~Pov Hermione

Acabei de arrumar minhas coisas e fui para a aula de DCAT. Não consegui prestar muita atenção, já que de segundo em segundo alguém me perguntava coisas do tipo: “O que está fazendo com um Sonserino?’’, “Qual problema você tem?’’ e “Está namorando o Malfoy só pra irritar o Harry e o Ron?’’. Esses comentários já estavam me enchendo! E o pior de tudo, tive que me sentar ao lado da Parvati, ela é a que mais parece disposta a conversas hoje.

–Hermione, quando vão conhecer os pais? –Eu já estava prestes a pegar minha varinha e dar um Crucio nela.

–O que? Começamos a namorar ontem à noite, ainda não pensamos nisso!

–Sabe que os pais dele detestam os que não são sangues-puros não é? O que acham que vão fazer quando descobrirem que, como Malfoy mesmo disse, o filho se tornou um “traidor do sangue”?

Isso é verdade, eles não vão gostar nada e vão acabar pegando pesado com Draco. Não respondi, apenas voltei às minhas anotações e ignorei todas as outras perguntas que ela fez.

Como eu os faria gostar de mim? E para piorar tudo, Lucius Malfoy odeia o Harry e sabe muito bem que sou amiga dele. Merlin eles vão me odiar!!

~Pov Draco

–O que houve com toda aquela história de sangues-ruins não se misturam com sangues-puros? – E quem ganhou o premio por fazer a milésima pergunta do dia é: Dafne Greengrass!

–Foda-se eu não ligo mais! –Respondi nervoso. Vou matá-la!

–E quando tiver jogo de Quadribol, Sonserina contra Grifinória, acha que ela vai torcer por você ou pelo Potter e o Weasley? –Prevejo minha varinha lançando Avadas.

–Sinceramente, eu não me importo.

–E quando ela conhecer seus pais Draco? Acha que eles vão gostar do que você virou? Um traidor do sangue? – Verdade. Meu pai vai odiar a ideia, é até capaz de me matar, mas minha mãe? Acho que ela não. Minha mãe não é assim. -Quando vai apresenta-la como sua namorada?

–Não sei. Ainda não conversamos sobre isso.

–Só o que faltava... O rei da Sonserina namorando uma Grifinória e ainda por cima sangue-ruim! – Ela disse e eu revirei os olhos, ignorando-a pelo resto do dia.

Não esconderei nada, uma hora ou outra eles saberão de tudo. Não abrirei mão dela por causa do que meu pai pode achar ou me chamar. Mas teremos que conversar sobre como faremos isso. Os pais dela devem ser bem legais, mas com certeza vão me odiar, ela já deve ter se referido a mim com eles como: “o imbecil que implica comigo desde que coloquei meus pés nessa escola”.

Assistimos mais algumas aulas e tivemos um tempo livre junto com a Grifinória. Fui procurar Hermione, queria ver se ela estava realmente bem depois de tanta gente que deve estar falando em sua cabeça.

Fui até a biblioteca e a encontrei lendo, o que me fez revirar os olhos... Tão previsível ás vezes.

–Aposto que se jogar esse livro na cabeça de alguém a pessoa morre ou sofre algum trauma sério. – Que livro enorme!

–Peguei só pra esquecer um pouco dos problemas. –Eu lhe dei um selinho e me sentei.

–Não, esquecer-se dos problemas é beber uma garrafa de Whisky de Fogo ou Hidromel sozinha. – Ela sorriu fechando o livro. –Quer conversar?

–Não aqui.

Balancei minha cabeça e ela pegou minha mão, indo comigo até nosso apartamento. Quando chegamos eu me sentei diante dela.

–Dia difícil? -Perguntei colocando uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha e a fazendo olhar para mim.

–Muito e pra você?

–Um pouco. –Ela sorriu. – O que foi morena?

–Parvati me disse umas coisas e...

–O que ela disse?

–Seus pais vão me odiar, não é? – Ela deu um sorriso triste. – Vão te chamar de traidor do sangue e...

–Eu não me importo, eles podem me chamar do que quiserem, mas se eu estou com você é porque eu gosto de você. Não vou deixar você por que meu pai não vai gostar. –Ela me olhou com lágrimas em seus olhos. – E tem mais, eu aposto que minha mãe vai gostar de você.

