Pai Coruja escrita por Chappy The Bunny


Capítulo 1
Sempre a Garotinha do Papai


Notas iniciais do capítulo

Dedico essa one a minha mozoca, melhor amiga, linda do meu coração, Saruxa (Yammy).
Queria avisar, aliás, que não betei o capítulo e que vou fazer isso depois. Ah, e que também vou colocar uma capa quando encontrar alguma fanart que goste.



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Uchiha Sasuke sempre foi um pai atento, apesar de não estar tão presente – se culpava por isso, e apesar de querer poder participar mais do crescimento de sua menina, precisava corrigir tudo o que fez no passado.

Não estar presente não significava não saber de nada, porque ele sabia de muito. Sempre que visitava Konoha, fazia questão de observar o que Salada fazia e ao ir embora, deixava alguém para conta-lo sobre a situação atual - um ninja habilidoso, é claro, afinal a filha herdou o sangue e era, assim como ele, avançada para a idade (na verdade suspeitava que fosse até mais). Ela era seu orgulho e gabava-se mentalmente dos dotes da herdeira. Podia dizer que era um corujão, mesmo achando esse título ridículo.

Porém, na última ida a Konoha, a conversa que ouviu o deixou bastante incomodado.

Chegava na Vila da Folha e o que mais queria no momento era chegar em casa, ver sua menininha e a sua esposa.

No caminho, não viu as duas, porém ouviu a voz da primeira pela janela aberta da lanchonete onde ela se encontrava. Parou, ia fazer uma surpresa, porém preferiu ouvir sobre o que ela conversava.

– Salada-chan, você não é muito dura com o Bolt? – perguntou uma menina qualquer. E ele sabia exatamente a resposta que ela daria.

– Não. – Sangue do seu sangue, ah, sim. Precisava dizer mais uma vez que ela era seu orgulho? – Ele tem que aprender que pra tudo existe situação. Como diabos o filho do hokage se porta dessa forma? – Na lata.

Queria chegar ali aplaudindo a cria, mas as tiradas da filha o deixavam tão feliz que queria ouvir mais.

– Você sabe muito bem a razão dele ser ainda mais chato com você. – A voz da amiga era a de quem se divertia, agora.

– Não sei não. – Podia jurar que ela tinha revirado os olhos naquele momento.

– Ele quer chamar sua atenção, e você sabe o motivo.

– Ele é um idiota, esse é o motivo. – Sasuke sorria.

– Ele gosta de você, será que não percebe?! – ... Mas não durou muito tempo.

Sem pensar, apareceu na janela e não fez questão de fazer uma carinha sorridente. A filha pareceu surpresa e ao mesmo tempo olhava feio para a amiga, que estava extremamente “sem graça”.

Pegou um dinheiro, entregou uma quantia para a “cupido” pagar o que as duas gastaram e virou-se para a filha:

– Para casa, agora.

E alguns dias depois ele foi embora, depois de várias longas conversas com a esposa e o seu “bebê” sobre ela “não ter idade para namorar” e “ter que se dedicar a estudos”.

E estava certíssimo! Afinal, existiam tantas prioridades nessa vida e garotos não deveriam estar nem perto das primeiras.

Sabia que algum dia a filha começaria a se interessar por essas coisas, mas queria adiar o máximo possível. Era nova, afinal, tinha muito tempo ainda e um namoro só ia fazer com que ela se atrasasse no que ele considerava importante. Fora que não queria ceder o seu lugar de “homem mais importante na vida de Uchiha Salada” pra um qualquerzinho. Mas o pior de tudo não é ser um qualquerzinho, mas sim o filho de Naruto! Tudo bem que o hokage era seu melhor amigo, um irmão e que se não fosse ele nem mesmo teria sua menina hoje, afinal, não teria se redimido, não teria parado de ser um idiota com Sakura e não quer nem imaginar como poderia estar agora, mas isso não significa que o filho dele era apto para sua garota – ele era pior que qualquer um, ele era idêntico a Naruto! Idiota, sem noção, só fazia besteira, burro, sem educação nenhuma, fora um monte de coisas intermináveis. Poxa, logo ele? Até mesmo o filho de Sai, aquele cara estranho, era mais adequado. Apesar de ser filho da escandalosa da Ino, ele era um bom menino: calmo, cordial e inteligente.

