Acordei com uma maldita dor de tornozelo por causa da noite passada, depois de soltar alguns fracos gemidos, levantei e vi que já passava das 7:20, dei um pulo da cama, fui ao banheiro correndo quase batendo a perna no batente da porta. Meio mancando, escovei os dentes, arrumei o cabelo, coloquei a primeira roupa que vi, que por coincidência era minha favorita, uma regata meio solta branca com caveiras na frente e atrás, uma calça jeans escura e uma jaqueta de couro preta. Peguei minha bolsa carteira com meus documentos. Depois fui a cozinha e coloquei um pouco de café em uma garrafa térmica, corri até a garagem, ainda tomando meu café, peguei meu Honda vermelho sai a quase 120km por hora. Olhei no relógio do carro eram 7h50, e a casa de Lissa era muito longe. cheguei na casa dela já era 8h em ponto, Lissa e Christian estavam colocando as malas em um taxi, quando me viu Lissa correu em minha direção me deu um beijo na bochecha e disse um adeus rápido, e pude ver Christian revirando os olhos, e em um ato muito infantil, mostrei - lhe a língua, ele fez a mesma coisa depois de alguns segundos, depois entrou no taxi junto com Lissa e foram embora, entrei na casa, ela tinha dois andares, quando se entrava nela se podia ver a sala de estar com dois sofás brancos virados um para o outro e no meio uma mesinha de café, do lado uma lareira, em cima dela a T.V, atrás dos sofás estava a mesa de jantar, do lado dela uma porta que levava a uma cozinha bem simples; Subindo as escadas tinha um corredor que levava os quartos e banheiros no final dele uma pequena varando com um guarda corpo de vidro e em cima dele flores; haviam 2 quartos de hospede e o de Lissa, e dois banheiros um no corredor e outro em seu quartos todos bem simples -mais claro que o dela era maior-.

Vi um papel dobrado e escrito "para Rose" na mesa escrito em uma letra cursiva e redonda, que reconheci ser da Lissa, que dizia:

"Rose, Eu e Christian estamos indo para Santa Barbara para promover minha nova coleção de roupas, você poderia cuidar da casa para mim? Você terá que cuidar do Tobby também, tem uma lista de coisas pra você fazer com ele na geladeira... Ah! E tem uma visita que vai te ajudar a cuidar da casa, acho que você conhece, é um amigo do Chris Muito obrigada.

Beijos Liss"

Tobby era o cachorro de Lissa, era um daqueles chihuahuas peludos todo branco; quando terminei de ler, o pequeno chegou e sentou do meu lado peguei ele no colo e o coloquei de frente a mim e disse

—parece que vou cuidar de você por um tempo, então tente não fazer muita bagunça...- e antes de terminar minha frase, senti um líquido quente nas minha pernas, e vi que ele havia feito xixi em mim! Por algum motivo desde filhote ele não gosta de mim –é...começamos muito bem...- disse com cara de nojo. A pessoa que iria me ajudar a cuidar da casa da Lissa deve ter me escutado porque ele disse do andar de cima

—Você deve ser quem vai cuidar da casa, eu estou aqui em cima- aquela voz não me era estranha, fui subindo as escadas e ouvindo os passos da pessoa e , bati em uma porta que estava fechada, por isso pensei que ela estaria ali dentro. Quando abri, vi uma pessoa que nunca esperaria ver aqui... então deixei escapar.

— P...professor !? - é meu professor de química da faculdade, quem diria! Sempre o achei muito sexy, mas não conversamos muito, só o essencial, porque ele não parece o tipo de homem de 29 anos que se interessa por uma garota de 22 como eu . Lá estava ele, vestindo uma camiseta branca, uma calça jeans preta e um tênis da nike branco com azul marinho, me olhando abismado, e minha cara não devia estar diferente, ele me respondeu como se eu fosse um fantasma do natal futuro ou sei lá -Hathaway!? O que VOCÊ está fazendo

— Bom te ver também Professor - disse em um tom debochado

 Vi com satisfação, seu rosto ganhar um leve tom avermelhado, devo te - lo encarado mais do que o necessário, porque ele logo deu um sorriso de lado e ainda aparentemente com uma pequena hesitação em seu olhos disse me tirando do transe em que me encontrava fitando seus belos olhos castanhos

— Me desculpe Hathaway, e... acho que pode me chamar de Dimitri quando não estivermos na faculdade, já que vamos morar debaixo do mesmo teto por um tempo - disse ele com o forte sotaque russo que eu amava

