Da sua, Hazel Grace. escrita por Winger


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Chorei escrevendo, espero que chorem lendo.



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Augustus,

As coisas tornaram-se mais difíceis depois que você se foi. Eu ainda mantive contato com Isaac, mas nunca é a mesma coisa sem você. Não se preocupe, ele não arranjou nenhuma outra “Mônica”, ainda bem. Seus pais ainda falam comigo de vez em quando. Minha mãe sempre os chama para jantarem conosco, e na maioria das vezes eles sempre aceitam. Peter Van Houten eu nunca mais vi, mas não é como se eu quisesse vê-lo de novo.

Sinto falta das coisas que fizemos. Você deixou um vazio aqui. Sinto muita falta de jogar videogame ao seu lado, vendo você acabar com os adversários apenas para que eu não morresse. E digamos que você teve de fazer isso várias vezes, já que eu era horrível naquele jogo.

Depois que você partiu eu nunca mais li Uma Aflição Imperial, acredita? Bem que tentei, mas não tem mais a mesma graça. E, claro, ainda tem aquele velho bêbado que é o autor do livro, mas não gosto de lembrar dele. Gostaria que você estivesse aqui para nós construirmos um final juntos, como nós tínhamos tentado outras vezes. E, talvez, só talvez, escrevermos um final para nossa história também. Um diferente.

Desculpe por não ter sido lembrado do jeito que você queria. Infelizmente, não posso dizer que o mundo todo sofreu com sua morte. Mas, sabe, eu sofri. E talvez isso não seja o suficiente para você, mas se eu morresse hoje e soubesse que você sofreu com a minha morte, eu ficaria satisfeita, porque saberia que realmente fui importante para você. E é exatamente isso o que está acontecendo agora.

Sim, eu estou morrendo. Semana passada, acordei com uma dor insuportável, mamãe me trouxe ao hospital e estou aqui até agora. Fiz vários tratamentos, mas é como você disse, nós sempre conseguimos perceber quando nada está fazendo efeito. E ontem o médico que estava me acompanhando entrou no quarto e começou a conversar baixinho com minha mãe, enquanto me olhava de relance. Apenas perguntei quanto tempo eu tinha, e ele respondeu que eu ia viver uma semana, no máximo. Eu sei que só se passou um dia, mas posso sentir, Augustus. Chegou a minha hora. E eu estou escrevendo essa carta porque, já que antes de morrer você me deixou uma (que não foi exatamente direcionada para mim, mas não importa), eu achei justo deixar outra para você, mesmo sabendo que nunca vai lê-la. E eu estou indo em paz, porque se realmente existir alguma coisa depois dessa vida, tenho certeza de que vou me encontrar com você lá.

Fico imaginando, caso exista um céu, e eu for para lá: será que poderemos beber estrelas mesmo estando entre elas? Adoraria provar aquilo de novo. Principalmente se estiver ao seu lado.

Esse é o problema delas, sabe? Das estrelas. Elas estão longe demais. São lindas, e nos fazem querer pegá-las, mesmo sabendo que não podemos. Elas tem uma grande culpa em relação à nossa frustração. Culpa por nos fazer querer sempre mais, por nos fazer querer o que não podemos ter, culpa por nos fazer querer alcançar o inalcançável.

Não que eu esteja me lamentando pelo meu câncer. Não trocaria o que vivemos pelas infinitas idas ao shopping que eu teria com amigas, pelos infinitos garotos que eu beijaria, e nem pelas infinitas corridas que eu correria. Meu tempo com você foi breve, mas, ao mesmo tempo, eterno. E essa é a melhor das contradições que eu já vivi.

Não importa quanto tempo passe, eu te amo no presente do indicativo.

Da sua,

Hazel Grace.

P.S.: Okay.


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Notas finais do capítulo

Repostei essa one-shot para adicionar algumas partes e corrigir outras. Espero que tenham gostado.
E deixem comentários, por favor, seu dedo não vai cair.
Beijos,
Camila Rocha.



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