Entre Perdas e Conquistas escrita por Amanda R


Capítulo 35
Capítulo 35




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Sem dúvida hoje foi o momento mais difícil que passei com a Mel.


Já estava no carro partindo para o aeroporto com Edward, mas minha mente não saia do seu rosto vermelho de tanto chorar.


Ela achava que ia deixá-la, expliquei um milhão de vezes que não era isso e em alguns dias ia voltar. A Mel em algum momento parece que entendeu isso, mas mesmo assim suas lágrimas no cessaram.


Quando Edward entrou na conversa tentou acalenta-la, mas não adiantou muito, ela estava impossível.


Nunca a vi chorar tanto, passou em minha cabeça em levá-la ou desistir da viajem, no entanto fiz o que menos queria e sair escondido. A minha menina em um momento cansou de chorar e dormiu exausta. E isso deu o tempo de pegar minhas coisas e sair.


Eu podia imaginar o que ia acontecer quando ela acordasse. Só de mentalizar isso me dá dor de cabeça.


Não tenho ideia como Edward vai reverter todo o desespero da Mel, mas ele me assegurou que ia ficar tudo bem.


No momento que pensei em desistir ele me disse firme que eu poderia ir e vai lidar com o que vai acontecer quando a nossa filha acordasse.


Nossa filha.


Sim.
Nossa filha.


Ela era de nós dois e tinha que aprender a dividi-la com Edward e não querer resolver tudo sozinha.
Ele disse que ia ficar tudo bem, então estou fazendo de tudo para acreditar.


—Chegarmos- a voz do Edward interrompe meus pensamento.


Olho para ele um pouco assustada. Estava olhando para janela, mas vendo nada na minha frente.


— Eu não vou demorar – disse isso mais pra mim conversar em descer desse carro do que para ele.


O Edward paga minha mão junto a sua e aperta me dando um pouco de conforto.


— Sei que é muito difícil para você vendo ela daquele jeito. A gente sabe que não é só um choro de não querer ficar longe de você, é algo muito mais profundo.


—Ela pensa que ganhou um pai e em troca vai me perder – Meu coração dói ao dizer isso, porque a nossa filha tem um trauma na sua cabecinha e esse improviso de sair de perto dela está alimentando esse medo.


— Eu vou fazer de tudo para que ela fique bem e retirar qualquer bobagem de sua mente. Não vou deixa que pense o pior – ele me garante outra vez.


— Obrigada, por esta tendo tanta paciência. Outra pessoa em seu lugar estaria apavorada, eu estou apavorada.


Ele sorri meio sem jeito.


— Estou surpreso comigo mesmo. Mas acho que a ansiedade e a vontade em recuperar meu tempo com ela é tão grande que meu cérebro tá procedendo essa reação da Mel de um jeito diferente.


— É só por isso que estou indo sem ela - Sou sincera.


Ele abaixa o olhar para as nossas mãos unidas.


— Vocês duas são tudo que eu tenho de mais precioso. Você não sabe o quanto quero apenas ir com você para Londres
— Eu já te falei que... – ele não me deixa completar.
— Eu sei, eu sei, e respeito isso . Só quero que saiba que mesmo indo sozinha você não está só. Se qualquer coisa der errado, por favor, não hesite em me ligar, promete? – ele me olha buscando minha confirmação.
— Prometo – ele suspira parecendo mais aliviado.
Estranho quando o Edward se move para pegar algo no banco de trás.
— Quero que fique com isso- ele me entrega um celular.
O encaro sem entender.
— Eu sei que isso vai ajudar as duas a se sentirem mais perto da outra. Aí já tem estalado aplicativo de ligação de vídeo e tem meu número salvo.
Olho pro celular sem reação.
Ele era provavelmente de última geração. E mais provável ainda que eu nem saiba mexer direito nisso, mas a forma como Edward pensa em ajudar me faz querer pular em seus braços. Além de pagar a viagem, o hotel e tudo que ia utilizar quando tivesse fora. Sei que dinheiro não é muito coisa para ele, mas sei que esse gesto não tem o foco no dinheiro e sim em algo muito além.
— Obrigada – disse voltando a fitar seu rosto – Isso vai ajudar muito, obrigada mesmo – sem ele esperar beijo seu rosto.
Me afasto só para ver uma chama iluminar seus olhos.
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O clima aqui em Londres não estava muito diferente de Seattle. O frio corroía a pele do meu rosto enquanto dava passos largos na calçada do hotel onde ia ficar hospedada.
Empurro a porta da entrada e respiro aliviada quando sinto o clima quente.
— Por aqui, senhora Swan – olho para o lado e vejo o Tyler apontando para o balcão segurando minha mala.
Sim, Tyler veio comigo. Edward conseguiu me distrair o suficiente para não notar que o Tyler estava logo atrás da gente quando estavamos indo para o aeroporto.
Sua desculpa foi dizer que não ia conseguir ficar tranquilo sabendo que estou sozinha aqui. E já que ele não ia o Tyler ia ficar comigo para ser o meu apoio.
Se isso fosse em outro dia que a minha cabeça estivesse no lugar não ia aceitar, mas como tudo estava tão conturbado decidir não dizer nada e só ir .
Ando até o balcão, entrego minha identificação para que me dessem a chave do quarto, o Tyler faz o mesmo.
Com a chave em mãos vou para o elevador.
— Tyler, amanhã logo cedo vou até a minha mãe – como foi dez horas de vôo aqui em Londres já era madrugada não tinha como ir agora.
— Sim, senhora, vou está pronto a sua espera – ele responde me olhando rápido.
Quase reviro os olhos.
Era tão irritante ele me chamando de senhora, mas não adiantava falar algo.
Nem parece que éramos colega de trabalho.
— Certo – murmuro saindo do elevador quando ele para.
Andamos pelo corredor em silêncio procurando os nossos quartos.
— Vai precisar de algo mais por hoje – ele me pergunta assim que achamos.
— Não, se você quiser não precisa me acompanhar amanhã. Eu sei andar por aqui – tentei ser gentil, porque realmente não precisava, passei a minha infância e a minha adolescência nas férias quase toda aqui em Londres.
Seu corpo fica rígido.
Provavelmente lembrando da última vez que tentei impedir o seu trabalho.
— É o meu trabalho, senhora Swan, não posso – ele argumentou bem.
— Tudo bem – digo cansada e sabia que ele também estava- Então, boa noite e ate mais tarde.
Ele diz um boa noite e espera que eu entre no quarto antes de entrar no seu.
Fecho a porta e quando me viro dou de cara com um quarto enorme e modestamente luxuoso.

