P.O.V Ally

Meu nome é Allycia Dawson e mesmo sendo jovem tenho uma filha de dois aninhos, o nome dela é Angie, e ela é meu tudo .
Ela é minha família, junto com Trish, minha melhor amiga .
Meus pais e o pai de minha filha me abandonaram quando ainda estava gestante .

— Mamã. — Angie murmurou.

— O que se passa, Angie? Porque é que não está na tua caminha? — perguntei esfregando os olhos.

— Já é de manhã... — falou minha filha, apontando para a janela.

Olhei para o relógio e pude reparar que já eram 08:00 horas.

Tenho que ir trabalhar e levar a Angie a creche. E pelo visto nós vamos chegar um pouco atrasadas.

— Comecei bem o dia, hein! — resmunguei sozinha.

Sentiram a irônica?

Depois de tomar um banho e de me vestir, fui arrumar Angie. A vesti e lhe preparei um merendinha rapidamente. Depois de ter dado o mesmo, preparei as minhas coisas e coloquei tudo no carro. Pus Angie na sua cadeira e logo em seguida o cinto. No meio do caminho ouvi a sua voz fininha me pedindo para pôr música. Com a pressa de chegar logo, acabei por esquecer de ligar o rádio. E lá íamos nós a caminho da creche a ouvir canções infantis que eu já sabia de cor .

— Pronto, filha, está entregue! — disse lhe dando um beijinho na bochecha.

— Até logo, mamãe. — sorriu e entrou correndo para dentro da escolinha.

— Nunca vi ninguém gostar tanto de deixar a mãe... — disse para mim mesma e ri.

— Ela gosta de brincar! — disse uma das educadoras da creche.

— Já tinha percebido isso! — disse e voltei a soltar um riso. — Bem, volto às 18:00 horas para vir a buscar, até logo! — disse por fim.

A educadora assentiu e corri para o carro.

O tempo está desagradável.

Chove, chove e chove. Eu não achava esse tempinho tão ruim, mas é chato quando tenho que ir trabalhar. Gostava de poder ficar em casa, bebendo chocolate quente e fazer maratona de filmes antigos e românticos. Admito ter saudades da minha adolescência, mas o fato de já ter me habituado à minha vida como mãe, faz com que essas memórias estejam guardadas em um potinho fundo do meu cérebro.

Dei por mim parada olhando para o retrovisor do meu carro. Rapidamente liguei a ignição e fui em direção ao predio onde trabalho. Liguei o rádio e rapidamente pus na rádio. Estava tocando a minha música preferida: Chasing Cars Snow Patrol e cantei até o fim. A letra é linda e me trás inspiração para o resto do dia. Quando tenho que escrever sobre temas mais complicados por vezes até uso versos da música. Significa muito para mim quando a minha patroa destaca o fato de eu usar muitas vezes essa técnica.

Quando estacionei comecei a olhar para a papelada espalhada no lugar de pendura. Organizei tudo rapidamente e enfiei na minha super mala. Super porque cabe sempre tudo, incluindo brinquedos da Angie.

A chuva batia fortemente nos vidros do carro e esperei alguns minutos até que acalmasse. Parecia piorar e se não saísse rapidamente do carro iria chegar mais atrasada.

Sai e, depois de fechar o carro, corri para a entrada do grande edifício. Essa pequena corrida foi interrompida por um rapaz no qual eu esbarrei sem querer.

— Desculpa, desculpa, desculpa e desculpa! — disse tentando reparar se tinha o machucado.

— Cega! — disse o loiro, rudemente, enquanto revirava os olhos castanhos que se mostravam indiferente.

Quem ele pensa que é?

Ele é louco?