Novo Velho Mundo escrita por Raven Winchester


Capítulo 7
De novo não!


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora do capitulo, mas eu fiquei tão doente que não conseguia sair da cama :p



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PO.V. Maison

Dessa vez eu estava em casa. Ou melhor no chão do meu apartamento em Manhattan. Estava vazio e frio, quando me levantei percebi que era meu quarto. As paredes que já foram cobertas de pôsteres e pintada de azul claro, agora eram cinzas e frias. Comecei a andar pelo lugar, o chão estava úmido mas não havia água.

Eu caminhava pelo corredor frio contra a minha vontade. Era como se uma parte de mim estivesse gritando “Volte, volte agora! Por favor volte!” e ao mesmo tempo uma parte com uma voz mais forte dizia “Não, pare. Você precisa ver isso! Encare!”. Eu continuei andando até o fim quando dei de cara com uma porta de madeira escura. Antigamente a porta estaria aberta e eu entraria no cômodo sorrindo, agora só tinha medo e tristeza no meu rosto. Abri a porta. O quarto parecia o mesmo, uma cama de casal a esquerda ao lado do closet, uma escrivaninha, uma estante e uma janela. Em frente à janela estava uma silhueta, era mais alta e musculosa que eu. Gelei, eu sabia de quem era aquela silhueta.

“A culpa é sua” disse com uma voz conhecida

“Não... por favor” supliquei

Silêncio. Me voltei para a porta por onde havia entrado mas ela tinha sumido. Comecei a dar socos na parede em desespero, eu não aguentava ficar naquele quarto. “Me deixa ir!” gritei

“Suas mãos estão sujas de sangue!” Ouvi um grito em resposta

Ainda virada para a parede, olhei para minhas mãos que definitivamente estavam cheias de sangue assim como minhas roupas. Comecei a entrar em pânico, o chão úmido agora estava alagado, mas ao invés de água era um liquido vermelho escuro. Comecei a gritar sentindo o liquido chegar no meu tornozelo, quando me dei conta o liquido já me cobria por inteira.

Acordei gritando, ainda podia sentir o sangue invadindo minha boca.

─Maison! ─ Sam praticamente arrombou a porta do meu quarto ─ Você está bem? Eu ouvi o grito!

Ele se sentou do meu lado na cama e como instinto eu o abracei com força.

─Calma, está tudo bem. Eu estou aqui ─ Ele disse retribuindo o abraço ─ mas o que houve?

Enterrei meu rosto no seu ombro. Me sentia humilhada, me sentia como se eu fosse uma garotinha assustada, mas eu não era assim. Odiava demonstrar fraqueza.

Me afastei ─ Não foi nada, só um pesadelo ─ disse com a cabeça baixa ─ mas está tudo bem, já passou.

Ele arqueou a sobrancelha desconfiado ─ Sabe que pode se abrir comigo, não sabe?

Sorri, era incrível como Sam sempre conseguia ser amigável ─ Eu sei. Mas hoje não tá?

─Tudo bem. ─ ele concordou ─ Eu estava pensando por que nós não vamos tomar café da manhã fora? Tem uma lanchonete aqui perto que é ótima.

─ O Jones? ─ disse, me lembrando de ter visto a placa da lanchonete enquanto eu passava de moto

─É ... mas como você sabe?

Droga! Eu me esqueci que eles não sabiam que eu tinha saído.

─Ah o Dean me falou sobre ele. Disse que era ótimo

Sam ainda estava desconfiado ─ Okay. Eu vou falar com ele e com o Cass para se vestirem, você deveria fazer o mesmo.

─Sim, capitão Winchester! ─ falei brincando

Ele sorriu e saiu do quarto. Eu me levantei e fui até o banheiro tomar um banho, enquanto a água morna escorria pela minha cabeça eu não parava de pensar no sangue cobrindo meu corpo e no desespero que senti. Parecia tão real e doloroso.