Mas para deixar seus cabelos em pé era aquele sujeito.

E seu pânico só aumentava conforme os anos passavam. Mesmo após quatro anos, aquelas palavras estavam na sua mente da mesma forma que foram ditas.

Mandou aumentar a intensidade dos seus “relatórios”, e então soube que eles brigavam bastante, mas antes que pudesse ficar feliz por isso, foi informado de que as brigas aconteciam porque o filho de Naruto implicava cada vez mais com Salada. E aquele “ele gosta de você” que a filha ouviu ficavam cada vez mais frequentes na sua cabeça.

Em um deles, foi dito que na festa que teve em Konoha, depois de muita relutância, ela aceitou dançar com o intrometidozinho, e quase explodiu. Não aceitava de jeito nenhum!

Porém, o último foi a gota d’água. Segundo o que estava escrito, a garota admitiu achar o crápula “bonitinho”.

Chegou em casa na metade do tempo estimado de viagem.

– Sasuke! – Ouviu a esposa gritar e correr em sua direção com um sorriso de ponta a ponta. Ficou um tempo olhando, admirando. Ela era tão linda, e ficava cada vez mais com o passar do tempo. Os olhos pareciam a cada vez que via mais brilhantes, o cabelo mais vivo, o corpo sempre delicado e perguntou-se se era possível que ela fosse tão bonita assim - e ele tão ridiculamente apaixonado, não conseguia se reconhecer.

Não pode esperar mais e a beijou, os mesmos beijos urgentes de sempre, carregados com a saudade que sentia, o amor que só crescia, a paixão que nunca se apagava. Não queria se separar, não queria que o tempo passasse, mas o ar se fez necessário e a voz da filha avisando ter chegado casa interrompeu o reencontro.

Ao virar-se para poder matar a saudade da sua menininha teve uma surpresa desagradável. Quem entrava junto, se não Uzumaki Bolt? Quis gritar, quis expulsar ele de lá, quis impor sua posição de pai, mas Sakura o puxou para dentro do quarto antes que pudesse ter qualquer reação.

– O que ele tá fazendo aqui? – Perguntou indignado.

A esposa segurou sua mão, para acalmá-lo. E a ideia de ficar calmo e aceitar a ideia só o deixou ainda mais revoltado.

– Ou esse moleque sai da minha casa agora ou eu faço questão de tirá-lo a força, e você não vai querer imaginar como vai ser! – Esperou uma resposta, mas ela só o olhava incrédula. Sem resposta, foi até a porta, e com a mão na maçaneta prosseguiu. - Mas eu até prefiro, sabe? Pra ver se ele aprende.

Quando foi girar, ela o abraçou por trás.

– Você não pode impedir o crescimento dela e sabe muito bem disso! Ela não tem nada com ele, os dois estão aqui porque vão sair em missão juntos e – Sasuke sentou na cama, tentando digerir as ultimas palavras. “Missão juntos”. Sabia bem o que rolava nessas missões, sabia muito bem.

MAS QUE INFERNO NARUTO TINHA NA CABEÇA?

– Sakura... é crime bater no hokage e no filho dele? – Não só a pergunta foi estranha, mas a normalidade que foi feita também.

– Você nem pense!

Após uma longa conversa com a esposa, os dois sumirem – para seu desespero – e um momento a sós para esquecer as preocupações, acabou pegando no sono. Quando acordou, a primeira coisa que fez foi ir até Naruto.

O sétimo hokage estava em seu escritório. Comendo rámen. Ignorou esse detalhe por já estar acostumado e, sem enrolar, foi direto ao assunto.

– Sasuke! Idiota, quanto tempo! E porque você acha que pode sair entrando assim sem bater?

– Naruto, por que você mandou seu filho na missão com a MINHA filha? – Socou a mesa.

– Ehhh? Qual é o problema?

– O problema – Levantou a voz – é que o SEU filho quer desviar a MINHA menina e isso eu não aceito.

Naruto sorriu como se tivesse descoberto a coisa mais legal do mundo. Os olhos brilhavam e ele parecia animado.

– Então Bolt e Salada-chan estão namorando? Isso é tão legal!

– Não estão, não vão e nem podem, apesar de ele estar cheio de intenções.

