Novo Velho Mundo escrita por Raven Winchester


Capítulo 13
Torturada


Notas iniciais do capítulo

Oie!! Sinto muito pelo atraso do capítulo :( mas espero que o tamanho dele compense! me perdoe por qualquer erro de português, eu fiz ele correndo e com muito sono. Espero que se divirtam.



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POV’S Dean

─Você acha que eu deveria deixar barba crescer? ─ perguntei enquanto me olhava no espelho, eu queria ver o estrago que o soco fez no rosto, o que não foi muito.

─Não foge do assunto! ─Sam me repreendeu.

─Eu não estou fugindo! Maison não quer falar comigo, não posso fazer nada.

─Foi culpa sua ela ter feito isso, você deve...

─Minha Culpa? ─ Eu disse com a voz um pouco acima do volume... só um pouquinho─ Eu disse um nome e ela surtou! Se Maison está com problemas que ela converse com a gente ao invés de socar a porra da minha cara!

─Deixa de ser idiota, Dean! Ela está precisando de ajuda e você só piora as coisas. Maison pode ser um pouco cabeça quente, mas você também é!

─Não sou cabeça quente! ─ Tudo bem dessa vez eu gritei.

Sam calou-se e cruzou os braços. Ele não disse nada, mas pela sua expressão foi como se ele tivesse dito “sério mesmo, Dean?”. Eu suspirei e passei a mão na nuca.

Ta certo. Amanhã de manhã! Deixa ela esfriar a cabeça primeiro, não quero levar outro soco.

Depois de alguns minutos, Sam finalmente concordou comigo.

─Só não estraga tudo de novo.

Eu estragar tudo? Tenho uma lista mental de vários estragos que ele fez sozinho que eu poderia jogar na cara dele, Sam tem sorte de ter um irmão tão legal quanto.

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─Maison, sou eu. ─ disse batendo na porta do seu quarto. ─ Vamos conversar!

Continuei batendo na porta até ela responder.

─ Dá o fora Winchester!

Ótimo, ela parecia estar com um humor bem melhor hoje.

─Vamos lá baixinha! Eu só quero conversar.

Eu pude ouvir ela se aproximando da porta do quarto. Isso era um bom sinal, não? Não!

─Olha só, Dean-o! Eu vou colocar meus fones de ouvido e escutar a primeira música do “The Clash” que vier no volume máximo. Quando a música acabar e você ainda estiver aqui, eu juro que te dou outro soco!

Depois de um tempo amaldiçoando Sam por ter me feito falar com ela eu finalmente pensei. “Hey garota, I think i shouldn’t go” . De um jeito bem... er... carinhoso, eu arrombei a porta do quarto dela.

─Mas que po-

Ela levantou da cama furiosa, mas antes que Maison pudesse fazer alguma coisa eu a levantei colocando-a no meu ombro.

─ Me xinga depois, mas agora nós vamos sair e tomar um café da manhã incrível.

Ela começou a socar minhas costas, mas até que eu estava aguentando ─ Eu te odeio Winchester!

─Eu também te odeio. ─ nessa hora eu já estava no corredor.

Quando cheguei à sala grande, Sam que parecia entediado mexendo no computador deu um pulo da cadeira, assustado com a cena. Maison esperneando no meu ombro enquanto eu fingia não sentir dor.

─O que é isso!? ─ Sam perguntou

─Percebi que era melhor pular a parte da conversa e passar direto para a parte do café da manhã feliz.

Sam, apenas fechou o notebook e concordou.

Maison parou de espernear e disse ─ Não vai fazer nada?

Eu não vi, mas pelo tom de voz Sam parecia constrangido ─ E-eu to com fome.

─Fala sério...

POV’s Sam

─Sabe, até que valeu apena sair do quarto. Essas panquecas estão incríveis. ─ Maison falou enquanto mastigava.

─Eu não disse! ─ Dean levantou a mão esperando que ela fosse dar um “Toca Aqui”, mas a garota apenas o fitou com raiva. Maison poderia estar mais contente, mas ainda não havia perdoado-o totalmente.