A culpa é minha ─ murmurei

Não. Eu não queria ficar lembrando daquilo. Não agora. Estava em um lugar novo, com pessoas novas, precisava tentar esquecer o que me aconteceu, o que eu fiz, eu só não sabia se esquecer era o certo a se fazer. Sai do banheiro enrolada em uma toalha e fui até meu guarda-roupa. Não tinha muita coisa ali além de uns pares de roupa, “meu” skate (longa história) e um par de tênis, acho que preciso comprar mais. Vesti um short jeans escuro, uma camisa cinza do AC/DC e minha jaqueta de couro preta. Me olhei no espelho do guarda-roupa, eu parecia normal, normal como se nada tivesse acontecido comigo nas últimas semanas, como se quando saísse do quarto eu fosse encontrar meus amigos e não dois Caçadores sobrenaturais e um anjo bonitão. Afastei esses pensamentos e fui me encontrar com os caçadores.

Sam estava sentando a mesa mexendo no seu notebook enquanto Dean e Castiel discutiam sobre alguma coisa boba no canto. Quando cheguei no cômodo Sam imediatamente fechou o notebook e os rapazes pararam de conversar e os três me encararam esperando alguma reação minha.

─O que os três patetas estão esperando? ─ falei tentando quebrar a tensão do momento ─ Se ninguém se pronunciar eu vou dirigir a Baby!

Enquanto Sam e Cass sorriam Dean correu para pegar a chave do carro que estava em cima da mesa.

─Você só vai dirigir a minha baby por cima do meu cadáver.

Não pude conter a risada com o desespero dele ─ Então vamos, idiota.

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─É aqui ─ Dean disse estacionando o Impala em frente a lanchonete.

─ finalmente! Eu já estava morrendo de fome! ─ disse

─ Sério!? Não é possível você morrer de fome agora, a última coisa que comeu foi a 8 horas atrás ─ Castiel disse confuso

─É uma metáfora anjinho ─ falei apertando sua bochecha ─ Você fica tão fofo quando não entende referências.

─Argh! Vamos logo antes que eu vomite. ─ Dean disse saindo do carro seguido por Sam.

Arranjamos uma mesa no meio da lanchonete, tinha pouca gente lá. Era um lugar calmo e familiar.

─Vocês veem aqui sempre? Esse lugar não é mencionado na série ─ perguntei

─Acha mesmo que sabe tudo sobre nós apenas por ter visto uma série de televisão? ─ Sam disse me desafiando

─humpf. Com certeza tudo não, mas sei de muita coisa. Por exemplo: Sei que o Dean tem medo de avião, que você curte monstrofilia...

─O que!? ─ Sam disse

─haha... acertou em cheio Maison ─ Dean disse me dando um “toca aqui”

─Também sei que você, “Anjo do senhor”, aprendeu certas coisas com um tal de "Cara da Pizza".

Cass ficou tão vermelho quanto a toalha da nossa mesa ─ Não fica assim ─ falei ─ Todo mundo sabe disso. É só uma de suas frases épicas “Ass-butt”.

Eu, Sam e Dean começamos a rir enquanto Cass continuava vermelho ─ Ah, o meu favorito é “Vão se lavar para a orgia” ─ Dean falou entre risos até que Cass pisou em seu pé ─ Ai! Por que fez isso?

Ele o ignorou e olhou para o outro lado ─ Acho que você magoou ele. ─ Sam disse

─Não se preocupe anjinho ─ falei ─ Você ainda é o anjo mais fodão e lindo do céu.

─Obrigado, Maison.

Depois de alguns minutos finalmente uma garçonete veio nos atender. Ela era loira, com uns 25 anos e tinha um piercing no nariz, Dean pareceu ficar interessado nela

─E então o que vocês vão querer?

Dean abriu a boca para responder mas antes que pudesse dizer qualquer coisa eu disparei ─ Ele vai querer um especial com bacon e café, ─ apontei para Dean ─ pro grandão panquecas com café e para mim só o café com muita cafeína.

Enquanto os rapazes estavam de boca aberta, a loira sorria com a minha atitude ─ ótimo e você? ─ ela disse para Castiel ─ Não vai querer nada?

─Não. ─ respondi sorrindo ─ talvez mais tarde.

A garota assentiu com uma piscadinha e saiu de perto da mesa. Me voltei para Dean, que estava sentado em frente à mim, que ainda estava de boca aberta.

─O que foi?

─Você passou por cima de mim.

─Como as... espera você acha que ela... ─ comecei a pensar sobre o que aconteceu, caramba, aquilo me pegou de surpresa.

─É, ela flertou com você Maison ─Sam respondeu contendo o riso enquanto Dean o encarava com raiva.

