As Quatro Estações da Minha Vida... escrita por Elaine


Capítulo 3
Capitulo 02: Poderia ser magia, não é?!


Notas iniciais do capítulo

Aê, pronto, ta postado, espero que leiam e curtam



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Ele corria apressado pelos corredores, estava ansioso, tinha esperado o fim de semana todo por aquele momento de novo.

Não era bem a escola que ele queria ver, mas sim quem estava na biblioteca, Natsu queria muito vê-la e sabia que ela estaria no mesmo lugar, no mesmo cantinho e sempre na mesma hora.

Quando ele estrou na biblioteca, não fez a barulheira costumeira, entrou sorrateiramente querendo surpreender Lucy, assim que ele pôs o primeiro pé pra dentro do lugar, Happy já o veio recepcionar. Natsu pegou o gato azulado e caminhou entre as pratilheiras e viu a loira.

Lucy estava em pé na frente da janela conversando ao celular, a primeira coisa que o rosado percebeu era o semblante preocupado e irritado da loira, ele optou por escutar a conversa.

— Hummm... eu sei — disse e colocou uma das mãos na janela se apoiando — Vou falar com ele depois — seu tom de voz preocupava ele, ela estava aflita — Ele piorou, né? — perguntou receosa — Ah... entendo — agora ela parecia deprimida e triste, fez-se um silencio até que Lucy arregalasse os olhos — O que?! — se surpreendeu, ela apertou a mão que apoiava na janela — Não, não pode... Sra. Mellanya, por favor, não o deixe saber — fez uma pausa — Mas, se ele descobrir ele vai... Ele pode...

Lucy se calou ao ouvir a pessoa do outro lado da linha gritar, Natsu pode reconhecer a voz dizer algo como ele é o seu pai, depois disso Lucy não voltou a responder, ela desligou o celular.

— Droga — sussurrou pra si mesma, frustada — As coisas só tem piorado.

Natsu não pode se conter mais, ele precisava saber se estava tudo bem.

— Luce? — chamou — Algum problema?

— Hã?! — Lucy se virou pra ele um pouco surpresa, ela nem mesmo desconfiava que ele estivesse ali — O que disse?

Natsu suspirou e se aproximou dela, sentando-se embaixo da janela com Happy nos braços.

— Perguntei se estava tudo bem — disse passando a mão no fino pelo azulado do bichano.

Lucy mordeu o lábio inferior por dentro, tentada a dizer tudo à ele, porem decidiu que isso não ajudaria em nada.

— Ah, sim, esta tudo bem — e forçou um sorriso que ele descobrira ser falso de imediato.

Lucy não queria trazer problemas à ninguém, nem pra sua família, para os empregados ou pra Natsu, principalmente para o garoto, que a tratava com naturalidade e não sabia de nada, talvez fosse um pensamento inocente de que ele nunca saberia de nada, mas, bem, para Lucy era algo que ela adoraria que nunca acontecesse.

A loira suspirou e olhou em volta, procurando sobre as mesas o livro que mais cedo ela havia começado, ela o encontrou em cima de uma das mesas perto das pratilheiras, a garota correu até lá, pegou o livro azul e branco e voltou pra onde o rosado estava, embaixo da janela, e se sentou-se ao seu lado.

Natsu inclinou a cabeça pro lado, podendo, assim, ver o titulo do livro.

Alice no país das maravilhas. — leu em voz alta, Natsu arqueou uma das sobrancelhas — Fantasia? Você gosta de fantasia? — perguntou um pouco surpreso por esse ser o tipo de livro que ela lia.

— Ah, sim, livros de fantasia e aventura são, simplesmente, maravilhosos — fez uma expressão mais relaxada e sorriu mais suavemente, ele não deixou,de perceber o sorriso puro que ela deu — São sempre cheios de magia e alegria, é emocionante — ela desviou o olhar pra ele, que estava com um olhar diferente do usual e sorria de um lado da boca — O que foi? — perguntou um pouco incomodada com aquela situação.

— Não é nada — desviou o olhar pro gato que dormia no seu colo — E que eu sempre achei que você gostava de romances policiais ou coisas do tipo — fez uma pausa desviando o olhar de novo pra ela - Sabe, essas coisas de amor.

Lucy voltou o olhar pro livro no colo e acariciou a capa, como se fosse uma das coisas mais preciosas de sua vida.