Depois de um silêncio perturbador se instalar na mesa, Dean finalmente puxou assunto, eu já estava ficando constrangido com o silêncio.

─Então... Sam falou que você é de Nova Jersey.

Por que ele sempre me usa como desculpa?

─Não, eu nasci em Boston. Mas depois que meus pais morreram eu fui morar em New Jersey.

─E como eles morreram?

Eu engasguei com o meu café quando ele perguntou. Que pergunta legal para se fazer de manhã... nem é triste ou para certas pessoas deprimente.

─É sério, Dean? ─ eu perguntei tossindo um pouco.

Ele deu de ombros ─Eu só perguntei.

Maison riu enquanto colocava calda de chocolate nas suas panquecas. ─Ta tudo bem Sammy. Eles morreram em um incêndio na nossa casa.

Dean e eu nos entreolhamos, acho que não é preciso explicar o porquê.

─Eu não me lembro de muita coisa, eu tinha um pouco mais de um ano, mas lembro de minha mãe... me colocando na grama do jardim e de vê-la correndo para dentro da casa. Ela voltou para tentar salvar o meu pai.

Maison parou e começou a fitar as panquecas ─ Eu sinto muito. ─Falei

─Não sinta. É claro que eles fizeram falta em algum momento, mas até que minha infância não foi ruim.

─Você quer dizer, sua infância no orfanato? ─ Dean perguntou enquanto mastigava uma fatia de bacon. Nojento.

Maison o encarou piscando, como se não tivesse entendido a pergunta ─Orfanato... Ah! Sim, claro! Lá era legal.

Dean olhou para mim falando comigo com os olhos “Ela mentiu”

“Talvez.”

“Você sabe que sim”

Cortei o contato visual, afinal porque Maison mentiria? Ela confia em nós... bem, pelo menos em mim.

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Depois do café Dean decidiu parar num posto de gasolina para abastecer, enquanto eu e Maison fomos para loja de conveniência.

─Vê se tem torta lá! ─ Dean gritou enquanto abastecia o carro.

Dei-lhe um sinal de positivo e entrei na loja. O lugar estava vazio a não ser pelo caixa cujo cabelo era bem maior que o meu, ele tinha uma barba comprida, mas nem tanto, ele era como um Kurt Cobain hippie.

─Querem alguma coisa? ─ ele perguntou entediado

─Duas águas sem gás, uma torta de maçã e... Maison vai querer alguma coisa?

Ela estava distraída lendo um panfleto no balcão ─Hã? Ata, onde fica o banheiro?

─ Terceira porta a direita. ─ o rapaz disse jogando um chaveiro com uma miniatura do Mickey pra ela. Maison se virou para sair, mas antes ele disse ─ Camisa legal.

Por coincidência Maison usava uma camisa do Nirvana. ─ Valeu, Cabelo legal! ─ e então saiu da loja.

─Só vai levar isso? ─ O caixa de nome Victor, eu li no crachá dele, perguntou apontando para as coisas no balcão.

Depois de pensar bem, resolvi levar mais uma torta para o Dean. Por precaução. Quando saí Dean estava esperando impaciente dentro do carro.

─Que demora! Cadê a Maison?

─Ela foi no banheiro, mas acho que já deveria ter voltado.

Dean deu de ombros ─Mulheres demoram, relaxa.

Concordei, mas por algum motivo minha intuição estava me mandando chama-la.

─Eu vou lá ─ falei virando as costas para Dean.

─Cara, ela só foi no banheiro! ─ Ele gritou, mas eu não escutei.

A porta do banheiro estava trancada, o que era bom sinal, acho. Dei uma batidinha e chamei por ela, mas ninguém respondeu. Fiz de novo, dessa vez batendo um pouco mais forte. Na terceira vez eu já não tinha dúvidas de que algo de ruim aconteceu. Joguei meu corpo contra a porta, que abriu facilmente, mas para minha surpresa o banheiro estava vazio.

POV’s Maison

Nota mental: nunca ir ao banheiro sozinha.