Naruto riu animado, não entendia Sasuke nem que ele repetisse mil vezes seus motivos. Pensou até em dar uns socos para tentar fazer com que suas ideias descessem, mas sabia que não resolveria e poderia se colocar em uma situação ruim, então desistiu.

Foi para casa e Sakura a esperava.

– Mais calmo? – Ela perguntou, dando-lhe um beijo em seguida e passando a mão em seus ombros, para confortá-lo.

– Sakura, você não entende. Ele vai magoar nossa menina, ela não vai mais passar tanto tempo conosco, ela vai sair de casa, ela não vai mais me ter como o herói dela, eu vou perder meus direitos de pai, nem mesmo o meu nome vai restar a ela!

A Haruno-Uchiha riu. Era engraçado ver Sasuke dessa forma. Reparou o quanto ele mudou com o passar dos anos.

Sentou no colo do marido e passou o braço em volta dos pescoços dele, depositando um beijo na bochecha dele e começou a falar:

– Primeiro de tudo: eles ainda não estão juntos. Se gostam, sim, não vou mentir, você não é bobo, mas não estão juntos. – Sasuke suspirou contrariado. – Mas se gostam também. E se ele gosta da nossa filha, você acha mesmo que vai magoá-la? É mais fácil ela bater nele antes disso acontecer, do jeito que é. – Riu. – E se não fosse com ele, poderia ser com outro. O Bolt é um bom menino, ele pode ser filho do Naruto e ter herdado a hiperatividade do pai, mas em compensação é filho da Hinata e está aprendendo a ser como um Hyuuga, posso até mesmo dizer que o Neji se orgulharia do sobrinho que tem! E imagina só: um filho de um Uchiha com um Hyuuga? – estremeceu com a palavra “filho” e imaginar a possibilidade de um netinho. -Seria incrível! E mais, você acha mesmo que ela vai deixar de te ver como herói? Salada tem o maior orgulho de ser sua filha, você não tem noção. E o mesmo orgulho que tem de você, tem de carregar o nome dos Uchihas.

E sabia que tudo ali tinha um fundo de verdade. Sabia que sua menina era forte, e que a influência de Hinata sobre Bolt por mínima que fosse poderia colocar aquele moleque na linha. E uma das coisas que mais o deixava feliz era o amor que recebia da filha. Apesar de tudo que já fez, de todos os seus pegados, Salada ainda assim batia no peito ao dizer que era filha de Uchiha Sasuke. Defendia a honra do pai com unhas e dentes e já chegou ao ponto de quase brigar com algum idiota da escola que quis falar besteira sobre ele. O orgulho do clã já estava no sangue, isso era fato.

– E tem mais: se ela não tiver sua permissão, pode ser tudo escondida e isso é pior. – Não queria pensar nisso pra se estressar mais.

– Tudo bem. Vou ser mais legal. Não tenho escolha, mas vou ficar de olho!

– Você é demais, sabia? – Sakura sorriu doce e o beijou.

Depois disso, bom... pode-se imaginar o que ocorreu.

Dias depois, Salada e Bolt voltavam da missão. Sasuke, Sakura e Hinata esperavam os três na entrada de Konoha. As mulheres conversavam sobre assuntos triviais e Sasuke estava impaciente. Foi o primeiro a ver quando chegaram e não gostou muito do que viu.

Estavam de mãos dadas.

Encarou fixamente.

Todos perceberam e o clima ficou um pouco tenso.

– Papai... – Salada começou a falar – Eu tenho algo a contar... nós estamos namorando.

E após o sorriso constrangido da filha, não reconheceu a si mesmo ao balançar a cabeça, desejar felicidades ao casal da forma mais fria possível ir para casa levando a família. Sem sangue nem nada, apenas uma reação contrariada.

Sua menininha estava crescendo, se tornando uma mulher e não havia nada que ele pudesse fazer em relação a isso, mas ela seria sempre a garotinha do papai.

O dia só não poderia ter se tornado mais confuso quando ouviu a seguinte novidade de Sakura:

– Eu estou grávida de um menino!

Implorou aos céus para que esse não desse trabalho.


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Notas finais do capítulo

É isso, gente.Naruto acabou e não caiu a ficha ainda. SOS