Um Amor Definitivamente Inumano escrita por Carol Potter Greymark


Capítulo 21
Capítulo Especial - Pov Nora


Notas iniciais do capítulo

Minha querida Anjo, é claro que eu atendo o seu pedido! E quanto as minhas outras, não fiquem com vergonha de se manifestarem e pediram capítulos! O trabalho de um escritor é, acima de tudo, entreter seus leitores!
Esse cap vai ser o pov da Nora no dia em que a casa dela pegou fogo. Afinal, essa historia do incendio foi muito mal resolvida... Bora ler!



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Patch senta em minha cama, suas roupas cheirando a fuligem. Eu deixo uma lagrima escorrer silenciosamente pelo meu rosto. Minha casa... E o Rony, como a Vee gostaria costumava chamar o sofá velho... Tudo destruido...

–Anjo... - ele sussurra, se aproximando de mim. - Não chore... Voce sempre pode ficar no meu apartamento, se quiser...

E aí as lagrimas escorrem com mais velocidade. Patch me ajeita em seu peito, acariciando meus cabelos enquanto as lágrimas escorrem livremente por sua camisa negra.

–Por que... - eu murmuro.

Ele não diz nada. Mas sei que me ver dessa maneira o faz sofrer. Eu fecho meus olhos, o fluxo de lágrimas diminuindo um pouco. Patch beija o topo de minha cabeça com carinho, os lábios macios tocando em meus cabelos como uma borboleta buscando néctar.

É a última sensação que tenho antes de cair no sono.

(...)

Minha mãe chegou a um dia atrás. Seus olhos ficaram nublados, ligeiramente distantes, quando ela entrou na sala. Eu achei que ela iria surtar. Mas suas palavras me surpreenderam.

–Não faço ideia do que aconteceu aqui... - ela diz, soltando sua mala no chão coberto de fuligem. - Mas não me importa. Eu queria mesmo reformar a sala...

Eu fiquei estática. Como assim? A casa dela foi dizimada e ela age como se isso fosse uma noticia do cotidiano, até positiva?

Eu suspiro.

–Vou sair... - digo, pegando minha bolsa. - Eu ...

–Nao se preocupe... - ela sorri. - Vai ser bom fazer uma faxina à moda antiga...

Eu saio sem olhar para trás. Minha mãe está estranha, mas melhor ela estar estranha do que furiosa.

(...)

–Como foi? - Patch me pergunta, o garfo suspenso no ar no antes de chegar a sua boca. Estamos no Bordeline, um lugar repleto de lembranças. Eu sorrio, dando um gole em minha Cherry Coke.

–Nem um pouco parecido com que eu esperei, mas...

Ele ergue uma sobrancelha.

–Acho que ela se sente culpada. - ele leva o garfo a boca. - Por ter mentido para mim, sabe... Ela não superou ainda...

Ele mastiga vagarosamente. Alguém diria que por educação, mas eu conheço Patch bem o suficiente para saber que ele está gastando tempo para medir suas palavras.

–Minha oferta permanece... - ele engole, bebendo um pouco da bebida. Eu protesto, mas ele suga o liquido até a metade, ignorando minha expressao. - Se voce quiser morar comigo...

Eu tenho pensado na proposta de Patch há alguns dias. Morar com ele teria varios pontos positivos , e o melhor, de longe, seria a nossa privacidade. Além disso, não há nada que me empeça. Farei dezoito anos no proximo mes, e minha mãe nao se importa com o que eu faço desde que eu mande noticias frequentemente. Acho que é hora de aceitar...

–Está bem... - eu digo, dando uma mordida em meu taco. - Eu 'ceito.

Ele engasga com a comida.

–Sério? - ele me encara com seus olhos negros, olhos que não admitem mentiras. - Voce está disposta a largar sua mãe e...

Eu o calo com um beijo. Estamos com gosto de pimenta e Cherry Coke, uma mistura explosiva. O beijo é suave. Mas há uma promessa implicita de que muitas coisas estão por vir.

–Eu estou disposta a fazer tudo o que voce quiser desde o momento em que te beijei pela primeira vez...

Ele sorri. Aquele sorriso perigoso, aquele sorriso matador. Um sorriso que eu adoro. E me deixa excitada...

(...)

Nós entramos no apartamento, Patch carregando minhas malas, e eu puxando a barra de sua camisa. Ele solta as bagagens pesadas no carpete de veludo negro e fecha a porta.

–Vee e Scott foram fazer um piquenique... - eu sussurro, enquanto beijo seu pescoço. Seu cheiro incandesce minha alma. Seu toque abrasa minha pele. - Por que voce nao me propos um piquenique?

–Por que... - ele morde meu lobulo direito, sua voz rouca fazendo meus batimentos cardiacos se acelerarem. - Há coisas muito melhores para se fazer aqui dentro, do que ao ar livre...