— Eu gosto de tudo, mas, como você disse, gosto especialmente de romances — por um segundo, Natsu pensou ter visto o olhar dela se distanciar, apenas um segundo, mas logo ela se virou pra ele com um brilho no olhar — Né, Natsu — chamou ele — Você acredita em magia? — perguntou cheia de euforia na voz.

— Magia? Tipo, fadas e unicórnios? — perguntou levantando a sobrancelha e cruzando os braços — Acho que não -— ela riu.

— Não, Natsu, não magia de fadas e essas coisas, ta mais pra magia que... magia que... — ela parou pra pensar, ela fechou os olhos e juntou as mãos junto ao peito — Magia que não se vê, mas se sente — se levantou puxando ele pra que se levantasse também — Como o amor.

— Entendi — disse e rodopiou ela — A Magia, que você diz, é aquela que você sente e deixa uma boa sensação — e começou a girar com ela, em pequenos círculos pela sala, sem a menor coordenação, Lucy ria como Natsu nunca viu.

— Isso mesmo, você acredita? — perguntou e ele assentiu — Eu também acredito, eu acho que muitas coisas nesse mundo são a mais pura magia.

Natsu e Lucy param de rodar e caíram no chão rindo.

— Serio? Tipo o que nesse mundo é magico pra você — virou pra ela, ainda deitado e apoiou o rosto nas mão.

— Coisas como destino, ele é uma magia — sorriu.

— Destino? Não, acho que não — disse pensativo, Lucy dirigiu o olhar pra ele, como se perguntasse o por quê — Eu acho que, por ser destinado, já foi pré-determinado por alguém, e isso não é algo magico.

Lucy pensou no que ele havia dita, fazia sentido nas suas palavras, mas Lucy não pensava daquela forma.

— Eu descordo — exclamou chamando a atenção dele — Mesmo que o começo do seu destino tenha sido determinado por alguém, mesmo assim, o destino é da pessoa, é ela quem o comanda — Natsu estranhou o modo de falar dela, parecia que Lucy falava de si mesma — Apesar de não poder escolher o lugar que se quer nascer e crescer, ainda assim são as suas escolhas que refletem no seu futuro e que moldam o seu destino, não são os seus pais ou o lugar onde vive.

Parou de falar, o modo que Lucy mudou foi radical, ela não parecia mais tão alegre, Natsu queria ajudar, vê-la daquela forma era estranho pra ele e ele não gostava. Ele se sentou e pegou o livro.

— Bem — disse, ia por um fim naquele assunto — Seja como for, nunca iremos descobrir, então, não importa — a loira se sentou também e o gato pulou no seu colo.

— Tem razão — disse e abaixou a cabeça — Obrigada, Natsu — sussurrou pra ele que lhe encarou com o cenho franzido.

— Por que agradeceu? — perguntou um pouco confuso.

Lucy erguei a cabeça, sorrindo largamente.

— Por ser meu amigo.

Natsu a princípio se surpreendeu, mas logo tratou de sorrir largamente, como ela.

— Não agradeça, se não terei que agradecer à você também por se tornar minha amiga.

Lucy e Natsu sorriram um para o outro, ela se sentou mais perto dele, abriu o livro e leram junto o conto de maravilhas.

Mesmo sem perceber, eles dois já eram muito próximos, viraram grandes amigos, dando sorrisos sinceros, de coração, um para o outro, nem mesmo se incomodavam com a presença do outro, a amizade que eles construíram um com o outro em pouquíssimo tempo foi natural, não foi forçado ou por interesses, Natsu confiava nela como nunca confio em alguém e Lucy confiava no rosado como se fosse a pessoa mais próxima a ela, um fazia o outro feliz apenas por conversarem, eles eram felizes.

[...]

Quando Lucy terminou de ler o livro, fechou ele e deixou ao seu lado, suspirando, ela estava ansiosa esperando pra que ele chegasse logo na esquecida biblioteca da escola, queria absurdamente vê-lo, queria conversar com ele, seu único amigo, a quem ela simplesmente aprendeu a gostar, desde o primeiro momento que ela se permitiu chama-lo de amigo, ela descobriu varias coisas sobre ter um amigo, ele a fazia sorrir tão facilmente, ela descobriu que ter uma amizade era algo bom e maravilhoso, era fantástico, era, simplesmente, o normal.

