Trilogia Badlands - O Legado de Gray Mann escrita por Stravinsky


Capítulo 4
R de robôs




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Era mais tarde e a lua iluminava o céu junto as estrelas. A fogueira já estava apagando e Miss Pauling e Sniper vão distribuindo sacos de dormir aos mercenários. Enquanto a equipe vai se espalhando ao redor da fogueira, Demoman vai carregando o lança-granadas.

– Ok, quem vai fazer a guarda hoje? - disse Medic

– Eu faço! - disse Demoman - Estou prestativo hoje.

– Ninguém aqui se responsabiliza por lobos, coiotes ou mosquitos mordendo você a noite! - disse Engineer.

Anya coloca o saco no chão, enquanto Scout tenta o abrir. Sniper e Engineer olham para ele.

– Você não sabe abrir um saco de dormir, filho? - perguntou Engineer.

– Hã... Sim... Quero dizer - disse Scout - Talvez...

– Você nunca acampou, companheiro? - perguntou Sniper.

– É claro que já! - disse Scout - Mas as barracas já estavam armadas...

– Onde você acampou? - perguntou Engineer.

Scout suspirou negativamente.

– Quando eu tinha 10 anos, dentro de casa - disse Scout - Minha mãe armou a barraca para mim e meu irmão mais velho a destruiu, uma hora depois.

Os mercenários riram. Sniper pega o saco de dormir das mãos de Scout e o abre, colocando no chão.

– Pronto, companheiro - disse Sniper.

– Valeu, Sniper - disse Scout.

– Quando voltarmos a Well, vamos acampar em uma das montanhas que há ali do lado - disse Engineer - Então eu vou querer ver se você pode correr mais rápido que um coiote.

Engineer riu e voltou para perto da fogueira. Scout ficou pensando no que o colega disse e foi arrumando o saco de dormir. Anya deitou e olhou para o céu estrelado, enquanto Scout a olha.

– Você... Você ainda gosta de olhar as estrelas? - perguntou Scout.

– Sim - disse Anya, sem olhar para ele - Eu e o Maykon costumávamos subir em cima dos caminhões que paravam nos postos de estrada e ficávamos olhando o céu, sabendo que nós não sabíamos onde o caminhão ia e que o motorista não sabia de nós.

Scout parou.

– Quem é Maykon? - perguntou Scout.

– Maykon... Foi um cara que eu encontrei - disse Anya - Quando eu cheguei na cidade, começou a chover e eu me escondi em um beco para tentar me proteger da chuva. Então ele estava lá. Ele me ajudou muito.

– Sério? - perguntou Scout, ironicamente - Ele te ajudou muito? E... Teve algo entre vocês dois?

Anya olhou para o mercenário.

– Scout, não me diga que está com ciúmes - disse Anya.

– É, Scout - disse Spy - Está com ciúmes?

Scout olhou para todos os lados. Os outros mercenários estavam olhando para ele e ouvindo a conversa.

– E porque estão se metendo? - perguntou Scout.

– Porque é engraçado - disse Soldier - Continue, Anya. Quero ver como ele vai reagir.

– Bom, depois que a chuva passou, ele se apresentou e nós dois fomos passeando pela cidade - disse Anya - Ele me contou que morava na cidade fazia algum tempo, disse que não era o mais o rico de todos e me convidou para ir à casa dele.

– E você não aceitou? - perguntou Scout, com ciúmes - Não é?

– Mas é claro que eu aceitei! - disse Anya.

– Mas você nem o conhecia! - disse Scout, zangado.

– No dia em que eu cheguei a Coal Town, eu aceitei ajuda de nove homens estranhos que eram para ser meus inimigos - disse Anya.

Scout parou e pensou.

– Era... Era diferente! - disse Scout, confuso.

– Ok, gente! - disse Pauling - Eu sei que temos que colocar as notícias em dia, mas precisamos estar cedo na estrada se quisermos chegar a Teufort amanhã. Então, boa noite!

Os mercenários foram se ajeitando nos sacos de dormir enquanto Demoman senta em uma tora de madeira. Sniper entrou na van.

– Boa noite, companheiros! - disse Sniper.

– Ei, porque você vai dormir ai e nós temos que dormir aqui fora? - perguntou Soldier.

– Porque eu dirigi durante dois dias ouvindo você perguntar quando nós íamos chegar de cinco em cinco minutos! - disse Sniper, irritado.

Ele fechou a porta da van, irritado. Soldier abaixou o olhar e deitou.

– Bom, vou dormir - disse Engineer - Boa noite, colegas.

Eles responderam com outro boa noite. Scout finalmente deita, enquanto observa Anya ainda olhando o céu.

– Scout - disse Anya. Ele se vira para ela - Estou feliz por te reencontrar.

