Não acredito que alguém
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora

Oasis, Wonderwall

POV Bella:

Sonhar. Quem não gostava de sonhar?

Eu amava sonhar. Ainda mais quando sonhava com o Edward. Nos meus sonhos, seus olhos brilhantes me diziam tudo que sua boca não pronunciava, porque sua boca sempre estava ocupada com a minha e...

– Isabela!

Porra! Caralho! Puta merda!

– Ah caralho! - pulei da cama, caindo no chão. Sentei e olhei para o idiota que me encarava da porta - Seu imbecil! - gritei jogando um travesseiro nele, mas ele foi rápido e desviou do alvo.

– Hey... - disse sustentando um sorriso divertido no rosto - Acordou de mau humor, marrentinha?

– Que dia que eu acordo de bom humor, Edward Cullen? - falei, fuzilando-o com o olhar e tentando colocar todo o meu ódio em cada palavra.

– Quando ninguém te acorda, você está de bom humor.

– Exatamente! - joguei as mãos para o alto - Então porque diabos você me acordou?!

– Hoje tem prova na faculdade. E você está quase atrasada. - falou - Eu já estou pronto, só estava esperando você acordar.

Puta merda, outra vez.

Não disse nada, só coloquei as mãos no rosto tentando contar até 10 para tirar todo esse estresse matinal.

Ouvi que ele adentrou no quarto e se sentou na minha cama. Retirei as mãos do rosto e olhei para ele sentado na minha cama.

– Por quê você fala meu nome enquanto dorme?

Oh não.

Não demorou muito para eu sentir o sangue se concentrar nas minhas bochechas, me fazendo ficar vermelha como um pimentão.

– Eu... - hesitei pensando numa desculpa - Não falo seu nome enquanto durmo! - protestei, tentando sair convincente.

– Mas eu ouvi!

– Então você ouviu demais, topetudo!

– Okay, okay - falou, desistindo. Por hora, eu sabia. - Não precisa xingar. - Levantou e antes de sair da porta, virou-se e disse: - Vá se arrumar!

Bufei. Resolvi ignorar aquela pergunta e fui para o banheiro tomar um banho.

(...)

– Obrigada, Edward! - sai da sala com o resultado da prova. Tirei um A+. Graças a super-cola que ele me passou. Porque ele sabia que eu não havia estudado.

– Não há de que - sorriu - Você me deve uma, Bella.

– Mais uma, você quer dizer! - falei - Já perdi a conta de quantas vezes você me ajudou, até quando eu não merecia, como agora.

– Faz parte da amizade fazer isso. - ele disse - Ajudar acima de tudo. - explicou.

– É... - tentei sorrir, mas eu não sei o que saiu. - Obrigada de novo.

– Quer passar no Starbucks, hoje? - perguntou enquanto caminhávamos pelo corredor da faculdade.

– É um convite que vou ter que recusar agora, me desculpe. - doeu um pouco negar isso - Mas infelizmente não vai dar, tenho que falar com a Alice.

– Okay. Faz tempo que você não passa um tempo com ela.

– Verdade. - refleti - Mas é tudo culpa sua!

– Minha?

– Você toma todo o meu tempo, Edward.

– Como se você não gostasse disso! - respondeu como se fosse óbvio. Era verdade. Nunca reclamava da presença de Edward.

Eu ri.

– O Starbucks fica para outro dia, okay? - mudei de assunto.

– Okay, vou convidar outra pessoa

Abaixou-se um pouco somente para depositar um beijo cálido nas minhas bochechas, que logo esquentaram com seu toque. Eu não me importava mais em ficar ruborizada toda vez que o Edward me tocava, porque me preocupar só piorava a situação do meu rubor.

Fiquei ali olhando ele sumir.

Suspirei e me virei em direção ao refeitório, provavelmente encontraria a Alice ali almoçando. Desci as escadas e a vi sentada, mordendo um sanduíche e estudando um livro realmente concentrada.

– Alice - falei, sentado na sua frente.

Ela levantou seus grandes olhos e um sorriso apareceu em seus lábios automaticamente.

– Olá marrentinha!

Revirei os olhos. Odiava esse apelido.

– Para de me chamar assim... Droga, todo mundo está me chamando assim.

– Todo mundo e vírgula, né. - corrigiu fechando o livro. - Somente eu e o Edward te chamamos assim.

Involuntariamente meu coração começou a bater mais rápido só de ouvir seu nome. E ela percebeu como fiquei um pouco desconfortável com isso.