Castiel, que estava sentado em frente ao Sam, não parecia ter entendido completamente a situação mais riu junto com o Winchester enquanto eu repassava a cena em minha mente atordoada sem perceber que a loira voltava para nossa mesa com uma bandeja na mão.

─Aqui estão seus pedidos e... ops! ─ Enquanto a garçonete colocava os pratos, ela acabou derrubando uma das xícaras, que por azar era a minha, em cima do sobretudo de Castiel ─ sinto muito! Eu não queria!

─Ah, está tudo bem. ─ ele disse se levantando ─ Onde fica o banheiro?

─A esquerda. Eu vou preparar outro café só um minuto.

Os dois foram para seus respectivos destinos me deixando sozinha com os Winchesters na mesa. Começamos a conversar até que ouvi uma voz familiar atrás de mim.

─Uma xicara de café para a garota Punk.

─Valeu... Ah não.

E do meu lado, com um sorriso divertido no rosto, estava a última pessoa que eu queria ver naquele momento, Matt.

─ Sentiu saudades olho amarelo?

Sam e Dean tentavam entender o que estava acontecendo, enquanto eu queria fugir dali. Merda, por que ele tinha que aparecer agora?

─Eu não te conheço de algum lugar? ─ Dean disse

─Não sei. Conhece? ─ Matt parecia estar se divertindo muito

─Não, ele não te conhece. ─ falei ─ Agora, se não se importa, pode me dar um café e sair daqui?

Ele arqueou a sobrancelha impressionado e me entregou a xícara ─Nossa, eu vim aqui fazer uma boa ação para uma amiga e é assim que sou recebido?

─Maison, da onde vocês se conhecem? ─ Dessa vez, Sam perguntou.

─A gente conversa sobre isso mais tarde Sam. Por favor.

Ele assentiu com a cabeça sério.

─O que você quer Matt? ─ perguntei

─Nada, eu só vim te dar um oi. Que eu saiba isso não é um crime.

─Já deu o seu “oi”, já pode ir embora.

Ele riu mas continuou ─Não adianta negar, você ainda vai gostar de mim.

Eu ia responder mas Castiel bem na hora, deixando Matt um pouco desconfortável

─Olá ─ Ele disse estendendo a mão para o outro ─Você é amigo da Maison?

─Hã... Maison? ─ ele com certeza estava desconfortável com a presença do anjo mas ignorei isso, só queria que ele fosse embora ─ Ah tá, Claro. Somos amigos sim...Agora, se me deem licença eu tenho que ir.

Ele me lançou um sorriso e saiu apressado da lanchonete. Qual era o problema daquele cara?

─Eu gostei dele ─ Cass disse se sentando ao lado do Dean.

─Eu não. ─ o loiro me encarava sério ─ Quem era ele Maison?

Suspirei ─Sabe quando vocês foram buscar o meu anjinho ali? Bem, eu dei uma saída rápida do Bunker e acabei esbarrando com ele. Não foi nada demais.

Peguei um pedaço de bacon do prato do Dean, para tentar esquecer o que houve. ─ Da pra parar de comer minha comida!

Dei de ombros mastigando o Bacon.

─Hey, acho que consegui uma coisa ─ Eu não percebi mas Sam estava vidrado na tela de seu celular ─ Uma mulher, que mora aqui perto, disse ter visto dois homens fazendo um ritual satânico em uma casa abandonada...

─Um ritual satânico? Você acha que pode ser o feitiço que trouxe a Maison para cá? ─ Dean perguntou

─ Eu não sei, mas não temos outra opção.

─Tudo bem. Maison, você vai para o bunker e nós vamos conversar com a tiazinha.

─Fala sério, acha mesmo que eu vou ficar lá esperando por vocês? Nem pensar eu vou junto.

Eles se entreolharam, pareciam ter acabado de ter uma conversa silenciosa ─ Ta legal, mas você não vai poder ir vestida assim. Vamos ter que comprar roupas novas. ─ Dean disse

Comecei a me arrepender de querer ir.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo ficou um pouco grande, não? E ai o que acharam? Qual é o segredo da Maison? Por que aquele garoto ficou desconfortável com a presença do Cass? Comente, pleaaase! Deixem suas teorias, elogios e criticas. Beijo, adoro vocês!