Scout sorri e Anya se vira para o lado, indo dormir. E assim, toda a equipe pegou no sono, enquanto Demoman vigiava seu colegas. E... A Administradora e Saxton continuavam na base de Well, observando os tanques e os cidadãos tentando fugir.

– Já fazem dois dias que eles saíram de Well - disse Saxton - Porque ainda não chegaram em Teufort?

– Miss Pauling me ligou não faz muito tempo - disse a Administradora - Eles estão perto de Coal Town e encontraram a Anya.

– O meio de Badlands? - perguntou Saxton - Ainda?

– Já é um progresso, Saxton - disse a Administradora - Eles não estão muito longe, no máximo, dois dias.

– Mas os cidadãos já querem fugir! - disse Saxton - Logo não vai mais haver comida nos mercados porque os carregamentos estão sendo impedidos pelos tanques do Gray! Temos que fazer algo!

– Então faça! - disse a Administradora - Dê a sua empresa para ele! Aproveite e dê junto o Austrálio que o Gray queria desde o início!

– Ok, você começou a exagerar - disse Saxton.

– Não, você está sugerindo que nós façamos algo, quando estamos de mãos atadas! - disse a Administradora - Nossa única esperança é o RED e a Anya, consiga dar um jeito nesse velho, para que ele nunca mais atrapalhe o Redmond e o Blutarch e nunca mais tente pegar sua empresa!

Saxton parou e pensou.

– Se você acha - disse Saxton.

Saxton saiu de sala e a Administradora jogou o cigarro no chão e o chutou para a parede.

– Anya, se você vai fazer algo contra seu criador, eu sugiro que faça logo e bem feito - disse a Administradora - Badlands depende de você.

E... A equipe já estava na estrada novamente. Sniper dirigindo com Miss Pauling ao seu lado e toda a equipe atrás.

– Sniper, se você quiser descansar um pouco, eu posso dirigir - disse Heavy.

– Não, valeu companheiro - disse Sniper - Estou acostumado a dirigir por horas.

– Bom, qual é nossa rota de viagem? - perguntou Anya.

– Nosso objetivo é chegar a Teufort - disse Pauling - Parece que lá tem um tanque diferente dos outros. Parece mais desenvolvido. Gray tinha algum tanque mais desenvolvido do que aqueles que ele levava os robôs e mandava para as cidades com as bombas?

– Não que eu soubesse - disse Anya - Ele pode ter desenvolvido sem que eu soubesse.

– Mas o Gray te contava tudo? - perguntou Spy.

– Depois que eu comecei a desenvolver sentimentos, eu estranhava o Gray - disse Anya - Eu li muitas vezes a mente dele e sabia dos planos, mas, parecia que tinha algo a mais na minha criação. Porque... Ele me tratava como se eu fosse uma filha.

– Talvez porque você fosse o robô mais poderoso dele - disse Scout.

– Talvez - disse Anya - Mas... Depois que eu fui embora, começou a aparecer... Lembranças... Lembranças de alguma coisa... De talvez alguém que eu absorvi a mente.

Um flashback aparece na mente de Anya.

– Eu confiei em você todos esses anos! Você é meu pai!

– Eu continuo sendo seu pai, mas agora, eu preciso disso para meu projeto!

– Que tipo de pai é você?

– Eu te amo, Anna, mas isso é realmente necessário.

– Anya? Anya!

Anya voltou a si, vendo que todos os mercenários olhavam para ela.

– Você está bem? - perguntou Medic.

Ela colocou a mão na cabeça e se recuperou.

– Sim... Sim, eu... - disse Anya, confusa - Foi mais uma dessas lembranças. Fiquei muito tempo apagada?

– Uns 10 minutos - disse Scout.

Anya relembrou do que havia visto, enquanto Miss Pauling observava algo no horizonte.

– O que é aquilo? - perguntou Pauling.

Sniper observou.

– Não pode ser Teufort - disse Pauling - Estamos longe ainda.

– Não é Teufort - disse Sniper.

Era um grupo de robôs que estava impedindo a passagem de vários carros. Eles pareciam estar expulsando as pessoas dos carros, jogando os carros longe. Sniper parou a van e os mercenários desceram no veículo, já carregando as armas. Os robôs notaram os mercenários, mas principalmente Anya. Gray observava tudo através dos olhos dos robôs, estando em sua base e viu sua criação.

– Você está ai - disse Gray - E diferente. Bom, não vou ficar aqui parado, apenas observando.

Ele aperta um botão na mesa.

– Robôs, peguem a garota ruiva - disse Gray - E matem os outros.

Anya sente que Gray fala com os robôs e pára por um momento. Ela se dá conta, enquanto os mercenários continuam a atirar nos robôs.

– Sniper, temos que sair daqui - disse Anya.

– O que? - perguntou Sniper - Como?

– Gray deu ordens para me capturarem e matarem vocês - disse Anya - Eu acabei de ouvir. Temos que dar o fora daqui.

– Entrem na van! - gritou Pauling.

