As Quatro Estações da Minha Vida... escrita por Elaine


Capítulo 15
Capitulo 14: Decisões drásticas...


Notas iniciais do capítulo

Yo, como vão, mais um cap

Aiai, a fic ta chegando ao fim, já esta nas restas finais :'( meio triste isso

Boa leitura!!!



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Um grito fino cortou a garganta de Lucy.

Suava como nunca, as mãos tremiam, a garganta estava tão seca que chegava a doer.

Tinha a sensação de ter tido o pior pesadelo da sua vida, um medo enorme a deixava desnorteada, nem mesmo lembrava do que tinha acontecido, ou de onde estava.

Passou a mão no rosto e puxou todo o cabelo pra traz, tentou se acalmar e olhou ao redor.

Estava escuro mas ela pode notar que tinha algumas máquinas ao seu redor, e um tubo de soro estava injetado no seu braço.

Ela estava em um hospital, isso ela já conseguia deduzir, mas...

Por que ela estaria no...?!

Seus olhos se arregalaram, e o sonho da noite passada invadiu sua mente.

— Ah, não... Não... — ela olhou para as próprias mãos, aquilo não podia ser real, não podia... Não podia...

Mas...

Foi real... Aconteceu mesmo...

Seus olhos se umedeceram, e nem se preocupou em segurar as lágrimas, deixou que rolasse pelo seu rosto pálido e sem se preocupar consigo mesmo, arrancou o tubo do braço.

Uma dor horrível se alojou ali, e um pouco de sangue escorria pelo seu braço até pingar no chão, Lucy pegou um pano qualquer que estava no quarto e precisou contra a ferida.

Se levantou da cama, e com os pés descalços mesmo rumou até a porta.

O corredor estava escuro também, com certeza aquele era o hospital que seu pai estava.

Será que ele já sabia que ela estava lá?! Será que ele sabia do acidente?!

Com os passos meio cambaleantes e a visão embaçada, ela procurava a UTI, com certeza era lá que ele estaria.

Quando avistou a ultima sala do corredor e uma placa vermelha ligada com as siglas UTI, ela queria poder correr, mas seu corpo ainda fraco, muito fraco, não a permitia, se ela não estivesse forçando tanto o corpo pra poder andar, ela sentia que poderia desmaiar.

Lucy se apoiou na porta e espiou pela vidraça que tinha ali.

Alguns médicos se moviam apressadamente tentando salvar aquela vida, o corpo imóvel na cama dava um ar de desespero em Lucy, não era qualquer um, era Natsu ali, o rosto estava todo machucado, o peito estava desnudo, a mascara de oxigênio forçava o rosado a respirar e os médicos faziam algum tipo de operação.

A máquina que ligava aos batimentos cardíacos de Natsu estava devagar, estava aos poucos parando, diminuindo, estava fraco.

Se aquilo continuasse...

Natsu iria morrer...

Subitamente, a máquina zerou, fazendo um som alarmante, e assustando a todos ali, um dos médicos pegou o desfibrilador... uma... duas... três vezes até que, bem fraco, o coração de Natsu batia de novo.

Lucy bateu a mão fracamente na vidraça.

— Natsu... por favor... Não faz isso — implorou, aquilo estava se tornando uma tortura, e o pior era que tudo aquilo era sua culpa — Natsu...

Lucy sentiu os joelhos cederem, ela se apoiou na porta e escorregou até sentar no chão, o corpo fraquejava, não tinha mais forças nem para levantar o braço, a respiração se tornava escassa, a dificuldade de manter a consciência já era evidente.

O braço que estava com o soro antes agora estava dormente, o sangue já manchava o pano, a tontura e o enjôo se tornava incomoda, havia perdido muito sangue.

Os olhos pesavam, e ela sentia que não aguentaria muito, mas ela não queria dormir, queria esperar até que os médicos dissessem que Natsu estava bem, que ele sobreviveria, e acima de tudo, ela não queria sonhar, o pesadelo do acidente contaminaria seus sonhos, e tudo que ela menos queria naquele momento, era reviver aquele terror.

Mesmo assim, seu corpo a traíra, e fechou os olhos relutante.

— Na... tsu... — sussurrou o nome dele e logo depois caindo pro lado e perdendo a consciência, e tendo o pesadelo que tanto temia.

Uma enfermeira que vinha pelo corredor levou um susto ao ver a menina caída no chão sangrando.

— Ah, meu Deus — horrorizou-se com a quantidade de sangue manchando a pele dela.

A enfermeira bateu na porta da UTI, chamando um dos médicos que saiu meio aborrecido por ela o interromper. Antes que ele pudesse reclamar, teve a visão de Lucy jogada no chão com a enfermeira ao seu lado, tentando estancar o sangue que fluía pelo braço da garota.

— O houve aqui? — perguntou o médico quando foi socorrer a loira.

— Eu... eu não sei... Quando cheguei ela já estava assim — disse a mulher meio em panico.