–Sério?

–É impossível não gostar de você. Só um idiota como meu pai para conseguir. –Ela deu um sorriso e eu lhe dei um selinho. – E seus pais também não vão me achar o melhor namorado do mundo, eles vão me odiar. Você já deve ter falado de mim como “o idiota que me chama de sangue-ruim desde que coloquei os pés na escola”.

–Mais ou menos isso. O que acha de não contarmos nada a eles por enquanto?

–Por mim tudo bem. –Eu beijei sua testa e fomos embora. Logo daria à hora da ronda e depois iríamos à festa no Salão Comunal da Sonserina. Ainda não entendo como ela aceitou ir.

//Na ronda//

–Qual o verdadeiro motivo pra querer ir á festa? –Finalmente consegui tocar nesse assunto.

–Quero conhecer seus amigos e ver a cara da Lilá e da Pansy quando eu entrar lá com você. –Eu dei uma gargalhada.

–Nossa, eu estava esperando algo como “só quero ver você feliz meu amor’’, mas não. Está me magoando profundamente senhorita Hermione Granger. –Falei fingindo estar triste.

–Coitadinho do meu Draquinho. Como eu sou má. -Ela olhou para os dois lados, verificando se alguém nos observava e me empurrou na parede, eu sorri e ela me puxou para um beijo.

Eu coloquei minhas mãos em sua cintura e ela levou as dela até minha nuca, arranhando-a. Logo após me soltar ela sorriu e mordeu o lábio.

–Está melhor?

–Muito, muito melhor. –Sorri.

Demos as mãos e ao final da ronda fomos até o apartamento nos arrumar para a festa. Hermione tem razão, as reações de Pansy e Lilá vão ser impagáveis.

Coloquei uma calça jeans escura, uma blusa cinza e uma jaqueta de couro. Fui até a sala e Hermione ainda não estava pronta. Me sentei e depois de um tempo, ela saiu do quarto totalmente maravilhosa. Ela estava usando um batom vermelho, que desconfio que ela sabe que eu gosto. Os cabelos soltos e um pouco bagunçados, o que a deixa incrivelmente sexy. Está perfeita.

Me levantei e fui até ela, que apenas sorriu, corando um pouco, o que me fez rir.

–Como você está linda meu amor. –Falei lhe dando um selinho

–Você também está lindo. – Ela sorriu e me beijou mais uma vez. –Agora vamos?

–Vamos. –Respondi. –Mas antes... –Eu a prendi na parede e ela gargalhou. –Só pra não perder o costume, eu quero mais um beijo.

Ela roçou seus lábios nos meus e depois, quando me beijou eu a senti sorrir. Hermione começou um beijo lento e apaixonado, eu mordi seu lábio inferior e ela me soltou. Depois de retocar o batom ela me deu sua mão e nós fomos juntos até as masmorras, parando diante do quadro.

–Draco Malfoy! Como é bom vê-lo! – O quadro falou comigo. – O que ela está fazendo aqui?! –Falou olhando com superioridade para Hermione. –Que eu me lembre ela é uma Grifinória e ainda por cima sangue-ruim, então... Oh meu santo Merlin os boatos são verdadeiros!!

–Sim, são verdadeiros. – Falei olhando para Hermione, que apenas abaixou a cabeça. –Por isso eu exijo respeito quando falar da minha namorada.

–Senhor Malfoy me desculpe, mas justo o senhor? O rei da Sonserina?

–Se sou o rei isso faz dela a minha rainha não é? – O quadro arregalou os olhos. –Okay, chega disso, queremos entrar.

–Senha?

–Coração de Serpente. – Falei e Hermione revirou os olhos.

–Que história é essa de rei e rainha? – Hermione perguntou baixinho.

–A maioria dos Sonserinos me chama assim porque sou sangue-puro, jogo quadribol e umas outras coisas. Se eu sou o rei e você está comigo, você é a rainha. Mas eu não aconselho que diga isso a Lilá ou Pansy, elas vão querer te matar.

–Mais uma coisa Draco Malfoy, saiba que eu não a aprovo aqui. – Disse o quadro e nós dois reviramos os olhos.

Quando olhamos, estávamos de frente para todos os Sonserinos, que estavam nos encarando e o que parecia uma festa, se tornou apenas silencio e expressões de surpresa e raiva.