Desejos. escrita por Miuphia Sun


Capítulo 2
Meu objetivo




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Ethelyn estava tão preocupada quanto animada. Não com notas, isso era o de menos, e sim com o que poderia acontecer com Moon.

— Tem certeza de que irá ficar bem?

Pergunta a mulher apoiando-se na janela do carro.

— Se algo acontecer, eu irei ligar.

Moon não conseguia imaginar se algo podia acontecer, "algo ruim", como diz Ethelyn.

A mesma deu a partida no carro, olhou novamente para Moon e foi embora.
Apesar de Moon ter uma aparência de qualquer garota de dezesseis anos, ela apenas tem dois anos de criação. Agora, a garota começa o resto do caminho para a escola. Observava ao seu redor que há várias pessoas iguais à ela, mesmo uniforme, mesma anatomia. Sempre tão animados. Moon se perguntava, se todos aqueles que estavam sorrindo, estão se sentindo felizes.

Por um momento, a androide se sentiu paralisada. Talvez seja o sentimento de vergonha, medo, nervosismo... mas a mesma não sabe disso e pensa que há um erro em seu sistema, porém, continuou do mesmo jeito.


Há algum tempo, o cientista Monrey, criou a mais nova androide, que teria os sentimentos de um ser humano normal. Sentiria e conseguiria definir cada emoção. Saberia lidar com tudo ao seu redor, contudo Monrey pensou que ela poderia ensinar. Sendo a garota inocente que pode abrir os olhos da humanidade, fazendo-os perceber as atrocidades que cada um pode fazer e faz. Muitos o acharam maluco, estúpido e irracional. Mas ele pensava de maneira diferente, sabendo que sua vida estava chegando ao fim, deu tudo de si à ela. Monrey acabara encantando-se com a beleza de sua autoria, sabia o erro que estava por vir, mas não pode resistir. Mesmo sendo alguém superficial, ainda assim o encantava como nenhuma outra mulher já o fez.
Seus cabelos negros, a pele pálida como a lua, seus olhos de ametista brilham tanto que ele se perdia neles.

— Seu nome é Moon, minha adorável e inocente Moon.


Já na entrada da escola, a garota se via perdida. O que fazer em tal situação? Entrar e perguntar onde é sua turma? Mas e se a pessoa não soubesse? Estava completamente confusa.

— O que ela está fazendo?

— Que esquisita...

É oque diziam ao olhar para ela. Parada e quieta.

— Erm... com licença, está se sentindo bem?

Uma garota de chiquinhas e cabelos ruivos, olhou para Moon um pouco assustada, quer ajudar, mas parece que é a primeira vez que a garota vê algo assim.

— Eu estou bem.

Diz Moon sem entender.

— Então... está perdida?

— Acho que sim.

A garota ruiva de um sorriso, apenas percebeu que Moon tem alguns parafusos à menos, pelo menos, é isso que pensa, já que não sabe seu segredo.

— Meu nome é Ivy, Ivy Brouk... e você é?

— Eu sou Moon.

— Sobrenome?

— Não tenho.

— Mesmo?

— Mesmo.

Ivy se assustou. O que pensar de uma garota que para na frente do portão da escola como estivesse em transe e que não tem nenhum sobrenome?

— Certo... muito bem, venha comigo. Iremos ver de que turma você é.

Ambas descobriram que são da mesma turma e que aparentemente, parecem ter a mesma idade. Ivy e Moon sentaram no fundo, escolha de Ivy, pois diz que é mais fácil de se conversar.

— Hey, Moon. Você é daqui?

— Sou de várias partes do mundo. — Responde ela, sem perceber o que Ivy quis dizer.

— Ah! Entendo, sua descendência... muito legal.

Ivy estava ficando constrangida, não sabia o que falar e Moon é muito direta em suas respostas.
O professor chegou e Moon endireitou-se, Ivy que estava tensa ficara pensativa e nem prestara atenção no professor. Para sua sorte, Moon ouvira cada palavra e soube o que fazer.

— Oh, céus... sou tão desligada. — As duas sentaram à mesa de química e pegaram os produtos que o professor pedira — Obrigada Moon, meu objetivo nesta escola é ajudar os de mais, mas parece que eu acabei sendo ajudada.

Ivy fica um pouco rubra e dá um sorriso sem graça. Moon ainda não entendia.

— Seu objetivo? Por que?

— É como uma meta, eu gosto de ajudar os outros desde de pequena, me ensinaram que sendo bom, trás coisas boas, por isso. E você? Tem algum objetivo?


Moon estava sentada no sofá ao lado da cama de seu mestre. O ajudava a se alimentar, pois seus braços não podem mais se mover. Ela estava séria sobre isso, concentrada. Até que foi tirada de seus devaneios quando Monrey se recusou a continuar-se alimentar.

— Não faça uma expressão tão séria. — Monrey a repreende — Sorria para o mundo e para todos, pois receberá coisas boas em troca.

— Eu não entendo Mestre.

— Ainda não entende, seu objetivo é entender tudo o que acontece a sua volta, foi para isso que a projetei. Um dia, você irá conseguir entender.


— Sim! Eu tenho um objetivo, é entender tudo o que acontece a minha volta. Este é meu objetivo. Meu Mestre dizia, que para eu entender o significado disto, eu tenho que saber o que é amizade, amor, família, tudo. Assim como entender o que significa cada sentimento e... eu não sei nada disso.

— Não fique chateada! Eu posso lhe ajudar com isso.

E Ivy sorri.

— Eu estou chateada... e você está feliz.

Murmura Moon, como se finalmente, tivesse entendido algo.

— As duas! Quietas e prestem atenção!! Ou irei mandá-las para a direção!


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