Quando entrei naquele cubículo a última coisa que pensaria era que eu seria sequestrada, mas foi isso o que aconteceu. No mesmo instante que tranquei a porta senti dois braços me segurando por trás, depois veio uma luz branca e agora estou amarrada na cozinha de uma casa e dois anjos de mais ou menos trinta anos, me encaravam como se eu fosse tudo o que há de ruim no mundo.

─Olá. ─ falei com naturalidade ─ Mikael e Mihael, certo? ─ nenhum respondeu ─ Também é um prazer conhecer vocês.

─Você tem algo que é meu. ─ disse o que estava à esquerda, ambos tinham cabelos castanhos claros e curtos, tipo corte militar, mas um deles possuía olhos cor de mel enquanto os do outro eram castanhos ─ admita!

Ele se aproximou de mim com os punhos cerrados, o que me deixou petrificada por dentro, mas por fora em mantinha as aparências de que não estava nem ai. Por sorte o de olhos cor de mel se colocou na frente colocando a mão em seu peito ─Vamos com cuidado, Mikael. Por favor.

Eles trocaram algumas palavras, mas eu não ouvi pois estava concentrada demais em rezar para que Castiel, avisasse aos meninos onde eu estava. “Anjinho anda logo”

─Não queremos te machucar. ─ disse Mihael chamando minha atenção ─Só nos diga onde ele está que te soltamos.

─Escutem só, eu não sei quem/o que estão procurando, mas é melhor me deixarem ir ou se não vocês não saem vivos dessa casa.

Mihael riu ─Por que está tão segura de si, criança?

─Porque, eu sou muito amiga dos Winchester, já ouviram falar deles, eu suponho e também sou muito próxima do grande Castiel, conhecem? Cabelo preto, usa sobretudo e voz sexy? Quando eles chegarem, e vão chegar, eles vão me tirar daqui e não são dois anjinhos de baixo escalão que vão impedi-los!

Provavelmente, eu assinei minha sentença de morte, mas torcia para tê-los assustado.

Mihael deu um passo para trás com a cara fechada e disse apenas uma palavra. ─ Faça.

Antes que eu pudesse compreender, tudo que senti dali em diante era dor. Comecei a gritar, nunca tinha sentido nada assim, era como se todos os meus ossos queimassem ao mesmo tempo. Depois de mais ou menos um minuto a dor parou, mas eu estava ofegante.

─Nos diga onde ele está, agora! ─ Mikael gritou

─Eu... não... sei... do que está falando. ─ disse ainda ofegante.

A dor veio de novo, mas dessa vez eu não gritei. Trinquei os dentes e grunhi, meus olhos lacrimejavam mas fiz de tudo para suportar. Quando parou, Mikael repetiu:

─Fale! Você estava com ele! Eu vi!

Cuspi um pouco de sangue na sua blusa ─Vão se fuder.

Depois de repetirmos isso umas três vezes, Mihael finalmente interrompeu.

─Espera, eu tive uma ideia. ─ ele ficou na minha frente e olho no fundo dos meus olhos.

─O que você está... ─ interrompi minha pergunta e comecei a rir com dificuldade. Já estava na hora.

─Do que está rindo, verme? ─ Mikael perguntou

Respondi com um sorriso no rosto. ─ Eu falei que eles viriam.

Antes que pudesse compreender o quão ferrado ele estava, Dean pulou em cima de Mikael com os olhos cheios de raiva enquanto Sam atacava ferozmente Mihael com uma adaga celestial. A luta foi intensa, era como na televisão, com muitos chutes e socos, só que mais dinâmica e difícil de acompanhar. De algum jeito Dean conseguiu atordoar Mikael fazendo com que ele caísse no chão, então ele veio me desamarrar.

─Você tá bem? ─ Ele perguntou me levantando da cadeira

─Agora, sim. ─ Nunca pensei que ficaria tão feliz por vê-lo, depois desses últimos dias.