Ela pegou o celular e viu o horário, estava quase na hora dele chegar, ela estava tão ansiosa pra ele chegar que acabou mais uma vez mergulhando nos seus pensamentos sobre ter um amigo, perdendo todo e qualquer contato com o mundo exterior. Até que seu celular apitasse despertando ela dos seus devaneios, ela abriu o aparelho e rolou os olhos sobre a mensagem que havia chegado.

"Onde a senhorita esta, Lucy-sama?"

Erza Scarlet.

A loira digitou rapidamente uma resposta e enviou.

"Estou na biblioteca da escola. O que aconteceu?."

Lucy Heartfilia.

E quase tão rápido quanto a mensagem de Lucy foi enviada, a resposta chegou.

"Jude-sama esta te chamando. Não saia dai, vou te buscar."

Erza Scarlet.

A loira comprimiu os lábios e aparteou o aparelho nos finos dedos, para Jude querer falar com ela, era porque ele queria que ela fizesse algo pra ele que, muito provavelmente, lhe traria dinheiro ou beneficio.

Ela teve muita vontade de chorar naquele momento, seus olhos até umedeceram, mas ela não conseguiu chorar, simplesmente não saia, ela suspirou e encolheu a pernas, colocou os braços rodando os joelhos e encostou a testa nas mãos.

Ela ouviu a porta ser aberta e logo depois fechada, ela achou que fosse Natsu e levantou o rosto, e constatou que realmente era ele, o de cabelos róseos estava em pé na frente dela, ele não disse nada e nem pretendia, ele se agachou na frente dela e pôs a mão na cabeça dela e sorrindo logo depois, Lucy devolveu o sorriso grandioso e exagerado dele com um sorriso um tanto fraco de canto.

Natsu franziu o cenhos e se sentou ao lado dela, definitivamente algo tinha acontecido com ela, ele sabia que algo a tinha deixando abatida, ele decidiu não perguntar nada.

— Né, Lucy — chamou ela — Você não precisa me contar o que aconteceu — disse com a voz monótona e reconfortante — Mas, não guarde magoas pra si, quando elas tentarem te deprimir, expulse-as de dentro de você e me chame, ficarei feliz em varrer ela pra fora — a frase dele não fazia muito sentido, mas a fez rir.

— Me sinto melhor agora, Natsu — disse sorrindo verdadeiramente pra ele agora — Obrigada.

Eles ficaram naquele silencio por um bom tempo, não precisavam e nem queriam falar nada, aquele era um momento perfeito dos dois, para Lucy especialmente, em todos os seus dezessete anos de idade, ela não lembrava um dia sequer dela ficar tão descontraída quanto naquele momento de plenitude silenciosa e magica.

O clima leve que tinha surgido naquele momento, foi despachado quando alguém entrou desesperado na sala, os dois se levantaram rapidamente do chão e encaram a figura ruiva ofegante que dirigiu o olhar pra loira.

— Lu...cy-sama... eu vim para... te buscar.... Jude-sama esta... querendo falar com você — disse recuperando o folego.

Lucy suspirou pesadamente e assentiu pra ruiva, que saiu da sala dizendo que ia espera-la do lado de fora, a loira se virou pro garoto.

— Me desculpa, mas tenho que ir — disse e lhe deu um sorriso meio culpado por ter que ir — Certifique-se de estar aqui amanhã — sorriu pra ele e saiu, mas meio segundo depois voltou — Natsu, você... — tentava dizer algo e suas bochechas avermelharam — Você não quer ir até a minha casa? — perguntou encabulada e sem jeito.

Natsu também corou um pouco mas respondeu de imediato.

— Tem certeza? Não é melhor deixar pra outro dia? — perguntou um pouco envergonhado.

— Eu gosto de fazer tudo quando der vontade, em vez de deixar pra amanhã, venha hoje, amanhã pode não dar mais tempo — disse sorrindo e Natsu assentiu.

Natsu não entendeu muito bem o significado daquelas palavras, ele não sabia porque ela havia falado que talvez amanhã já não de mais tempo, mas ele preferiu esquecer aquilo por enquanto, não feria diferença alguma de deixasse uma coisa ou outra pra depois, pra ele sempre há tempo e sempre haverá.

Mas, infelizmente, ele não sabia que ela estava certa, não havia mais tempo e aquela frase foi a primeira pista do fim, que não estava muito longe.


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Notas finais do capítulo

Comentem linjas q minha felicidade vai as alturas ^.^



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