A equipe entrou novamente e Sniper deu ignição no carro, mas ele não pegava.

– Sniper! - disse Spy.

O carro ainda não ligava e os robôs vinham se aproximando.

– Sniper, agora! - disse Spy.

– Fica quieto, Spy! - disse Sniper.

Ainda mais um tempo de tensão.

– Sniper! - disse Scout.

O carro ligou e o veículo saiu correndo dando ré.

– O que está fazendo? - perguntou Pauling.

– Dar um jeito nessas latas velhas! - disse Sniper.

Ele aperta um botão no painel onde abre o teto solar na van.

– Nós temos um teto solar? - perguntou Pauling.

– Anya, pegue meu rifle! - disse Sniper - E o resto de vocês, comece a atirar!

Os mercenários pegaram as armas e se equilibravam no teto da van. Anya pegou o rifle e subiu junto com a equipe. Sniper parou a van, vendo que os robôs não estavam muito longe.

– Se segurem ai em cima! - gritou Sniper.

Ele pisa no acelerador, fazendo alguns mercenários se desequilibrarem. Anya acaba se desiquilibrando e cai.

– Anya! - disse Scout.

Scout a pega pelos braços antes da garota cair e a puxa de volta.

– Isso não vai dar certo! - disse Pauling, se segurando.

– Eu sei o que estou fazendo - disse Sniper. Ele tira um jarro de Jarretê do bolso e dá a Miss Pauling - Tome, jogue isso nos robôs.

A assistente vê o que tinha em mãos e joga nos robôs.

– Eca! - disse Pauling - Francamente, eu não sei o que eu tinha na cabeça quando eu abandonei a faculdade para aceitar o emprego da Administradora!

Os robôs vão parando e os mercenários ainda atiram sem parar. Alguns dos robôs vão sendo destruídos, enquanto a munição das armas vai acabando.

– Sniper, acabou nossa munição e tem alguns ainda de pé! - disse Engineer.

– Hora do plano F - disse Sniper.

– F? - perguntou Pauling - Que plano F?

– F de fuga! - disse Sniper.

Sniper desvia dos robôs, indo para a pista contrária. Os robôs vão os seguindo, enquanto Sniper acelera mais. A van já estava quase longe, mas um dos robôs Soldier lança um foguete.

– Foguete se aproximando! - disse Medic.

– Pyro, é com você! - disse Soldier.

Pyro ficou na ponta da van, esperando o foguete. A equipe estava parada, apenas observando o mercenário.

– Porque eles ficaram tão quietos? - perguntou Pauling.

Pyro: Espera...

Pyro usou o gás comprimido e refletiu de volta o foguete, assim, destruindo boa parte do que havia restado os robôs. Os mercenários riram, enquanto Anya abraçava Pyro.

– Leva essa para casa, Gray! - disse Demoman.

– Eu já destruí robôs piores - disse Engineer.

– Você perdeu, Gray! - disse Scout - De novo!

– Eu esperei um ano inteiro para fazer isso de novo! - disse Soldier.

A van vai embora, enquanto Gray olhava para o monitor, irritado, com seu pequeno robô ao lado.

– Hã... Senhor? - perguntou o pequeno robô - Os mercenários fugiram.

Gray se levantou rapidamente.

– Eu percebi, sua lata velha! - gritou Gray, irritado.

– O senhor me chamou de lata velha? - perguntou o pequeno robô.

– Chamei! - disse Gray, irritado - Eu estou cansado de você e da Anya! Foi tudo por sua culpa que ela ficou assim!

– Minha culpa? - perguntou o pequeno robô - Foi o senhor que a criou!

– Quem ficou me incomodando por dias para tentar a entender? - perguntou Gray - Ela era robô! Eu usei minha filha para fazer ela! Perdi tudo e agora eu estou discutindo com um robô que não fez absolutamente nada até agora!

– O que eu vou fazer? - perguntou o pequeno robô.

– Saia daqui e me traga um café! - disse Gray.

O pequeno robô saiu correndo da sala, enquanto Gray se senta novamente na cadeira em frente aos monitores. Ele observa os tanques que estavam cercando as cidades. Alguns deles pareciam que haviam piscado, sendo imagens, dando falhas.

– Hologramas - disse Gray - Foi a melhor maneira que eu tive de ameaçar a Helen e o RED. A única coisa que eu queria, era a Anya de volta. Eu sabia que o RED não iria me devolver ela, então eu sempre formulo outro plano. Assim que eles chegarem em Teufort...

Ele se levanta e vai até outra mesa, onde havia imagens de um robô diferente e mais desenvolvido e alguns potes, caixas e frascos.

– Assim que eles chegarem em Teufort, eu vou ter o que quero - disse Gray. Ele puxa um dos frascos e tira uma flecha de dentro de um dos potes - Eu vou dar a eles a minha vingança e vou ter minha filha novamente.

Continua...


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