O homem pegou a menina no colo quando o sangue não saia mais e olhou a pulseirinha que Lucy tinha no pulso e deu um suspiro.

— Eu já sei o que deve ter acontecido — comentou indo começando a andar — Ela deve ter acordado sem ninguém e veio procurar pelo namorado — suspirou olhando o rosto desacordado de Lucy — Ela ficará bem, possivelmente acordará amanhã.

Rumou até o quarto dela, a colocou na cama e recolocou o tubo de soro no seu outro braço.

[...]

Lucy tinha estancado no lugar.

Um caminhão. Era isso que Lucy via, um que logo bateria nela.

O medo se alojava em si, era como se ela tivesse perdido os sentidos, não ouvia, não falava.

Seus pensamentos estavam tomados por uma coisa:

"— Um caminhão... Um caminhão... Um caminhão... Um ca-...."

— Lucy — a voz de Natsu a despertou do transe.

Apenas do transe.

Natsu estava correndo, correndo até ela, correndo para salva-la.

Lucy, tentou se mover, mas seu corpo não a obedecia, estava paralisada de medo, o corpo temia tanto que parecia que ia cair.

Ela olhou para os próprios pés, estava com medo e raiva; medo pelo que podia acontecer e raiva por não conseguir fazer nada, por ser uma causadora de problemas.

Um pouco antes do caminhão bater nela, Natsu a empurrou pro lado, foi o segundo mais demorado e que Lucy jamais esqueceria.

A expressão dele.

Naquele segundo, Natsu murmurou alguma coisa, que na hora, ela não conseguiu identificar, seu olhar de alívio era tão doloroso pra loira, era ela que estava em agonia desta vez.

E então a batida foi certeira nele.

O caminhão pegou de raspão nela, e quando seu corpo tocou o chão, sentiu a cabeça bater com força e uma dor forte a atingiu.

Mas ela ainda pode ver aquilo. Ela viu o impacto da batida, o corpo do rosado sendo arremessado pela rua, o caminhão derrapando, o motorista descendo desesperado e chamando a ambulância, viu o homem vindo ao em sua direção enquanto levantava com dificuldade.

— Você esta bem? — perguntou visivelmente despertado, mas Lucy não se importou.

A loira levantou e, cabalmente, foi em direção do rosado, a visão se tornava um pouco turva, mas não parou momento algum de andar.

Quando chegou até ele, despencou no chão de joelhos, pegou a cabeça dele e colocou-o sobre o colo, mexendo levemente no cabelo róseo.

— Natsu... Natsu, acorde... por favor... — clamou, enquanto mexia no cabelo dele, sentiu algo quente, quando foi olhar, era vermelho e espesso, "sangue".

Ela juntou as sobrancelhas e voltou a fazer carinho nele, sentiu os olhos se encherem e as primeiras gotas caírem, as lágrimas molhavam suas bochechas e caíam sobre a testa do rosado.

Aos poucos, e com muito esforço, Natsu abriu os olhos brevemente, seu olhar tão cansado deixava evidente a fraqueza que ele sentia.

Quando Natsu olhou pra cima teve a visão do rosto choroso de Lucy com um fraco sorriso abatido.

Ele levou a uma das mãos até o rosto dela, e limpou com o dedo as trilha de lágrimas.

Ele fechou os olhos e mexeu os lábios em uma fala muda, não conseguiu emitir sons.

"Não chore..."

Lucy pegou a mão de Natsu e apertou contra a bochecha, segurando as lágrimas agora.

— Não vou chorar... — sussurrou de volta.

Natsu se sentiu aconchegado ao ouvir a voz melodiosa de Lucy, dava até vontade de dormir.

Com dificuldade, ele moveu os lábios de novo, em outra fala muda.

"Luce... estou... com... sono..." movia pausadamente, como se quase não estivesse mais acordado.

Lucy, se desesperou, apertou a mão de Natsu como um pedido sutil para que ficasse ali, com ela.

— Não dorme... por favor... Não dorme, Natsu — implorou, mas Natsu parecia não a escutar mais, e sua respiração também estava fraca, ao longe, Lucy já conseguia ouvir o som da sirene da ambulância — Aguenta mais um pouco, eles já estão quase chegando — balançou levemente o corpo do rosado, mas não ouve reação.

— Neh, Natsu — chamou e de novo, nada, Lucy tocou o rosto dele, gelado — Natsu... Por favor... fica comigo... Natsu... Natsu... Na...

[...]

Lucy acordou bruscamente ao ser balançada por uma enfermeira.

A loira se sentou na cama de hospital, e olhou a mulher, ela estava assustada, parecia que tinha visto um fantasma, e ao mesmo tempo, em pânico.

— Graças a Deus, você acordou — murmurou pra si mesma, aliviada — Me desculpe lhe acordar assim, mas parecia que a senhorita estava tendo um pesadelo — explicou a enfermeira.