— Ok - respondi - e você, Dimitri, me chame de Rose... Ei! Eu ia pra cozinha pra tomar um café da manhã decente, se quiser pode vir comigo... - e com essa última frase o deixei sozinho no aparentemente seu quarto, e desci as escadas, ouvindo passos atrás de mim, não sei o por que, mas sorri- fui direto para a cozinha preparar dois chocolates quentes, como meu pai me ensinou, com muito chocolate e pouco leite- , ele se sentou na mesa que tinha no centro da cozinha, com uma expressão neutra, parecia um tipo de máscara, senti seu olhar queimar nas minhas costas, então, me virei e o fitei por alguns segundos, sentindo um sorriso aparecendo no meu rosto, disse já indo pra mesa com os dois copos cheios de chocolate quente

— Então camarada, me responda, você faz algo mais além de poções e cálculos? - perguntei divertida, e que pareceu diverti-lo também

— Bem... - ele disse - Não tenho muito o que contar, vivia na Russia com a minha família, antes de me mudar pra cá no começo deste ano, e quando tinha 18 anos, fui escalado para servir o exército Russo, pois minha família, precisava de dinheiro na época, e o diretor do quartel em que me colocaram, estava disposto a suprir as necessidades delas, e minhas - ele acabou e encolheu os ombros como se isso fosse normal, eu estava tão interessada que quando ele acabou, tive que piscar algumas vezes antes de realmente olhar pra ele, que me olhava com um olhar de dúvida, provavelmente, se perguntando o por que de eu não falar nada e continuar fitando-o como uma louca obsecada, então, eu rompi o silêncio, dizendo

— Nossa, me deixou no chinelo agora camarada, no tempo que tenho disponível, e quando me chamam, trabalho numa revista um sorriso se abriu em seu rosto, ele era tão lindo, mas de um jeito meio bruto - ele tem um brilho no olhar, que faz com que eu queira desvendar seus mais profundos sentimentos, e ver se seus lábios são tão macios quanto aparentam ser e... ROSEMARIE HATHAWAY, pare com isso já! Ele é seu professor! Sua pervertida! Disse minha consciência, mais ele era bonito demais pra não ser observado. Desta vez ele quebrou o silêncio

—então... você não é de falar muito não é Hataway... quer dizer... Rose- e me roubou um sorriso

—um pouco, na verdade quando eu estou nervosa eu começo a falar coisas sem sentido e completamente aleatórias e não consigo parar, por mais que eu tente, deve ser de família, mas com certeza não por parte de mãe porque...- um pequeno silêncio se formou e nós dois começamos a rir- eu comecei não é?-

— Mas, por que você estaria nervosa?- dei um golinho no chocolate que ainda estava quente

—bem, talvez porque eu nunca tenha dividido uma casa com ninguém...

—não se preocupe não vou te matar - disse ele

— Mas nunca se sabe, você pode ser um assassino em série, só esperando eu me distrair pra me atacar - começamos a rir descontroladamente, porém, ele pareceu segurar o sorriso, parecendo que estava fazendo uma careta, uma linda careta devo acrescentar

— Sabe Rose... - disse ele meio ofegante - Você está certa, posso ser um assassino, mas, só convivendo comigo saberá-

Tomei o resto do chocolate me levantando da cadeira , e indo em direção à pia e comecei a lavar, e qual foi minha surpresa ao ver que ele estava do meu lado ajudando!

—Pode deixar que eu lavo! - disse dando um pequeno sorriso, ele me encarou, mas não disse nada, havia divertimento em seus olhos, que era quase impossível reparar, só se olhássemos muito bem, e foi nesse momento que descobri que Dimitri Belikov, é um homem diferente, e aquela vontade de descobrir seus segredos voltou mais forte. Então ele saiu sem dizer mais nada, e fiquei sozinha, lembrando - me de quando o vi pela primeira vez.

(flash-back on)

Pov Rose

Estava correndo para chegar a minha aula de química até que esbarrei com alguém que estava tomando café, e o derrubou todo em mim

— ei cara olha pra onde anda! Droga vou chegar atrasada...-disse isso tentando disfarçar a mancha.

—Desculpe-me, pegue meu cachecol para ajudar a disfarçar a mancha

— Obrigada- disse um pouco envergonhada e abismada com o deus grego... Não, grego não, deus Russo que encontrei quando olhei pra cima

— você pode ficar com ele se quiser, tenho mais em casa - dou um sorrisinho de lado e saio correndo para minha aula. Chegando lá, descobri que ELE era meu professor de química, era um tal de Belikov, Dimitri Belikov, um cara alto, com mais ou menos uns bons um metro e noventa com um corpo definido, mas não tão musculoso, era um definido bom, não era tão exagerado, como alguns gostam. Dava aula de química e física, não entendo como uma pessoa quase da minha idade dá aula pra um monte de adolecentes, muitas vezes irritantes.

( Flash-back off )

Fui ao meu quarto e descansei mais um pouco antes do almoço...