Perseus: A guerra contra o Princípio escrita por Naylliw Freecs


Capítulo 9
O sacrifício da filha de Bóreas


Notas iniciais do capítulo

Por favor, leiam as notas finais



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561701/chapter/9

POV Terceira Pessoa

A deusa da neve se aproximou lenta e cuidadosamente da enorme caverna, a mesma era formada por algo que a mesma nunca vira antes, parecia gelo, mas emitia um brilho opaco esverdeado. O dragão bufava expelindo um bafo congelante fora do normal, ao seu redor, apenas neve e gelo, sem quer um animal, nem mesmo alguma planta
Quione suspirou retirando o tiara de sua cabeça, alguns fios castanhos escuros caíram sob sua testa, em suas mãos a tiara tomou forma, se alongando e se curvando, logo a mesma segurava um grande arco azul, incrustado de pequenos diamantes, flechas de gelo surgiam a cada vez que puxava a corda, e tomando coragem de onde não tinha, se aproximou cada vez mais da caverna
As três cabeças do dragão olharam para ela intrigadas, seus olhos eram de um cinza sem vida, sua pele tinham a mesma cor de um branco puro, quando se esticou Quione estremeceu, seu pescoço passava do teto da caverna um pouco mais de quatro metros, sua língua bifurcada saiu de sua boca em um sinal de "saia daqui agora mesmo"
Quando não viu a deusa recuar, em velocidade surpreendente a criatura saiu da caverna se erguendo sobre as duas patas traseiras, sibilou batendo a cauda bifurcada a poucos metros, dessa vez o sinal parecia dizer, "daqui você não passa, sua verme". Sem dar a mínima para os avisos corporais da criatura Quione se aproximou, uma flecha surgiu assim que puxou a corda e atirou, a besta se desviou entreabrindo os três longos pescoços, seus olhos cinzas agora eram poços de fúria, sua cauda foi lançada contra a mesma que foi atirada para cima com o impacto, a besta rugiu, sua garganta brilhou em azul por alguns segundos em seguida gelo jorrou de lá em ondas, atingiu a deusa com o ar de vitória, seus olhos brilhando quando parou e, por fim cessou, uma enorme parede de gelo havia sido erguida, dentro dela a deusa presa com os olhos ainda arregalados de surpresa, seu arco se transformara em diadema novamente. A fera circundou a prisão de gelo, se enroscando em volta de seu prêmio, as cabeças brigando entre si para ver quer daria arrancaria o primeiro pedaço
Ao longe, a caverna brilhava em energia azul-esverdeada, suas paredes de gelo começando a rachar e trincar, a neve ao seu redor derreteu formando um pequeno lago, algumas poucas plantas afloravam a superfície, mas o primordial não podia interferir, se ele acordasse, o princípio atravessaria as dimensões e destronaria o universo. Perseus odiava se sentir tão imponente, odiava ter que ver pelos olhos da deusa a besta preparada pra dar o golpe final, mas algo inesperado ocorreu, a pedra de gelo explodiu com força tão grandiosa que atirou a criatura a alguns metros de distância, seu corpo coberto por inúmeros cortes de onde vertia Icor cinza. No local que ocorrera a explosão Quione estava de pé, seus olhos sem íris ou pupila agora brilhavam em energia azul, sua tiara mudara de forma novamente e agora a mesma segurava uma espada de apenas setenta centímetros, era fina e leve com uma coloração branca
A besta rugiu em afronta abrindo as longas asas obstruídas, o vento fez a neve do local se elevar como uma fina neblina, a deusa podia ouvir os rugidos do inimigo, mas não conseguia vê-lo, sentiu a pancada em suas costelas como se estivesse sendo esmagada por um grupo de ciclopes, seus olhos brilharam mais intensamente quando seu corpo começou a liberar calor, derretendo a neve, raízes brotaram do solo se enroscando em um dos pescoços do monstro o obrigando a descer, logo um CRACK foi ouvido, após um dos pescoços do monstro ser quebrado, o rugido que o mesmo soltou foi tão ensurdecedor que fez a caverna explodir em uma chuva de gelo, soterrando completamente o primordial, a deusa ergueu as mãos até as orelhas tentando bloquear o barulho, mas falhou, a besta atirou a cauda contra o peito da deusa a fazendo se chocar contra o gelo, que se partiu revelando o vasto oceano abaixo de si, a fera se aproximou um de seus pescoços tomado para o lado, inerte, abriu a boca para liberar mais uma onda de gelo, quando algo rasgou o ar e atingiu um de seus olhos, uma flecha, prateada como um raio lunar