No mesmo segundo, Lucy lembrou-se do tal pesadelo, as memórias frescas do acidente ainda zumbiam em seus ouvidos, o som da buzina, a freada brusca do caminhão, a batida e... o silêncio que Natsu mantinha.

Ah, Natsu...

A loira levou as mãos até o rosto e o cobriu, sentia todos os sentimentos ruins que poderia identificar.

Ódio de si, desprezo, desespero, medo, remorso, arrependimento, tudo que a fazia culpada.

Uma batida se leve no seu quarto a fez despertar desses pensamentos odioso de si, com a voz levemente arrastada e rouca, disse pra-quem-quer-que-fosse para entrar.

Quando viu quem era, quis pular nela e chorar suas mágoas até não poder mais.

— Erza... — disse o nome da ruiva com a voz bem trêmula, mais uma vez queria chorar — Ele... ele não devia ter feito aquilo... Erza... o Natsu... ele é um idiota... — as lágrimas voltavam a embaçar a sua visão.

Lucy olhou pra mãos que estavam em cima do colo e apertou o lençol.

Erza nada disse, apenas sentou-se ao lado da amiga e passou a mão pelo topo de sua cabeça, afagando o seu cabelo dourado.

— Tudo bem... tudo bem... — foi a unica coisa que disse.

A loira levantou o olhar, quando contemplou o olhar compreensivo de Erza, só pôde se jogar em cima dela, lhe abraçando e sendo abraçada.

— Erza... Erza... eu... é minha culpa... — soluçou, tendo alguns tapinhas calorosos nas suas costas.

Shhh... apenas... se acalme...

Lucy então não falou mais nada, deixou-se chorar até todas as suas lagrimas tivessem secado.

[...]

— E agora? Como se sente? — perguntou a ruiva lhe entregando um copo com água, que Lucy aceitou de bom grado.

— Um pouco melhor — murmurou ao tomar um pouco de água.

Ficaram em silêncio até o som da porta se abrindo as fizesse encarar o médico que entrará no quarto.

O homem não parecia nada despreocupado, estava sério, muito sério.

— Lucy... — chamou fechando a porta atrás de si.

— Sim?

— Eu tenho duas notícias para te dar — começou — Uma é que conseguimos estabilizar o estado do Natsu — deu um pequeno suspiro aliado, e uma pequena esperança surgiu em Lucy.

— E a segunda? — incentivou ao homem que continuasse.

— Bem, a segunda é a que preocupa... — disse com um leve tom de preocupação — Não vamos conseguir manter ele assim por muito tempo, precisamos que você faça a transferência dele pra um hospital privado, onde tem mais recursos.

Um clima tenso se formou no quarto, o médico, feito o seu dever, tratou de sair de lá, deixando que Lucy e Erza resolverem o que fariam.

— Mas que droga... — praguejou, era poucas as vezes que Lucy falava assim — E agora? Eu não vou ter o dinheiro, e o pai também esta falindo, o que vou fazer?

— Calma, Lucy, deve ter um jeito — otimizou a situação recebendo um estalar de língua de Lucy.

— Não tem jeito, Erza, eu não sei o que fazer, estou per...

Quando Lucy ia se dar por vencida, uma memória tomou-lhe os pensamentos.

Lembrou-se do momento em que Natsu havia lhe empurrado, e das palavras que ele murmurará.

"Sua boba... me perdoe pela briga..."

Fora exatamente isso que ele havia dito, sem por nem tirar.

Lucy curvou os lábios levemente, um sorriso raso e meio triste tomou-lhe conta, ela já sabia o que devia fazer.

— Erza... — chamou, tendo a atenção da ruiva — Me ajude a ir até o quarto do papai — pediu já se levantando da cama.

Erza correu pra ajuda-la, mas ainda estava meio confusa, não estava entendo nada.

— Jude-sama? Por que? — perguntou meio curiosa.

Lucy olhou diretamente para a ruiva, lhe mandando um sorriso amargurado.

— Eu... Já sei como vou transferir o Natsu... — disse olhando o corredor, seu olhar era sério — Eu vou... fazer um acordo com o meu pai...

No mesmo momento, Erza entendeu do que se tratava, afinal, a ruiva estava ciente de tudo sobre os Heartfilia. Ela parou no mesmo momento de andar.

— Não diga que você...?! — interrogou quase a si mesmo, e recebeu um olhar sugestivo de Lucy, aquele que diz "É isso mesmo que esta pensando" — Mas, Lucy, isso pode levar tempo... muito tempo... — avisou e Lucy deu de ombros.

— Não tenho outra escolha... — disse meio desanimada, voltaram a andar.

Lucy tinha completamente ciente do que faria e das consequências do que isso traria, mas ela não se importaria de arcar com tudo, se assim ela pudesse salvar Natsu, então não se importaria de se sacrificar um pouco.


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Notas finais do capítulo

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