Do outro lado da cozinha, Sam enfiou sua adaga no estomago de Mihael fazendo com que ele caísse no chão. Ele ainda estava vivo, mas não por muito tempo. Mikael, que se levantava do golpe que Dean lhe deu, viu a cena e gritou. Sam se virou e foi em direção ao outro anjo assim como Dean, mas antes de fazerem qualquer coisa, vi Mihael levantando a mão direita em nossa direção e logo em seguida tudo se dissolveu.

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Não estávamos mais naquela casa, disso eu tinha certeza. Estávamos no que parecia ser uma festa, tinha luzes coloridas e várias pessoas rindo e com copos nas mãos, mas o estranhos é que elas estavam lentas e um pouco transparentes. Elas passavam por nós como se não existíssemos. Era possível ouvir o som das pessoas e de uma música tocando ao fundo mas estava abafado.

─Onde estamos? ─ Dean perguntou olhando ao redor tão confuso quanto eu.

─Er... Maison? ─ Sam me chamou enquanto encarava um ponto único.

Do lado direito dele duas pessoas estavam sentadas muito próximas num sofá, elas não estavam como as outras pareciam normais. Nos aproximamos e para o meu espanto uma dessas pessoas era eu.

─ Mas oq- ─ Dean começou mais foi interrompido pelo garoto que sentava do lado do meu outro eu.

“Eu aposto cinco dólares que você não beija melhor que eu!” ele disse rindo tanto quanto a outra eu.

“Apostado!” Maison disse chegando mais perto dele e beijando-o.

Eu não percebi, mas Sam e Dean me encaravam com as sobrancelhas arqueadas. ─ O que foi!? ─ perguntei sentido um pouco de vergonha.

─O que é isso? Estamos em um sonho seu.

─Não... eu tenho certeza que já vivi isso. É uma lembrança.

“Nossa” o garoto separou-se de Maison meio atordoado, assim como ela “Q-Quer que eu te pague agora, ou mais tarde?”

“Esquece a droga da aposta” e eles voltaram a se beijar dessa vez mais intensamente.

─Quem é ele? ─ Sam perguntou, ele parecia muito envergonhado.

─Luccas, eu acho ─ eu já tinha ido a tantas festas que nem lembro direito qual é essa.

─Vocês parecem meio... bêbados?

Bêbados... ah não. Não! Não! Qualquer festa menos essa! Estava entrando em pânico por dentro.

─Você tá legal? ─ Dean perguntou preocupado ─Ficou pálida de repente.

─Temos que sair, daqui. ─ falei segurando a sua blusa ─ Como para isso!!

Dean estava confuso, ele olhou para Sam pedindo ajuda, mas ele estava olhando para o outro lado. ─ E quem é aquele?

Soltei um pequeno grito, mas logo tampei a boca e sem que eu pudesse controlar meus olhos começaram a lacrimejar.

Na porta da festa um rapaz de vinte e oito anos, cabelos castanhos escuros e lindos olhos azuis, olhava ao redor. Ele andou um pouco mas logo puxou um distintivo do bolso de sua jaqueta preta.

“Polícia de Nova York! Essa festa acabou!”

Maison parou de beijar Luccas e voltou-se para o policial na porta. Diferente de mim, ela apenas engoliu em seco e sussurrou “Droga. Vamos tentar passar despercebidos”

“Porque?” Luccas perguntou

“Apenas me siga.”

Eu queria correr para o outro lado, mas assim como Sam e Dean uma força estranha nos obrigava a seguir Maison. Eles estavam quase saindo pela porta, Maison já sentia o vento do lado de fora, mas antes de cruza-la o policial a segurou firme pelo braço tirando-a da multidão de pessoas.

“Hey, cara!” Luccas falou indignando assim como Sam parecia “Quem você pensa que é?”

O policial que não tirava os olhos de Maison, respondeu:

“Eu sou Derek. Sou irmão dela.”


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Notas finais do capítulo

Eu adoro um mistério. Eai o que acharam? Já sabiam de tudo ou foram surpreendidos? De novo, me desculpem pelo grande atraso. Não deixem de comentar queridas (os) ! Beijão!



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