Quione amaldiçoou em grego antigo de todas as formas que podia, logo uma bela mulher de longos cabelos ruivos e olhos prateados penetrantes como a lua surgiu, corria mais rápido que qualquer animal, e tinha uma áurea de poder que faria qualquer um recuar. Atirou incontáveis flechas que apenas se partiram ao se chocarem contra a pele escamosa da criatura, a deusa pulou sob sua cabeça gigantesca, desembainhou duas facas de caça de mesma largura aos seus braços e perfurou ambos os seus olhos, Ártemis pulou da cabeça assim que a outra tentou lhe abocanhar fazendo o monstro começar a brigar consigo mesmo. Enquanto isso, mais discretamente outra mulher se aproximava, usava uma armadura de combate completa, tinha longos fios de cabelo negros e olhos cinzas tempestuosos, trazia em suas mãos uma lança feita inteiramente de bronze celestial, e um escudo de mesmo material, atirou a lança na criatura, a arma se fincou entre os pescoços da fera, onde devia se encontrar o coração, mas a mesma simplesmente abocanhou a lança e a cuspiu mirando em Atena, a deusa desviou com uma cambalhota bem executada, saltou e bateu o escudo contra uma das cabeças da fera, o escudo rachou e se dividiu em dois, Ártemis sacou suas facas de caça e com um pulo esfaqueou o pescoço direito do monstro, ele tombou para o lado apenas sua cabeça central permaneceu de pé, logo foi cercado pelas duas olimpianas, ergueu as enormes asas e voou por cima da cabeça de ambas, com a cauda as derrubou, as pressionando contra o gelo que ameaçava se quebrar. Quione se ergueu lentamente, as pernas ainda bambas, atirou a a espada como um dardo, a espada fez um talho nas costas da besta que rugiu, seus olhos irradiando fúria quando se virou para Quione, com as garras abriu três enormes fendas no peito da deusa, se ergueu com a única boca restante aberta e desceu tão rápido quanto o pensamento, a deusa esperou seu fim, mas ele não veio, envés disso, um homem de meia idade apareceu, tinha a pele bronzeada, assim como cabelos negros rebeldes, seus olhos eram verdes e inconstantes como o mar, ele ergueu o tridente que portava na mão direita e um géiser brotou do gelo, logo a água se solidificou e perfurou o corpo da criatura, Poseidon lançou o tridente que se fincou profundamente no pescoço da fera, Atena atirou novamente a lança, que dessa vez se fincou na testa da besta e por fim, Ártemis decepou sua cabeça com as facas, ao invés de se dissolver em areia dourada, a carcaça da criatura borbulhou e virou gosma negra, se dissolvendo e penetrando lentamente no gelo
Os três Olimpianos se voltaram para Quione que se encolhia e tremia levemente no gelo, já manchado de sangue dourado, Ártemis correu em sua direção e estendeu as duas mãos sob seu corpo, uma luz prateada cegante inundou o local, porém a ferida não demostrara sinal de fechar
–O que ela estava pensando em vir enfrentar um monstro terrível como esse sozinha?- sussurrou Atena- uma simples deusa menor
–Precisamos sair desse local, sinto minha energia sendo drenada, como a água da chuva escorre para o mar- disse Poseidon, seus olhos estavam turbulentos, como o mar em seus piores dias, logo Ártemis começou a soluçar, ambos os deuses se viraram em sua solução e viram o motivo, o corpo da deusa tornava-se névoa gelada lentamente, Quione era uma deusa jovem, e Artemis sendo apegada as donzelas....
Em três flashs de luzes coloridas, todos desapareceram, a tempestade de neve ruindo em seus ouvidos quando chegaram ao Olimpo
–Rápido! Chamem Apolo e informem Boreas- disse Atena
–E o que devemos dizer?- perguntou Poseidon
–A verdade, que sua filha Quione lutou contra um oponente que não pudera derrotar e está a sombra da morte

