . - pedi.

– Eu estou grávida do Dez ... - falou sorrindo.

GRÁVIDA ?

– Da pra você repetir ...

– EU ESTOU GRÁVIDA DO DEZ ! - gritou.

– Eu tinha escutado , só não tava acreditando ...

– E ? Você não vai falar nada ? - perguntou .

– Vou sim ... Tipo : OH.MEU.DEUS! NÃO ACREDITO! AI! PARABÉNS! - gritei alegre.

– E TU E O AUSTIN VÃO SER OS PADRINHOS! - gritou.

– A SÉRIO? OH.MEU ... espera, estás a falar a sério?

– Sim, Ally ! - disse abraçando-me.

– Obrigada! Ai, estou tão contente por vocês!

– Nem sabes o quão feliz nos estamos! Hum ... E se tomasses o pequeno-almoço e depois fossemos pôr a conversa toda em dia? - perguntou.

– Sim. Vamos dar uma volta para espairecer!

Comi o pequeno almoço que Trish trouxera na bandeija e preparei-me para ir tomar um banho. Deixei que ela escolhesse a minha roupa e, quando já tinha o meu banho tomado, já tinha a roupa prontinha em cima da cama. O meu namorado foi rápido a trazer a minha roupa para casa. Vesti-me com cuidado para não me magoar ainda mais. Trish estava a conversar com Mimi e juntei-me à conversa. Decidi então convidá-la para vir conosco, seria uma boa maneira de nos conhecermos melhor. Ela parece da nossa idade. É tão bonita, tão alegre ... Faz-me mesmo lembrar o Austin.

Mimi levou-nos até a um jardim perto de sua casa, pois não convinha que eu andasse muito. Aistin a fez prometer que não me ia deixar fazer qualquer esforço.

– Vamo-nos sentar nos bancos! - falou minha sogra e sorriu.- Temos muito que conversar!

– Nem imagina o quanto! - Trish e eu falamos juntas .

– Por amor de Deus, tratem-me por "tu"! Não me façam sentir mais velha! - falou e soltou uma gargalhada.

– De velha não tem nada! Perdão! De velha não tens nada! - falei rindo.

Mimi sorriu e começou por fazer perguntas sobre mim e o Austin. Depois sobre a pequena Angie. De seguida Trish contou-me as novidades e o que tenho perdido. Passamos a manhã toda a conversar e a rir como perdidas. Quando chegou a hora do almoço, Trish teve que voltar para a empresa e eu e Mimi caminhamos até casa.

– Posso ajudar a fazer o almoço? - perguntei.

– O Austin fez-me prometer que não te deixava fazer esforços. - riu. - Mas ... sim, claro que podes!

– Obrigada! Somos só nós a almoçar? A Angie fica na creche e o Aus costuma almoçar onde trabalhamos e ... ah! A Rudel vem? - penguntei.

– O Austin vem almoçar porque ele quer te ver, como é óbvio! - sorriu.- A Rydel vai almoçar com o novo namorado . Somos só nós os três! - falou.

– Então vamos lá cozinhar. - falei.

Enquanto fazíamos o almoço lembrei-me da carta do meu pai. Também me lembrei que o Aus me pediu para não contar nada a ninguém até resolver o problema.
Eu vou estar é caladinha e pronto. Isto vai-me roer toda por dentro. Mimi disse que eu podia ir descansar pois a comida já estava quase pronta.

Sentei-me no sofá a ver TV e vi Aus a chegar no seu carro. Um sorriso apareceu no meu rosto mal o vi a entrar em casa. Levantei-me para o abraçar mas ele subiu para o quarto rapidamente.

Será que ele não me viu?

Subi atrás dele e bati à porta.

– Aus ? Amor? Hum ... Eu estou aqui! - falei .

Não tive resposta por isso decidi entrar. O loiro estava com cara de poucos amigos. Parecia mesmo nervoso e chateado. Algo se passou no trabalho para ele estar assim.

– Aus ? O que é que se passou? - sentando-me à beira dele.

– Tu nem sabe o que aconteceu! Eu estou tão ... agr ! Eu estou capaz de ir a casa do teu pai e ... - falou alterado.

– Mas o que é que ele fez? - levantei-me também.- O que é que se passou desta vez?!

– Ele mandou uma carta para o meu escritório! Para o meu escritório!! - berrou.

– O quê?! A dizer o quê? Diz de uma vez por todas, Austin !

– O teu pai é que mandou o Dallas fazer isto! O Dallas só voltou a mando do teu pai! Ele próprio o confirmou na carta que me mandou ... - tirando um envelope do bolso do seu casaco.- O teu pai está por detrás de isto tudo! Afinal apenas temos um problema, mas que acabou de se complicar, e muito!

– O ... o ... quê?

Sentei-me novamente na cama e uma lágrima escorreu pela minha face. Aus pareceu acalmar-se e abraçou-me. Isto quer dizer que para além de termos que por o Dallas na prisão temos que pôr também o meu pai?

– Temos que fazer queixa, Austin ! Temos que ir à polícia! - falei.

– Eu sei, Ally ! O problema é que o teu pai também disse que ia sair do país. - passou as mãos pelo seu cabelo.- Depois do almoço vamos à polícia! Com a minha mãe!

– Ela vai ser testemunha? - perguntei nervosa.

– Claro! Ela também recebeu uma carta do teu pai. Isto já passou dos limites, Ally .

– Sim, tens razão. Falamos com a tua mãe e vamos lá depois do almoço.

Aus abraçou-me e deu-me um beijo suave nos meus lábios. Voltamos para a sala e esperamos que Mimi nos chamasse para irmos comer. Ele ainda continuava um pouco nervoso e agora era eu que estava a ficar nervosa. Quando a mãe dele nos chamou, dirigimo-nos rapidamente para a cozinha. Sentamo-nos e nenhum de nós falou.

– Mãe, precisamos de falar contigo! - falou meu namorado.

– Digam. Pelas vossas caras, coisa boa não é.

– É sobre a carta que o pai da Ally te mandou.

Mimi olhou para mim e para Aus. Ficou um pouco incomodada com o assunto, talvez não esperasse que o filho fosse puxar este assunto, muito menos à minha frente.

– Não se preocupe. Eu já sei de tudo. - falei.

– Eu lamento imenso. Eu não acreditei em nada do que dizia na carta! Eu sei que é boa mãe e boa mulher ... - disse Mimi.

– Ele mandou uma carta para mim. É ele que está por detrás de isto tudo que se tem passado. Ele mandou o Dallas atacar a Ally. - falou meu namorado.

– Ai meu Deus! Como é que ele foi capaz? - perguntou Mimi horrorizada.

– A seguir ao almoço vamos à polícia. Vens connosco, está bem?

– Precisamos muito da sua ajuda para resolvermos isto de uma vez por todas! - pedi.

– É claro que vou! Eu faço tudo para vos ajudar! E Allycia, trata-me por tu! - sorriu.

Aus sorriu também e eu corei. Quando isto tudo estiver resolvido vou poder disfrutar do bom que é ter uma família. Ter a Angie, o Aus, a Rydel, a Mimi, a Trish ... São a minha verdadeira família.