Eu colo nossos lábios, e ele segura a parte debaixo das minhas coxas, me erguendo. Enlaço minhas pernas em sua cintura e prendo sua nuca com minhas mãos. Ele me senta sobre sua mesa polida e intensificamos o beijo. Nossas linguas se entrelaçam, assim como nossas almas. Eu sou dele, e ele é meu. Nada vai mudar isso.

Ele me carrega em direção ao quarto e eu não protesto nem um pouco. Ele fecha a porta com um chute de costas, e me deita em sua cama. Nossa cama...

(...)

Eu sinto os lençois negros me acariciarem, a luz do sol do fim da tarde tocar a minha pele. Estico os dedos pelo colchao, mas ele está vazio. Patch deve ter se levantado antes de mim.

Eu enrolo o lençol em meu corpo, com preguiça demais para vestir alguma roupa. Ando pelo corredor até a cozinha, e me surpreendo ao encontrá-la vazia.

Ergo minha sobrnacelhas, meu sexto sentido dando um alerta total. Nao há bilhete. Patch desapareceu sem deixar rastros, como fumaça. Eu olho pela janela oposta a bancada de marmore, onde se tao uma ampla visao do estacionamente.

O carro dele nao está lá. Mas sua moto está.

Isso está me cheirando a encrenca.

Eu solto os lençois. Se algo tiver acontecido a Patch, alguem vai morrer hoje.

(...)

Nunca diriji uma moto na vida. Mas andei com Patch o suficiente para conhecer a sensaçao de perigo eminente que a velocidade proporciona. Minhas maos apertam com força a Harley Davidson, meu coraçao batendo em minhas costelas enquanto dirijo para a costa. Algo me diz que Vee e Scott estão com problemas. E algo me diz que Patch está envolvido.

Alguns quilometros antes de chegar a Montanha Worthington, eu avisto a Mercedez prateada dele. Algo está errado. Todos os vidros estão abertos. Não há sinal de niguem a vista.

Eu estaciona a moto de qualquer maneira e me aproximo do veiculo. A chave está na igniçao, a marcha ligada. Vasculho o porta-malas. O revolver nao está lá.

Olho para a margem da estrada. A floresta verde está um pouco diferente hoje. Ou talvez seja impressao. Nao me importo som nada enquanto adentro a mata , a luz da tarde iluminando apenas alguns dos meus passos.

(...)

Ouço um som de arma sendo disparada a minha direita e minha respiraçao é suspensa. Eu sigo o som, nao me importando em estar entrando em uma armadilha. O grito que ouço é o grito de Patch. Mas um disparo. Entao eu os avisto. Um homem alto, um homem cruel, com uma arma azulada na mão. Devilcraft. E caido a seus pés, sangue tornando a camisa mais escura na altura do abdomen, está Patch.

(...)

Matthew fugiu, deixando-me com uma costela dolorida e marcas de sangue nas unhas. Mas pouco me importa meu estado. Patch está ferido. Patch está morrendo...

–Fique aqui... - eu sussurro. Ele está levemente consciente. Se nao fosse pela leve movimentaçao em seu peito, eu diria que ele está morto. - Vou buscar ajuda...

(...)

Eu e Vee arrastamos o corpo inconsciente de Patch para o banco de trás. Ela apareceu na hora certa. Eu estava começando a submergir...

Assim que entramos pelas portas dianteiras, o seu telefone toca. Ambas prendemos a respiraçao. Entao eu a solto quando percebo que se trata apenas do detetive, e nao de um assassino mortal, munido de artes das trevas.

Eu lanço um olhar para Patch. Ele está levemente azulado, o sangue cobrindo a frente de suas roupas. Fecho os olhos. Tudo vai ficar bem...

(...)

–Não! - eu grito, incapaz porém de segurar o braço de minha melhor amiga. - Não, Vee!

Mas a porta bate. Patch está sentado no sofá, incapaz de protestar. Scott essmurra a porta, o desespero aparente em seus olhos.

Entao vemos a viatura se distanciando pela janela. Dentro dela, Vee. A responsabilidade de tres vidas em suas costas. Mas ela quis fazer isso.

Eu me contento a esperar. Me sento no sofá ao lado de Patch, e insisto para que Scott, cujo rosto inchado está repleto de lágrimas, se junte a nós... E juntos, esperamos.

(...)

–Vee! - eu grito, abraçando-a assim que ela entra na sala. -Vee, eu estava tão preocupada!

O alivio por ve-la bem me preenche. Estou grata a ela de uma forma que não posso expressar. Ela salvou a vida de Patch, e assim, salvou a minha vida.

(...)

–O Livro de Enoque! - Basso anuncia, tirando alguma coisa marrom de aspecto deplorável de sua pasta.

Eu abro minha boca. O livro de Enoque... O livro das respostas...

(...)

Eu sorrio ao ver Scott e Vee entrelaçados, e me lanço nos braços de Patch. Talvez não exista um felizes para sempre, mas isso que nós temos me parece suficiente. Por enquanto...


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Notas finais do capítulo

E então? Beijinhos da Tia Carolzinha



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