–--------------X---------------

A milhares de quilômetros do Olimpo, num local onde poucos deuses se atreveram a ir, no mesmo local em que a besta mandada pelo princípio fora derrotada, a gosma negra que se tornara se fundia com o gelo, até ter vários cristais impregnados na substância negra como o breu, o gelo derreteu e a gosma se espalhou pela água, que borbulhou como se fervesse numa temperatura superior a mais quente forja de Hefesto, logo o líquido se lançou sob a superfície, formando uma enormes garras de dois metros, em seguida as cinco cabeças e seus longos pescoços de nove metros de altura, seus olhos eram órbitas brancas puras, tinha dentes de mesmo tamanho de espadas, seu corpo emergiu da água negra, era longo e esguio, tinha duas enormes caudas bifurcadas e asas enormes deformada
A besta olhou para a caverna agora destruída abrindo a boca lentamente, um fogo branco saiu de lá em ondas atingindo os estilhaços da caverna, os reduzindo a pó, olhou satisfeita para sua destruição, ergueu as asas, decolou e se atirou em direção ao mar, por onde passava a água escurecia virando veneno, que se igualava ou superava até mesmo ao da Pyton, suas enormes patas viraram enormes tentáculos, sua cauda mudou de forma até parecer um remo, nadava tão rápido que parecia um flash em baixo d'água, aumentou a velocidade e em minutos viu sua presa, em uma cama de casal dois seres se encontravam de mãos dadas, os olhos fechados em quanto dormiam serenamente, o corpo da criatura se alongou novamente, se tornando metade serpente, metade dragão. Se enroscou na cama e seus dentes desceram sob os peitos de ambos os primordiais, durante um segundo momento o mar pareceu ferver, bolhas subiram a superfície e a água se tornou turva e doentia, então tudo se apaziguou, a fera enterrou mais fundo os dentes e o mar gemeu, como se sentisse a dor que ambos os seres sentiam
A bilhões de anos luz da terra, uma fina linha azul se abria, uma passagem tão pequena que seria imperceptível, do outro lado, um ser gigante de doze metros cinza-esbranquiçado sorria lentamente, logo sua besta acabaria com a energia dos patéticos primordiais, e a criação, assim como o universo afundariam sob seus pés

–------------X--------------

O Olimpo estava um Caos, ninfas, sátiros e draines corriam para lá e para cá, buscando ervas e remédios para o deus da medicina. O mesmo já trabalhava a sete horas, e o senhor do vento norte se encontrava impaciente em frente as portas da enfermaria
–Maldito deus do sol, maldita demora, maldito monstro, malditos todos aqueles que....- o deus foi interrompido quando a porta se abriu com um estrondo e um Apolo pálido saiu de lá, suas mãos estavam ensopadas de sangue, o suor corria pelo seu rosto e pescoço, seus olhos brilhavam mais do que nunca, irradiando poder e autoridade
–Ela perdeu muito sangue- murmurou ele- está além dos meus conhecimentos e medicamentos, o ferimento está fechado, mas aquilo drenou não apenas sua energia vital, mas também sua energia divina
–Ela vai morrer?- Apolo ouviu a voz trêmula, se virou e viu uma jovem de longos fios loiros encaracolados, era magra e esbelta, mas suas íris azuis estavam negras, manchados de vermelho após tanto chorar
–Ela vai vegetar por alguns anos, vai murchar enquanto sua divindade é apagada da história e por fim... Sim, ela vai morrer, desvanecer até não passar de uma simples memória
Aura desabou chorando no peito do pai, o mesmo estava atônito demais para falar alguma coisa, poucas lágrimas geladas caíram pelo seu rosto, quando o deus do sol se pronunciou
–Existe uma solução- Aura e Bóreas pareciam ambos terem levado, tapas no rosto, que demonstrava apenas incredulidade
–DIGA DEUS DO SOL- berrou a deusa da brisa gelada
–Você é irmã gêmea de Quione, ambas tem um laço inexplicável até mesmo para os deuses, além disso, ela tem um poder incrível correndo pelas veias, se você der sua energia divina a ela ela irá sobreviver, mas isso lhe deixará em estado vegetativo até que por sua própria força de vontade você consiga acordar, mas você tem apenas um século para acordar, ao contrário irá desvanecer- disse o deus sombrio
–Um século? Eu posso fazer isso!
–Não é uma tarefa fácil criança, apenas duas vezes isso foi tentado, e em ambas o corpo divino de quem executou a transferência desvaneceu de modo incrivelmente doloroso
–Minha filha, pense bem, deve... Deve haver outra manei...
–Não pai- o cortou Aura- Essa é minha decisão final- e com surpreendente coragem a deusa marchou até a enfermeira, caminhando, para o que talvez fosse seu fim
Mas quem sabe...
Também poderia ser um novo começo


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, eu sei que estão querendo me matar, mas a escola vem sugando cada vez mais de mim, esse cap. Devia ser postado no carnaval, mas o resultado? Minha mãe não havia instalado a internet de onde ficamos, ia postar ontem, mas esperei para ver se atingia a meta de cinco comentários que eu pedi, e bem é isso, com 6 comentários posto o prox. Quanto mais comentários, mais feliz eu fico, mais criatividade eu tenho, mais rápido eu posto, há sim, eu estava achando a sinopse da fic, muito fraca, então mudei um pouco ela, obrigado pela sua atenção

~Filho da Noite e do Mar