Jogo a minha bolsa no canto e arrasto a mala até os pés da cama.
Fico ali parada em pé no meio do quarto sem saber o que fazer. O que me faz mover é a dor intensa nas minhas pernas.
Me sento no sofá perto da cama, retiro as botas que estavam machucando os pés e olho em volta.
Esse quarto não era nada menos que lindo.
Como a minha vida girou e agora me encontro aqui no meio de um quarto enorme, mas o que pesava mais era que estava sozinha.
Eu não sabia o que era isso por muito tempo. A Mel nunca deixou isso acontecer.
De repente um desespero invade meu peito. É tão repentino que quando vejo minhas mãos estão suando frio e o meu coração bate rápido que dava para senti-lo na minha garganta.
“Só quero que saiba que mesmo indo sozinha você não está só.”
Fecho meus olhos e tento lembrar da voz do Edward falando essas palavras.
Tento guarda-las comigo e acreditar o máximo que posso.
Você não pode fraquejar agora – grito comigo mesma.
Eu tenho que ser forte, pelo menos até ter a minha filha de volta em meus braços.
Aos poucos a respiração vai voltando ao normal.
Me assusto quando um disparo de chamada de celular quebra o vazio do quarto.
Demoro um pouco para notar que era o celular que o Edward tinha dado.
Pego ele em minha bolsa o mais rápido que posso.
Atendo e é aí que percebo que as minhas mãos estavam meio trêmulas.
— Bella – a voz de Edward invade meus ouvidos e aquilo é como uma lufada de ar puro.
— Edward - respondo rápido demais. Fecho os olhos com força orando para ele não tenha percebido o desespero que eu estava sentindo.
— Graças a Deus que você chegou bem. Estava louco de preocupação. O Tyler me avisou que tinham chegado assim que te deixou no quarto. Você está bem?
— Estou sim – tento sorri. Não queria preocupar ele com isso, Edward já tinha o suficiente em suas costas – A Mel está bem? O que você disse a ela?
Ouço sua respiração se aprofundar antes de responder.
— Foi como prevemos, ela acordou procurando por você quando não viu que estava quase quebrou os meus ouvidos – ele disse e percebi um sorriso na sua voz – Mas está tudo sobre controle. Agora estamos na casa da minha mãe, a Sofia também está aqui e distrai mais ela.
Ouvi aquilo desacreditada.
Estava tudo sobre controle? Era isso mesmo que ouvir?
— Bella? Ainda está aí? – ele me chama quando não lhe dou resposta ao que me disse.
— Sim, só estou surpresa. Não tenho como dizer isso, mas acho que você fez um verdadeiro milagre – só me bastava sorri daquilo, e foi o que fiz.
Ouvi o seu riso pelo celular e isso aquece o meu peito de uma forma que só ele conseguia despertar em mim.
— Também não posso tirar os méritos de Esme e Carlisle.
Sim ele também eram maravilhoso com ela.
— Graças a Deus que está tudo bem. Acho que posso ficar mais tranquila agora.
— Sim, fique tranquila, e faça o que tem que fazer aí sem se preocupar.
— Vou fazer isso, mas vocês vão voltar pra casa ou....
— Não, vou dormi aqui mesmo. Acho que vai ser melhor para ela ter mais pessoas em volta.
Ele estava certo.
— Então, tudo bem – digo sem saber mais o que dizer, mas também não queria desligar.
— Gostou do quarto? – ele pergunta.
E parece que ele também não.
Olho mais uma vez em volta do quarto antes de falar.
— Gostei, é bem.... – tentei arrumar uma palavra adequada
— Extravagante? – ele quis adivinhar.
— Não – sorri – É bonito, lindo, clássico – tentei resumir.
— Você deve está cansada. A viagem foi longa. Deveria dormi – disse Edward desviando o assunto.
— Foi longa, mas não estou com sono - a verdade era que não queria ficar com meus próprios pensamentos.
— Quer que eu cante para você?
Aquilo me paga de surpresa.
— Cantar?
— Sim, eu sempre cantava para você quando estava com problemas de dormi, se lembra?
Era verdade. A sua voz era algo que mais amava nele.
— Sim – sussurro.
— Então apenas se deite e me deixe cantar para você – sem responder vou ate a cama e me deito deixando o macio da cama me envolver.
— Eu estou ouvindo – fala baixo.
Ouço sua respiração e deixo me envolver completamente pela sua voz. Não sei como, mas de repente me vejo com os olhos pesados e aos pouco sei que vou estar dormindo.
Tento relunta, brigar com o sono, queria que aquele momento prolongasse, mas perco a briga e durmo ouvindo a voz de um anjo.


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Notas finais do capítulo

Tem mais dois caps feitos, só falta revisar. A tarde solto um e a noite posto o outro