– Você ainda gosta dele, não é? - murmurou tristemente. Ela não gostava que eu ainda continuasse tão afim dele.

– É... - assenti com um suspiro - Não sei mais o que fazer.

– Sabe, eu já te disse - começou - Você deve tomar as atitudes, Bella. Se quiser, eu te ajudo.

– Eu não tenho coragem o suficiente para fazer isso.

– Eu sei, Bellinha - falou - Por enquanto você não tem essa coragem que você precisa tanto. Por enquanto.

– É, talvez - sorri timidamente - Eu preciso ir. Estou cansada. - menti. É que eu não ficava muito confortável falando sobre ele.

Levantei e sorri, acenando um tchau para a Allie. Peguei meu carro no estacionamento e fiquei imaginando onde estaria o Edward. Afinal, ele veio para a faculdade junto comigo no carro. E não o via nem de longe no Starbucks que ficava de frente para o estacionamento da N.Y.U ( New York University )

Dei de ombros e dirigi pelas ruas de Nova Iorque até chegar no prédio onde morávamos.

Depois de subir de elevador, entrei no nosso apartamento que estava silencioso. Sinal de que ele não estava em casa. Não tentei me preocupar e foquei no pensamento que logo ele estaria em casa, seguro.

Fui ao quarto dele e peguei uma camisa velha com uma estampa do Kurt Cobain. Ele não se importava quando eu pegava coisas dele emprestado, afinal morávamos juntos e sempre dividíamos coisas.

Voltei para o meu quarto, tirei meu jeans e a minha camiseta xadrez, vestindo a camiseta que havia furtado do Edward. Ficou enorme em mim. Mas eu gostava assim. Não era um "pijama" vulgar.

Preparei um lanche na cozinha e me sentei na sala, tentando procurar algum programa na televisão. Mas quando terminei meu lanche, irritada eu desisti da televisão.

Desliguei a televisão e suspirei, me perguntando onde o Edward estava. Eram dez horas da noite e ele nem dera sinal de vida.

Caminhei para o meu quarto, mas antes de conseguir fechar a porta ouço ele entrando de qualquer jeito no apartamento. E estava acompanhado.

Aos beijos.

Com Jéssica Stanley.

Eles deitaram no sofá e ele parecia um desesperado louco para tirar as roupas - que tinha tecido de menos e pele demais - do corpo dela.

Deus, ele iriam fazer...

Não. Não!

Fechei a porta, não querendo ver mais nada. Não quero ouvir mais nada.

Não conseguia enxergar nada porque aquelas lágrimas imbecis me cegavam. E não conseguia pensar com coerência. Mas pensei em alguém.

Peguei meu celular e disquei o número que já havia memorizado. Funguei e tentei controlar minhas emoções.

– Alô...?– a voz sonolenta da Alice respondeu do outro lado da ligação.

– Alice, me ajuda - minha voz estava horrível, as palavras saiam atropeladas por causa do choro.

– Bella?! O que aconteceu, pelo amor de Deus? Você está machucada?! -elevou seu tom de voz, preocupada.

– Não estou machucada fisicamente.

Ela não respondeu. Mas pude perceber que entendeu.

– O que aconteceu?– murmurou.

– O que aconteceu? - ri, ou chorei, mas tentei parecer irônica - Edward está transando com uma garota na nossa sala! Droga Alice, eu estou ouvindo tudo!

– Oh meu Deus- ela respondeu - Amanhã eu te tiro daí, você precisa de um tempo longe dele, Bella.

Assenti mentalmente. Ela tinha razão.

– Pegue uma música boa, coloque um fone e escute– ela disse. - Ou melhor, deixe a música escutar você. Relaxe, Bella.

– Tudo bem

– Você vai ficar bem

– Eu sempre tento ficar bem. - fechei os olhos, contendo as lágrimas.

– Eu sei. - ela respondeu - Preciso ir, Bella. Durma bem.

– Vou tentar.

E ela desligou.

Só podia-se ouvir minha falta de fôlego por causa do recente choro, o barulho do telefone sem linha e o sexo barulhento que o Edward e a Jéssica estavam fazendo no outro cômodo.

Me arrastei até minha cama, descansei minha cabeça no travesseiro e chorei de novo, com fones no meu ouvido me impedindo de ouvir o barulho vindo da sala.

Uma última lágrima deslizou pelo meu rosto.

E a música logo começou a fica distante e baixa, então finalmente minha mente conseguiu entregar-se ao cansaço emocional.